1cronicas

Notas de 1 Crôonicas

  LIVRO  DE  1º CRÔNICAS

 

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Esboço 1º CRÔNICAS


I. Genealogias: Adão à Restauração Pós-Exílica (1.1—9.44)

A. Adão a Abraão (1.1-27)

B. Abraão a Jacó (1.28-54)

C. Jacó a Davi (2.1-55)

D. Davi ao Exílio Babilônico (3.1-24)

E. Genealogias das Doze Tribos (4.1—8.40)

F. Genealogias do Remanescente (9.1-34)

1. As Tribos que Retornaram (9.1-9)

2. Os Sacerdotes que Retornaram (9.10-13)

3. Os Levitas que Retornaram (9.14-34)

G. Genealogia de Saul (9.35-44)

II. Davi: A Importância Perene do Seu Reinado (10.1—29.30)

A. A Morte de Saul e de Seus Filhos (10.1-14)

B. A Tomada de Jerusalém e os Valentes de Davi (11.1—12.40)

C. O Retorno da Arca, a Restauração do Culto e o Estabelecimento do Reino (13.1—16.43)

D. O Concerto de Deus com Davi (17.1-27)

E. Vitórias Militares de Davi (18.1—20.8)

F. O Censo Pecaminoso de Davi (21.1-30)

G. Preparativos Completos de Davi para a Edificação do Templo (22.1-19)

H. Davi Organiza os Levitas para o Ministério do Templo (23.1—26.32)

I. A Organização Administrativa de Davi (27.1-34)

J. Preparativos Finais de Davi para a Sucessão e o Templo (28.1—29.20)

K. A Coroação de Salomão e a Morte de Davi (29.21-30)

 

Autor:
Esdras (?)
Tema:
A História de Israel sob o Prisma da Redenção
Data:
450 – 420 a.C.

 

Considerações Preliminares

A história registrada em 1 e 2 Crônicas é pré-exílica; a origem e a perspectiva do livro, no entanto, são pós-exílicas, escritas na segunda metade do século V a.C., algum tempo depois de Esdras, quando um segundo grande grupo de
exilados judeus, provenientes de Babilônia e da Pérsia, regressaram à Palestina (457 a.C.). As invasões de Israel e a destruição de Jerusalém pelo rei Nabucodonosor (606—586 a.C.), além dos 70 anos subseqüentes do cativeiro
babilônico, aniquilaram muitas das esperanças e ideais dos judeus como o povo do concerto. Por isso, os exilados que voltaram para reedificar Jerusalém e o templo precisavam de um alicerce espiritual, i.e., um meio de identificação
com sua história redentora anterior e uma compreensão da sua fé presente e esperança futura como o povo do concerto. 1 e 2 Crônicas foram escritos para suprir essa necessidade e avivar a esperança desses exilados que agora
retornavam.
Os livros das Crônicas, Esdras e Neemias foram escritos para os judeus que retornaram do exílio para a Palestina, e têm muito em comum quanto ao estilo, linguagem, perspectiva e propósito. Os eruditos crêem, de comum acordo,
que estes livros tiveram um único autor ou compilador que, segundo o Talmude e a maioria dos eruditos judeus e cristãos antigos, foi Esdras, o sacerdote e escriba. Posto que 1 e 2 Crônicas foram escritos do ponto de vista
sacerdotal, e que os versículos finais de 2 Crônicas (36.22,23) são idênticos a Esdras 1.1-3, a tradição talmúdica de que Esdras foi “o cronista” fica assim reforçada.
O autor consultou numerosos registros escritos ao escrever Crônicas (ver 1 Cr 29.29; 2 Cr 9.29; 12.15; 20.34; 32.32). Como líder espiritual, Esdras teve acesso a todos os documentos existentes na escritura de Crônicas. Esta é
uma antiga tradição que pode indicar com exatidão os meios que o Espírito Santo utilizou para guiar e inspirar o autor humano na composição desses dois livros.

Propósito

Os livros das Crônicas foram escritos para vincular os judeus egressos do cativeiro aos seus antepassados e à sua história messiânica. Assim fazendo, eles ressaltam três coisas: (1) a importância da preservação das tradições raciais e
espirituais pelos judeus; (2) a importância da lei, do templo e do sacerdócio no seu contínuo relacionamento com Deus, muito mais importante do que sua lealdade a um rei terreno; e (3) a esperança máxima de Israel na promessa
divina de um descendente messiânico de Davi assentar-se no trono para sempre (1 Cr 17.14).

Visão Panorâmica

Embora a origem e a perspectiva de 1 e 2 Crônicas sejam pós-exílicas, apresentam uma visão panorâmica da história do AT desde Adão até o decreto de Ciro (c. 538 a.C.), quando, então, os judeus receberam permissão de
regressar do exílio em Babilônia e na Pérsia. 1 Crônicas gira em torno de dois temas principais: a história genealógica de Israel (1—9) e o reinado do rei Davi (10—29).
(1) Os caps. 1—9 narram a incomparável história redentora de Israel, de Adão a Abraão, Davi e o exílio em Babilônia. A tribo de Judá ocupa o primeiro lugar entre os doze filhos de Jacó, porque dela provieram Davi, o templo e o
Messias. As genealogias revelam como Deus escolheu e preservou um remanescente para si mesmo desde os primórdios da história da humanidade até o período pós-exílico. A perspectiva sacerdotal deste livro é evidente através da
atenção especial dedicada às famílias dos sacerdotes e levitas.
(2) Os caps. 10—29 tratam do reinado de Davi. Os valentes de Davi (11—12) e seus grandes feitos (14; 18—20) são ressaltados. De igual modo os levitas, sacerdotes e músicos da sua corte (23—26). O autor enfatizou aquilo que
Davi fez ao reintegrar a arca do concerto e estabelecer Jerusalém como a sede do culto a Deus em Israel (13—16; 22;28;29). Diferente de 2 Samuel, 1 Crônicas não enuncia os repugnantes pecados de Davi e suas subseqüentes e
trágicas conseqüências. Ao invés disso, o livro retrata aquilo que não aparece em 2 Samuel: as diligentes e detalhadas providências de Davi para edificar o templo e estabelecer a adoração ao Senhor Deus. Essas omissões e adições
da parte do Espírito Santo tinham o propósito de satisfazer as necessidades do povo de Deus do pós-exílio.

Características Especiais

Cinco características principais destacam 1 Crônicas. (1) Cobre, aproximadamente, o mesmo período histórico de 1 e 2 Samuel. (2) Suas genealogias (1—9) são as mais longas e mais completas da Bíblia. Sabendo-se que os livros
de 1 e 2 Crônicas constituem a última parte do AT hebraico, segundo a ordem de seus livros, essas genealogias foram ali convenientemente colocadas para proporcionarem inspiração e conteúdo às genealogias do Messias no início
do NT. (3) Descreve vividamente a renovação e restauração sem precedentes de todas as formas de culto ao Senhor quando Davi levou a arca do concerto a Jerusalém (15;16). (4) Destaca o concerto de Deus com Davi (cap. 17),
enfocando principalmente a esperança de Israel no Messias prometido. (5) Sua história seletiva reflete a perspectiva sacerdotal do autor inspirado, no tocante ao restabelecimento do templo, da lei e do sacerdócio entre os que
voltaram do exílio, em Jerusalém.

O Livro de 1 Crônicas Face ao NT

O registro genealógico a partir de Adão até o exílio em Babilônia, inclusive dos reis davídicos e os seus descendentes (caps. 3;4), supre os dados necessários às genealogias no NT de Jesus o Messias em Mateus (1.1-17), e de Jesus
o Filho de Deus em Lucas (3.23-28). O cenário de Davi em 1 Crônicas, assentado no trono do Senhor e reinando (17.14), prefigura a vinda do “Filho de Davi”, messiânico, Jesus Cristo.

Fidedignidade Histórica de Crônicas

Certos críticos inescrupulosos consideram Crônicas uma história forjada ou distorcida e daí menos fidedigna do que o registro de Samuel e Reis. Na realidade, Crônicas é uma história altamente seletiva, mas não é verdade que seja
invencionice. Ela ressalta, sim, os aspectos relevantes da história judaica. Não é verdade que ela encobre as falhas da nação (e.g., 1 Cr 21). A inexistência da matéria histórica contida em Samuel e Reis, pressupõe que seus leitores
conheciam esses livros. Muitas das declarações históricas que se acham somente em 1 Crônicas foram comprovadas pelas descobertas arqueológicas; nenhuma foi tida como farsa.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 1º

1.1 AS GENEALOGIAS. A inclusão de genealogias neste livro tem vários propósitos.

(1) Como se vê através de 1 Crônicas, as genealogias serviam, para os exilados que retornavam, de elo de ligação com os seus antepassados, e com o seu papel histórico, no plano da redenção. Isso os ajudava a recuperar a consciência das suas origens e do seu legado religioso.

(2) As genealogias revelaram como Deus escolheu e preservou um remanescente para si, dos primórdios da história da humanidade até os tempos pós-exílicos de Israel.

(3) O objetivo imediato das genealogias era ajudar as famílias de Israel a repovoar as terras, de conformidade com as propriedades familiares hereditárias (cf. Lv 25) e assinalar claramente a tribo de Levi, da qual deviam proceder os sacerdotes.

(4) O objetivo supremo delas era traçar a origem dos descendentes da linhagem familiar, através da qual Deus traria ao mundo a salvação. Deus escolhera Abraão (v. 27), e de Abraão, outra família, Israel (v. 34), e da família de Israel (2.1), a tribo de Judá, da qual proveio a linhagem de Davi (3.1). Da família de Davi viria o Filho messiânico, segundo a promessa divina, que efetuaria a redenção do jugo de Satanás e do pecado (ver Gn 3.15 nota; ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ, e O CONCERTO DE DEUS COM DAVI).

1.1 ADÃO, SETE, ENOS. Estes nomes são colhidos de Gn 5.1-32 e demonstram que o escritor de Crônicas cria que os primeiros capítulos de Gênesis eram fatos históricos fidedignos, e não lendas.

 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 2º

2.1 OS FILHOS DE ISRAEL. No capítulo 1, o escritor de Crônicas alista os descendentes desde Adão (v. 1) até Abraão (v. 27), e até Israel (v. 34). Dos filhos de Israel (i.e., Jacó) proveio o povo escolhido, através do qual Deus determinara abençoar "todas as famílias da terra" (Gn 12.3). Nos capítulos 2-8, o escritor traça a genealogia dos doze filhos de Israel. A genealogia de Judá vem em primeiro lugar entre as tribos (v. 3); uma vez que o fluxo principal de eventos da história da redenção manava através dessa tribo e, principalmente, através de Davi e dos seus descendentes (cf. 3.1; 2 Sm 23.5) até o Messias.

2.5 OS FILHOS DE. As genealogias são seletivas, i.e., focalizam apenas alguns dos descendentes de determinada pessoa. A expressão "o filho de", também pode significar "o descendente de". Por isso, alguns filhos ou gerações podem ser omitidos.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 3º

3.1 OS FILHOS DE DAVI. O escritor dedica atenção especial aos descendentes de Davi. Foi da família de Davi que Deus prometera suscitar o Rei messiânico para governar o seu povo (ver 2 Sm 7.12-17). O escritor quer demonstrar que embora o reino de Davi estivesse destruído, os seus descendentes continuavam a existir. Assim, Deus poderia cumprir as suas promessas, como realmente cumpriu.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 1º

4.10 JABES INVOCOU O DEUS DE ISRAEL. O exemplo da retidão de Jabes ressalta a verdade que Deus abençoa aqueles que o invocam fielmente. Note que Jabes era "mais ilustre do que seus irmãos" (v. 9). Jabes demonstra que a bênção e proteção divinas não ocorrem automaticamente, mas que resultam da nossa dedicação a Ele e à sua causa na terra e como resultado das nossas orações (ver Mt 6.13; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ). A posição do escritor de Crônicas está bem expressa em 2 Cr 20.20: "Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis seguros". A oração de Jabes é um modelo para todos os crentes

4.10 E FIZERES QUE DO MAL [EU] NÃO SEJA AFLITO! Ver Mt 6.13 nota.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 5º

5.25,26 TRANSGREDIRAM CONTRA DEUS. Do começo ao fim de Crônicas, o escritor salienta a verdade de que a desobediência e o pecado trazem condenação e calamidade, ao passo que a obediência e a fidelidade trazem a paz e a bênção (ver 2 Cr 7.14; 15.2-7; 19.2; 21.12-15; 24.20; 28.9; 34.24,25). Este princípio espiritual, que continua válido no NT, deve motivar-nos a temer ao Senhor e a obedecer à direção do Espírito Santo (ver Rm 2.6-10; 8.5-17; 1 Co 10.1-13).
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 6º

6.1 OS FILHOS DE LEVI. O capítulo 6 enumera os descendentes de Levi, a linhagem dos sumos sacerdotes, até o cativeiro, e também enumera as cidades levíticas. Os filhos de Levi foram escolhidos por Deus para o serviço espiritual do Tabernáculo (Nm 3;4) e do templo (23-26). Realmente, este capítulo mostra a importância da verdadeira adoração, conforme as instruções de Deus.

6.32 MINISTRAVAM... COM CANTARES. Adorar a Deus com cânticos é uma forma de lhe prestar serviço (cf. Ef 5.18-20), e algo de que Ele muito se agrada. Por meio do cântico, podemos apresentar-nos a Ele com fé e amor (ver Ef 5.19 nota).
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 9º

9.1 E TODO O ISRAEL. O capítulo 9 ocupa-se com a população do povo de Deus (i.e., "todo o Israel"), depois da sua volta do exílio em Babilônia, destacando, assim, sua continuidade com o Israel pré-exílico (cf. Ne 9). Este primeiro versículo cita a razão do cativeiro do povo de Deus, ao passo que o restante do capítulo trata dos sacerdotes, levitas e servidores do templo (v. 2), aos quais Deus nomeou para restaurar a devida ordem do culto, a qual se perdera durante o cativeiro. No versículo 2, "servidores do templo" é no hb. netinins.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 10º

10.1 OS FILISTEUS PELEJARAM COM ISRAEL. A partir do capítulo 10, o escritor faz um resumo histórico do passado de Israel, partindo do período da monarquia. Neste capítulo ele declara a razão da rejeição de Saul e da transferência do reino para Davi (vv. 13,14). Os demais eventos deste livro concernem à história de Davi e à perpétua importância do seu reinado.

10.13 ASSIM, MORREU SAUL POR CAUSA DA SUA TRANSGRESSÃO. Ver 1 Sm 15.23, nota sobre a rejeição de Saul da parte de Deus.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 11º

11.1 DAVI. O capítulo 11 inicia a história de Davi, enquanto que 2 Sm 2-5 relata com mais detalhes como Davi tornou-se rei de todo o Judá e, depois, de todo o Israel.

 (1) Uma comparação com os relatos paralelos sobre Davi, em 2 Samuel, deixa claro que o escritor de Crônicas suprime a maioria dos percalços que Davi experimentou juntamente com seus fracassos morais e escândalos (2 Sm 1-4; 11-21). Isso tão-somente denota o duplo propósito do escritor:

(a) enfatizar os eventos históricos importantes do ponto de vista do propósito de Deus, na história da salvação, e

(b) encorajar a comunidade pós-exílica desanimada, que voltava para restabelecer-se na sua pátria.

(2) Esse mesmo propósito observa-se no destaque que o escritor dá à construção do templo por Salomão e à omissão da apostasia e idolatria de Salomão, em 1 Rs 11.

11.1 TODO O ISRAEL SE AJUNTOU A DAVI. Os sete primeiros anos do reino de Davi em Hebrom, sobre duas tribos, estão aqui subentendidos, mas não descritos. A narrativa detalhada inicia quando Davi torna-se rei sobre todo o Israel.

11.5 A FORTALEZA DE SIÃO. Sião é uma das colinas em que se situa Jerusalém. Ali existia anteriormente uma fortaleza dos jebuseus, conquistada por Davi (2 Sm 5.6-9; ver o estudo A CIDADE DE JERUSALÉM). A colina tornou-se sagrada quando Davi levou para Sião a arca do concerto. Posteriormente, o nome "Sião" passou a referir-se à cidade de Jerusalém (2 Rs 19.21; Sl 48; Is 1.8), ao povo de Israel (Is 33.14; 34.8) e ao próprio céu (Hb 12.22; cf. Ap 14.1).

11.41 URIAS, O HETEU. Urias é arrolado como um dos heróis que com toda lealdade apoiavam o reinado de Davi (v. 10). Não obstante, Davi tomou a esposa desse guerreiro e ordenou a morte dele (ver 2 Sm 11). O pecado de Davi foi tão terrível que ele viveu sob o castigo divino pelo restante da sua vida. O primeiro capítulo do NT alude a esse pecado (Mt 1.6; ver 2 Sm 12, notas sobre o pecado de Davi).
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 12º

12.18 ENTROU O ESPÍRITO EM AMASAI. Segundo o velho concerto, o Espírito Santo equipava certas pessoas com o poder e a capacidade de realizar as tarefas que Deus os chamara a cumprir (e.g. ver Ex 31.1-5; Jz 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 1 Sm 10.10; 11.6; 16.13). No caso de Amasai, tratava-se do dom da inspiração profética. Segundo o novo concerto, Jesus prometeu a todos os seus seguidores: "recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós" (At 1.8; cf. 2.4; ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO)

12.32 CIÊNCIA DOS TEMPOS. Consoante a sua suprema sabedoria, Deus tem um tempo determinado e um momento certo para todos os seus propósitos e para o cumprimento das suas promessas (cf. Ec 3.1). Percebemos essa verdade no âmbito da natureza e também no seu reino, onde há tempos preestabelecidos (Sl 102.13) e tempos de mudança (Is 43.18,19), da máxima importância no contínuo propósito redentor de Deus.

(1) As Escrituras revelam repetidamente como o povo de Deus muitas vezes deixa de perceber o que Deus está fazendo ou está prestes a fazer. Israel, como um todo, estava cego e ignorante quando Deus, na plenitude dos tempos, enviou seu Filho como o Messias que lhes fora prometido. Do mesmo modo, e com muita freqüência, a igreja não reconhece, nem discerne quando Deus está cumprindo um determinado aspecto do seu propósito.

(2) As Escrituras mencionam de modo especial os filhos de Issacar, porque eles, dentre as doze tribos de Israel, compreendiam os tempos e discerniam o que Deus estava realizando, quando elevou Davi ao trono como seu ungido. Necessário é discernirmos os tempos e as estações para cooperarmos com Deus numa missão determinada, e acolher ou apoiar uma visão da parte de Deus, em tempos de mudança.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 1º

13.3 TORNEMOS A TRAZER PARA NÓS A ARCA DO NOSSO DEUS. A arca fora capturada pelos filisteus e retida em seu poder por sete meses (1 Sm 4.11; 6.1; ver 1 Sm 4.3,21 notas). Em seguida, ela foi devolvida a Israel e mantida em Quiriate-Jearim, cerca de 16 km de Jerusalém (1 Sm 7.2). No decurso de todo o reinado de Saul, a arca foi negligenciada e permaneceu na obscuridade.

13.10 ENTÃO, SE ACENDEU A IRA DO SENHOR CONTRA UZÁ. Uzá foi destruído por proceder contrariamente às ordens de Deus (ver também 2 Sm 6.1-8; cf. 1 Cr 15.2,13,15; ver Ex 25.12-15; Nm 4.15, onde vemos as instruções específicas de Deus, para o manuseio da arca). Esse fato nos ensina que a adoração e o serviço a Deus devem ser conforme a sua revelação e a sua Palavra (ver 2 Sm 6.7 nota).

13.14 O SENHOR ABENÇOOU A CASA DE OBEDE-EDOM. O Senhor abençoou esta família porque Obede-Edom certamente acolheu a arca com reverência e obediência a Deus. Aquilo que resultou em morte para um homem, resultou em bênção a outro.
 

aqui

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 14º

14.2 POR AMOR DO SEU POVO ISRAEL. O reino de Davi foi grandemente exaltado, não por causa dele mesmo, mas por causa de todo o povo de Deus. Davi devia consolidar a posição de Israel no mundo, a fim de que os israelitas servissem a Deus em retidão e em verdade (ver 2 Sm 7.18 nota). Segundo o novo concerto, Deus também pode exaltar uma pessoa, não por causa da própria pessoa, mas para que o povo de Deus seja moral e espiritualmente edificado.

14.3 DAVI TOMOU AINDA MAIS MULHERES. Para um comentário sobre Davi ter muitas mulheres, ver 2 Sm 5.13 nota. Esse flagrante defeito pessoal de Davi causou uma tragédia terrível para ele e sua família (ver 2 Sm 12.13 nota; 13.1 nota).

14.14 TORNOU DAVI A CONSULTAR A DEUS. Davi não julgava que pelo fato de anteriormente ter sido da vontade de Deus que ele atacasse os filisteus (v. 10), ele deveria fazer o mesmo agora. O exemplo de Davi nos mostra que não teremos sucesso na vida, se não buscarmos em todo tempo a vontade de Deus, sua direção e ajuda. Invocar a Deus, pedindo sua graça e presença especiais, é uma necessidade contínua em nossa vida. Se negligenciarmos a busca contínua da ajuda de Deus, vamos enfrentar sozinhos as aflições e desafios da vida, sem a presença do Espírito Santo (ver 2 Sm 5.19 nota).
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 15º

15.1 DAVI... PREPAROU UM LUGAR PARA A ARCA DE DEUS. A arca de Deus continha as duas tábuas da lei, um vaso de maná e a vara de Arão (ver Ex 25.16; Dt 10.2; Hb 9.4). Representava a direção, a provisão, o poder e a misericórdia de Deus, que vêm pela perseverante obediência a Ele e ao seu concerto (Sl 132.8; Hb 9). Davi, ao colocar a arca em Jerusalém, demonstrou a sua vontade de reconduzir a nação ao propósito fundamental da sua existência, i.e., ter Deus e a sua palavra no centro da vida nacional (ver Ex 25.10 nota).

15.12 SANTIFICAI-VOS. Para realizarem a obra do Senhor, os crentes devem santificar-se ou consagrar-se, i.e., separar-se de tudo que ofende a Deus, e apresentar-se a Ele como instrumento de justiça (cf. Rm 6.17-22; 12.1,2; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE). Deus é santo e requer que seus servos sejam santos e consagrados

15.13 PORQUE O NÃO BUSCAMOS. Ver 13.10 nota.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 16º

16.7 O SALMO SEGUINTE, PARA LOUVAREM AO SENHOR. Este salmo consiste em trechos dos Sl 105.1-15; 96.1-13; 106.1,47,48. O modo de Davi exaltar a Deus e suas obras poderosas em favor de Israel consistia, em grande parte, em louvores e ações de graças. Segundo o novo concerto, todos os crentes são sacerdotes de Deus (1 Pe 2.5,9) e, como tais, devem desempenhar o ministério espiritual de louvores e ações de graças a Deus. "Portanto, ofereçamos sempre, por ele, [Cristo] a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hb 13.15). O louvor e a adoração do crente devem ser com palavras e também com atos (ver v. 29 nota) e são aceitáveis diante de Deus, somente à medida que o crente for dedicado à sua Palavra, e não conformado com o mundo (Rm 12.1,2).

16.10 ALEGRE-SE O CORAÇÃO DOS QUE BUSCAM O SENHOR. Nossa felicidade, segurança e isenção da ansiedade dependem da nossa gratidão a Deus e da nossa perseverança em buscar diariamente a sua face (vv. 8-11). Aqueles que continuamente invocam o Senhor com ações de graças podem confiar que Ele estará ao lado deles e que será um socorro sempre presente durante a vida inteira (Sl 46.1; ver Fp 4.6,7 notas)

16.29 ADORAI AO SENHOR NA BELEZA DA SUA SANTIDADE. A adoração genuína deve ser prestada em "santidade" (cf. 2 Cr 20.21). Deus aceita a adoração espiritual e jubilosa (15.28) somente quando acompanhada de uma disposição reverente e pura de um anelo sincero de estar perto dEle e de um firme propósito de resistir a tudo quanto ofenda a sua santa natureza (ver v. 7 nota).
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 1º

17.1-27 O CONCERTO DE DEUS COM DAVI capítulo 17 é quase idêntico a 2 Sm 7.1-29; ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM DAVI, sobre os vários aspectos deste concerto.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 18º

18.6 E O SENHOR GUARDAVA A DAVI, POR ONDE QUER QUE IA. Deus deseja ajudar e proteger os seus fiéis, e lhes dar vitória.
O crente, ao buscar o poder do Senhor e a sua face continuamente (16.11), abre um canal de bênção em sua vida, pelo qual Deus o assiste nas aflições, liberta-o do poder de Satanás e guia-o pelo seu Espírito.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 21º

21.1 SATANÁS... INCITOU DAVI A NUMERAR A ISRAEL. Deus permitiu que Satanás tentasse Davi, após este ter realizado muitos feitos e obtido grandes vitórias (ver 2 Sm 24.1 nota). Observamos as seguintes verdades no caso da tentação de Davi por Satanás.

(1) "Satanás" significa "adversário" (ver Jó 1.6); ele se opõe fortemente ao esforço do crente para conformar-se à vontade de Deus e aos seus padrões de retidão (ver Ef 6.11,12; 1 Pe 5.8; Ap 12.17).

(2) Satanás freqüentemente converge sua atividade em direção à mente humana, principalmente através do engano (ver Gn 3.1-7,13; 2 Co 4.4; Ef 2.2; 1 Tm 4.1). Enganou Davi, fazendo-o pensar que Deus aprovaria esse censo da nação.

(3) Satanás se compraz em fazer o crente viver no pecado de orgulho e de auto-exaltação (ver Gn 3.5; ver 1 Cr 21.8 nota). Note que foi depois das grandes vitórias e realizações de Davi (14-21) que Satanás conseguiu essa brecha na vida do rei (vv. 7,8; 1 Tm 3.6).

21.7 DEUS... FERIU A ISRAEL. É provável que o povo de Israel aprovasse o desejo pecaminoso de Davi, de recensear o povo. O próprio Joabe sabia que esse censo do povo era um grande pecado que envolveria todo o Israel na culpa (v. 3). Presume-se, portanto, que a maioria do povo era culpado de favorecer a numeração de Israel. Com um espírito de orgulho nacional, participaram do pecado de Davi e ficaram sujeitos ao castigo (ver a nota seguinte).

21.8 GRAVEMENTE PEQUEI. Davi pecou por orgulhar-se pessoalmente, por Deus usá-lo para realizar seus grandes propósitos no reino de Israel. Ao numerar o povo, ele estava procurando exaltar a sua própria pessoa e a nação de Israel, e depender do poderio da dita nação. Tal presunção inevitavelmente torna a pessoa autoconfiante, tomada de superioridade e vivendo sem fé e sem humildade.
Davi deveria lembrar-se de que todas as vitórias de Israel vieram pela mão do Senhor. De igual modo, o crente nunca deve se gloriar em sua própria "grandeza" no reino de Deus, mas nas suas próprias fraquezas, "para que em mim [neles] habite o poder de Cristo" (2 Co 12.9).

21.14 MANDOU, POIS, O SENHOR A PESTE. Davi confessou o seu pecado, arrependeu-se com sinceridade e foi perdoado (v. 8).
Mesmo assim, Deus executou o castigo temporal contra ele e o povo. O freqüente castigo do pecado, por Deus, mesmo depois de confessado e perdoado, é um princípio bíblico evidenciado várias vezes nas Escrituras (ver 2 Sm 11.2 nota; 12.13 nota). Quando Deus submete seus filhos desobedientes às conseqüências temporais do pecado, Ele observa sua própria lei, mantém sua própria autoridade, purifica o seu povo e demonstra ser um Governante justo.

21.15 BASTA! AGORA, RETIRA A TUA MÃO. O Senhor é um Deus que pode se compadecer, mesmo daqueles que merecem ser castigados. Por causa do seu amor, misericórdia e compaixão, Deus pode abreviar ou até mesmo cancelar um castigo que Ele ia aplicar (cf. Jn 3).

21.24 HOLOCAUSTO SEM CUSTO. Ver 2 Sm 24.24 nota.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 22º

22.11 AGORA, POIS, MEU FILHO. Deus não permitiu a Davi construir o templo (vv. 7,8), mas ele (Davi) dedicou-se fielmente aos preparativos para a sua construção. Ele interessou-se não somente pelo templo, mas também por seu filho Salomão, que cuidaria do empreendimento. Acima de tudo, ele instruiu seu filho a ter cuidado em observar a Palavra de Deus e buscar ao Senhor de todo o coração e alma (vv. 11-13,19; ver Jo 17.1, nota sobre como os pais devem orar pelos filhos).
 

23.2 AJUNTOU TODOS OS PRÍNCIPES DE ISRAEL. Davi demonstrou suas melhores qualidades de liderança como rei, quando organizou a apropriada direção do culto divino. Entre outras coisas, ele definiu o trabalho dos levitas (vv. 4,5); ao fazer assim, ele consolidou a base da sua liderança e fortaleceu a estrutura religiosa e política da nação.
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 24º

24.1 DIVISÕES... FILHOS DE ARÃO. O capítulo 24 trata da organização do trabalho dos sacerdotes. O serviço deles consistia em oferecer sacrifícios, mediante os quais o povo pudesse aproximar-se de Deus e receber o perdão e obedecer à sua vontade. Esse trabalho sacerdotal cessou com a vinda de Cristo e com o estabelecimento do novo concerto no seu sangue (ver Hb 3.1; 4.14-16; 7.23-25; 8.1-13; ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO). Incoerentemente, nos tempos do AT, os sacerdotes tanto se afastaram da Palavra de Deus, que instigaram a crucificação de Cristo (Mt 27.1,6,20). Hoje, todos os crentes devem ser sacerdotes diante do Senhor (ver 1 Pe 2.5 nota)
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 25º

25.1 PARA PROFETIZAREM COM HARPAS. O significado costumeiro de "profetizar" é usar a voz para o serviço e glória de Deus, sob o impulso divino. Aqui, a palavra é usada no sentido de cantar e tocar para o louvor de Deus, evidentemente sob a influência direta do Espírito Santo. Segundo o novo concerto, profetizar é uma das principais manifestações do Espírito Santo entre os crentes em Cristo, cheios do Espírito (ver At 2.17 nota; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).

25.7 CANTO DO SENHOR. Cantar ao Senhor é, sobretudo, um meio de louvar a Deus e de glorificar seu nome (ver Ef 5.19 nota).
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 1º

28.8 GUARDAI E BUSCAI TODOS OS MANDAMENTOS DO SENHOR. A condição prévia, para que o reino de Salomão fosse estabelecido, era ele (Salomão) viver em obediência e fidelidade a Deus. Salomão, no início, seguiu os conselhos do seu pai, mas posteriormente afastou-se de Deus (ver 1 Rs 2.4; 11.1 notas).

28.9 CONHECE O DEUS DE TEU PAI. O encargo que Davi deu a Salomão foi que conhecesse a Deus, servisse a Ele e o buscasse "com um coração perfeito e com uma alma voluntária".

(1) Conhecer a Deus significa ter conhecimento prático da sua pessoa e dos seus caminhos e permanecer em profunda comunhão com Ele e com sua Palavra (ver Jo 17.3 nota; cf. 15.4 nota).

(2) Buscar a Deus significa desejar a sua graça, o poder do seu reino e a retidão de tal maneira, que oramos continuamente, pedindo sua presença ativa em nossa vida e buscando diligentemente fazer a sua vontade (ver Mt 5.6, nota sobre ter fome e sede da justiça).
 

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NOTAS DE 1° CRÔNICAS 29º

29.5 PARA OFERECER HOJE VOLUNTARIAMENTE AO SENHOR. O capítulo 29 exemplifica a atitude certa ao contribuirmos para a obra do reino de Deus. Devemos ter:

(1) prazer no reino de Deus e dedicação a ele (vv. 3,17);

(2) boa vontade para consagrar a Deus a nossa pessoa e os nossos bens (vv. 5,6);

(3) alegria que brota do fato de termos contribuído de todo o coração (v. 9);

(4) reconhecimento de que aquilo que ganhamos honestamente, nos veio da parte de Deus (v. 12);

(5) humildade e gratidão pelo privilégio de participarmos dos propósitos eternos de Deus (vv. 13-15);

(6) motivos para a contribuição que procedam de um coração sincero e de uma vida reta (v. 17);

(7) oração para que Deus continue a dirigir nosso coração à fidelidade inabalável a Ele e à sua causa na terra (v. 18; ver 2 Co 9).

29.20 LOUVAI AO SENHOR, VOSSO DEUS. "Louvar ao SENHOR" é adorá-lo, cultuá-lo e bendizê-lo (Sl 103.1,2). Quando o crente louva a Deus, relembra a sua bondade, retidão e glória, e então corresponde com louvor e adoração.
 

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