filipenses

NOTAS DE FELIPENSES

  CARTA   AOS  FILIPENSES

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Esboço de FILIPENSES


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Introdução (1.1-11)


A. Saudações (1.1,2)

B. Ação de Graças e Oração pelos Filipenses (1.3-11)

I. As Circunstâncias em que Paulo se Encontrava (1.12-26)

A. O Avanço do Evangelho por Causa da Prisão de Paulo (1.12-14)

B. A Proclamação de Cristo de Todas as Maneiras (1.15-18)

C. A Disposição de Paulo para Viver ou Morrer (1.19-26)

II. Assuntos de Interesse da Igreja (1.27—4.9)

A. Exortação de Paulo aos Filipenses (1.27—2.18)

1. À Perseverança (1.27-30)

2. À Unidade (2.1-2)

3. À Humildade e Prontidão em Servir (2.3-11)

4. À Obediência e à Conduta Irrepreensível (2.12-18)

B. Os Mensageiros de Paulo à Igreja (2.19-30)

1. Timóteo (2.19-24)

2. Epafrodito (2.25-30)

C. Advertência de Paulo a Respeito de Falsos Ensinos (3.1-21)

1. A Falsa Circuncisão Face à Verdadeira (3.1-16)

2. A Mentalidade Terrena Face à Espiritual (3.17-21)

D. Conselhos Finais de Paulo (4.1-9)

1. Firmeza e Harmonia (4.1-3)

2. Alegria e Eqüidade (4.4,5)

3. Liberdade da Ansiedade (4.6,7)

4. Controle da Mente e da Vontade (4.8-9)

Conclusão (4.10-23)


A. Reconhecimento e Gratidão por Ofertas Recebidas (4.10-20)

B. Saudações Finais e Bênção (4.21-23)

 

Autor:
Paulo
Tema:
Alegria de Viver por Cristo
Data:
Cerca de 62/63 d.C.

 

Considerações Preliminares

A cidade de Filipos, na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu, foi assim chamada em homenagem a Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana privilegiada, tendo uma
guarnição militar.
A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo, Lucas) na sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade
desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2 Co 11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de
Jerusalém (cf. 2 Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6).

Propósito

Da prisão (1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (4.14-19) e para informá-los do seu estado
pessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na sua prisão (1.12-30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e
que não estava voltando antes do devido tempo (2.25-30), e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

Visão Panorâmica

Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (1.1) à bênção final
(4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problemas menores em Filipos: (1) O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão
prolongada de Paulo (1.12-26); (2) pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da igreja (4.2; cf. 2.2-4); e (3) a ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de
mentalidade terrena (cap. 3). Em meio a esses três problemas em potencial, temos os ensinos mais ricos de Paulo sobre (1) alegria em meio a todas as circunstâncias da vida (e.g., 1.4,12; 2.17,18; 4.4,11-13), (2) a humildade e
serviço cristãos (2.1-16), e (3) o valor incomensurável de conhecer a Cristo (cap. 3).

Características Especiais

Cinco assuntos principais caracterizam esta epístola. (1) Ela é muito pessoal e afetuosa, refletindo assim o estreito relacionamento entre Paulo e os crentes filipenses. (2) É altamente cristocêntrica, revelando a estreita comunhão entre
Paulo e Cristo (e.g., 1.21; 3.7-14). (3) Contém uma das declarações cristológicas mais profundas da Bíblia (2.5-11). (4) É preeminentemente a “Epístola da Alegria” no NT. (5) Apresenta um modelo de vida cristã dinâmica e
resignada, inclusive o viver humilde e como servo (2.1-8); prosseguir com firmeza para o alvo (3.13,14); regozijar-se sempre no Senhor (4.4); libertar-se da ansiedade (4.6), contentar-se em todas as circunstâncias (4.11) e fazer
todas as coisas mediante a potente graça de Cristo (4.13).


 

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NOTAS DE  FILIPENSES 1º

1.4 ALEGRIA. A alegria é parte integrante da nossa salvação em Cristo. É paz e prazer interiores em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na bênção que flui de nosso relacionamento com Eles (cf. 2 Co 13.14). Os ensinos bíblicos a respeito da alegria incluem:

(1) A alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1 Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; 9.2; Is 35.10) e com a Palavra de Deus (Jr 15.16; cf. Sl 119.14).

(2) A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença e do contato com Deus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21; ver 16.14 nota). Jesus ensinou que a plenitude da alegria está intimamente ligada à nossa permanência na sua Palavra, à obediência aos seus mandamentos (Jo 15.7,10,11) e à separação do mundo (Jo 17.13-17).

(3) A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; At 16.23-25; 2 Co 12.9).

1.6 TENDO POR CERTO ISTO. A confiança de Paulo nos filipenses, baseia-se não somente na boa obra que Deus efetuou neles, como também no zelo e na abnegação deles em prol da fé (vv. 5,7; 4.15-18). A fidelidade de Deus é uma bênção perene para o crente fiel, mas ela é ineficaz para com aqueles que resistem à sua graça (ver 2.13, nota; 2 Tm 2.13 nota).

1.9 A VOSSA CARIDADE AUMENTE... EM CIÊNCIA. A caridade, se procede de Cristo, deve basear-se na revelação e no conhecimento bíblicos.

(1) No NT, "ciência" (gr. epignosis) significa conhecimento espiritual no coração e não simplesmente no intelecto. Trata-se da revelação de Deus, conhecida experimentalmente, incluindo a comunhão pessoal com Ele e não um simples conhecimento intelectual de fatos a respeito dEle (vv. 10,11; Ef 3.16-19; ver o estudo ENSINO BÍBLICO PARA O CRENTE).

(2) Logo, conhecer a Palavra de Deus (cf. Rm 7.1), ou conhecer a vontade de Deus (At 22.14; Rm 2.18), subentende um conhecimento que se expressa na comunhão, na obediência, na vida e no andar com Deus (Jo 17.3; 1 Jo 4.8). Conhecer a verdade teológica deve ter como objetivo o amor a Deus e o livramento do pecado (Rm 6.6; ver o estudo ENSINO BÍBLICO PARA O CRENTE). "Em todo o conhecimento" significa o crente discernir o que é bom e o que é mau

1.10 SINCEROS E SEM ESCÂNDALO ALGUM. "Sincero" significa "sem nenhuma mistura do mal"; "sem escândalo algum" significa "inculpável" diante de Deus e dos homens. Tal santidade deve ser o alvo supremo de todo crente, tendo em vista a iminente volta de Cristo. Somente com um amor abundante, derramado em nosso coração pelo Espírito Santo (Rm 5.5; cf. Tt 3.5,6) e com fidelidade total à Palavra de Deus, é que seremos "sinceros e sem escândalo algum até ao Dia de Cristo".

1.16 PARA DEFESA DO EVANGELHO. Deus deu a Paulo a tarefa importante de defender o conteúdo do evangelho, conforme o temos nas Escrituras. Semelhantemente, todos os crentes são conclamados a defender a verdade bíblica e a resistir àqueles que distorcem a fé (v. 27; ver Gl 1.9 nota; Jd 3 nota; ver o estudo DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA). As palavras de Paulo parecem estranhas aos pastores dos nossos dias, que não vêem a necessidade de "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3)

1.19 ESPÍRITO DE JESUS CRISTO. O Espírito Santo que habita no crente é chamado o "Espírito de Jesus Cristo" (Cf. At 16.7; Rm 8.9; Gl 4.6), porque é Cristo quem outorga o Espírito ao crente, na sua conversão (ver o estudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS) e é Ele quem subseqüentemente batiza o crente com o Espírito Santo (ver At 1.8 nota; ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO). Esse Espírito é o mesmo que ungiu a Jesus, a fim de trazer redenção ao mundo (ver Lc 4.18; ver o estudo JESUS E O ESPÍRITO SANTO)

1.21 MORRER É GANHO. O verdadeiro crente, vivendo no centro da vontade de Deus, não precisa ter medo da morte. Ele sabe que Deus tem um propósito para o seu viver, e que a morte, quando ela vier, é simplesmente o fim da sua missão terrestre e o início de uma vida mais gloriosa com Cristo (vv. 20-25; ver Rm 8.28 nota; ver o estudo A MORTE)

1.27 NUM MESMO ESPÍRITO. A verdadeira essência da unidade do Espírito consiste em viver de modo digno (cf. Ef 4.1-3), permanecendo firme num só espírito e propósito (cf. Ef 4.3), combatendo lado a lado como guerreiros pela propagação e defesa do evangelho, segundo a revelação apostólica (v. 17; cf. Ef 4.13-15) e defendendo juntamente a verdade do evangelho contra aqueles que são "inimigos da cruz de Cristo" (3.18 nota). Observemos que "espírito", aqui, tem o sentido de disposição mental, ânimo, zelo, propósito, dedicação, diligência e não o espírito humano em si.

 

 

 

 

 

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NOTAS DE FILIPENSES 2º

2.3 POR HUMILDADE. Devido ao egocentrismo inato do homem caído, o mundo não tem em alta estima a humildade e a modéstia. A Bíblia, no entanto, com seu conceito teocêntrica do homem e da salvação, atribui máxima importância à humildade.

(1) A humildade bíblica subentende a consciência das nossas fraquezas e a decisão de atribuir de imediato todo crédito Deus e ao próximo, por aquilo que realizamos (Jo 3.27; 5.19; 14.10; Tg 4.6).

(2) Devemos ser humildes porque somos simples criaturas (Gn 18.27); somos pecaminosos à parte de Cristo (Lc 18.9-14) e não podemos jactar-nos de nada (Rm 7.18; Gl 6.3), a não ser no Senhor (2 Co 10.17). Logo, dependemos de Deus para nosso valor e para nossa frutificação, e não podemos realizar nada de valor permanente sem a ajuda de Deus e do próximo (Sl 8.4,5; Jo 15.1-16).

(3) A presença de Deus acompanha aqueles que andam em humildade (Is 57.15; Mq 6.8). Maior graça é dada aos humildes, mas Deus resiste aos soberbos (Tg 4.6; 1 Pe 5.5). Os mais zelosos filhos de Deus servem "ao Senhor com toda a humildade" (At 20.19).

(4) Como crentes, devemos viver em humildade uns para com os outros, considerando-os superiores a nós mesmos (cf. Rm 12.3).

(5) O oposto da humildade é a soberba, um senso exagerado da importância e da auto-estima da pessoa que confia no seu próprio mérito, superioridade e realizações. A tendência inevitável da natureza humana e do mundo é sempre à soberba, e não à humildade (1 Jo 2.16; cf. Is 14.13,14; Ez 28.17; 1 Tm 6.17).

2.5 HAJA EM VÓS O MESMO SENTIMENTO. Paulo enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv. 5-8). A humildade integral de Cristo deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem.

2.6 SENDO EM FORMA DE DEUS. Jesus sempre foi Deus pela sua própria natureza e igual ao Pai antes, durante e depois da sua permanência na terra (ver Jo 1.1; 8.58; 17.24; Cl 1.15,17; ver Mc 1.11 nota; Jo 20.28 nota). Cristo, no entanto, não se apegou aos seus direitos divinos, mas abriu mão dos seus privilégios e glória no céu, a fim de que nós, na terra, fôssemos salvos.

2.7 ANIQUILOU-SE A SI MESMO. O texto grego do qual foi traduzida esta frase, diz literalmente, que ele "se esvaziou", i.e., deixou de lado sua glória celestial (Jo 17.4), posição (Jo 5.30; Hb 5.8), riquezas (2 Co 8.9), direitos (Lc 22.27; Mt 20.28) e o uso de prerrogativas divinas (Jo 5.19; 8.28; 14.10). Esse "esvaziar-se" importava não somente em restrição voluntária dos seus atributos e privilégios divinos, mas também na aceitação do sofrimento, da incompreensão, dos maus tratos, do ódio e, finalmente, da morte de maldição na cruz (vv. 7,8).

2.7 A FORMA DE SERVO... SEMELHANTE AOS HOMENS. Para trechos na Bíblia que tratam de Cristo assumindo a forma de servo, ver Mc 13.32; Lc 2.40-52; Rm 8.3; 2 Co 8.9; Hb 2.7,14. Embora permanecesse em tudo divino, Cristo tomou sobre si uma natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado (vv. 7,8; Hb 4.15).

2.12 OPERAI A VOSSA SALVAÇÃO. Como crentes salvos pela graça, devemos concretizar a nossa salvação até o fim. Se deixarmos de fazê-lo, nós a perderemos.

(1) Não desenvolvemos a nossa salvação por meros esforços humanos, mas por meio da graça de Deus e do poder do Espírito Santo que nos foram outorgados (ver o estudo FÉ E GRAÇA).

(2) A fim de desenvolvermos a nossa salvação, devemos resistir ao pecado e atender os desejos do Espírito Santo em nosso íntimo. Isso envolve um esforço contínuo e ininterrupto, de usar todos os meios determinados por Deus para derrotarmos o mal e manifestarmos a vida de Cristo. Sendo assim, concretizar a nossa salvação é concentrar-nos na importância da santificação (ver Gl 5.17 nota; ver o estudo AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO).

(3) Operamos a nossa salvação, chegando cada vez mais perto de Cristo (ver Hb 7.25 nota) e recebendo seu poder para querer e efetuar a boa vontade de Deus (ver v. 13 nota). Deste modo, somos "cooperadores de Deus" (1 Co 3.9) para a nossa completa salvação no céu.

(4) Desenvolver a nossa salvação é tão vital que deve ser feito "com temor e tremor" (ver a próxima nota)

2.12 TEMOR E TREMOR. Na salvação efetuada por Cristo, Paulo vê lugar para "temor e tremor" da nossa parte. Todo filho de Deus deve possuir um santo temor que o faça tremer diante da Palavra de Deus (Is 66.2) e o leve a desviar-se de todo mal (Pv 3.7; 8.13). O temor (gr. phobos) do Senhor não é de conformidade com a definição freqüentemente usada, a mera "confiança reverente", mas inclui o santo temor do poder de Deus, da sua santidade e da sua justa retribuição, e um pavor de pecar contra Ele e das conseqüências desse pecado (cf. Ex 3.6; Sl 119.120; Lc 12.4,5). Não é um temor destrutivo, mas um temor que controla e que redime e que aproxima o crente de Deus, de suas bênçãos, da pureza moral, da vida e da salvação (cf. Sl 5.7; 85.9; Pv 14.27; 16.6; ver o estudo O TEMOR DO SENHOR)

2.13 DEUS É O QUE OPERA EM VÓS. A graça de Deus opera nos seus filhos, para produzir neles tanto o desejo quanto o poder para cumprir a sua vontade (ver o estudo FÉ E GRAÇA). Mesmo assim, a obra de Deus dentro de nós não é de compulsão, nem de graça irresistível. A obra da graça dentro de nós (1.6; 1 Ts 5.24; 2 Tm 4.18; Tt 3.5-7) sempre depende da nossa fidelidade e cooperação (vv. 12,14-16)

2.15 GERAÇÃO CORROMPIDA E PERVERSA. Jesus e os apóstolos enfatizaram que o mundo em que vivemos é uma "geração incrédula e perversa" (Mt 17.17; cf. 12.39; At 2.40). O povo deste mundo tem mentalidade errada, valores distorcidos, critérios imorais de vida e rejeitam as normas e padrões da Palavra de Deus. Os filhos de Deus devem separar-se do mundo e ser inculpáveis, puros de coração e irrepreensíveis, a fim de proclamarem ao mundo perdido a gloriosa redenção em Cristo (Cf. 1 Jo 2.15).

2.17 E, AINDA QUE SEJA OFERECIDO... SOBRE O SACRIFÍCIO. O amor e a solicitude de Paulo pelos filipenses era tão grande, que ele estava disposto a dar a sua vida por eles, como se fosse uma oferenda a Deus.

(1) Paulo não lastimaria; antes se regozijaria como a vítima do sacrifício, se assim os filipenses passassem a ter mais fé em Cristo e mais amor a Ele (cf. 2 Tm 4.6).

(2) Já que Paulo tinha tamanho amor sacrificial pelos seus filhos espirituais na fé, que sacrifícios e sofrimentos devemos estar dispostos a enfrentar em prol da fé dos nossos próprios filhos? Para que nossos filhos tenham uma vida inteiramente dedicada ao Senhor, se necessário for, devemos dar até a nossa vida como oferta ao Senhor (ver o estudo PAIS E FILHOS que cita quinze passos que os pais devem observar para levar seus filhos a uma vida de piedade em Cristo)

2.19 TIMÓTEO. Timóteo era um bom exemplo do que um ministro e missionário de Deus deve ser. Era um estudante zeloso e obediente à Palavra de Deus (2 Tm 3.15); um servo perseverante e digno de Cristo (1 Ts 3.2); um homem de boa reputação (At 16.2), amado e fiel (1 Co 4.17), com solicitude genuína pelo próximo (v. 20), fidedigno (2 Tm 4.9,21) e dedicado a Paulo e ao evangelho (v. 22; Rm 16.21).

2.21 PORQUE TODOS BUSCAM O QUE É SEU. Há pastores que pregam, ensinam, pastoreiam ou escrevem, não com solicitude genuína pela propagação do evangelho, mas visando aos seus próprios interesses, honra, glória e prestígio. Ao invés de procurarem agradar ao Senhor Jesus, procuram agradar aos homens e conquistar o favor deles (1.15; 2.20,21; 2 Tm 4.10,16). Tais pastores não são verdadeiros servos do Senhor.
 

 

 

 

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NOTAS DE FILIPENSES 3º

3.2 CÃES... MAUS OBREIROS... CIRCUNCISÃO. A maior provação de Paulo era a tristeza que sentia e experimentava por causa dos que distorciam o evangelho de Cristo. Seu amor a Cristo, à igreja e à verdade redentora, era tão forte que o levou a opor-se energicamente àqueles que pervertiam a doutrina pura, e a descrevê-los como "cães" e "maus obreiros" (ver 1.17 nota; Gl 1.9 nota; cf. Mt 23).

O termo grego "circuncisão", como é empregado por Paulo aqui, significa "mutiladores do corpo" e refere-se ao rito da circuncisão segundo o ensino dos falsos mestres judaizantes, afirmando que o sinal da circuncisão conforme o AT era necessário à salvação. Paulo declara que a verdadeira circuncisão é uma obra do Espírito no coração da pessoa, pela qual o pecado e o mal são cortados (v. 3; Rm 2.25-29; Cl 2.11).

3.8-11 PARA QUE POSSA GANHAR A CRISTO. Estes versículos revelam o coração do apóstolo e a essência do cristianismo. O maior anseio na vida de Paulo era conhecer a Cristo e experimentar de modo mais íntimo sua comunhão e presença. Nessa busca vemos os seguintes aspectos:

(1) Conhecer a Cristo pessoalmente, bem como a seus caminhos, sua natureza e caráter, segundo a revelação da Palavra de Deus. O verdadeiro conhecimento de Cristo envolve ouvirmos a sua palavra, seguirmos o seu Espírito, atendermos a seus impulsos com fé, verdade e obediência, e identificar-nos com seus interesses e propósitos.

(2) Ser achado em Cristo (v. 9), i.e., ser unido e ter comunhão com Ele produz a justiça que somente é experimentada como dom de Deus (1.10,11; 1 Co 1.30 nota; ver o estudo TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO).

(3) Conhecer o poder da sua ressurreição (v. 10), i.e., experimentar a renovação da vida espiritual, o livramento do poder do pecado (Rm 5.10; 6.4; Ef 2.5,6) e o poder do Espírito Santo para levar a efeito um testemunho eficaz, a cura, os milagres e, finalmente, a nossa própria ressurreição dentre os mortos (v. 11; Ef 1.18-20).

(4) Compartilhar das aflições de Cristo mediante a abnegação, a crucificação da carne e o sofrimento por amor a Cristo e à sua causa (cf. 1.29; At 9.16; Rm 6.5,6; 1 Co 15.31; 2 Co 4.10; Gl 2.20; Cl 1.24; 4.13)


3.9 A JUSTIÇA QUE VEM DE DEUS. A justiça do crente consiste, em primeiro lugar, em ser perdoado do pecado, justificado e aceito por Deus, mediante a fé (ver Rm 4.5 nota).

(1) Nossa justiça, no entanto, é mais do que isso. A Palavra de Deus declara que nossa justiça é Cristo, o próprio Senhor Jesus, habitando em nosso coração (cf. 1.20,21; Rm 8.10; 1 Co 1.30; Gl 2.20; Ef 3.17; Cl 3.4); no AT o Messias é referido como o "Renovo justo" e "O SENHOR Justiça nossa" (ver Jr 23.5,6 nota). Noutras palavras, a justiça que possuímos não é de nós mesmos, mas de Jesus, em quem colocamos a nossa fé (1 Co 1.30 nota; Gl 2.20 nota). Mediante a presença dEle em nós, tornamo-nos nEle "justiça de Deus" (ver 2 Co 5.21 nota).

(2) O fundamento da nossa salvação e nossa única esperança de justificação é a morte sacrificial de Cristo e seu sangue derramado no Calvário (Rm 3.24; 4.25; 5.9; 8.3,4; 1 Co 15.3; Gl 1.4; 2.20; Ef 1.7; Hb 9.14; 1 Pe 1.18,19; 1 Jo 4.10) e sua vida ressurreta dentro do nosso coração (ver Rm 4.22 nota; Rm 4.25; 5.9,10; 8.10,11; Gl 2.20; Cl 3.1-3; ver Rm 4.22 nota).

3.13 UMA COISA FAÇO. Paulo se acha qual um atleta numa corrida (cf. Hb 12.1 nota), esforçando-se e correndo o máximo, totalmente concentrado no que faz, a fim de não ficar aquém do alvo que Cristo estabeleceu para a sua vida. Esse alvo era a perfeita união entre Paulo e Cristo (vv. 8-10), sua salvação final e sua ressurreição dentre os mortos (v. 11).

(1) Era essa a motivação da vida de Paulo. Recebera um vislumbre da glória do céu (2 Co 12.4) e resolvera que sua vida inteira, pela graça de Deus, estaria voltada para a resolução de avançar com toda determinação e finalmente chegar ao céu e ver Cristo face a face (cf. 2 Tm 4.8; Ap 2.10; 22.4).

(2) Semelhante determinação é necessária a todos nós. No decurso da nossa vida, há todos os tipos de distrações e tentações, tais como os cuidados deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçam sufocar nossa dedicação ao Senhor (cf. Mc 4.19; Lc 8.14). Necessário é esquecer-se das "coisas que atrás ficam", i.e., o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado (cf. Gn 19.17,26; Lc 17.32), e avançar para as coisas que estão adiante, a salvação completa e final em Cristo.


3.18 INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO. Esses inimigos eram, segundo a melhor interpretação, crentes professos que estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e falsos ensinos. Uma das razões da grandeza de Paulo era que ele possuía convicções firmes, cujo coração ficava muito intranqüilo quando o evangelho era distorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam perigo de deixar a fé (ver 3.2 nota; Gl 1.9 nota; ver o estudo os OS PASTORES E SEUS DEVERES)

3.20 NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS. O termo "cidade" aqui (gr. politeuma) significa "cidadania" ou "pátria". Paulo ressalta que os cristãos já não são cidadãos deste mundo: tornaram-se estranhos e peregrinos na terra (Rm 8.22-24; Gl 4.26; Hb 11.13; 12.22,23; 13.14; 1 Pe 1.17; 2.11; ver o estudo A CHAMADA DE ABRAÃO).

(1) No que diz respeito ao nosso comportamento, valores e orientação na vida, o céu é agora a nossa cidade. Nascemos de novo (Jo 3.3); nossos nomes estão registrados nos livros do céu (4.3); nossa vida está orientada por padrões celestiais, e nossos direitos e herança estão reservados no céu.

(2) É para o céu que nossas orações sobem (2 Cr 6.21; 30.27) e para onde nossa esperança está voltada. Muitos dos nossos amigos e familiares já estão lá, e nós também estaremos ali dentro em breve. Jesus também está ali, preparando-nos um lugar. Ele prometeu voltar e nos levar para junto dEle (ver Jo 14.2,3 notas; cf. Jo 3.3; 14.1-4; Rm 8.17; Ef 2.6; Cl 3.1-3; Hb 6.19,20; 12.22-24; 1 Pe 1.4,5; Ap 7.9-17). Por essas razões, desejamos profundamente uma cidade melhor, ou seja: a cidade celestial. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado nosso Deus, e Ele já nos preparou uma cidade eterna (Hb 11.16)

 

 

 

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NOTAS DE FILIPENSES 4º

4.4 REGOZIJAI-VOS... NO SENHOR. O crente deve regozijar-se e fortalecer-se, meditando na graça do Senhor, sua presença e promessas (ver 1.4 nota).

4.5 PERTO ESTÁ O SENHOR. Devemos crer que o Senhor poderá voltar a qualquer momento. A perspectiva do NT é de que a volta de Jesus é iminente (ver Lc 12.35-40 nota); logo, devemos estar prontos, trabalhando e vigiando em todo tempo (Mt 24.36; 25.1-13; Rm 13.12-14).

4.6 NÃO ESTEJAIS INQUIETOS POR COISA ALGUMA. O melhor remédio para a preocupação é a oração, e isto pelas seguintes razões: (1) Mediante a oração, renovamos nossa confiança na fidelidade do Senhor, ao lançarmos nossas ansiedades e problemas sobre aquEle que tem cuidado de nós (Mt 6.25-34; 1 Pe 5.7). (2) A paz de Deus vem guardar nossos corações e mentes, como resultado da nossa comunhão com Cristo Jesus (vv. 6,7; Is 26.3; Cl 3.15).

(3) Deus nos fortalece, para fazermos todas as coisas que Ele quer que façamos (v. 13; 3.20 nota; Ef 3.16).

(4) Recebemos misericórdia, graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16).

(5) Temos certeza de que todas as coisas que Deus permite que nos aconteçam concorrerão para o nosso bem (ver v. 11 nota; Rm 8.28 nota).

4.7 A PAZ DE DEUS GUARDARÁ OS VOSSOS CORAÇÕES. Quando invocamos a Deus, com um coração posto em Cristo e na sua Palavra (Jo 15.7), a paz de Deus transborda em nossa alma aflita.

(1) Essa paz consiste em uma tranqüilidade interior, que o Espírito Santo nos transmite (Rm 8.15,16). Envolve uma firme convicção de que Jesus está perto, e que o amor de Deus estará ativo em nossa vida continuamente. (Rm 8.28,32; cf. Is 26.3).

(2) Quando colocamos diante de Deus, em oração, as nossas inquietações, essa paz ficará como guarda à porta de nosso coração e de nossa mente, para impedir que os cuidados e angústias perturbem-nos a vida e a esperança em Cristo (v. 6; Is 26.3,4,12; 37.1-7; Rm 8.35-39; 1 Pe 5.7).

(3) Se o medo e a ansiedade retornarem, novamente a oração, a súplica e a ação de graças nos trarão a paz de Deus que guarda os nossos corações. Voltaremos a sentir segurança, e nos regozijaremos no Senhor (v. 4; ver o estudo A PAZ DE DEUS)

4.8 TUDO O QUE É PURO. O crente deve fixar sua mente nas coisas verdadeiras, puras, justas, santas, etc. Que essa é uma condição prévia para experimentarmos a paz de Deus e o livramento da ansiedade, fica claro no versículo 9. Se assim fizermos, "o Deus de paz será convosco". O resultado de fixar nossas mentes nas coisas do mundo será a perda da alegria, da presença íntima e da paz de Deus e, nossos corações sem proteção.

4.11 APRENDI A CONTENTAR-ME. O segredo do contentamento, da satisfação, é reconhecermos que Deus nos concede, em cada circunstância, tudo quanto necessitamos para uma vida vitoriosa em Cristo (1 Co 15.57; 2 Co 2.14; 1 Jo 5.4). Nossa capacidade de viver vitoriosamente acima das situações instáveis da vida provém do poder de Cristo que flui em nós e através de nós (v. 13; ver 1 Tm 6.8 nota). Isso não ocorre de modo natural; precisamos aprender na dependência de Cristo.

4.13 POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE... O poder e a graça de Cristo permanecem no crente para capacitá-lo a fazer tudo quanto Ele o mandou fazer (ver o estudo FÉ E GRAÇA)

4.16 MANDASTES O NECESSÁRIO. A igreja filipense era uma igreja missionária, que supria as necessidades de Paulo durante suas viagens (1.4,5; 4.15-17). Sustentar os missionários no seu trabalho em prol do evangelho, é obra dignificante e aceita por Deus, "como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível" a Ele (v. 18). Por isso, aquilo que damos para o sustento do missionário fiel, é considerado oferta apresentada a Deus. Tudo que é feito a um
dos irmãos, por pequeno que seja, é feito como ao próprio Senhor (Mt 25.40).

4.19 SUPRIRÁ TODAS AS VOSSAS NECESSIDADES. Paulo enfatiza o cuidado amoroso de Deus Pai pelos seus filhos. Ele suprirá todas as nossas necessidades (materiais e espirituais), à medida que as apresentarmos diante dEle. O suprimento das nossas necessidades vem "por Cristo Jesus". Somente em união com Cristo e na comunhão com Ele é que podemos experimentar o provimento da parte de Deus. Entre as muitas promessas das Escrituras que confere esperança e encorajamento ao povo de Deus, no tocante ao seu cuidado, provisão e socorro, temos: Gn 28.15; 50.20; Ex 33.14; Dt 2.7; 32.7-14; 33.27; Js 1.9; 1 Sm 7.12; 1 Rs 17.6,16; 2 Cr 20.17; Sl 18.35; 23; 121; Is 25.4; 32.2; 40.11; 41.10; 43.1,2; 46.3,4; Jl 2.21-27; Ml 3.10; Mt 6.25-34; 14.20; 23.37; Lc 6.38; 12.7; 22.35; Jo 10.27,28; 17.11; Rm 8.28,31-39; 2 Tm 1.12; 4.18; 1 Pe 5.7; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA

 

 

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