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Notas de 2 Samuel

  LIVRO  DE  2º SAMUEL

 

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Esboço


I. O Grande Sucesso de Davi Como Rei (1.1—10.19)

A. O Sucesso Político de Davi (1.1—5.25)

1. Davi Pranteia a Morte de Saul e Jônatas (1.1-27)

2. Davi, Rei de Judá (2.1—4.12)

3. Davi, Rei de Todo o Israel (5.1-5)

4. Davi Conquista Jerusalém e a Torna Sede do Seu Governo (5.6-10)

5. Davi Alarga o Reino (5.11-25)

B. O Sucesso Espiritual de Davi (6.1—7.29)

1. Davi Faz de Jerusalém Seu Centro Religioso (6.1-23)

2. Davi Deseja Edificar uma Casa para Deus (7.1-3)

3. O Concerto de Deus com Davi (7.4-17)

4. Davi Ora a Deus com Gratidão (7.18-29)

C. O Sucesso Militar de Davi (8.1—10.19)

1. As Vitórias de Davi sobre a Filístia, Moabe, Zobá, Síria e Edom (8.1-12)

2. O Governo Justo de Davi em Jerusalém (8.13—9.13)

3. A Vitória de Davi sobre Amom (10.1-19)

II. O Vergonhoso Pecado de Davi Como Rei (11.1—12.14)

A. O Adultério de Davi com Bate-Seba (11.1-5)

B. O Homicídio Disfarçado de Urias por Davi (11.6-27)

C. O Profeta Natã Declara o Pecado e o Castigo de Davi (12.1-14)

III. As Conseqüências Contínuas do Pecado de Davi (12.15—20.26)

A. Julgamento sobre a Casa de Davi: Imoralidade e Morte (12.15—15.6)

1. Morte do Filho do Adultério (12.15-25)

2. A Lealdade de Joabe (12.26-31)

3. Amnom Violenta Sua Meio-Irmã Tamar (13.1-20)

4. Absalão Mata Amnom por Vingança (13.21-36)

5. Fuga, Regresso e Falsidade de Absalão (13.37—15.6)

B. Julgamento contra o Reino de Davi: Revolta e Homicídio (15.7—20.26)

1. A Revolta de Absalão (15.7-12)

2. Davi Foge de Jerusalém, Desprestigiado (15.13—16.14)

3. Absalão Governa em Jerusalém (16.15—17.29)

4. Derrota e Morte de Absalão (18.1-32)

5. A Lamentação de Davi e a Censura de Joabe (18.33—19.8)

6. A Reintegração de Davi Como Rei (19.9-43)

7. Insurreição e Morte de Seba (20.1-26)

IV. Os Últimos Anos do Reinado de Davi (21.1—24.25)

A. A Fome de Três Anos (21.1-14)

B. Guerra com os Filisteus (21.15-22)

C. Salmo de Louvor de Davi (22.1-51)

D. Últimas Palavras de Davi (23.1-7)

E. Os Valentes de Davi (23.8-39)

F. A Contagem do Povo e a Praga da Parte de Deus (24.1-17)

G. A Intercessão de Davi e a Misericórdia de Deus (24.18-25)

 

Autor:
Anônimo
Tema:
O Reinado de Davi
Data:
Fins do Século X a.C.

 

Considerações Preliminares

Visto que 1 e 2 Samuel eram originalmente um só livro no AT hebraico, conhece-se melhor o contexto de 2 Samuel pelo estudo da parte inicial de 1 Samuel (ver a introdução de 1 Samuel). Nota-se que os eventos de 1 Samuel (que
se estendem do nascimento de Samuel à morte de Saul) abrangem quase um século de tempo (c. 1105 — 1010 a.C.), 2 Samuel registra somente o reinado de Davi, um período de quarenta anos (c. 1010 — 970 a.C.).

Propósito

2 Samuel continua a história profética do aspecto teocrático da monarquia de Israel. Ilustra a fundo, com exemplos do reinado de Davi e da sua vida pessoal, as condições do concerto de Israel, conforme Moisés as definiu em
Deuteronômio: a obediência ao concerto resulta em bênçãos divinas; o desprezo pela lei de Deus resulta em maldições e castigos (Dt 27—30).

Visão Panorâmica

A história da vida de Davi vai de 1 Sm 16.1 a 1 Rs 2.11. O segundo livro de Samuel começa com a morte de Saul e a unção de Davi em Hebrom, como rei de Judá por sete anos e meio (1 — 4). O restante do livro ocupa-se dos
trinta e três anos seguintes de Davi como rei de todo o Israel em Jerusalém (5 — 24). O ponto crítico do livro e da vida de Davi é seu adultério com Bate-Seba e a morte de Urias (cap. 11). Antes desse capítulo sombrio, Davi
representava muitos dos ideais de um rei teocrático. Com o favor, sabedoria e unção divinos, Davi (1) capturou Jerusalém dos jebuseus e fez dela sua capital (cap. 5); (2) trouxe a arca do concerto de volta a Jerusalém, em meio a
grande regozijo e esplendor (cap. 6) e (3) subjugou os inimigos de Israel, começando com os filisteus (8 — 10). “E Davi se ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele” (5.10).
Sua firme liderança atraía “valentes” e inspirava total lealdade. Davi entendia que Deus o estabelecera rei sobre Israel e reconhecia abertamente o domínio de Deus sobre ele mesmo e sobre a nação. Deus prometeu profeticamente
que um descendente de Davi se assentaria sobre o seu trono, e que cumpriria perfeitamente o papel de rei teocrático (7.12-17; cf Is 9.6,7; 11.1-5; Jr 23.5,6; 33.14-16).
Entretanto, depois dos trágicos pecados de adultério e de homicídio, cometidos por Davi, o fracasso moral e a rebelião acossaram a sua família (12 — 17) e a nação inteira (18 — 20). A grande bênção nacional transformou-se em
grande juízo nacional. Davi se arrependeu com sinceridade e experimentou a misericórdia do perdão divino (12.13; cf. Sl 51), mas as conseqüências da sua transgressão continuaram até o fim da sua vida e até mesmo depois (cf.
12.7-12). Mesmo assim, Deus não rejeitou Davi como rei, como rejeitou Saul (1 Sm 15.23). Realmente, o amor que Davi tinha a Deus (ver os seus salmos) e sua aversão à idolatria fizeram dele o exemplo pelo qual todos os reis
subseqüentes de Israel foram medidos (cf. 2 Rs 18.3; 22.2). 2 Samuel termina, quando Davi compra a eira de Araúna, que veio a ser o local do futuro templo (24.18-25).

Características Especiais

Cinco fatos principais assinalam 2 Samuel. (1) Descreve os eventos principais do reinado de Davi, de quarenta anos, inclusive sua tomada de Jerusalém da mão dos jebuseus, convertendo-a no centro político e religioso de Israel. O
período da sua vida situa-se exatamente entre Abraão e Jesus Cristo. (2) O ponto crítico do livro (cap. 11) relata os pecados trágicos de Davi, envolvendo Bate-Seba e seu marido Urias. Apesar de esses pecados de Davi terem sido
cometidos em oculto, foram declarados abertamente por Deus, nas diferentes faces da vida de Davi — pessoal, familiar e nacional. (3) Embora as Escrituras declarem com destaque que Davi era um homem segundo o coração de
Deus, o favor divino deu lugar ao castigo e as bênçãos de Deus à maldição depois de ele pecar, conforme Moisés advertira a Israel (Dt 28). (4) Os capítulos 12 — 21 descrevem o efeito em cadeia, da transgressão de Davi sobre
sua família e sua nação. Isso revela que o bem-estar de um povo está fortemente vinculado à condição espiritual e moral do seu líder. (5) Ressalta a lição moral perpétua de que o sucesso e a prosperidade amiúde levam ao
enfraquecimento moral que, por sua vez, leva ao fracasso moral.

O Livro de 2 Samuel e o NT

O reinado de Davi nos capítulos 1—10 é uma prefiguração do reino messiânico de Cristo. O estabelecimento de Jerusalém como a cidade santa, o recebimento do gracioso concerto davídico da parte de Deus e a promessa profética
de um reino eterno, apontavam para o perfeito “Filho de Davi”, Jesus Cristo, e seu reino presente e futuro conforme revela o NT (Is 9.7; Mt 21.9; 22.45; Lc 1.32,33). Para compreender melhor a aplicação no NT com relação a
Davi, ver a introdução a 1 Samuel.

 

*

NOTAS DE 2° SAMUEL 1º

1.10 E O MATEI. O amalequita mentiu a respeito da maneira como Saul morreu (ver o relato verdadeiro em 1 Sm 31.3-6). Estava querendo receber honra e benefício da parte de Davi, mas, pelo contrário, sua história forjada resultou na sua morte (v. 15).


1.26 O TEU AMOR. Davi falou da grande amizade entre ele e Jônatas em termos de mútua admiração, dedicação e união de propósitos. Jônatas acatara sem inveja, nem amargura, a escolha do Senhor por Davi, como o próximo rei (1 Sm 20.13-16).

*

NOTAS DE 2° SAMUEL 2º

2.4 UNGIRAM ALI A DAVI REI SOBRE... JUDÁ. Os capítulos 2-4 descrevem como Davi foi estabelecido rei sobre Judá, e sua guerra civil com Isbosete, filho de Saul, constituído rei das demais tribos de Israel (vv. 8-11). Sete anos e meio mais tarde, Davi tornou-se rei da nação inteira (5.1-5). É possível que no Sl 18, Davi esteja celebrando seu completo livramento dos inimigos, nessa ocasião (cf. 1 Sm 30.1-31, onde se descreve outra vitória, logo antes da morte de Saul e da ascensão de Davi ao trono). Davi não se precipitou para assumir o controle da nação inteira. Buscava o Senhor (v. 1) e aceitou ser rei de uma única tribo, até que o Senhor lhe abrisse a porta para reinar sobre todo Israel.

*

NOTAS DE 2° SAMUEL 4º

4.12 DEU DAVI ORDEM... QUE OS MATASSEM. A ascensão de Davi ao trono foi cruenta e envolveu guerra civil entre as tribos e muitas manobras políticas tudo isso demonstra o fato de que a vontade perfeita de Deus para Israel não era um rei humano (1 Sm 8.5-7,19-22).
 

*

NOTAS DE 2° SAMUEL 5º

5.6 JERUSALÉM. Davi capturou Jerusalém e fez dela a capital de Israel. Espiritualmente, ela veio a tornar-se a cidade mais importante da terra, o centro da obra redentora efetuada por Deus em favor da raça humana. Foi em Jerusalém que Cristo foi crucificado e ressuscitou dentre os mortos, e que o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos de Jesus, ali reunidos. A Bíblia chama-a de "cidade de Deus" (Sl 46.4; 48.1; 87.3; Hb 12.22; Ap 3.12; ver o estudo A CIDADE DE JERUSALÉM)


5.13 E TOMOU DAVI MAIS CONCUBINAS E MULHERES. Este versículo revela o defeito mais grave do caráter de Davi sua forte propensão por mulher (3.1-5; 5.13).

(1) Por Davi omitir-se a resistir e controlar seus apetites sensuais, isso o levou a violar o mandamento de Deus, em Dt 17.15-17 (que veda aos reis de Israel o multiplicar esposas para si mesmos), a agir cruelmente contra Mical e o seu marido (3.14-16), a adulterar com Bate-Seba (11.1-5) e a mandar matar Urias, marido desta (11.6-27).

 (2) A paixão carnal de Davi pelas mulheres deu origem a muito pecado, tristeza e sofrimento na sua família (12.9-14; 13-18). Depois do pecado de Davi com Bate-Seba, Deus enviou castigos e calamidades sobre ele pelo resto da sua vida (12.10).


5.19 DAVI CONSULTOU O SENHOR. Um dos pontos fortes de Davi era sua convicção de que a ajuda e a direção de Deus eram absolutamente essenciais para o sucesso na batalha. Por isso, sua prática regular era consultar ao Senhor. Para cumprirmos o propósito de Deus para nossa vida também devemos buscar a direção de Deus, por meio da oração e do Espírito Santo que em nós habita (Rm 8.1-17).
 

*

NOTAS DE 2° SAMUEL 6º

6.7 A IRA DO SENHOR. Deus feriu Uzá porque Davi e o sumo sacerdote não tinham determinado que somente os levitas transportassem e cuidassem da arca, segundo o mandamento de Deus (Nm 1.47-52). (1) Deus ordenara que ninguém deveria sequer tocar a arca, o símbolo da sua presença e majestade (Nm 4.15; 1 Cr 15.13-15). A ação de Uzá resultou da sua ignorância do mandamento de Deus, ou da sua falta de temor ao Senhor (cf. 1 Cr 15.2). (2) Uzá é um exemplo do perigo inerente de alguém ter zelo por Deus, sem conhecimento da sua Palavra e dos seus caminhos. O plano de Davi, de trazer a arca de volta a Jerusalém, e a disposição de Uzá, de segurar a arca quando esta ameaçava cair do carro de boi, demonstram certo zelo pelo reino de Deus, mas, ao mesmo tempo, conduzem a uma atitude de descaso para com os padrões da santa Palavra de Deus. A ignorância não serve de desculpa. A Palavra inspirada de Deus expressa sua vontade em geral no tocante à vida e deve ser observada por quem tem a Deus como Senhor (cf. Lv 10.1-3; Js 7; At 5.1-11).


6.12 TROUXE A ARCA... À CIDADE DE DAVI. Davi trouxe a arca a Jerusalém (cf. 5.6,7) e transformou essa cidade em centro religioso e capital de Israel. Agora, ele cumpriu as ordens do Senhor e mandou os levitas transportarem a arca (1 Cr 15.12). Duas das maiores realizações de Davi como rei concentram-se na "Cidade de Davi": (1) ele fez de Israel uma nação forte e unida, tendo como capital a bem-fortificada cidade de Jerusalém; e

(2) estabeleceu naquele local a adoração ao Senhor como a maior prioridade de Israel (cf. 7.1-29; 1 Cr 15.1-17.27).


6.20 DESCOBRINDO-SE. Mical entendeu que Davi comportara-se de modo inconveniente para um rei de Israel (v. 16). "Descobrir-se" significa que Davi estava sem as vestes reais e vestia uma simples túnica, como a dos escravos.
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 7º

7.12 ESTABELECEREI O SEU REINO. Deus, usando a voz do profeta Natã, estabeleceu seu concerto com Davi (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM DAVI)

7.16 A TUA CASA E O TEU REINO SERÃO FIRMADOS PARA SEMPRE. O concerto que Deus fez com Davi cumpriu-se, em sentido pleno, com Jesus Cristo (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM DAVI)

7.18 QUEM SOU EU... QUE ME TROUXESTE ATÉ AQUI? Não foi por mérito, justiça, ou boas obras de Davi, que o Senhor lhe estendeu as promessas do concerto. Pelo contrário, foi fruto da misericórdia e graça de Deus por amor à sua palavra (v. 21), à glória do seu nome (v. 26), futuro do seu povo Israel (5.12) e, finalmente, à salvação de todas as nações (Is 11.1,10). Davi aceitou com humildade e fé as promessas de Deus.
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 9º

9.1 LHE FAÇA BEM POR AMOR DE JÔNATAS. O capítulo 9 registra como Davi cumpriu a promessa que fizera ao seu grande amigo, Jônatas. Davi fizera um pacto com Jônatas anos antes, comprometendo-se a sempre demonstrar bondade à família deste (1 Sm 20.11-23). Mefibosete era filho de Jônatas (vv. 3,6; 4.4). Esse é o primeiro de dois atos de bondade da parte de Davi, segundo a narrativa (cf. 10.1-5). A imensa bondade de Davi contrasta nitidamente com seus dois atos de iniqüidade (adultério e homicídio) que logo se seguiram (11.1-27).
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 11º

11.1 DAVI FICOU EM JERUSALÉM. O capítulo 11 registra o pecado e queda trágicos de Davi. Ao invés de ir adiante do seu exército na batalha, conforme fizera antes, Davi ficou em Jerusalém. Foi tomado de uma indolência que não demorou a levá-lo ao colapso moral e espiritual. Sua vida de conforto e luxo como rei desenvolveu nele a autoconfiança e a imoderação. Nesse tempo, ele deixou de ser um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13.14). Davi, deste modo, caindo da graça (cf. Gl 5.4), é uma advertência a todos os crentes: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia" (1 Co 10.12).
 

11.2 VIU... A UMA MULHER. Os capítulos 11-24 registram as graves falhas espirituais de Davi e os castigos subseqüentes da parte de Deus, sobre ele, pelo resto da sua vida.

(1) Esse relato dos pecados de Davi e as tragédias que se seguiram na sua vida pessoal e doméstica serve como exemplo de grave advertência, não somente para Israel, como também para o crente do NT. Concernente a eventos semelhantes na época do êxodo, o Espírito Santo salienta, através do apóstolo Paulo: "tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos" (1 Co 10.11). Por isso, devemos tomar todas as precauções para não desejarmos coisas iníquas, nem agir com imoralidade, nem tentar ao Senhor (cf. 1 Co 10.6-9).

(2) O pecado de Davi demonstra até onde pode cair uma pessoa que se desvia de Deus e da orientação do Espírito Santo. Quando Deus inicialmente chamou Davi para ser rei, este era um homem segundo o próprio coração de Deus (1 Sm 13.14; At 13.22); ao mandar eliminar Urias e tomar a sua esposa, Davi estava desprezando a Deus e à sua Palavra (12.9,10; cf. 1 Co 10.12).

(3) Embora Davi tenha se arrependido dos seus pecados e recebido o perdão da parte de Deus, as conseqüências disso não foram eliminadas por Deus.
Semelhantemente, um crente que venha a cometer pecados terríveis, pode receber, através da tristeza segundo Deus e o arrependimento sincero, a graça e perdão da parte de Deus. Mesmo assim, a restauração do nosso relacionamento com Deus não significa que escaparemos do castigo temporal, nem que ficaremos isentos das conseqüências dos pecados específicos (vv.10,11,14).

(4) Deus não deixou passar, nem desculpou os pecados de Davi, sob o pretexto de ele ser um mero ser humano; que seus pecados eram simples fraquezas ou falhas humanas, ou que ele, como rei, teria o direito natural de recorrer à injustiça e à crueldade. Davi não era obrigado a fazer o que fez. Mesmo na redenção imperfeita do antigo concerto, pessoas, como o profeta Samuel, continuavam leais e fiéis diante de Deus, através da graça que lhes era concedida (1 Sm 12.1-5,23; ver 1 Sm 25.1 nota). O escritor deste livro claramente condena as grandes transgressões de Davi, sem procurar desculpá-las.

(5) A maneira correta de lidarmos com nosso pecado é nos arrependermos dele e, com toda a sinceridade, buscarmos em Deus o perdão, a graça e a misericórdia (Sl 51; Hb 4.16; 7.25), e nos dispormos a aceitar, sem amargura nem rebelião, o castigo divino pelo nosso pecado. Davi tanto reconheceu quanto confessou seus pecados terríveis, voltou-se para Deus, e aceitou a repreensão de Deus com humildade (12.9-13,20; 16.5-12; 24.10-25; Sl 51).


11.11 A ARCA, E ISRAEL. Urias revelou-se um homem melhor do que Davi. Seus atos eram fruto da sua dedicação a Deus e da sua lealdade fraterna aos que lutavam na batalha do Senhor. Pagou com a vida o preço da sua dedicação.
11.14,15 PARA QUE SEJA FERIDO E MORRA. Ao invés de confessar seu pecado, Davi resolveu matar Urias, para então tomar a esposa deste. As palavras que o apóstolo João aplicou a Caim e a todos os demais homicidas (cf. 1 Jo 3.12-15) também se aplicam a Davi nessa ocasião: "Qualquer que aborrecer a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna" (1 Jo 3.15). Davi poderia ser restaurado somente através do arrependimento sincero, de todo o coração, diante de Deus (ver cap. 12; Sl 51).
11.27 ESSA COISA... PARECEU MAL AOS OLHOS DO SENHOR. Os pecados que Davi cometera: adultério, homicídio a sangue frio e o encobrimento hipócrita de tudo, eram um mal horrendo aos olhos de Deus. Davi se tornara réu da quebra do sexto, sétimo, oitavo, nono e décimo mandamentos (Ex 20.13-17). Seus pecados eram ainda mais graves, porque ele era pastor do povo de Deus (5.2) e responsável pela administração da justiça e da retidão em Israel (8.15).
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 12º

12.9 DESPREZASTE A PALAVRA DO SENHOR. O profeta Natã declarou que Davi, ao cometer adultério, homicídio e dolo, era culpado de desprezar "a palavra do Senhor" e de desprezar o próprio Deus (v. 10). "Desprezar" (hb. bazah) significa tratar com menosprezo, desprezo e fazer pouco caso. Mediante seus atos, portanto, Davi estava declarando que Deus não era tão importante, nem digno de amor e consagração.

(1) Semelhantemente, na igreja hoje, obreiros que venham a cometer adultério revelam assim que não têm apreço por Deus e sua santa Palavra. Tratam com desprezo o evangelho e o sangue de Cristo, como se fossem coisas vulgares, e que não merecem sua fidelidade.

(2) As Escrituras mostram que um servo de Deus que comete adultério, desqualifica-se para o ministério (1 Tm 3.2; ver o estudo QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR)

12.10 NÃO SE APARTARÁ A ESPADA JAMAIS DA TUA CASA. Por Davi desprezar a Deus e ordenar a morte de Urias, para tomar sua esposa, Deus o julgou e à sua família, sob a forma de violência, conflito e homicídio (i.e., a espada) pelo restante da sua vida (aproximadamente vinte e cinco anos). As Escrituras registram pelo menos quatro reveses que resultaram desse castigo: a morte da criança (v. 14), o assassinato de Amnon por Absalão (13.28,29), a execução de Absalão, quando este rebelou-se contra seu pai (18.9-17) e a execução de Adonias (1 Rs 2.24,25).
12.11,12 ASSIM DIZ O SENHOR... EU FAREI. O terrível castigo de Davi, conforme Natã o profetizou, não foi apenas a conseqüência natural do seu pecado, nem Deus estava passivamente assistindo à prática daquelas coisas por Davi; pelo contrário, tratava-se da ação direta de Deus. Três vezes, Deus usou a expressão "eu farei" [oculta no futuro do verbo]: "suscitarei... o mal sobre ti"; "tomarei tuas mulheres perante os teus olhos"; "eu farei perante todo o Israel". Davi ia sofrer atrocidades perpetradas pelos próprios filhos, inclusive o estupro da sua filha Tamar por Amnom (13.7-14; ver 13.1 nota) e a violação das suas mulheres por Absalão (16.22).
12.12 PERANTE TODO O ISRAEL. O castigo estipulado em Israel para o adultério e o homicídio era a morte (Lv 20.10; 24.17). Deus, porém, suspendeu a pena nesse caso, não tanto por causa do arrependimento de Davi, mas porque Ele tinha que vindicar a si mesmo e a sua justiça publicamente diante de Israel e das nações. Pelo resto da vida de Davi, este serviu como exemplo do justo juízo de Deus contra um líder espiritual que pecara extremamente.
12.13 TAMBÉM O SENHOR TRASPASSOU O TEU PECADO. O pecado de Davi foi perdoado por Deus, visto que a pena de morte e a condenação eterna foram suspensas (1 Jo 3.15). Deste modo, Davi foi restaurado à salvação e à comunhão com Deus (cf. Sl 51).
Apesar disso, sua reputação ficou maculada de modo permanente, e os efeitos do seu pecado continuaram pelo resto da sua vida e da história da sua família. A experiência de Davi, uma vez perdoado e restaurado, é uma séria lição para quem pensa que o pecado é algo banal; algo que Deus simplesmente perdoa e esquece.
12.15 NATÃ FOI PARA SUA CASA. Davi reconheceu seu pecado diante de Natã (v. 13). Pouco depois, Davi se arrependeu diante de Deus e aceitou o seu castigo (ver Sl 51, para a oração da confissão e arrependimento de Davi).
12.24 BATE-SEBA, SUA MULHER. Davi usufruiu alguma vantagem dos seus pecados de concupiscência e homicídio? Tramou a morte do marido de Bate-Seba e a seguir apossou-se da mulher que cobiçara. Talvez a severidade do castigo da parte de Deus sobre Davi, nos vinte e cinco anos seguintes, deveu-se, em parte, ao fato de ele não reconhecer que não tinha qualquer direito legal ou moral para ficar com a mulher de Urias.

(1) Deus proibira os reis de multiplicarem esposas (Dt 17.17) e

(2) Davi desobedecera a vários dos dez mandamentos, nesse episódio (ver 11.27 nota). Por isso, Deus declarou: "não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto... tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher" (v. 10).
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 13º

13.1 TAMAR... AMNOM. A série de narrativas dos capítulos 13-22 evidencia o cumprimento do propósito de Deus, suscitando o mal contra Davi.

(1) O capítulo 13 registra o primeiro resultado dos pecados de Davi, de concupiscência, adultério e homicídio (cf. Gl 6.7). O incesto e o homicídio ocorreram dentro da sua própria casa, quando a concupiscência de Davi logo irrompeu no seu filho Amnom.

(2) Uma vez que Davi arruinou a felicidade do lar de Urias, Deus arruinou a felicidade do lar de Davi. Muitas vezes, Deus permite grandes sofrimentos sobre o transgressor, para que este ou esta temam a Deus e se desviem do pecado (cf. Nm 14.20-36).

13.21 DAVI... MUITO SE ACENDEU EM IRA. Davi ficou muito irado ao saber do estupro da sua filha, pelo seu filho primogênito (1 Cr 3.1). Mesmo assim, não repreendeu, nem castigou Amnom, conforme deveria ter feito (ver Lv 20.17).

(1) A imoralidade sexual do próprio Davi com Bate-Seba enfraqueceu, abalou e eliminou sua própria capacidade de disciplinar seus filhos e dirigir seu próprio lar.
Por Davi ser culpado no assunto (ver Pv 6.32,33), não teve autoridade, nem moral, para repreender seu filho. Seu próprio mau exemplo destruiu sua influência moral entre os que estavam sob o seu teto.

(2) Segundo o novo concerto, os ministros da igreja devem ser exemplos de santidade, de modo que ao falarem contra o pecado, não sejam passíveis de repreensão, por comprometerem os padrões de Deus revelados na sua Palavra (1 Tm 3.1-13).

13.28 FERI A AMNOM! ENTÃO, O MATAREIS. Deus permitiu que a vingança de Absalão vingasse o crime de Amnom contra Tamar. Às vezes, Deus usa o pecado humano para realizar os seus propósitos, castigando um malfeitor através do pecado de outrem.
13.36 O REI... COM MUI GRANDE CHORO. Depois de Absalão ter matado Amnom, Davi ficou prostrado de pesar. A agonia de Davi, resultante do castigo divino, não tem paralelo na história bíblica. Deus permitiu que o pecado e Satanás infligissem muitos sofrimentos a Davi. Ele foi perdoado por Deus e não sofreu o castigo eterno pelo seu pecado (ver 12.13 nota), todavia as conseqüências temporais, tanto naturais como divinas, continuaram sem diminuição até a sua morte. As ações de Absalão e de Amnom eram apenas o início do mal que Deus permitiu contra Davi (12.11), pois este desprezara a Deus e à sua Palavra, ao matar cruelmente Urias, a fim de encobrir seu pecado com Bate-Seba (12.9,10).
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 15º

15.6 ASSIM, FURTAVA ABSALÃO O CORAÇÃO DE ISRAEL. Absalão conspirou durante quatro anos para apoderar-se furtivamente do trono do seu pai, e o povo se voltava cada vez mais contra Davi (vv. 1-15). O sucesso de Absalão revela que Davi, por causa do seu pecado e sua conseqüente incapacidade de administrar seu próprio lar, perdera muito do respeito do povo. Sua capacidade de liderar, que antes se baseara na sua inabalável fidelidade a Deus, agora sofrera erosão por causa do seu pecado e da sua reputação gravemente maculada

15.14 LEVANTAI-VOS, E FUJAMOS. Davi foi obrigado a fugir do seu próprio filho, que agora procurava matá-lo e ocupar o trono. Davi saiu de Jerusalém, "subindo e chorando" (v. 30). Davi provavelmente lembrava-se do seu pecado e reconhecia que isto fazia parte da retribuição divina (cf. 12.9-12; 16.10,11). Davi, agora um fugitivo humilhado, aceitou humildemente a maneira de Deus agir com ele (vv. 25,26; cf. 16.9-13).
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 16º

16.3 FICOU EM JERUSALÉM. Para mais sobre essa informação a respeito de Mefibosete, ver 19.24-30.

16.22 ÀS CONCUBINAS DE SEU PAI. Em flagrante desafio ao seu pai, Absalão adulterou com as mulheres do próprio Davi. As Escrituras declaram que o delito de Absalão foi cometido "no terrado" e, "perante os olhos de todo o Israel". Assim foi cumprido o juízo pronunciado por Deus: "Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol... eu farei este negócio perante todo o Israel" (12.11,12). O filho que violasse as esposas do pai cometia contra este um ultraje inominável. Davi pecara gravemente, e agora sofria as conseqüências disso.
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 18º

18.33 ABSALÃO! QUEM ME DERA QUE EU MORRERA POR TI. O pesar contínuo, que Davi sentia, era mais do que aquele que um pai sente por um filho; era o pesar por um filho morto na prática do ato da rebelião e do pecado.
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 21º

21.1 HOUVE... UMA FOME. Os capítulos 21-24 contêm narrativas suplementares de eventos relacionados com o reinado de Davi.
Não estão em ordem cronológica; pelo contrário, formam um apêndice a 1 e 2 Samuel. Vários dos eventos ocorreram na primeira parte do reinado de Davi.

21.1 PORQUE MATOU OS GIBEONITAS. Josué e Israel tinham feito um pacto com os gibeonitas, de modo que eles não seriam mortos juntamente com os demais cananeus (Js 9.15-21). Parece que Saul tinha violado esse voto (v. 2). Violar um voto era uma transgressão grave contra a lei de Deus (Nm 30.1,2). A expressão "sua casa sanguinária" dá a entender que os filhos de Saul participaram da matança dos gibeonitas (v. 8; ver a próxima nota).
21.14 DEUS SE APLACOU. Este texto também indica que os sete homens (vv. 8,9) estavam implicados na matança dos gibeonitas. Nos casos em que os filhos não estavam envolvidos nos pecados do pai, não deviam ser castigados (ver Dt 24.16; 2 Rs 14.6; Ez 18.1- 4, 14-17).
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 22º

22.22 GUARDEI OS CAMINHOS DO SENHOR. Davi não está afirmando que nunca pecou, nem que era perfeito. Está expressando seu desejo de agradar ao Senhor com um coração até então sempre voltado para Ele com fé. Esse salmo foi provavelmente composto pouco depois de Deus livrá-lo de Saul (2.4; 1 Sm 31.6) e antes de cair nos pecados de homicídio e adultério (11.1-12.15).
 

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NOTAS DE 2° SAMUEL 24º

24.1 VAI, NUMERA A ISRAEL E A JUDÁ. Note os seguintes fatos aqui, no tocante ao pecado de Davi, ao numerar o povo:

(1) Aqui está dito que Deus incitou Davi a numerar Israel, ao passo que 1 Cr 21.1 diz que "Satanás... incitou Davi a numerar a Israel". Deus, às vezes, utiliza Satanás para cumprir propósitos seus, permitindo que ele prove o povo de Deus (cf. Jó 1.12; 2.6; Mt 4.1-11; 1 Pe 4.19; 5.8). Deus certamente permitiu que Satanás tentasse a Davi por causa do seu orgulho e da sua falta de confiança em Deus. A vontade de Davi estava implícita no pecado (vv. 3,4; 1 Cr 21.3,4), pois ele poderia ter resistido a Satanás.

(2) A menção da "ira do Senhor... contra Israel" pressupõe que Israel tinha cometido um grave delito contra Deus. A ira de Deus é incidida somente quando as pessoas
pecam, e certamente os israelitas tinham feito alguma coisa para merecerem esse castigo (embora a Bíblia não mencione o tipo de pecado deles).

(3) O tipo de pecado de Davi foi provavelmente a soberba, expressa

(a) na sua liderança de um povo poderoso e numeroso, e

(b) na sua auto-exaltação e jactância pelas suas grandes realizações e poderio. Davi estava se gloriando na capacidade humana e nos grandes números, ao invés de gloriar-se no poder e justiça de Deus.

24.17 SEJA, POIS, A TUA MÃO CONTRA MIM. Davi sabia que, por ser ele o chefe de Israel, seu pecado era maior do que o pecado do povo. Com solicitude pelos seus súditos, estava disposto a aceitar a totalidade do castigo. Uma das características mais nobres de Davi era sua disposição de aceitar com humildade o castigo divino por seus pecados (cf. 15.26; 16.10-12).
24.24 HOLOCAUSTOS QUE ME NÃO CUSTEM NADA. As palavras de Davi expressam a verdade de que o valor real das nossas dádivas, serviço e vida diante de Deus são medidos pelo sacrifício e custo envolvidos. A abnegação e a disposição de sofrer por amor à justiça são princípios do reino de Cristo (Mt 5.10-12; Mc 8.34; 10.21-27). Um cristianismo que nada custa, nada vale (cf. Is 1.11; Ml 1.8).
 

 

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