1corintios

NOTAS DE 1 CORÍNTIOS

  CARTA  DE  1 CORÍNTIOS

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Esboço de 1 CORÍNTIOS


Introdução (1.1-9)


I. Tratamento dos Problemas de Que Paulo Fora Informado (1.10 — 6.20)

A. Divisões na Igreja (1.10—4.21)

1. Quatro Facções (1.10-17)

2. Causas das Divisões (1.18—4.5)
a. Falso Conceito de Sabedoria (1.18—3.4)
b. Falso Conceito do Ministério Cristão (3.5—4.5)

3. Apelo à Reconciliação (4.6-21)
                Princípio: A igreja como o corpo de Cristo (cf. 12.12ss) não deve se dividir
                        (1.10,13)

B. Problemas Morais na Igreja (5.1—6.20)

1. Um Problema de Incesto e Sua Disciplina Eclesial (5.1-13)

2. O Problema de Litígio Secular entre Crentes (6.1-11)

3. O Problema da Prostituição (6.12-20)
     Princípio: Quem está unido ao Senhor deve conduzir-se de modo a honrá-lo (6.17,20)

III. Respostas a Perguntas por Escrito dos Coríntios (7.1—16.9)

A. Perguntas Acerca do Casamento (7.1-40)

1. Matrimônio e Celibato (7.1-9)

2. Deveres Cristãos no Casamento (7.10-16)

3. O Princípio do Contentamento (7.17-24)

4. Conselhos aos Solteiros (7.25-38)

5. Orientação sobre Novo Casamento (7.39,40)
     Princípio: A uns Deus dá a dádiva de um cônjuge; a outros, Ele dá a de
                    permanecer solteiro por amor ao reino de Deus (7.7,32)

B. Perguntas sobre o Uso da Liberdade Cristã (8.1—11.1)

1. O Problema de Alimentos Oferecidos a Ídolos (8.1-13)

2. O Uso Disciplinado de Paulo, da Liberdade Cristã (9.1-27)

3. Advertência sobre a Autoconfiança Presunçosa (10.1-13)

4. A Incompatibilidade entre as Festas Idolátricas e a Mesa do Senhor (10.14-23)

5. Alguns Princípios Gerais e Conselhos Práticos (10.24—11.1)
    Princípio: Fazer tudo para a glória de Deus; nada fazer que sirva de tropeço ao próximo (10.31,32); do contrário, você pode desqualificar-se na corrida espiritual (9.24-27)

C. Perguntas a Respeito do Culto Público (11.2—14.40)

1. A Mulher Cobrir a Cabeça na Igreja (11.2-16)

2. A Conduta na Ceia do Senhor (11.17-34)

3. Os Dons Espirituais (12.1—14.40) 
     Princípio: Que tudo seja feito decentemente e com ordem (14.40)

D. Perguntas a Respeito da Ressurreição (15.1-58)  

1. P. Como Pode Alguém Dizer Que os Mortos Não Ressuscitam? (15.12)
    R. A Certeza da Ressurreição (15.1-34)

2. P. Como Ressuscitarão os Mortos?
   Que Tipo de Corpo Terão? (15.35)
    R. A Natureza do Corpo Ressurreto (15.35-37)

3. Conclusão da Pergunta (15.58)
     Princípio: Assim como Cristo ressuscitou dentre os mortos, o mesmo ocorrerá  aos que são de            Cristo, quando Ele voltar (15.22,23)   

E.Perguntas a Respeito da Coleta para os Santos (16.1-9)
            Instruções Finais (16.10-24)

 

Autor:
Paulo
Tema:
Problemas da Igreja e Suas Soluções
Data:
55/56 d.C.

 

Considerações Preliminares
Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era, em muitos aspectos, a metrópole grega de maior destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era intelectualmente arrogante,
materialmente próspera e moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas formas, grassava nessa cidade de má fama, pela sua licenciosidade.
Juntamente com Prisca e Áquila (16.19) e com sua própria equipe apostólica (At 18.5), Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu ministério de dezoito meses ali, na sua segunda viagem missionária (At 18.1-17). A igreja era
composta dalguns judeus, sendo sua maioria constituída de gentios convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja, que requereram sua autoridade e doutrina apostólica,
por carta e visitas pessoais.
A primeira epístola aos Coríntios foi escrita durante seu ministério de três anos em Éfeso (At 20.31), na sua terceira viagem missionária (At 18.23—21.16). Paulo soube em Éfeso dos problemas de Corinto (1.11); depois, uma
delegação da congregação em Corinto (16.17) entregou uma carta a Paulo, em que lhe pediam instruções sobre vários assuntos (7.1; cf. 8.1; 12.1; 16.1). Paulo escreveu esta epístola tendo em vista os informes ouvidos e a
correspondência recebida daquela igreja.

Propósito
Paulo tinha dois motivos principais ao escrever esta epístola: (1) Tratar dos sérios problemas da igreja de Corinto, de que fora informado. Eram pecados que os coríntios não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia serem graves.
(2) Aconselhar e doutrinar sobre variados assuntos que os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso incluía assuntos doutrinários e de conduta e pureza, tanto individual, como da congregação.

Visão Panorâmica
Esta epístola trata dos problemas que uma igreja experimenta quando seus membros continuam “carnais” (3.1-3) e não se separam de uma vez, dos incrédulos a seu redor (2 Co 6.17). São problemas tipo espírito de divisão
(1.10-13; 11.17-22), tolerância de pecado tipo incesto (5.1-13), imoralidade sexual em geral (6.12-20), ação judicial entre os cristãos (6.1-11), idéias humanistas a respeito da verdade apostólica (15) e conflitos a respeito da
“liberdade cristã” (8;10). Paulo também instrui os coríntios a respeito do celibato e do casamento (7), o culto público, inclusive a Ceia do Senhor (11—14) e a oferta para os santos de Jerusalém (16.1-4).
Entre os ensinos mais importantes de Paulo em 1 Coríntios, está o das manifestações e dons do Espírito Santo nos cultos da igreja (12—14). O ensino desses capítulos é o mais rico do NT sobre a natureza e o conteúdo da adoração
na igreja primitiva (14.26-33). Paulo mostra que o propósito de Deus para a igreja inclui uma rica variedade de dons do Espírito através de crentes fiéis (12.4-10) e de pessoas chamadas para exercer certos ministérios (12.28-30) —
uma diversidade dentro da unidade, comparável às múltiplas funções do corpo humano (12.12-27). No da operação dos dons espirituais na congregação, Paulo faz uma distinção essencial entre a edificação individual e a coletiva
como assembléia (14.2-6,12,16-19,26), e reitera que todas as manifestações públicas dos dons devem brotar do amor (13) e existirem para a edificação de todos os crentes (12.7; 14.4-6,26).

Características Especiais
Cinco características especiais vemos em 1 Coríntios. (1) De todo o NT, é a epístola que mais trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espirituais claros e permanentes,
sendo cada um deles universalmente aplicáveis à igreja (e.g. 1.10; 6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23). (2) Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre
divisões, Ceia do Senhor e dons espirituais. (3) Esta epístola contém o mais amplo ensino do NT em assuntos de grande importância como o celibato, o casamento e novo casamento (7); a Ceia do Senhor (10.16-21; 11.17-34);
línguas, profecias e dons espirituais durante o culto (12,14); o amor cristão (13); e a ressurreição do corpo (15). (4) A epístola é de valor incalculável para o ministério pastoral, no tocante à disciplina eclesiástica (cap. 5). (5) Salienta
a possibilidade indubitável de decair da fé, aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não têm firmeza em Cristo (6.9,10; 9.24-27; 10.5-12,20,21; 15.1-2)



 

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NOTAS DE  1 CORÍNTIOS 1º

1.2 CHAMADOS SANTOS. Ver At 9.13 nota, sobre o significado do termo "santos".

1.7 NENHUM DOM VOS FALTA. Paulo elogia os coríntios porque Deus, na sua graça (v. 4), lhes outorgou dons espirituais específicos. Esses dons são valiosos e indispensáveis para corroborar o ministério do Espírito Santo na igreja; sem eles, os crentes deixam de fortalecer e de ajudar uns aos outros como Deus deseja. Em lugar nenhum desta epístola, Paulo descarta esses dons. Pelo contrário, ele procura mudar a atitude dos coríntios concernente aos dons espirituais, de modo que eles os usem segundo o propósito de Deus.

1.7 ESPERANDO A MANIFESTAÇÃO DE NOSSO SENHOR. Os cristãos primitivos viviam na expectativa da volta de Cristo para os seus dias (ver Mt 24.42 nota; Jo 14.3 nota). Tinham uma fé firme no fato da vinda do Senhor, vivendo cada dia na expectativa daquela grande esperança. Note que a esperança do cristão é a volta pessoal do Senhor Jesus Cristo, e não o conjunto geral dos eventos que assinala os últimos dias (cf. 1 Ts 1.10; 4.13-17; Tt 2.13; Hb 9.28; ver o estudo A ESPERANÇA DO CRENTE SEGUNDO A BÍBLIA)

1.12 EU SOU DE PAULO... DE APOLO... DE CEFAS. Começaram a surgir facções entre os dirigentes da igreja de Corinto. Alguns membros da igreja passaram a considerar mais a certos ministros do evangelho do que o próprio evangelho. Paulo condena essa atitude, e os faz lembrar que nem ele, nem qualquer outro homem foi crucificado por amor a eles. Esse mesmo erro ainda existe hoje. Alguns crentes se apegam mais a um certo pastor ou evangelista do que a Cristo e à sua Palavra. Essa atitude pode torná-los infiéis aos princípios cristãos e até mesmo levá-los a dividir a igreja. Sempre devemos tomar o cuidado de concentrar nosso amor, devoção e lealdade em Deus e na sua Palavra; não em qualquer pastor ou outra pessoa.

1.12 E EU, DE CRISTO. O "partido de Cristo" provavelmente consistia dos falsos mestres que eram inimigos do apóstolo (4.18,19) e que alegavam ter espiritualidade e "sabedoria" superiores. Acreditavam que seus conhecimentos ("ciência", 8.1) os isentavam das restrições da lei (6.12; 10.23) e das exigências da moralidade (5.2). Estavam procurando induzir a igreja para o seu evangelho distorcido (2 Co 11.4,20,21). É contra eles e contra os seus discípulos em Corinto, que Paulo sustenta um conflito.

1.17 CRISTO ENVIOU-ME NÃO PARA BATIZAR. Paulo não está depreciando o ensino de Cristo a respeito do batismo (Mt 28.19). Pelo contrário, deixa claro que delegou aos seus auxiliares o trabalho de batizar, assim como fizeram Cristo (Jo 4.1,2) e Pedro (At 10.47,48). O apóstolo não quer dar lugar a que seus convertidos vangloriem-se, dizendo que foram "batizados em nome de Paulo" (v.13), o qual concentrava seus esforços na pregação do evangelho.

1.18 É O PODER DE DEUS. A mensagem da cruz não somente abrange a sabedoria e a verdade, mas também o poder ativo de Deus, para salvar, curar, expulsar demônios e redimir as almas do poder do pecado (ver o estudo O REINO DE DEUS)

1.20 A SABEDORIA DESTE MUNDO. A sabedoria deste mundo é uma sabedoria que exclui a Deus, que glorifica a auto-suficiência humana, que faz do homem a autoridade suprema e que se recusa a reconhecer a revelação de Deus em Jesus Cristo.

(1) A essa sabedoria Deus chama de loucura (3.19,20), porque por ela o homem não conseguiu descobrir a verdade, nem conhecer o seu Criador (v. 21).

(2) O crente deve manifestar desprezo segundo Deus, ante a sabedoria humana e a cosmovisão secular (ver vv. 18-31; 2.1-16; At 17.18; Rm 1.20-32; Cl 2.8 nota; 2 Ts 2.10-12; 2 Tm 3.1-9; 2 Pe 2.1-3,7; Jd 4-19). O evangelho e a mensagem da cruz nunca devem ser acomodados à filosofia, à ciência ou a qualquer outra forma de sabedoria humana (2.4,5; Gl 6.14).

1.21 PELA LOUCURA DA PREGAÇÃO. Não é o método da pregação que é tido como loucura pela sabedoria humana, mas a mensagem do supremo senhorio de Cristo crucificado e ressurreto.

1.27 DEUS ESCOLHEU AS COISAS LOUCAS. Nos versículos 25-29, Paulo acentua que os padrões e os valores de Deus são diferentes dos aceitos pelo mundo e que agora Ele está aniquilando os falsos padrões do mundo, bem como sua sabedoria.

1.28 ANIQUILAR AS [COISAS] QUE SÃO. Através da crucificação e da ressurreição de Jesus (vv. 18,23) e da escolha de coisas humildes deste mundo (vv. 26,27), Deus aniquila as coisas estimadas desta presente era. Deus está atualmente aniquilando a filosofia e a psicologia humanistas, bem como todos os demais sistemas mundanos.

1.30 JESUS CRISTO... PARA NÓS FOI FEITO. É mediante Cristo, em Cristo e com Cristo, que o crente recebe sabedoria da parte de Deus e experimenta a justiça (cf. Rm 4), a santificação (2 Ts 2.13-15) e a redenção (Rm 3.24; Ef 4.30). Enquanto estivermos ligados com Cristo, Ele é a fonte de todas essas bênçãos (ver Jo 15.1-6, notas sobre Permanecer em Cristo).

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 2º

2.1 NÃO FUI COM... SABEDORIA. O conteúdo da pregação de Paulo não foi segundo a última expressão da "sabedoria" humana, quer no mundo, quer na igreja. Antes, concentrava sua atenção, na verdade central do evangelho (a redenção em Cristo) e no poder do Espírito Santo (ver a nota seguinte). Ele tinha plena consciência das suas limitações humanas, da sua insuficiência pessoal e dos seus temores e tremores interiores. Daí, ele não depender de si mesmo, mas da sua mensagem bíblica e do Espírito Santo (v. 4). Como resultado, houve uma maior demonstração da obra e do poder do Espírito.

2.4 EM DEMONSTRAÇÃO DO ESPÍRITO E DE PODER.

(1) Como demonstração do poder do Espírito Santo (1.18,24), a pregação de Paulo incluía

(a) a ação do Espírito Santo, que convence as pessoas do pecado, da justiça e do juízo, e o testemunho que Ele dá do poder salvífico do Cristo ressurreto (cf. caps. 5-6; ver Jo 16.8 nota; At 2.36-41);

(b) o poder de transformar vidas (1.26,27; cf. At 4.13);

(c) o poder de levar a efeito a santidade no crente (5.3-5); e

(d) o poder de Deus manifesto por sinais e maravilhas (At 2.29-33; 4.29,30; 5.12; 14.3; 2 Co 12.12).

(2) Vários outros trechos do NT acentuam que a pregação do evangelho nos tempos neotestamentário era acompanhada de poder especial do Espírito Santo: Mc 16.17,18; Lc 10.19; At 28.3-6; Rm 15.19; 1 Co 4.20; 1 Ts 1.5; Hb 2.4.

(3) Todo ministro do evangelho deve orar para que, através do seu ministério:

(a) o povo seja salvo (At 2.41; 11.21,24; 14.1),

(b) os novos crentes sejam cheios do Espírito Santo (At 2.4; 4.31; 8.17; 19.6),

(c) os espíritos malignos sejam expulsos (At 5.16; 8.7; 16.18),

(d) os enfermos sejam curados (At 3.6; 4.29,30; 14.10), e

(e) os discípulos aprendam a obedecer aos padrões e ensinos justos de Cristo (Mt 28.18-20; At 11.23,26; ver o estudo SINAIS DOS CRENTES)

2.12 PARA QUE PUDÉSSEMOS CONHECER. As coisas que Deus preparou para os que o amam (v. 9), podem ser compreendidas pelo crente, mediante a revelação e a iluminação do Espírito (vv. 10-16). À medida que o crente lê e estuda a Bíblia, o Espírito Santo ilumina sua compreensão da verdade. Além disso, o Espírito comunica ao crente fiel uma forte convicção quanto à origem divina das Escrituras (Jo 16.13; Ef 1.17).


2.13 PALAVRAS... QUE O ESPÍRITO SANTO ENSINA. Embora Paulo esteja escrevendo a respeito da origem divina da sua própria pregação, suas palavras nos vv. 9-13 sugerem os passos pelos quais o Espírito Santo inspirou as Sagradas Escrituras.

Passo 1: Deus desejava comunicar à humanidade a sua sabedoria (vv. 7-9). Essa sabedoria dizia respeito à nossa salvação e centrava-se em Cristo como a sabedoria de Deus (cf. 1.30; 2.2,5).

Passo 2: Foi somente pelo Espírito Santo que a verdade e a sabedoria de Deus foram reveladas à humanidade (v. 10). O Espírito Santo conhece plenamente os pensamentos de Deus (v. 11).

Passo 3: A revelação de Deus foi concedida a crentes escolhidos, mediante a presença do Espírito Santo que neles habitava (v. 12; cf. Rm 8.11,15).

Passo 4: Os escritores da Bíblia usaram palavras ensinadas pelo Espírito Santo (v. 13); o Espírito Santo guiava os escritores na escolha das palavras que empregavam (cf. Ex 24.4; Is 51.16; Jr 1.9; 36.28,32; Ez 2.7; Mt 4.4). Ao mesmo tempo, a orientação do Espírito na comunicação da verdade divina, não era mecânica; pelo contrário, o Espírito usava o vocabulário e estilo pessoal de cada escritor.

Passo 5: As Escrituras divinamente inspiradas são compreendidas pelos crentes espirituais, à medida que eles examinam o seu conteúdo pela iluminação do Espírito Santo (vv. 14-16). Daí, tanto os pensamentos quanto a linguagem das Escrituras foram inspirados pelo Espírito de Deus. Nenhum escritor sequer, escreveu uma única palavra ou frase errada. A Palavra de Deus foi protegida de todo erro por meio do Espírito Santo (ver os estudos A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS e A PALAVRA DE DEUS)

2.14 O HOMEM NATURAL. Para comentários sobre este versículo, ver o estudo TRÊS CLASSES DE PESSOAS

2.16 NÓS TEMOS A MENTE DE CRISTO. Ter a mente de Cristo significa conhecer sua vontade e seu plano e propósito redentor (vv. 9,10). Significa avaliar e considerar as coisas, da mesma maneira que Deus as vê, atribuir-lhes a importância que Deus lhes atribui, amar o que Ele ama e detestar o que Ele detesta (v.15; Hb 1.9). Significa entender o que é a santidade de Deus e a malignidade do pecado. Logo, receber o Espírito e segui-lo (v. 12) faz com que os valores e a cosmovisão do crente se tornem radicalmente diferentes do modus vivendi e da sabedoria deste mundo (cf. Fp 2.5-8).



 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 3º

3.1 COMO A CARNAIS. Um dos problemas principais da igreja de Corinto era sua tentativa de desfrutar das bênçãos de Deus e ao mesmo tempo recusar separar-se dos maus caminhos do mundo (ver o estudo O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO).

(1) Os dirigentes da igreja de Corinto deixavam os novos crentes permanecer nas congregações sem abandonarem muitas de suas práticas pecaminosas. Os coríntios estavam tolerando na igreja: divisões egoístas (11.18), filosofia mundana (1.18-25; 3.19), inveja e contenda (3.3), orgulho (3.21; 4.7), imoralidade (5.1), ações banais na justiça (6.1-8), freqüência a festas idólatras (caps. 8; 10), e a rejeição dos ensinos apostólicos (14.36,37). Os coríntios deixaram de perceber a necessidade absoluta da verdade apostólica, do amor e dos padrões da piedade (6.9,10; 13); passaram a exercitar erroneamente os dons do Espírito (caps. 12; 14); profanar a Ceia do Senhor (11.20-34), e distorcer a mensagem do evangelho (1.18-31).

(2) O próprio Jesus adverte que qualquer igreja que tolera dentro da sua comunhão as práticas iníquas deste mundo ou a distorção da verdade bíblica (ver Ap 2.20 nota), será rejeitada por Ele e perderá seu lugar no reino de Deus (ver Ap 2.5,16; 3.15,16). À tal igreja, o Espírito chama ao arrependimento sincero (5.2), à separação do mundo (2 Co 6.16-18) e a "aperfeiçoar a santificação no temor de Deus" (2 Co 7.1)

3.3 AINDA SOIS CARNAIS. Para um comentário sobre a diferença entre os crentes carnais e os espirituais, ver o estudo TRÊS CLASSES DE PESSOAS

3.15 SOFRERÁ DETRIMENTO. A Bíblia assevera que todos os redimidos estão isentos do juízo divino para condenação (Jo 5.24; Rm 8.1; Hb 10.14-17). Há, porém, um juízo futuro para os crentes (1 Jo 4.17; Hb 10.30b), concernente ao grau de sua fidelidade a Deus e a graça que receberam durante esta vida na terra (v. 10; 4.2-5; 2 Co 5.10). Nesse juízo, há a possibilidade do crente, embora salvo, sofrer uma grande perda (gr. zemioo, que significa "sofrer perda ou dano"). O crente negligente corre o perigo de sofrer perda, a saber:

(1) sentimento de vergonha na vinda de Cristo (2 Tm 2.15; 1 Jo 2.28);

(2) perda do trabalho que fez para Deus na sua vida (vv. 12-15);

(3) perda de glória e de honra diante de Deus (Rm 2.7);

(4) perda de oportunidade de servir e de autoridade no céu (Mt 25.14-30);

(5) posição inferior no céu (Mt 5.19; 19.30);

(6) perda de galardão (vv. 14,15); e

(7) retribuição por injustiça cometida contra o próximo (Cl 3.24,25). Esses textos bíblicos devem gravar em nossa mente a necessidade de uma dedicação total, inclusive fidelidade e abnegação no serviço de nosso Senhor (cf. Rm 12.1,2; Fp 2.12; 4.3; ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE)

3.15 TODAVIA COMO PELO FOGO. A alusão ao "fogo", provavelmente, significa "salvo por um triz". Como alguém que está numa casa incendiada e escapa através do fogo, só com a vida. Ver essa figura em Jd v.23. Deus avaliará a qualidade da vida, da influência, do ensino e do trabalho na igreja, de cada pessoa e, especialmente, de cada obreiro. Se sua obra for julgada indigna, ele perderá o seu galardão, mas, pessoalmente será salvo. Note que esse trecho não ensina a doutrina do purgatório; refere-se a um julgamento de obras, e não à purificação da pessoa quanto aos seus pecados.

3.16 SOIS O TEMPLO DE DEUS. A ênfase, aqui, recai na congregação inteira, i.e., os crentes como o templo de Deus e como a habitação do Espírito Santo (cf. v. 9; 2 Co 6.16; Ef 2.21). Como o templo de Deus em meio a uma sociedade perversa, o povo de Deus em Corinto não devia participar dos pecados prevalecentes naquela sociedade. Devia rejeitar todas as formas de imoralidade. O templo de Deus deve ser santo (v. 17), porque Deus é santo (cf. 1 Pe 1.14-16; ver o estudo O TEMPLO DE SALOMÃO)

3.17 DEUS O DESTRUIRÁ. Paulo apresenta uma das advertências mais sérias do NT aos que têm a responsabilidade de edificar a igreja de Cristo. Esse trecho tem relevância especial para todos que ocupam cargos de ensino e liderança na obra do Senhor. Se alguém profanar ou corromper o templo de Deus (i.e., uma congregação local ou grupo de congregações), o próprio Deus castigará aquele indivíduo com terrível ruína e morte eterna (v. 17). O crente pode corromper a igreja de Deus ao:

(1) participar de imoralidade (5.1);

(2) fomentar mentiras, engano e ambições egoístas (v.3; At 5.1-11);

(3) difundir falsa doutrina, rejeitar a revelação apostólica e demonstrar indiferença à verdade bíblica (1 Tm 4.1; Jd 4);

(4) aceitar o pecado e o mundanismo dentro da congregação (5.1,2,5-7; Ap 3.17);

(5) querer promover a igreja por meio de sabedoria mundana ou com um evangelho pervertido (1.18-2.5; Fp 1.15,16).
 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 4º

4.5 MANIFESTARÁ OS DESÍGNIOS DOS CORAÇÕES. Deus trará à luz os atos secretos de toda pessoa e revelará seus verdadeiros pensamentos e motivos, tanto os bons quanto os ruins (Mt 6.3,4,6; 1 Tm 5.24,25; ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE). Noutras palavras, a vida interior de cada pessoa será revelada com exatidão conforme o caso; nada permanecerá oculto (Mc 4.22; Lc 12.2,3; Rm 2.16)

4.7 POR QUE TE GLORIAS? A base da humildade cristã é reconhecer que os talentos inatos e os dons espirituais que possuímos provêm de Deus e, portanto, não são motivo para superioridade, status ou orgulho. Tudo quanto possuímos e tudo quanto viermos a ser vêm de Deus diretamente ou por meio de outras pessoas. Daí, não temos lugar para o orgulho, mas somente para a gratidão a Deus e ao próximo.

4.8 ESTAIS FARTOS!...ESTAIS RICOS! Alguns, em Corinto, jactavam-se da sua sabedoria, do seu conhecimento superior e dos seus dons espirituais. Já possuiam tudo quanto queriam; estavam "fartos", "ricos" e "reinavam". Paulo, lhes mostra que a verdadeira vida do crente fiel é o caminho da cruz, e que o sofrimento antecede a glória (cf. Rm 8.17).

4.9-13 APÓSTOLOS... CONDENADOS À MORTE. Nos versículos 9-13, Paulo alista as provações sofridas pelos apóstolos. O verbo "pôs" sugere que Deus reservou para os apóstolos uma vida de sofrimento, testemunhada pelo mundo, pelos anjos e pela igreja.

(1) A Paulo faltam (naquele momento) coisas tais como comida, água e roupas apropriadas. Enfrenta desprezo, tratamento rude e não tem moradia certa. Labuta de dia e de noite, sofre maledicência, perseguição e calúnia; é considerado o refugo deste mundo, "a escória de todos" (cf. 2 Co 4.8,9; 6.4,5, 8-10; 11.23-29; 12.10).

(2) Embora o sofrimento fosse, em certo sentido, algo específico no ministério apostólico (At 9.16), não deixa de ser, também, o destino comum de todos os crentes que, unidos a Cristo, opõem-se ao pecado, à imoralidade, a Satanás, aos males do mundo e à injustiça. O sofrimento destes é considerado uma comunhão, uma participação nos sofrimentos de Cristo (Rm 8.17; Fp 1.29; 3.10; 1 Ts 3.3).

4.20 O REINO DE DEUS CONSISTE EM VIRTUDE. O "Reino de Deus" não consiste em palavras, mas em poder. Assim sendo, os membros desse reino precisam ter mais do que palavras e mensagem; devem manifestar, também o poder do Espírito Santo, (2.4; At 1.8). No NT, esse poder consiste na capacidade espiritual de convencer as pessoas do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8), de levá-las à salvação (v. 15; At 26.16-18), de operar milagres (ver 2.4 nota; ver o estudo O REINO DE DEUS) e de viver uma vida de retidão (Rm 14.17)


 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 5º

5.1 HÁ ENTRE VÓS FORNICAÇÃO. Paulo passa a escrever sobre um informe recebido, de imoralidade na igreja de Corinto e a recusa dos seus dirigentes quanto a disciplinar o culpado (vv. 1-8). Paulo declara que a igreja, sendo um povo santo, não deve permitir nem tolerar a imoralidade entre seus membros. Cita três razões por que a igreja deve disciplinar um membro culpado:

(1) Para o bem do culpado (v.5). A exclusão pode despertá-lo para ver a tragédia do seu pecado e sua necessidade de perdão e restauração.

(2) Por amor à pureza da igreja (vv. 6-8). Tolerar a iniquidade numa igreja é rebaixar paulatinamente o padrão moral de todos.

(3) Para o bem do mundo (cf.v.1). A igreja não poderá ganhar homens e mulheres para Cristo, se ela mesma for semelhante ao mundo (cf.Mt 5.13). (para outros trechos do NT sobre a disciplina na igreja, ver Mt 5.22; 18.15-17; 2 Ts 3.6,14,15; Ap 2.19-23).

5.1 QUEM ABUSE DA MULHER DE SEU PAI. Qual foi o pecado exato, aqui, não está claro. Paulo, ao referir-se à mulher do pai daquele transgressor, provavelmente, quis dizer que havia um envolvimento sexual deste com a sua madrasta.

(1) Paulo ficou pasmado e horrorizado, porque a igreja estava tolerando semelhante imoralidade em seu meio. Ele sabe que isso é ainda mais grave do que a própria transgressão do indivíduo.

(2) A permissividade dos coríntios é semelhante à de muitas igrejas da atualidade que toleram e silenciam sobre a imoralidade entre seus membros, inclusive o adultério e todas as formas de fornicação. As intimidades pré-conjugais, especialmente entre a juventude da igreja, não somente são toleradas, mas, às vezes, até mesmo justificadas, alegando-se amor e compromisso mútuo. Poucos dirigentes de igrejas falam abertamente, em nome de Cristo, da prática do namoro imoral entre a juventude. Como faziam os líderes da igreja de Corinto, os tais não lamentam o fato da corrupção do povo de Deus, que se torna cada vez mais semelhante à sociedade à sua volta. Esses dirigentes, na sua auto complacência, permitem o pecado, porque, conforme alegam, "vivemos em tempos modernos, e não devemos ser vistos como juízes."

5.2 NEM... VOS ENTRISTECESTES. Paulo expressa qual deve ser a reação normal de uma igreja cheia do Espírito Santo, em caso de imoralidade entre seus membros professos. Aqueles que aceitam o conceito bíblico da santidade de Deus e da sua aversão ao pecado, sentirão tristeza e pesar (cf. Is 6). Removerão do seu meio a iniqüidade (vv. 2,4,5,7,13).

5.5 SEJA ENTREGUE A SATANÁS. Isso significa (em um caso como esse de Corinto), a igreja remover a pessoa imoral da sua comunhão e entregá-la ao domínio de Satanás. expondo-a às influências destrutivas do pecado e demoníacas (vv. 7,13). (1) Tal disciplina tem dois propósitos: (a) que o culpado, ao experimentar problemas e sofrimentos físicos, arrependa-se e seja finalmente salvo (Lc 15.11-24); (b) que a igreja livre-se do "fermento velho" (v.7; i.e., das influências pecaminosas), para assim tornar- se o pão novo "da sinceridade e da verdade" (v. 8). (2) A mesma ação pode ser adotada pela igreja hoje, ao procurar salvar a quem abandonou a vida cristã e voltou ao mundo (cf. 1 Tm 1.20).

5.6 UM POUCO DE FERMENTO FAZ LEVEDAR TODA A MASSA. Na Bíblia, "fermento" (i.e., levedura que produz fermentação) é símbolo do erro que permeia o povo e corrompe a verdade, a retidão e a vida espiritual (Gl 5.7-9; ver Ex 13.7 nota; Mc 8.15 nota). Paulo, neste versículo, compara o fermento ao processo pelo qual o pecado e a iniqüidade paulatinamente se propagam numa comunidade cristã, corrompendo assim a muitos. Qualquer igreja que não tomar medidas severas contra a imoralidade sexual entre seus membros descobrirá que a influência maligna desse mal se alastrará pela congregação e contaminará a muitos. O pecado deve ser rigorosamente removido; de outra forma, no decurso do tempo, a totalidade da comunidade cristã se corromperá e o Espírito Santo não terá lugar nessa igreja (ver Ap 2,3 notas).

5.12 JULGAIS... OS QUE ESTÃO DENTRO. Um crente não deve fazer crítica precipitada ou injusta contra outro crente (cf. Mt 7.1-5). Todavia, Paulo mostra, aqui, que a igreja precisa julgar seus membros em caso de pecado grave, iniqüidade, imoralidade, ou conduta ímpia persistente. Tais ações iníquas precisam ser julgadas e disciplinadas, para o bem da pessoa envolvida, da pureza da igreja e do testemunho de Cristo no mundo (ver v. 1 nota).

 


 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 6º

6.1 IR A JUÍZO PERANTE OS INJUSTOS. Quando ocorrem disputas banais (v. 2) entre os cristãos, isso deve ser julgado na igreja e não na justiça secular. A igreja deve julgar entre aquilo que é certo ou errado, dar seu veredito e disciplinar o culpado, se necessário for (ver Mt 18.15 nota).

(1) Isso não significa que o crente não possa ir à justiça, em casos graves ligados a incrédulos. O próprio apóstolo Paulo apelou ao sistema judiciário mais de uma vez (ver At 16.37-39; 25.10-12).

(2) Paulo não está dizendo, tampouco, que a igreja deve permitir que seus membros abusem ou maltratem ilicitamente os inocentes, como viúvas, crianças ou os indefesos. Pelo contrário, Paulo fala de questões em que é difícil determinar quem tem razão. Casos pecaminosos ostensivos não devem ser tolerados, mas tratados de conformidade com as instruções de Cristo em Mt 18.15-17.

(3) Além disso, quando um suposto "irmão" se divorcia ou abandona sua família e se recusa a sustentar sua esposa e filhos com pensão alimentícia, uma mãe, com motivos justos e ante a necessidade dos filhos, pode apelar à justiça. Paulo não defende a idéia de deixar os violadores da lei defraudarem o próximo, nem serem uma ameaça à vida ou ao bem-estar dos outros. Sua declaração no versículo 8, indica que ele está falando das disputas mínimas, em que a injustiça sofrida pode ser suportada e tolerada.

6.9 OS INJUSTOS NÃO HÃO DE HERDAR O REINO. Alguns de Corinto enganaram-se a ponto de crer que se perdessem a comunhão com Cristo, negassem-no e vivessem na imoralidade e na injustiça, sua salvação e sua herança no reino de Deus continuavam seguras.

(1) Paulo, no entanto, declara que a conseqüência inevitável do pecado habitual é a morte espiritual, até mesmo para o cristão (cf. Rm 8.13). Ninguém poderá viver na imoralidade e ao mesmo tempo herdar o reino de Deus (cf. Rm 6.16; Tg 1.15; ver 1 Jo 2.4 nota; 3.9 nota). O apóstolo Paulo repete muitas vezes esse ensino fundamental (e.g., Gl 5.21 e Ef 5.5,6). Note-se que os profetas do AT continuamente declaravam este princípio (ver Jr 8.7 nota; 23.17 nota; Ez 13.10 nota).

(2) A advertência de Paulo é para todos os cristãos. Não nos enganemos, pois "os injustos não hão de herdar o Reino de Deus". A salvação sem a obra regeneradora e santificadora do Espírito Santo não tem lugar na Palavra de Deus.

6.11 JUSTIFICADOS... PELO ESPÍRITO. A justificação abrange, não somente a obra redentora do Senhor Jesus Cristo, como também a obra do Espírito de Deus na vida do crente (ver o estudo TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO)

6.12 TODAS AS COISAS ME SÃO LÍCITAS. Essa declaração é claramente uma citação da falsa teologia dos inimigos de Paulo. Pensavam que tinham o direito de fazer tudo quanto queriam.

6.15 OS MEMBROS DE CRISTO. O apóstolo, advertindo contra o relaxamento moral, demonstra as terríveis consequências para o crente, da imoralidade sexual. Quando o crente une-se fisicamente a uma mulher decaída, fica sendo um só com ela, sujeito ao seu domínio (v.16; cf. Gn 2.24), profana aquilo que Cristo santificou (v. 15), e separa-se do reino de Deus (v. 9). Na imoralidade sexual, a pessoa praticamente separa-se da união com Cristo, ao fazer do seu corpo um membro da outra pessoa imoral e ímpia.

6.18 FUGI DA PROSTITUIÇÃO. A imoralidade sexual é terrivelmente abominável diante de Deus. Mais do que qualquer outro ato pecaminoso, profana o corpo, que é o templo do Espírito Santo (vv. 15-20). Por isso, Paulo admoesta: "Fugi" da imoralidade sexual. O uso do tempo presente, aqui, indica que o cristão deve fugir repetidas vezes da imoralidade sexual (cf. Gn 39.12; ver o estudo PADRÕES DE MORALIDADE SEXUAL)

6.19 NOSSO CORPO É O TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO. Se somos cristãos, nosso corpo é a morada pessoal do Espírito Santo (ver Rm 8.9,11, onde vemos que o Espírito Santo é o selo de Deus em nós, mostrando que lhe pertencemos). Porque Ele habita em nós e pertencemos a Deus, nosso corpo nunca deve ser profanado por qualquer impureza ou mal, proveniente da imoralidade, nos pensamentos, desejos, atos, filmes, livros ou revistas. Pelo contrário, devemos viver de tal maneira que glorifiquemos e agrademos a Deus em nosso corpo (v. 20).

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 7º

7.1 QUE O HOMEM NÃO TOCASSE EM MULHER. O cap. 7 todo é a resposta de Paulo às perguntas feitas pela igreja de Corinto a respeito da vida conjugal. Suas instruções devem ser lidas à luz do versículo 26: "Tenho, pois, por bom, por causa da instante necessidade". Um período de grande aflição e perseguição estava para vir sobre os cristãos de então, e nessa situação, a vida conjugal seria difícil. Note-se que "não tocar em mulher" significa, aqui, não casar-se.

7.3 O MARIDO PAGUE À MULHER. O compromisso do casamento importa em cada cônjuge abrir mão do direito exclusivo ao seu próprio corpo e conceder esse direito ao outro cônjuge. Isso significa que nenhum dos cônjuges deve deixar de atender os desejos sexuais normais do outro. Tais desejos, dentro do casamento são naturais e providos por Deus, e evadir-se da responsabilidade de satisfazer as necessidades maritais do outro cônjuge é expor o casamento às tentações de Satanás no campo do adultério (v. 5).

7.11 SE, PORÉM, SE APARTAR, QUE FIQUE SEM CASAR. No versículo 10, Paulo mostra que a vontade de Deus para o casamento é que ele seja permanente. Também mostra que, às vezes, o relacionamento conjugal se torna tão insuportável que é necessário os cônjuges se separarem. No versículo 11, portanto, Paulo não se refere ao divórcio permitido por Deus, causado por adultério (ver Mt 19.9 nota), nem ao abandono de um cônjuge pelo outro (ver v.15 nota).

Pelo contrário, Paulo está falando da separação sem divórcio formal. Talvez isso se refira a situações em que o cônjuge age de modo a pôr em perigo a vida física ou espiritual da esposa e dos filhos. Em tais casos, é preferível que um dos cônjuges deixe o outro, mas que permaneça sem casar. É inaceitável que Paulo fosse favorável a não separação de um casal em que um dos cônjuges vive sempre a maltratar fisicamente o outro e a agredir os filhos.

7.12 DIGO EU, NÃO O SENHOR. Não se trata de Paulo meramente dar sua opinião aqui, antes; está declarando que não tem uma citação de Jesus para confirmar o que ele vai escrever. No entanto, o que ele passa a escrever, procede de quem tem autoridade apostólica, sob inspiração divina (cf. vv. 25,40; 14.37).

7.14 MARIDO... MULHER... FILHOS. Quando no casamento, um dos cônjuges é incrédulo, tal casamento bem como os filhos nascidos dele são legítimos diante de Deus. A situação aludida neste versículo não é a do casamento no seu aspecto bíblico, mas no seu aspecto legal. Nesse caso, o crente deve continuar vivendo com o descrente, sem separar-se e sem dividir o lar. Além disso, por ser crente o marido ou a mulher, ele, ou ela poderá ter uma influência especial para levar o outro cônjuge a aceitar Cristo (cf. 1 Pe 3.1,2).

7.15 NÃO ESTÁ SUJEITO À SERVIDÃO. Na eventualidade do cônjuge descrente abandonar ou divorciar-se do cônjuge crente, o relacionamento conjugal é dissolvido e o crente está livre das suas obrigações conjugais anteriores. "Neste caso... não está sujeito à servidão", significa que o crente fica desobrigado do contrato conjugal. A palavra "servidão" (gr. douloo) significa literalmente "escravizar". Nesse caso, o crente fiel já não está escravizado aos seus votos conjugais. Tal cônjuge crente abandonado fica livre para casar-se de novo, mas só com um crente (v. 39; ver Mt 19.9, nota sobre o divórcio).

7.19 A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS DE DEUS. Como é que Paulo, que enfatizou tão fortemente a salvação pela fé (Rm 3,4), pode dizer que o que realmente importa é "a observância dos mandamentos de Deus"? Porque a salvação recebida pela fé deve levar a pessoa a obedecer, amar e servir a Deus. Uma obediência abaixo disso não corresponde à fé salvífica neotestamentária (cf. Gl 5.6; 6.15).

7.31 OS QUE USAM DESTE MUNDO. Vivemos num tempo em que todas as coisas do mundo se aproximam rapidamente do fim. Por essa razão, este viver terreno não deve ser a nossa maior preocupação; devemos dirigir nossa máxima atenção no que concerne ao nosso lar celestial (Hb 11.13-16).

7.32 O SOLTEIRO. As Escrituras afirmam que o estado de solteiro não é, de modo algum, inferior ao de casado. Na realidade, é melhor, e isso no aspecto mais importante de todos: a possibilidade de prestar serviço a Deus sem outras preocupações. O solteiro (vv. 32,33), ou a solteira (v. 34) pode dedicar-se às coisas do Senhor mais do que o casado. "Ser santo, tanto no corpo como no espírito", não se refere a modelo de ética, mas à possibilidade de uma maior dedicação a Deus, sem o peso das responsabilidades, preocupações e problemas da família. O solteiro pode dedicar-se, com todos os seus dons, ao Senhor, livre de outros cuidados; totalmente ocupado com as coisas do Senhor e com a sua Palavra.

 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 8º

8.1 COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS. Nos caps. 810, Paulo lida com a pergunta dos coríntios, a respeito de alimento oferecido a ídolos, e se é permitido comprar e comer tal alimento, e, participar de festas em templos idólatras (v. 10).

(1) Ao lidar com este assunto, Paulo revela um princípio importante, segundo o qual os cristãos de todos os tempos devem viver. Esse princípio aplica-se a quaisquer atividades questionáveis que possam tentar algum crente a pecar e arruinar-se espiritualmente (v. 11). O Espírito Santo deu instruções, por intermédio de Paulo, no sentido do cristão sempre agir com amor para com os irmãos na fé, o que requer abnegação.

(2) Abnegação significa limitar nossa própria liberdade e deixar de lado todas as atividades questionáveis, a fim de não ofender ou enfraquecer as convicções sinceras de outros cristãos que se consideram firmados em princípios bíblicos. O inverso da abnegação é a autodefesa do direito de participar de uma atividade questionável, atividade esta que poderá induzir outros a também participarem dela para seu próprio detrimento (cf. Rm 14.1-15.3; At 15.29 nota; 1 Co 9.19 nota).


8.2 AINDA NÃO SABE. Aqueles que baseiam seu direito de participar de coisas duvidosas, conforme seu "conhecimento" ou "entendimento amadurecido", demonstram que, na realidade, nada sabem como convém saber. Nosso conhecimento nesta vida é sempre incompleto e imperfeito. Por isso, nossas ações devem basear-se primeiramente no amor a Deus e ao próximo. Se o amor for o nosso elemento determinante, recusaremos participar de qualquer atividade que possa fazer um único crente tropeçar e caminhar para sua ruína eterna. Aqueles que vivem segundo a lei do amor são os conhecidos por Ele [Deus] (v. 3). "O Senhor conhece os que são seus" (2 Tm 2.19).

8.12 PECAIS CONTRA CRISTO. Aqueles que, pelo seu exemplo, levam outros ao pecado e à ruína espiritual (v.11) pecam, não somente contra aquela pessoa, mas também contra o próprio Cristo. Cometem um grave pecado. O propósito da morte de Cristo é, assim, considerado de pouco valor, em comparação aos desejos egoístas da pessoa (ver Mt 18.7 nota).

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 9º

9.1 NÃO SOU EU APÓSTOLO? Paulo ilustra na sua pessoa o princípio exposto em 8.13 (ver 8.1 nota), abrindo mão voluntariamente de seus direitos pessoais de apóstolo para não prejudicar o progresso do evangelho de Cristo (v. 12; ver v. 19 nota).

9.14 QUE VIVAM DO EVANGELHO. A Bíblia nos ensina, no AT (Dt 25.4; cf. Lv 6.16,26; 7.6) e no NT (Mt 10.10; Lc 10.7), que aqueles que se dedicam à proclamação da Palavra de Deus devem ser sustentados por aqueles que, desse trabalho, recebem bênçãos espirituais (ver Gl 6.6-10 nota; 1 Tm 5.18).

9.19 FIZ-ME SERVO DE TODOS. Paulo se refere à sua própria pessoa como exemplo de abnegação por amor ao próximo (ver 8.1 nota). Renuncia a seus próprios direitos em consideração às convicções dos outros (Rm 14.15-21), a fim de não limitar seu ministério, nem estorvar o evangelho (v. 12). Isso não significa que Paulo transige com os princípios cristãos, nem que procura agradar os outros, visando a conquistar a sua estima (Gl 1.8-10). O que ele afirma é que está disposto a conformar-se com os padrões e convicções das pessoas a quem está disposto a ajudar, contanto que não haja violação dos princípios cristãos. Paulo entende que, se ele ofende as pessoas por desconsiderar as convicções delas, seu ministério pode ser gravemente prejudicado entre as mesmas (vv. 12,19-23; ver 8.1 nota).

9.24 O PRÊMIO. O "prêmio", a coroa "incorruptível" (v. 25), refere-se à vitória de obtermos a salvação eterna, o alvo precioso da vida cristã (cf. 1.8; 4.5; 6.2,9,10; 15.12-19). Esse alvo somente podemos atingir, abrindo mão dalguns dos nossos direitos, por amor ao próximo (8.7-13), e renunciando as coisas que nos eliminariam para a corrida espiritual (10.5-22).
9.24 CORREI DE TAL MANEIRA QUE O ALCANCEIS. Paulo ilustra o princípio de que se alguém deixa de exercer seu autodomínio, a abnegação e o amor ao próximo, ele mesmo será rejeitado por Deus, mesmo sendo um pregador do evangelho (ver v.27 nota).

9.27 EU MESMO NÃO VENHA... A FICAR REPROVADO. "Ficar reprovado" (gr. adokimos) encerra a idéia de "ser reprovado em prova", "ser rejeitado". Paulo emprega esse mesmo termo em 2 Co 13.5, onde declara que Cristo não habita naqueles que são "reprovados" (gr. adokimoi). Paulo não se refere meramente à perda de um galardão ministerial. O que ele reconhece é a possibilidade de deixar de obter o prêmio (i.e., a herança) da salvação final (vv. 24,25), se ele deixar de viver uma vida santa, de exercer o autodomínio e de suportar sofrimentos por amor a Cristo (vv. 25-27).

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 10º

10.1 NÃO QUERO QUE IGNOREIS. É possível alguém ser redimido, desfrutar da graça divina, e, posteriormente, ser rejeitado por Deus, por causa de conduta pecaminosa (ver 9.27 nota). Isso passa, agora, a ser confirmado por exemplos colhidos da experiência de Israel (vv. 1-12).

10.5 FORAM PROSTRADOS NO DESERTO. Os israelitas foram alvos da graça de Deus no Êxodo. Foram libertos da escravidão (v. 1), batizados (v. 2), divinamente sustentados no deserto e tiveram íntima comunhão com Cristo (vv. 3,4). Mesmo assim, a despeito dessas bênçãos espirituais, deixaram de agradar a Deus e foram destruídos por Ele no deserto; perderam a sua eleição divina e, portanto, deixaram de alcançar a Terra Prometida (cf. Nm 14.30; ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS). O argumento de Paulo é que, assim como Deus não tolerou a idolatria, pecado e imoralidade de Israel, assim também Ele não tolerará o pecado dos crentes da Nova Aliança

10.6 ESSAS COISAS... FEITAS EM FIGURA. O terrível juízo divino sobre os israelitas desobedientes serve de exemplo e advertência aos que estão sob a Nova Aliança, para não cobiçarem as coisas más. Paulo adverte aos coríntios que se eles forem infiéis a Deus como Israel (vv. 7-10), eles também serão julgados e não entrarão na pátria celeste prometida.

10.11 ESCRITAS PARA AVISO NOSSO. A história do julgamento divino do povo de Deus no AT ficou gravada nas Escrituras para bem advertir os crentes do NT contra o pecado e o cair da graça (v. 12; ver Nm 14.29 nota).

10.12 OLHE... NÃO CAIA. Os israelitas, como eleitos de Deus, pensavam que poderiam entregar-se, sem perigo, ao pecado, à idolatria e à imoralidade; porém, foram julgados. Assim também, os "coríntios", da atualidade, que acreditam que podem viver satisfazendo a carne, devem se dar conta de que o juízo divino também os aguarda, caso não abandonem esses pecados.

10.13 FIEL É DEUS. O crente professo não pode justificar seu pecado com a desculpa de que ele simplesmente é humano e, portanto, imperfeito; e que neste mundo todos os crentes nascidos de novo pecam por palavras, pensamentos e ações (cf. Rm 6.1). Ao mesmo tempo, Paulo assegura aos coríntios que nenhum crente precisa cair da graça e da misericórdia de Deus.

(1) O Espírito Santo afirma explicitamente que Deus outorga aos seus filhos graça suficiente para vencer todas as tentações e, assim, resistir ao pecado (cf. Ap 2.7,17,26). A fidelidade de Deus expressa-se de duas maneiras:

(a) Ele não permitirá que sejamos tentados além do que podemos suportar, e

(b) Ele, ocorrendo a tentação, proverá os meios de a suportarmos e vencermos o pecado (cf. 2 Ts 3.3).

(2) A graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 2.11-14), o sangue de Jesus Cristo (Ef 2.13; 1 Pe 2.24), a Palavra de Deus (Ef 6.17; 2 Tm 3.16,17), o poder do Espírito Santo que em nós habita (Tt 3.5,6; 1 Pe 1.5) e a intercessão celestial de Cristo proporcionam poder suficiente para a guerra do crente contra o pecado e contra as hostes espirituais de maldade (Ef 6.10-18; Hb 7.25).

(3) Se o cristão se entrega ao pecado, não é porque a graça divina é insuficiente, mas porque ele deixa de resistir, pelo poder do Espírito Santo, a seus próprios desejos pecaminosos (Rm 8.13,14; Gl 5.16-24; Tg 1.13-15). Deus, com "o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade" (2 Pe 1.3), e, pela salvação concedida por Cristo, podemos "andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra... corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória,em toda a paciência, e longanimidade, com gozo" (Cl 1.10,11; ver Mt 4.1, nota sobre como vencer a tentação). Podemos "suportar" toda a tentação e "escapar", se realmente desejarmos assim fazer, na dependência da fidelidade e do poder de Deus.


10.16 O CÁLICE DE BÊNÇÃO. O cálice que tomamos na Ceia do Senhor tipifica a morte de Cristo e seu sofrimento sacrificial pelos pecadores. A "comunhão do sangue de Cristo" refere-se à participação do crente na salvação provida pela morte de Cristo (cf. 11.25). As Escrituras não ensinam que na Ceia do Senhor o pão e o fruto da videira se transformam realmente no corpo e sangue de Cristo (ver 11.24,25, nota sobre a Ceia do Senhor).

10.20 SACRIFICAM AOS DEMÔNIOS. A idolatria envolve o culto aos demônios, direta ou indiretamente (cf. Dt 32.17; Sl 106.35-38; ver o estudo A IDOLATRIA E SEUS MALES) está associada à avareza ou cobiça (ver Cl 3.5 nota). Logo, há poderes demoníacos por trás da paixão pelas riquezas, honrarias ou cargos mundanos
10.21 O CÁLICE DO SENHOR E O CÁLICE DOS DEMÔNIOS. Participar da Ceia do Senhor é compartilhar da redenção de Cristo. Do mesmo modo, participar de festas idólatras é compartilhar ou participar com os demônios (v.20). O erro dalguns em Corinto era não distinguir entre retidão e impiedade, entre o santo e o profano, entre o que é de Cristo e o que é do diabo. Não compreendiam o zelo santo de Deus (v. 22; cf. Ex 20.5; Dt 4.24; Js 24.19) e a gravidade da transigência com o mundo. O próprio Cristo falou a respeito desse erro fatal: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6.24).

10.31 FAZEI TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS O objetivo principal da vida do crente é agradar a Deus e promover a sua glória (ver o estudo A GLÓRIA DE DEUS). Sendo assim, aquilo que não pode ser feito para a glória de Deus (i.e., em sua honra e ações de graças como nosso Senhor, Criador e Redentor) não deve ser feito de modo nenhum. Honramos a Deus mediante nossa obediência, ações de graças, confiança, oração, fé e lealdade a Ele. Viver para a glória de Deus deve ser uma norma fundamental em nossa vida, o alvo da nossa conduta, e teste das nossas ações

 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 11º

11.1 SEGUINDO O EXEMPLO DE CRISTO. O crente, como Paulo, é chamado para seguir o exemplo de Cristo e tornar-se semelhante a Ele (cf. Rm 13.14; Gl 3.27). Em que consiste a nossa semelhança com Cristo? (1) Semelhança com Cristo é, antes de tudo, amar a Deus e ao próximo (Mt 22.37-39; Lc 10.27). O amor do crente por Deus motiva e dirige o seu amor pelo próximo (1 Jo 4.20,21), assim como o amor de Cristo pelo Pai estava sempre acima de tudo. Seu amor ao ser humano tinha base e dependência nesse amor (cf. Mt 22.37-39; Jo 17.23,24).

(2) O amor de Cristo pelo Pai é visto no seu zelo pela glória de Deus (Mt 6.9; Jo 12.28; 17.4), pela vontade de Deus (Mt 26.42; Jo 4.34; Hb 10.7-12), pela Palavra de Deus (Mt 26.54; Jo 8.28, 17.14,17) e pela comunhão íntima com Deus (Lc 5.16; Jo 17.21). Vemos este amor manifesto na sua fidelidade a Deus (Hb 3.2) e sua disposição de executar a vontade de Deus, dando sua vida pela nossa redenção (Mt 26.42; Jo 3.16,17; Hb 10.4-9). O amor de Cristo pelo Pai é também revelado no seu amor à justiça e aversão ao pecado (ver Hb 1.9 nota).

(3) O amor de Cristo pelo ser humano é visto na sua compaixão demonstrada (Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; cf. Lc 15.11-24), na sua bondade (Mt 8.3,16,17;9.22), nas suas lágrimas (Jo 11.35), na sua humildade (Mt 11.29), na sua beneficência (At 10.38), na sua mansidão (Mt 11.29), no seu perdão (Lc 23.34), na sua paciência (Lc 13.34) e na sua misericórdia (Mt 15.22-28; Jd 21). Ele também demonstrou amor ao reprovar o pecado (Mt 16.23; Mc 9.19; 10.13,14), ao manifestar sua indignação aos cruéis, desumanos, insensíveis ao sofrimento e às necessidades dos outros (ver Mc 3.5 nota), ao prevenir sobre o inferno (Mt 5.29,30; Lc 12.5) e oferecer-se como sacrifício por nós (Mt 26.38; Jo 10.11,17,18; 13.1).


11.2 OS PRECEITOS. Esses preceitos ou ordenanças eram instruções no tocante à doutrina, aos padrões morais e às normas de conduta, que Paulo entregou às igrejas, pela autoridade de Cristo. Note que o conteúdo e as instruções do cap. 11 resumem a vontade de Deus, para seu povo, em questões tais como roupas externas, modéstia, aparência e a devida conduta. Ensinar que Deus se interessa somente pelas atitudes interiores da pessoa e não pela sua aparência exterior é afastar-se da revelação clara de Deus nas Escrituras. Vestir-se de modo correto e decente é um princípio bíblico de validez permanente (ver 1 Tm 2.9 nota).

11.3 A CABEÇA DE TODO VARÃO. Paulo se preocupa com o relacionamento correto entre o homem e a mulher e procura manter esse relacionamento como Deus ordenou.

(1) Ele ensina que em Cristo há perfeita igualdade espiritual entre o homem e a mulher, como herdeiros da graça de Deus, mas é uma igualdade que envolve a ordem e a subordinação, no tocante à autoridade (ver Gl 3.28 nota). Assim como Deus é a cabeça em relação a Cristo, Cristo é a cabeça em relação ao homem e o homem é a cabeça em relação à mulher. A palavra "cabeça" pode expressar tanto a autoridade, quanto a ordem divina (cf. 3.23; 11.8,10; Jz 10.18; Ef 1.21,22; 5.23,24; Cl 1.18; 2.10).

(2) Paulo baseia a liderança do marido, não em princípios culturais, mas na atividade e propósito criativos de Deus, ao criar a mulher para ajudar o homem (vv. 8,9; Gn 2.18 nota; ver 1 Tm 2.13 nota).

(3) A subordinação, aqui em pauta, não é o rebaixamento da pessoa, uma vez que ela não importa em supressão ou opressão. Pelo contrário, ela mostra que o marido deve reconhecer o grande valor que Deus atribui à mulher e que é responsabilidade dele protegê-la e orientá-la, de tal maneira que a vontade de Deus para ela, no lar e na igreja seja cumprida.

(4) Cristo, como Deus não é inferior, nem de segunda categoria porque o Pai é seu cabeça; assim também a mulher não é pessoa de segunda categoria só porque o homem é seu "cabeça". Além disso, no reino de Deus, a liderança nunca implica ser "maior". A condição de ser servo e obediente são grandezas no reino de Deus (Mt 20.25-28; Fp 2.5-9). O ensino de Paulo a respeito do relacionamento entre homens e mulheres deve ser estudado juntamente com seu ensino a respeito das responsabilidades da esposa e do marido na vida conjugal (ver Ef 5.21-23 notas).

11.6 QUE PONHA O VÉU. A mulher cobria a cabeça nos dias de Paulo, como sinal de modéstia e subordinação ao marido, e para demonstrar a sua dignidade. O véu significava que ela devia ser respeitada e honrada como mulher. Sem véu, ela não tinha dignidade; os homens não respeitavam mulheres sem véu, pois deste modo elas se exibiam pública e indecorosamente.

Sendo assim, o véu era um sinal do valor, da dignidade e da importância da mulher conforme Deus a criou. O princípio subjacente no caso do véu, ainda é necessário hoje. A mulher cristã deve vestir-se de modo modesto e cuidadoso, honroso e digno, para sua segurança e seu devido respeito aonde quer que for. A mulher, ao vestir-se de modo modesto e apropriado para a glória de Deus, ressalta a sua própria dignidade, valor e honra que Deus lhe deu.

11.10 TER SOBRE A CABEÇA SINAL DE PODERIO. Paulo enfatiza de novo que as mulheres devem usar véu em público, ou seja, ter um símbolo de "poderio" ou "autoridade" sobre a sua cabeça (indicando que estão sob autoridade ver vv. 3,6 notas). A expressão: "por causa dos anjos", pode referir-se ao fato que os anjos se preocupam com a ordem e a decência e ficam perplexos diante da conduta dos crentes em desarmonia com a vontade de Deus (cf. 4.9). No versículo 15, o apóstolo, ainda falando sobre a mulher, explica que, em termos do NT, o véu deu lugar ao cabelo.

11.14 O VARÃO TER CABELO CRESCIDO. Deus quer que sejam observadas as diferenças na aparência física entre o homem e a mulher.

(1) Paulo cita o cabelo como exemplo e declara que o comprimento do cabelo do homem e da mulher deve ser tal, que haja uma distinção entre eles. O cabelo da mulher deve ser longo em relação ao do homem, simbolizando a sua aceitação da dignidade, valor e honradez femininas, conforme Deus criou a mulher (ver v.6 nota). O cabelo do homem, ao contrário, deve ser curto.

(2) Nos tempos do NT, o cabelo longo masculino era vergonhoso entre os homens, e repudiado pelos judeus, bem como pelo povo de Corinto, no século I. Quadros que retratam Jesus com cabelos longos procedem totalmente da imaginação dos artistas da Idade Média, e não das evidências bíblicas ou históricas (inúmeras pinturas e esculturas dos tempos do NT comprovam esse fato). O apóstolo não teria escrito: "é desonra para o varão ter cabelo crescido", se Cristo tivesse cabelo longo como as mulheres. Logo, a declaração de Paulo conflita, não com o costume de Jesus, mas com a invenção dos artistas.

11.20 A CEIA DO SENHOR. A Ceia do Senhor é descrita em quatro trechos bíblicos: Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.15-20; 1 Co 11.23-32. Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro.

(1) Sua importância no passado.

(a) É um memorial (gr. anamnesis; vv. 24-26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22).

(b) É um ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (v. 24; Mt 26.27,28; Mc 14.23; Lc 22.19).

(2) Sua importância no presente.

(a) A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. koinonia) com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18-20; Lc 24.35).

 (b) É o reconhecimento e a proclamação da Nova Aliança (gr. kaine diatheke) mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de permanecer leais, de resistir o pecado e de identificar-nos com a missão de Cristo (v. 25; Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20; ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO).

(3) Sua importância no futuro.

(a) A Ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29; 22.17,18,30).

(b) Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo (v. 26) e encena a oração: "Venha o teu Reino" (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade


11.21 OUTRO EMBRIAGA-SE. "Um tem fome, e outro embriaga-se", pode ser traduzido: "Um tem fome e outro come demais". Esta tradução é preferida, pelas seguintes razões:

(1) A palavra "embriagar-se" (gr. methuo) tem dois sentidos. Pode referir-se a:

(a) ficar bêbado, ou

(b) ficar farto ou satisfeito, sem qualquer referência à embriaguez (ver Jo 2.10, nota sobre o uso dessa palavra no tocante às bodas de Caná).

(2) O contexto deste versículo relaciona-se claramente com refeição em geral. Quando os coríntios se reuniam para suas refeições de confraternização, antes da Ceia do Senhor (cf. 2 Pe 2.13; Jd v.12), alguns se reuniam em grupos pequenos e tomavam suas refeições à parte (vv. 18,19). Os pobres, que não podiam trazer refeição, eram desconsiderados e deixados com fome. Paulo não se referia à embriaguez, senão ele certamente a teria condenado tão severamente quanto a condenou noutras partes dessa epístola (cf. 6.10). Ele considerava a embriaguez, não apenas como mera questão de desconsideração com os demais, mas como algo tão grave que exclui a pessoa do Reino de Deus (6.10; Gl 5.21).

11.24,25 MEU CORPO... MEU SANGUE. Estas palavras se referem ao corpo de Cristo, ofertado mediante sua morte, bem como seu sangue derramado como sacrifício na cruz. Cristo, ao falar do pão, "isto é o meu corpo", quis dizer que o pão representava o seu corpo. O "cálice" representava o seu sangue derramado no Calvário para a ratificação do "Novo Testamento" (v. 25). Comer o pão e beber o cálice significam proclamar e aceitar os benefícios da morte sacrificial de Cristo (v. 26).
11.27 COMER... BEBER... INDIGNAMENTE. Comer indignamente é participar da mesa do Senhor com um espírito indiferente, egocêntrico e irreverente, sem qualquer intenção ou desejo de abandonar os pecados conhecidos e de aceitar o concerto da graça com todas as suas promessas e deveres. Quem participa assim indignamente, peca terrivelmente contra o Senhor. É culpado de crucificar de novo a Cristo e torna-se imediatamente sujeito a juízo e retribuição específicos (vv. 29-32). Ser "culpado do corpo e do sangue do Senhor" significa ser considerado responsável pela sua morte.

11.32 SOMOS REPREENDIDOS PELO SENHOR. O propósito do julgamento e castigo pelo Senhor (cf. v. 30) é para que não sejamos condenados eternamente com o mundo. Esse propósito misericordioso de Deus é válido para todos quantos se arrependem dos seus pecados e se julgam a si mesmos devidamente (v. 31).

 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 12º

12.1 ACERCA DOS DONS ESPIRITUAIS. Nos caps. 12-14, Paulo trata dos dons do Espírito Santo concedidos ao corpo de Cristo. Esses dons eram parte indispensável da vida e do ministério da igreja primitiva. Deus quer que esses dons continuem em ação na igreja até a volta de Jesus Cristo (ver 1.7 nota). Seus propósitos para os dons espirituais são os seguintes:

(1) Manifestar a graça, o poder, e o amor do Espírito Santo entre seu povo nas reuniões públicas, nos lares, nas famílias e nas atividades pessoais (vv. 4-7; 14.25; Rm 15.18,19; Ef 4.8).

(2) Ajudar a tornar eficaz a pregação do evangelho aos perdidos, confirmando de modo sobrenatural a mensagem do evangelho (Mc 16.15-20; At 14.8-18; 16.16-18; 19.11-20; 28.1-10).

(3) Suprir as necessidades humanas, fortalecer e edificar espiritualmente, tanto a congregação (vv. 7,14-30; 14.3,12,26), como os crentes individualmente (14.4), i.e., aperfeiçoar os crentes na "caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1 Tm 1.5; cf. 1 Co 13).

(4) Batalhar com eficácia na guerra espiritual contra Satanás e as hostes do mal (Is 61.1; At 8.5-7; 26.18; Ef 6.11,12). Alguns trechos bíblicos que tratam dos dons espirituais são: Rm 12.3-8; 1 Co 1.7; 12-14; Ef 4.4-16; 1 Pe 4.10,11).


12.1-6 DONS ESPIRITUAIS. Os termos que a Bíblia emprega para os dons espirituais descrevem a sua natureza.

(1) "Dons espirituais", (gr. pneumatika, derivado de pneuma, "espírito"). A expressão refere-se às manifestações sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum (vv. 1,7; 14.1).

(2) "Dons" ou "dons da graça" (gr. charismata, derivado de charis, "graça"), indicam que os dons espirituais envolvem tanto a motivação interior da pessoa, como o poder para desempenhar o ministério referente ao dom (i.e., a capacitação dinâmica) recebido do Espírito Santo. Esses dons fortalecem espiritualmente o corpo de Cristo e aqueles que necessitam de ajuda espiritual (v. 4; ver Rm 12.6 nota; Ef 4.11; 1 Pe 4.10; ver o estudo DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA).

(3) "Ministérios" (gr. diaoniai, derivado de diakonia, "serviço"). Isso mostra que há diferentes tipos de serviço e que certos dons envolvem o recebimento da capacidade e poder de ajudar e assistir o próximo (vv. 4,5,27-31; Ef 4.7,11-13). Paulo indica que o aspecto ministerial dos dons fala do ministério do Senhor Jesus como "servo". Assim, a operação dos dons é definida em termos da presença e da ação de Cristo em nosso meio (cf. v.3; 1.4).

(4) "Operações" ou "efeitos" (gr. energemata, derivado de energes, "ativo, enérgico"). O termo indica que os dons espirituais são operações diretas do poder de Deus Pai, visando resultados definidos (vv. 6,10).

(5) "A manifestação do Espírito" (gr. phanerosis, derivado de phaneros, "manifestar") realça o fato de que os dons espirituais são manifestações diretas da operação e da presença do Espírito Santo na congregação (vv. 7-11)

12.3 JESUS É O SENHOR. Paulo começa seu ensino dos dons espirituais, partindo da verdade de que os dons e as manifestações do Espírito Santo exaltarão Jesus como Senhor da igreja. O intuito máximo da atividade do Espírito Santo é a expressão cada vez maior da pessoa, da presença, do poder, do amor e da justiça do Senhor Jesus Cristo. Na manifestação dos dons espirituais, o próprio Jesus, mediante o Espírito Santo, ministra ao seu povo, através do seu povo (ver vv. 12-27; Mt 25.40).

12.7 A MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO. Para comentários sobre os dons espirituais como manifestações do Espírito Santo, e para uma descrição dos vários dons alistados aqui, ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE

12.12 UM SÓ CORPO, ASSIM É CRISTO. Ver versículo 1, nota sobre os dons espirituais e o corpo de Cristo.

12.13 TODOS NÓS FOMOS BATIZADOS EM UM ESPÍRITO. O batismo "em um Espírito" não se refere, nem ao batismo em água, nem ao batismo no Espírito Santo que Cristo outorga ao crente como no dia de Pentecoste (ver Mc 1.8; At 2.4 nota). Refere-se, pelo contrário, ao ato do Espírito Santo batizar o crente no corpo de Cristo - a igreja, unindo-o a esse corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes. É a transformação espiritual (i.e., a regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o crente "em Cristo" biblicamente (ver o estudo A REGENERAÇÃO)

12.25 TENHAM OS MEMBROS IGUAL CUIDADO UNS DOS OUTROS. Os dons espirituais não devem ser base para se destacar uma pessoa, ou para considerar um crente mais importante do que o outro (vv. 22-24). Antes, cada pessoa é colocada no corpo de Cristo de conformidade com a vontade de Deus (v. 18), e todos os membros são importantes para o bem-estar espiritual e funcionamento apropriado desse corpo. Os dons espirituais devem ser usados, não com orgulho, nem visando a exaltação pessoal, mas com o desejo sincero de ajudar o próximo, e com um coração que realmente se preocupa com os outros (cap. 13).

12.28 A UNS PÔS DEUS NA IGREJA. Paulo apresenta aqui uma lista parcial dos dons de ministério (ver Rm 12.6-8 e Ef 4.11-13, para outras listas de dons de ministério). Ver o estudo DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA para a definição dos termos apóstolo, profeta, pastor e mestre; ver também Jo 6.2 nota, para uma definição de "milagres"; Rm 12.7,8, para notas sobre "socorros" ("exercer misericórdia"), e "governos" ("presidir")

12.30 FALAM TODOS DIVERSAS LÍNGUAS? A pergunta retórica de Paulo, aqui, subentende uma resposta negativa. O contexto no cap. 12 revela que Paulo se refere ao uso do dom de línguas e o outro dom que o acompanha nos cultos públicos ? o dom de interpretação de línguas. Paulo não está a limitar o uso de línguas nas orações e no louvor a Deus em particular (cf. 14.5). Muitos crentes batizados no Espírito Santo acham fácil orar em línguas à medida que se rendem ao Espírito Santo. No dia do Pentecoste (At 2.4), em Cesaréia (At 10.44-46) e em Éfeso (At 19.2-6), todos que estavam cheios do Espírito falaram em línguas como sinal de que tinham recebido a plenitude do Espírito (ver o estudo O FALAR EM LÍNGUAS)


 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 13º

13.1 E NÃO TIVESSE CARIDADE. O cap. 13 é uma continuação do ensino de Paulo sobre os dons espirituais. Ele enfatiza, aqui, que ter dons espirituais sem amor (caridade), de nada adianta (vv. 1-3). O "caminho ainda mais excelente" (12.31) é o exercício de dons espirituais com amor (vv. 4-8). O amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações espirituais. Daí, Paulo exortar os coríntios: "Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais" (14.1). Os crentes devem, com muito zelo, buscar as coisas do Espírito, para que, assim equipados, possam ajudar, consolar e abençoar o próximo neste mundo.

13.2 NADA SERIA. Há pessoas afeitas às práticas religiosas sem qualquer aprovação de Deus. É até possível que nem sejam crentes. Por exemplo, pessoas, que falam em línguas, profetizam, têm conhecimento ou realizam grandes obras da fé, sem, contudo terem amor, nem a justiça de Cristo. Esses, "nada" são aos olhos de Deus. Diante de Deus, a sua espiritualidade e profissão de fé são vãs (v.1); esses não têm lugar no Reino de Deus (cf. 6.9,10). Não somente lhes falta a plenitude do Espírito, como também não têm a sua presença habitando neles. As manifestações espirituais que ocorrem neles não provêm de Deus, mas doutro espírito (ver At 8.21 nota; 1 Jo 4.1 nota; ver o estudo PROVAS DO GENUÍNO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO). O essencial na autêntica fé cristã é o amor segundo uma ética que não prejudique o próximo e que persevere na lealdade a Cristo e à sua Palavra (ver também v. 13 nota)

13.4-7 A CARIDADE. Essa seção descreve o amor divino através de nós como atividade e comportamento, e não apenas como sentimento ou motivação interior. Os vários aspectos do amor, neste trecho, caracterizam Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Sendo assim, todo crente deve esforçar-se para crescer nesse tipo de amor.
13.8 LÍNGUAS, CESSARÃO. Os dons espirituais, como profecia, línguas e ciência terminarão no fim da presente era. A ocasião em que eles cessarão é descrita assim: "quando vier o que é perfeito" (v. 10), ou seja, no fim da presente era, quando, então, o conhecimento e o caráter do crente se tornarão perfeitos na eternidade, depois da segunda vinda de Cristo (v. 12; 1.7). Até chegar esse tempo, precisamos do Espírito e dos seus dons na congregação. Não há nenhuma evidência aqui, nem em qualquer outro trecho das Escrituras, de que a manifestação do Espírito Santo através dos seus dons cessaria no fim da era apostólica.

13.13 A MAIOR... É A CARIDADE. Este capítulo deixa claro que um caráter semelhante ao de Cristo, Deus o enaltece acima do ministério, da fé ou da posse dos dons espirituais.

(1) Deus valoriza e destaca o caráter que age com amor, paciência (v. 4), benignidade (v. 4), altruísmo (v. 5), aversão ao mal e amor à verdade (v.6), honestidade (v.6), e perseverança na retidão (v. 7), muito mais do que a fé que move montanhas ou realiza grandes feitos na igreja (vv. 1,2,8,13).

(2) Os maiores no reino de Deus serão aqueles que aqui se distinguem em piedade interior e no amor a Deus, e não aqueles que se notabilizam pelas realizações exteriores (ver Lc 22.24-30 nota). O amor de Deus derramado dentro do coração do crente pelo Espírito Santo, é sempre maior do que a fé, a esperança, ou qualquer outra coisa (Rm 5.5).
 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 14º

14.1 PROCURAI COM ZELO OS DONS ESPIRITUAIS. Os crentes que têm amor genuíno pelos que também pertencem ao corpo de Cristo, devem buscar os dons espirituais a fim de poderem ajudar, consolar, encorajar e fortalecer os necessitados (cf. 12.17). Não devem esperar passivamente que Deus lhes conceda os dons do Espírito Santo (12.7-10). Devem, pelo contrário, com zelo, desejar e buscar com oração esses dons, principalmente os que são próprios para encorajar, consolar e edificar (vv. 3,13,19,26).

14.2 O QUE FALA LÍNGUA. Os coríntios exageravam a importância do dom de línguas no culto público (ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE) e isso em detrimento dos outros dons. Além disso, usavam esse dom na igreja sem interpretação. Paulo procura corrigir esse abuso ao ressaltar que as línguas sem interpretação no culto público, de nada aproveitam. Segue-se um esboço desse capítulo:

(1) A profecia edifica a igreja, mais do que as línguas sem interpretação (vv. 1-4).

(2) A profecia, e as línguas com interpretação, têm igual importância na igreja (v. 5).

(3) Falar em línguas no culto público, sem interpretação, não beneficia os outros (vv. 6-12).

(4) Os que falam ou oram em línguas na igreja, devem orar pedindo o dom da interpretação, para assim edificarem a igreja (v. 13).

(5) Na vida pessoal de Paulo, falar com Deus em línguas é um meio importante de adoração e de crescimento espiritual (vv. 14-19).

(6) A profecia é mais útil do que as línguas sem interpretação, visto que a profecia leva à convicção do pecado e a consciência da presença de Deus (vv. 20-25).

(7) O falar em línguas e o profetizar devem ser regulados a fim de que prevaleça a ordem na igreja (vv. 26-40)

14.2 NÃO FALA AOS HOMENS, SENÃO A DEUS. Há, basicamente, duas maneiras de entender este versículo.

(1) Alguns entendem que ele mostra que a finalidade principal das línguas, quer na igreja, quer em particular, é falar primeiramente com Deus, e não aos homens (v. 2). Quando as línguas são dirigidas a Deus, envolvem a comunicação com Ele mediante o Espírito Santo, e podem tomar a forma de oração, de louvor, de cânticos, de invocação de bênçãos e de ação de graças. O que se fala em línguas são "mistérios", i.e., coisas incompreensíveis a quem fala e aos ouvintes (cf. vv. 2.13-17).

A interpretação da expressão vocal (vv. 5,13) em línguas, permite a congregação participar dessa manifestação de adoração dirigida pelo Espírito e, assim, ela poderá dizer "amém" (v.16) à oração ou ao louvor inspirados pelo Espírito (v. 16; ver também v.6 nota).

(2) Por outro lado, é possível que a declaração de Paulo queira dizer que somente Deus compreende uma expressão em línguas, a não ser que seja interpretada (v. 5). O sentido seria que as línguas, quando interpretadas, são dirigidas aos homens. Esse ponto de vista é apoiado pela declaração de Paulo de que a razão pela qual as línguas não são dirigidas aos homens é porque "ninguém o entende" (ver v.6 nota).

14.3 PROFETIZA... PARA EDIFICAÇÃO. O dom de profecia na igreja é originado pelo Espírito Santo, não primeiramente para predizer o futuro, mas para fortalecer a fé do crente, sua vida espiritual e sua resolução sincera de permanecer fiel a Cristo e aos seus ensinos. Profetizar não é, porém, pregar um sermão preparado, mas transmitir palavras espontâneas sob o impulso do Espírito Santo, para a edificação do indivíduo ou da congregação (ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE)

14.4 EDIFICA-SE A SI MESMO. Falar em línguas sem interpretação edifica (i.e., faz crescer a fé e a vida espiritual, ver v. 26 nota) a quem fala, porque coloca a pessoa em comunhão direta com Deus por meio do Espírito (cf. Ef 3.16; Jd 20), ultrapassando a capacidade da mente. Paulo declara que ele ora e tem comunhão com Deus desta maneira, e ao mesmo tempo ora com o seu entendimento (vv. 14,15).

14.5 EU QUERO QUE TODOS VÓS FALEIS LÍNGUAS. O desejo de Paulo refere-se aqui ao falar em línguas a Deus nos momentos de devoção particular. Fica claro que línguas assim, têm valor para a adoração e oração pessoais do cristão individualmente (vv. 2,4). Paulo acrescenta que as línguas autênticas, acompanhadas de interpretação na assembléia, edificam a igreja, da mesma maneira que a profecia. Falar em línguas no culto, sem a interpretação, não contribui, em nada para a edificação da igreja (vv. 7-9).

14.6 FALANDO LÍNGUAS ESTRANHAS, QUE VOS APROVEITARIA? Às vezes, as línguas faladas podem ser dirigidas à congregação. Paulo descreve a situação hipotética dele chegar a Corinto e falar em línguas no culto de adoração ali. Tal fala não lhes aproveitaria nada, a não ser que ele também lhes levasse alguma revelação ou conhecimento. O conteúdo deste versículo sugere que essas línguas, ao serem interpretadas, deveriam consistir de mensagem contendo revelação, conhecimento, profecia, ou ensino à congregação. Esse modo de entender tem apoio no versículo 8, onde Paulo apresenta a analogia da trombeta que transmite uma mensagem de preparo para a batalha. Noutras palavras, falar em línguas com interpretação pode resultar numa mensagem ao povo de Deus, de preparo para a guerra espiritual contra Satanás, contra o pecado e as coisas ímpias do mundo, ou pode nos conclamar ao preparo para a
volta iminente de Cristo.
14.8 TROMBETA... SE PREPARARÁ PARA A BATALHA? Falar em línguas na congregação é semelhante à música, i.e., quem fala em línguas deve produzir sons de fácil identificação (v.7). Como a trombeta, quem fala em línguas
estranhas em público deve transmitir uma mensagem compreensível. Deve orar a fim de que possa pelo Espírito interpretar o que fala para a edificação dos outros (v. 13).
14.15 ORAREI COM O ESPÍRITO... COM O ENTENDIMENTO. Paulo refere-se à sua própria experiência, quanto ao falar em línguas dirigidas a Deus. "Oro com o espírito", significa orar em línguas sob o impulso do Espírito Santo. O
espírito do crente ora à medida que o Espírito Santo o capacita a falar (cf. 12.7,11; At 2.4). Paulo fala aqui do uso pessoal de línguas dirigidas a Deus. Paulo usava as línguas, não somente para orar, mas também para cantar, para louvar
e para dar graças a Deus (vv. 14-16). "Orar com o entendimento" significa orar e louvar a Deus através da nossa própria mente, numa língua aprendida, mas também sob o impulso do Espírito.
14.18 FALO MAIS LÍNGUAS... Paulo considerava o dom de línguas uma parte tão importante da sua vida espiritual, que freqüentemente se expressava em línguas, nas orações, nos cânticos, nos louvores e nas ações de graças. Ele
fala com reverência e gratidão a Deus a respeito dessa forma de manifestação do Espírito Santo. Alguns interpretam este versículo afirmando que Paulo falava mais línguas aprendidas do que os coríntios. Essa interpretação é incorreta,
porque a palavra "mais" (gr. mallon) não é um adjetivo modificando o substantivo "línguas", mas um advérbio de intensidade modificando o verbo "falar". Sendo assim, Paulo não disse "falo em mais línguas", mas, sim, "falo em línguas
mais (i.e., mais freqüentemente) do que todos vós".
14.19 ANTES... NA IGREJA. Na igreja, Paulo preferia pronunciar poucas palavras, contanto que os crentes entendessem, do que falar dez mil palavras em línguas estranhas, sem interpretação. Os versículos 18-19 deixam subentendido que Paulo falava mais em línguas nas suas devoções particulares do que no culto público.

14.22 AS LÍNGUAS SÃO UM SINAL. As línguas dentro da congregação tornam-se um sinal negativo para os incrédulos, porque os convencem que estão separados de Deus e portanto não podem compreender o que está acontecendo (vv. 21,23). A profecia é também um sinal para o crente, pois este reconhece que se trata de uma obra sobrenatural do Espírito Santo e uma prova de que Deus está operando na igreja (vv. 24-25). As línguas como um sinal para o crente indica que o Espírito Santo está sendo derramado (cf. At 10.44-46; 11.15-17) e manifestado entre o povo de Deus (cf. 12.7,10).

14.24 INDOUTO OU INFIEL... DE TODOS É JULGADO. Um dos sinais mais certos de que o Espírito Santo está presente e operando em qualquer congregação é quando Ele convence do pecado, da justiça e do juízo (ver Jo 16.8 nota).

(1) Através da manifestação do Espírito entre o povo de Deus, o pecado será desmascarado, haverá um chamado ao arrependimento, e os pecadores ficarão convictos dos seus pecados. Onde não há desmascaramento da injustiça, convicção do pecado e chamada ao arrependimento, o Espírito Santo certamente não está operando, segundo o padrão bíblico.

(2) Não há um dom especial de revelação, nem "leitura do pensamento", para descobrir pecado no coração de alguém (v. 25). A palavra da profecia com sua verdade moral, ao ser proclamada sob o impulso do Espírito Santo, basta para convencer o coração do pecador (Hb 4.12).

14.26 TUDO PARA EDIFICAÇÃO. O propósito principal de todos os dons espirituais é edificar a igreja e o indivíduo (vv. 3,4,12,17,26). "Edificar" (gr. oikodomeo) significa fortalecer e promover a vida espiritual, a maturidade e o caráter santo dos crentes. Essa edificação é uma obra do Espírito Santo através dos dons espirituais, pelos quais os crentes são espiritualmente transformados mais e mais para que não se conformem com este mundo (Rm 12.2-8), mas edificados na santificação, no amor a Deus, no bem-estar do próximo, na pureza de coração, numa boa consciência e numa fé sincera (ver cap. 13; Rm 8.13; 14.1-4,26; Gl 5.16-26; Ef 2.19-22; 4.11-16; Cl 3.16; 1 Ts 5.11; Jd 20; ver 1 Tm 1.5 nota).

14.27 DOIS, OU... TRÊS... E HAJA INTÉRPRETE. No uso dos dons espirituais, deve haver ordem e equilíbrio. As diretrizes bíblicas para falar em línguas em voz alta na igreja são:

(1) Numa só reunião não deve haver mais do que dois ou três que falem, orem, ou louvem em línguas, e isto somente com interpretação (vv. 27,28).

(2) Falar em línguas deve ser feito por uma pessoa de cada vez (v. 27).

(3) Toda enunciação em línguas deve ser julgada pela igreja, quanto à sua autenticidade (vv. 29,32).

(4) Não havendo ninguém presente com o dom de interpretar, o crente pode, em silêncio, falar em línguas em oração pessoal dirigida a Deus (v. 28).


14.29 E OS OUTROS JULGUEM. Toda profecia deve ser avaliada quanto ao seu conteúdo. Isso demonstra que a profecia nos tempos do NT não era infalível, sendo passível de correção.

(1) Às vezes, a profecia e o falar em línguas não procediam de Deus (cf. 1 Jo 4.1). Até mesmo os espíritos malignos conseguem agir na congregação através de falsos mestres ou falsos profetas aí presentes. O profetizar, o falar em línguas estranhas ou a possessão dalgum dom sobrenatural não é garantia de que alguém é um genuíno profeta ou crente (ver o estudo FALSOS MESTRES), pois os dons espirituais podem ser falsificados por Satanás (Mt 24.24; 2 Ts 2.9-12; Ap 13.13,14).

(2) Se a igreja não julga com decência e ordem (v.40) as profecias, ela deixou de seguir as diretrizes bíblicas. Note, também, que a profecia não era algo como um impulso incontrolável do Espírito, pois apenas um profeta podia falar de cada vez (vv. 30-32).

(3) Qual deve ser a atitude da igreja para com as mensagens proféticas?

(a) Todas as profecias devem ser testadas segundo o padrão da doutrina bíblica (cf. Dt 13.1-3). Isso significa que os crentes devem ficar atentos ao seu cumprimento (cf. Dt 18.22), e atentos também no caso dela não se cumprir.

(b) Se a palavra profética é uma exortação, a congregação precisa perguntar: "O que devemos fazer para obedecermos à vontade do Espírito"

14.31 PROFETIZAR, UNS DEPOIS DOS OUTROS. A distinção entre a profecia como dom espiritual e a profecia como parte das Sagradas Escrituras (2 Pe 1.20), deve ser conhecida com clareza, embora se trate, nos dois casos, de uma mensagem recebida de Deus.

(1) Os escritores da Bíblia recebiam suas mensagens mediante a inspiração direta e única da parte do Espírito Santo, e a comunicavam sem erro. O resultado foi uma mensagem infalível (ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS).

(2) A profecia do tipo descrito nos caps. 12 e 14, porém, não tem inerente em si a mesma autoridade ou infalibilidade que a inspirada Palavra de Deus (2 Tm 3.16). Embora provenha do impulso do Espírito Santo, esse tipo de profecia nunca poderá ser considerado inerrante. Sua mensagem sempre estará sujeita à mistura e erros humanos. Por isso a profecia da igreja nunca poderá ser equiparada com as Sagradas Escrituras. Além disso, a profecia em nossos dias não poderá ser aceita pela igreja local até que seus membros julguem o seu conteúdo, para averiguar a sua autenticidade (ver v. 29 nota; 12.10). A base fundamental desse julgamento é a Palavra de Deus escrita: i.e., a profecia está de conformidade com a doutrina apostólica? Toda experiência e mensagem na igreja devem passar pelo crivo da Palavra de Deus escrita

14.34 AS MULHERES ESTEJAM CALADAS. O versículo 34 pode ser interpretado pelo 35, i.e., a proibição das mulheres interromperem o culto com perguntas que podiam ser feitas em casa. Em 11.5 Paulo deixa claro que em Corinto as mulheres oravam e profetizavam no culto público (cf. a palavra "todos" em 14.23,24,31).
14.39 PROFETIZAR E NÃO PROIBAIS... LÍNGUAS. Esse duplo preceito encerra o ensino bíblico sobre a profecia e as línguas. Se os coríntios não reconhecem que os ensinos de Paulo são "mandamentos do Senhor", provam que não são profetas, nem povo de Deus (vv. 37,38). As igrejas atuais que afirmam seguir a Palavra de Deus, mas que proíbem o falar em línguas e não desejam com zelo que seus membros profetizem, devem verificar como estão aplicando a si os versículos 37,38.

 

 


 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 15º

15.2 SE O RETIVERDES TAL COMO VO-LO TENHO ANUNCIADO. Ser crente não é apenas a pessoa ter fé em Jesus Cristo. Antes, crente é aquele que têm fé em Jesus Cristo como revelado na mensagem integral do evangelho (vv. 1-4). A fé que tal pessoa tem em Cristo está sempre vinculada à Palavra de Deus e à doutrina dos apóstolos (vv.1-3; 11.2,23; Rm 6.17; Gl 1.12).

Por essa razão, os crentes podem ser descritos como o povo que se submete ao Cristo da Bíblia como seu Senhor e Salvador e que vive submisso à Palavra de Deus. Os crentes se submetem sem reservas à autoridade da Bíblia, observam seus ensinos, confiam nas suas promessas, acatam suas admoestações e cumprem os seus mandamentos. É um povo submisso sem reserva à Palavra de Deus, que a usa para testar todas as idéias humanas e que não aceita nada que seja contrário à Bíblia.

15.8 E POR DERRADEIRO. A declaração de Paulo, "por derradeiro", não deve ser entendida no sentido absoluto. Paulo foi o último dos apóstolos no sentido de receber um mandato especial através de um encontro com o Senhor ressurreto para integrar a formação do testemunho inicial e fundamental de Jesus Cristo (cf. At 9.3-8; 22.6-11; 26.12-18).

Esses apóstolos do NT constituíram o início do alicerce da igreja (ver Ef 2.20 nota; cf. Mt 16.18; Ap 21.14). Por essa razão, este ofício inicial de apóstolo do NT é impar e não repetido. Como testemunhas e mensageiros diretos do Senhor ressurreto, eles edificaram o alicerce da igreja de Jesus Cristo, alicerce este que nunca poderá ser alterado, nem admitir acréscimo. Daí, aquele grupo de apóstolos não ter sucessores. São "apóstolos do Cordeiro" num sentido único (Ap 21.14; 1 Ts 2.6 , Jd 17)

15.17 SE CRISTO NÃO RESSUSCITOU. Naqueles dias alguns negavam a ressurreição corpórea de Cristo (v. 12). Respondendo, Paulo declara que se Cristo não ressuscitou, não há perdão, nem livramento do pecado. Fica claro que os que negam a realidade objetiva da ressurreição de Cristo, estão negando totalmente a fé cristã. São falsas testemunhas que falam contra Deus e a sua Palavra. Sua fé não têm valor, e, portanto, não são cristãos autênticos.

15.29 SE BATIZAM... PELOS MORTOS? Estas palavras equivalem a dizer: os que se batizam por causa dos mortos. Isso talvez se refira a certos crentes de Corinto, que seguindo o ensino de falsos mestres, se batizavam para reencontrar-se na vida futura com seus amigos ou familiares cristãos. Isso, além de antibíblico, era inútil, "se os mortos não ressuscitam", como diziam esses falsos mestres (vv. 12,15-17).

15.35-54 COMO RESSUSCITARÃO OS MORTOS? Paulo começa aqui uma exposição da doutrina da ressurreição dos mortos em seus detalhes. Para comentários sobre estes versículos, ver o estudo A RESSURREIÇÃO DO CORPO.

15.51 UM MISTÉRIO. O mistério que Paulo revela é que quando Cristo voltar do céu para buscar a sua igreja, os crentes que ainda estiverem vivos na terra terão seus corpos em um instante transformados, feitos imperecíveis e imortais (ver Jo 14.3 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA)

15.51 NEM TODOS DORMIREMOS. O emprego que Paulo faz de "nós", indica que ele esposava a perspectiva do NT, i.e., de Cristo vir buscar os fiéis ainda naquela geração. Embora Cristo não tenha voltado durante a vida de Paulo, este não estava confundido. O apóstolo tinha razão ao crer assim, porque sabia que Cristo poderia voltar a qualquer momento. Todos aqueles que esperam a volta de Cristo, durante a sua vida aqui, crêem da mesma forma. As palavras de Jesus e a totalidade do NT conclamam todo crente a crer que estamos na última hora, e, que ele deve viver na esperança que Cristo voltará durante a sua vida (cf. 1.7,8; Rm 13.12; Fp 3.20; 1 Ts 1.10; 4.15-17; Tt 2.13; Tg 5.8-9; 1 Jo 2.18,28; Ap 22.7,12,20; ver Mt 24.42,44 notas; Lc 12.35 nota). Logo, aqueles que não o aguardam já nesta vida, não estão vivendo de conformidade com o padrão apostólico.

15.52 SEREMOS TRANSFORMADOS. Ver o estudo A RESSURREIÇÃO DO CORPO
 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 CORÍNTIOS 16º

16.1 QUANTO À COLETA. No cap. 16 Paulo dá instruções para a coleta a favor dos crentes pobres em Jerusalém, fala dos seus planos futuros e dos seus cooperadores no trabalho do Senhor.

16.22 ANÁTEMA. Paulo termina a carta aos coríntios relembrando que todos os crentes professos que se declaram crentes, mas não amam ao Senhor Jesus Cristo, estão sob "anátema" (i.e., amaldiçoado, condenado). "Não amar ao Senhor" significa deixar de lhe ter amor sincero de todo o coração; não lhe obedecer (Jo 14.21), ou distorcer o evangelho apostólico da revelação do NT (ver Gl 1.9 nota). Ser amaldiçoado, significa ser excluído da verdadeira igreja espiritual na terra e, finalmente, do reino celestial, no futuro. Paulo quer que seus leitores compreendam que o teste máximo do discipulado cristão é a fidelidade pessoal e total ao Senhor Jesus Cristo (cf. Rm 10.9).

16.22 MARANATA. Maranata é uma expressão aramaica significando "Vem, Senhor", e que provavelmente foi usada como oração ou saudação entre os cristãos primitivos. A igreja primitiva estava sempre orando pela imediata vinda de Cristo. Cristãos são aqueles que "amam a sua vinda" (2 Tm 4.8) e que expressam esse anseio nas suas palavras e ações (1 Ts 1.10; Ap 22.20).
 

 

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