esdras

Notas de Esdras

  LIVRO  DE  ESDRAS

 

CLIQUE NO LINK DOS CAPÍTULOS ABAIXO PARA NAVEGAR PELO LIVRO

 OU USE AS TECLAS CTRL + F, PARA PESQUISAR.PARA MUDAR DE LIVRO USE O MENU ACIMA.

OBS:  OS ITENS SEM REALCE NÃO POSSUEM NOTAS.    ===>>  PARA RETORNAR AO TOPO UTILIZE A SETA ABAIXO E A DIREITA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Esboço ESDRAS


I. O Regresso a Jerusalém dos Primeiros Repatriados (1.1—6.22)

A. O Decreto e o Provimento de Ciro (1.1-11)

B. Lista dos Repatriados Que Voltaram (2.1-70)

C. Começo da Restauração do Templo (3.1-13)

1. Restabelecimento dos Sacrifícios (3.1-6)

2. Início da Reconstrução do Templo (3.7-13)

D. Suspensão das Obras do Templo pela Oposição (4.1-24)

E. Recomeço da Construção do Templo e Sua Conclusão (5.1—6.18)

1. O Estímulo dos Profetas (5.1,2)

2. Protesto do Governador Tatenai (5.3-17)

3. Dario Confirma a Construção do Templo (6.1-12)

4. Conclusão e Dedicação do Templo (6.13-18)

F. Celebração da Páscoa (6.19-22)

II. O Regresso a Jerusalém da Segunda Leva de Repatriados sob Esdras (7.1—10.44)

A. A Missão de Esdras Autorizada por Artaxerxes (7.1-28)

B. A Viagem de Esdras e dos Seus Companheiros (8.1-36)

C. As Reformas de Esdras em Jerusalém (9.1—10.44)

1. Condenação de Casamento com Pagãos (9.1-4)

2. Confissão de Esdras e Sua Oração Intercessória pelo Povo (9.5-15)

3. Arrependimento Público e Reforma (10.1-44)

 

Autor:
Esdras
Tema:
Restauração de um Remanescente
Data:
450 — 420 a.C.

 

Considerações Preliminares

O livro de Esdras faz parte da história seqüencial dos judeus, escrita depois de seu exílio, que consiste de 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias. No AT hebraico, Esdras e Neemias formavam originalmente um só livro e, de igual modo,
1 e 2 Crônicas. Os eruditos bíblicos entendem que a inspirada história contida nesses livros provinha de um só autor pós-exílico. Embora não haja menção do autor em nenhuma parte da Bíblia, quase todos os autores antigos judeus
e cristãos, bem como muitos eruditos contemporâneos concluem que esse autor foi Esdras, o sacerdote e escriba. Para mais pormenores sobre Esdras como autor, ver a introdução a 1 Crônicas.
Segundo a tradição, foi Esdras quem coligiu todos os livros do AT e os reuniu numa só obra, que instituiu a liturgia do culto na sinagoga, e que fundou a Grande Sinagoga em Jerusalém, a qual fixou o cânon das Escrituras do AT.
Esdras era um líder piedoso, em tudo fiel às Escrituras do AT e que as amava ardorosamente.
O livro de Esdras relata como Deus cumpriu sua promessa profética através de Jeremias (Jr 29.10-14), no sentido de restaurar o povo judeu depois de setenta anos de exílio, ao trazê-lo de volta à sua própria terra (1.1). O colapso
de Judá como nação e sua deportação para Babilônia ocorrera em três levas separadas. Na primeira (605 a.C.), a nobreza jovem de Judá, inclusive Daniel, foi levada ao exílio; na segunda (597 a.C.), foram mais 11.000 exilados,
inclusive Ezequiel; e na terceira leva (586 a.C.), o restante de Judá, menos Jeremias e os mais pobres da terra foram levados. Semelhantemente, a restauração do remanescente exílico, em cumprimento à profecia de Jeremias,
ocorreu em três levas. Na primeira (538 a.C.), 50.000 exilados voltaram, liderados por Zorobabel e Jesua; na segunda (457 a.C.), mais de 17.000 voltaram conduzidos por Esdras; e na terceira leva (444 a.C.), Neemias e seus
homens levaram de volta o restante do povo.
Cerca de dois anos depois da derrota do império babilônico pelo império persa (539 a.C.), começou o retorno dos judeus à sua pátria. O livro de Esdras registra a primeira e a segunda levas de repatriados abrangendo três reis
persas (Ciro, Dario e Artaxerxes) e cinco líderes espirituais de destaque: (1) Zorobabel, que conduziu os primeiros exilados; (2) Jesua, um sumo sacerdote piedoso que auxiliou a Zorobabel; (3) Ageu e (4) Zacarias, dois profetas de
Deus que encorajavam o povo a concluir a reconstrução do templo; e (5) Esdras, que conduziu o segundo grupo de exilados de volta a Jerusalém, e a quem Deus usou para restaurar o povo, espiritual e moralmente. Se Esdras
escreveu esse livro, como é geralmente aceito, ele compôs a sua obra sob a inspiração do Espírito Santo mediante consulta aos arquivos oficiais (e.g., 1.2-4; 4.11-22; 5.7-17; 6.1-12), genealogias (e.g., 2.1-70), e memórias pessoais
(e.g., 7.27—9.15). O livro foi escrito em hebraico, a não ser 4.8—6.18 e 7.12-26, trechos que foram escritos em aramaico, a língua oficial dos exilados em Babilônia.

Propósito

Este livro foi escrito para demonstrar a providência e fidelidade de Deus na restauração do remanescente judaico que voltou do exílio em Babilônia. (1) Deus moveu os corações de três diferentes reis persas, para ajudarem o povo
de Deus a regressar à pátria, a repovoar Jerusalém e a reedificar o templo; e (2) proveu líderes espirituais e capazes para conduzir o remanescente que retornava, a um avivamento espiritual no culto a Deus, na dedicação à palavra
divina e no arrependimento por causa da infidelidade do povo a Deus.

Visão Panorâmica

Os dez capítulos de Esdras dividem-se naturalmente em duas seções principais: (1) a primeira seção (1—6) trata do primeiro grupo de exilados judeus a voltar a Jerusalém e a reedificação do templo por eles; (2) a segunda seção
(7—10) descreve o retorno do segundo grupo sob a liderança de Esdras, e a renovação espiritual que teve lugar, então.
(1) A primeira seção começa onde 2 Crônicas termina — com o cativeiro judeu e o decreto de Ciro, rei da Pérsia (538 a.C.), que permitiu a volta dos judeus à sua pátria (1.1-11). O cap. 2 alista aqueles que constituíram o primeiro
grupo. É digno de nota que apenas uns 50.000 exilados judeus dentre um milhão ou mais, vieram no primeiro grupo (1.5; 2.64,65). No cap. 3, Zorobabel (um descendente de Davi) e Jesua (o sumo sacerdote) mobilizaram o povo
para começar a reconstrução do templo destruído. Astutos inimigos de Judá manipularam meios políticos e interromperam a obra por algum tempo (cap. 4), mas depois a obra recomeçou e o templo foi concluído em 516 a.C. (caps.
5; 6).
(2) Houve um intervalo de quase sessenta anos entre os caps. 6 e 7. Nesse período Ester tornou-se rainha da Pérsia, consorte do rei Assuero (i.e., Xerxes I). Ester tornou-se rainha por volta de 478 a.C. (ver a introdução ao livro de
Ester). Os caps. 7 e 8 registram eventos de uns vinte anos mais tarde, quando, então, um grupo menor de exilados voltou da Pérsia a Jerusalém sob a liderança de Esdras. Enquanto os primeiros exilados que voltaram realizaram a
tarefa de edificar a Casa de Deus, Esdras empreendeu a obra de restaurar a Lei de Deus no coração do povo (cf. Ne 8.1-8). Esdras deparou-se com uma apostasia generalizada, espiritual e moral entre os homens de Judá,
evidenciada nos seus casamentos mistos com mulheres pagãs. Com profunda tristeza Esdras confessou a Deus o pecado do povo, e intercedeu por ele (cap. 9). O livro termina com Esdras à frente de um imenso culto público
levando o povo ao arrependimento diante de Deus e de todos, e ao rompimento dos casamentos ilícitos com mulheres pagãs, incrédulas (cap. 10).

Características Especiais

Quatro características principais assinalam o livro de Esdras. (1) Esdras e Neemias são o único registro histórico da Bíblia sobre a restauração pós-exílica dos judeus que retornaram à Palestina. (2) Uma característica notável deste
livro é que entre suas duas divisões principais (1—6 e 7—10) há um intervalo histórico de aproximadamente sessenta anos. O livro todo abrange uns oitenta anos. (3) Esdras demonstra claramente como Deus vela sobre a sua
palavra para cumpri-la (cf. Jr 1.12; 29.10); Deus controlou os corações dos reis persas como o leito de um rio comanda a direção das suas águas, para reconduzir o seu povo à sua pátria (1.1; 7.11-28; cf. Pv 21.1). (4) O modo de
Esdras tratar as mulheres pagãs com as quais os judeus (inclusive sacerdotes) casaram, transgredindo os mandamentos de Deus, ilustra amplamente o fato de que Deus requer que o seu povo viva separado do mundo pagão, e às
vezes Ele emprega medidas radicais para tratar da perigosa transigência com o mal no meio do seu povo.

O Livro de Esdras à Luz do NT

A volta do remanescente judaico à sua pátria e a reedificação do templo revelam que Deus sempre anela restaurar os desobedientes. Seus métodos incluem não somente o castigo pela apostasia, como também a restauração e
esperança para o remanescente crente, através do qual Deus dirige o caudal da redenção no seu curso final. Vemos esse princípio no NT, onde um remanescente crente dentre os judeus aceitou Jesus como o seu Messias, enquanto
o fluxo principal da redenção passou dos judeus incrédulos para os gentios na igreja primitiva.
 

*

NOTAS DE ESDRAS 1º

1.1 A PALAVRA DO SENHOR, POR... JEREMIAS. Jeremias tinha predito que os judeus permaneceriam no cativeiro, no país de Babilônia por setenta anos, para então voltar a Judá (Jr 25.11,12; 29.10). Pode-se calcular o cativeiro de setenta anos, a partir da primeira leva de cativos em 605 a.C., no terceiro ano de Jeoiaquim (2 Rs 24.1; Dn 1.1) até 538 a.C. (aproximadamente setenta anos depois), quando, então, o povo começou a retornar a sua pátria (ver 2.1 nota).

1.1 DESPERTOU O SENHOR O ESPÍRITO DE CIRO. O Senhor Deus executa o plano da redenção no decurso da história, até o seu final determinado. No cumprimento disto, Deus, às vezes, resolve humilhar governantes poderosos (e.g., Nabucodonosor, Dn 4), ordenar juízo destruidor contra reis (e.g., Faraó, por ocasião do êxodo, Ex 14; Belsazar, em Babilônia, Dn 5), ou elevar um dirigente internacional (e.g., o rei Ciro da Pérsia, v. 2), a fim de cumprir a sua palavra e realizar os seus propósitos. Ao despertar o espírito de Ciro, para ser benevolente para com os vencidos e exilados, Deus fez cumprir-se a tempo a sua promessa feita através de Jeremias. Provérbios declara que o coração do rei é como ribeiros de águas na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina, a fim de garantir a marcha contínua da redenção e desfecho da história (Pv 21.1).

1.2 CIRO, REI DA PÉRSIA. Cerca de 160 anos antes do aparecimento de Ciro, Isaías predissera a respeito de um governante chamado Ciro, que permitiria a volta dos judeus à sua pátria, para reedificarem Jerusalém e o templo (Is 41.2; 44.26-28; 45.1,4,5,13).

1.5 AQUELES CUJO ESPÍRITO DEUS DESPERTOU. Mediante o Espírito Santo, Deus despertou o coração de alguns do seu povo para voltarem à sua pátria (ver Fp 2.13 nota). Cerca de 50.000 pessoas atenderam ao chamado do Senhor para participarem dessa primeira viagem de retorno à Palestina. Note que os outros permaneceram no exílio (vv. 4,6); o propósito desses era animar e apoiar os que agora voltavam à terra de Judá.

1.8 SESBAZAR. Sesbazar, o primeiro governador nomeado, dos exilados que voltavam (cf. 5.14,16), pode ter sido outro nome de Zorobabel (cf. 2.2; 3.2,8; 4.3).

 

*

NOTAS DE ESDRAS 3º

3.2 EDIFICARAM O ALTAR DO DEUS DE ISRAEL. A prioridade máxima dos exilados que retornaram foi edificar um altar ao Senhor.
O altar era o centro do culto judaico, pois no altar eram oferecidos a Deus sacrifícios e expiação cruenta pelo pecado (ver Ex 27.1 nota).

(1) O povo foi motivado, pelo menos em parte, a edificar o altar, por causa do perigo representado pelos "povos das terras" (v.3). Esses israelitas -sabiam que Deus os protegeria do mal, somente à medida que se achegassem a Ele, com fé e obediência (Ex 19.5; 29.43; cf. Hb 4.16).

(2) Entendiam, também, o propósito primordial da sua existência como povo. Deviam oferecer a Deus sacrifícios como "reino sacerdotal e povo santo" (Ex 19.6). Somente atendendo a esta vocação espiritual é que poderiam tornar-se aquilo que Deus tencionou que eles fossem. Semelhantemente, os crentes em Cristo devem ser um "sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2.9), e "sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (1 Pe 2.5; ver Hb 13.10). Noutras palavras, a igreja, como o povo de Deus dos tempos do NT, é a herdeira e sucessora de Israel.


3.4 A FESTA DOS TABERNÁCULOS. Ver Lv 23.34-43 nota.

3.8 A CASA DO SENHOR. A maior prioridade dos israelitas ao voltarem a Jerusalém, foi reconstruir o templo e assim restaurar a adoração contínua ao Senhor. Os anos que passaram no cativeiro os ensinara que Deus não os protegeria, nem ajudaria, a menos que o colocassem em primeiro lugar nas suas vidas. Da mesma forma, não podemos esperar ajuda ou bênção do Senhor, se nossa vida e nossa vontade não estiverem de acordo com o seu Reino e sua santa causa (ver Mt 6.33 nota).

3.11 CANTAVAM... LOUVANDO E CELEBRANDO AO SENHOR. Os fiéis cantaram hinos de louvor a Deus quando viram lançados os alicerces do templo, pois esse ato representava a resposta de Deus às suas orações, bem como a bondade de Deus, para com eles. O louvor, segundo a Bíblia, exalta a Deus e sua obra, e é um elemento de adoração, do qual todos devem participar (ver o estudo O LOUVOR A DEUS)

3.12 MUITOS... CHORARAM EM ALTAS VOZES; MAS MUITOS LEVANTARAM AS VOZES COM JÚBILO. Embora a Lei de Deus ensinasse que a adoração deve ser metódica, não a limitava a padrões e fórmulas rígidas. Alguns que tinham visto a glória do templo de Salomão irromperam em lágrimas, por certo aliviados pelo fim da vergonha da sua destruição. Outros irromperam em brados de alegria. A adoração ao Senhor deve sempre ser flexível o suficiente para permitir a espontaneidade do adorador. Deus nos fez todos diferentes. É de se esperar que haja variedade de expressão quando o povo de Deus rende-se ao Espírito Santo.
 

*

NOTAS DE ESDRAS 4º

4.1 OS ADVERSÁRIOS DE JUDÁ. Os crentes sempre sofrerão alguma forma de oposição da parte dos ímpios (2 Co 11.13-15; Ef 6.12; 2 Tm 3.12). Os justos, que proclamam a verdade e que dependem inteiramente de Deus, devem responder a essas ameaças com a oração constante e fé sincera (ver Ef 6.11 nota).

4.2 DEIXAI-NOS EDIFICAR CONVOSCO. Os inimigos de Deus (provavelmente samaritanos, ver 2 Rs 17.24,34) procuraram se infiltrar entre os judeus e interromper a construção do templo. Fingiram união, e hipocritamente ofereceram ajuda num trabalho conjunto para o progresso da obra de Deus.

(1) Esses inimigos de Judá (v. 1), afirmavam que adoravam ao Senhor Deus e que sacrificavam a Ele, igualmente como os judeus. Entretanto, tinham seus próprios deuses, e não aceitavam a Palavra de Deus escrita como a autoridade suprema para seu povo (ver 2 Rs 17.24 nota). Essa oferta enganosa de ajuda era um sinistro complô para subverter a fé e dedicação do remanescente que voltara.

(2) As Escrituras advertem que Satanás procurará perverter a mensagem de Deus e arruinar o santo remanescente, mediante ofertas de cooperação da parte de falsos crentes que não são leais à inspirada revelação da Palavra de Deus (ver Mt 24.24; At 20.27-31; 2 Co 11.13-15; Ap 2-3).

(3) A unidade entre os que adoram ao Senhor é um importante ensino bíblico, mas essa unidade deve basear-se na fé sincera, na justiça obediente e na verdade revelada por Deus (ver Ef 4.3-13 notas).

4.3 NÃO CONVÉM QUE VÓS E NÓS... Zorobabel e Jesua recusaram-se a associar-se a "o povo da terra" (v. 4), pois os israelitas viviam segundo o princípio bíblico da separação da idolatria e do comprometimento com o mundo (ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE). Essa recusa de aceitar uma religião mista levou à oposição e perseguição contra os fiéis de Deus (vv. 4-24; ver 2 Tm 3.12 nota). Os adversários desanimaram o povo fiel, por meio de intimidação, ameaça e deturpação das intenções dos fiéis (vv. 4-6)

4.5 ATÉ AO REINADO DE DARIO, REI DA PÉRSIA. Esta referência ao reinado de Dario é repetida no versículo 24. Este tipo de repetição é o método usado no AT para indicar que o versículo 24 continua onde o versículo 5 parou. A matéria entre esses dois versículos é um parêntese que completa o relato da perseguição movida pelos samaritanos até aos dias do próprio Esdras. A seguir, o escritor retorna ao relato da reconstrução do templo. Note que os versículos 7-23 falam da reconstrução da cidade e não do templo.
Certamente, Esdras recebera um decreto autorizando-o a reconstruir a cidade, e os samaritanos queriam que o mesmo fosse revogado.

4.6 SOB O REINADO DE ASSUERO... ESCREVERAM UMA ACUSAÇÃO. Assuero (hb. ?Ahashwerosh), reinou na Pérsia em 485-465 a.C. Inscrições antigas revelam que os gregos o chamavam de Xerxes. Os eventos do livro de Ester ocorreram no período acima, do seu reinado.

4.11 ESTE, POIS, É O TEOR DA CARTA QUE AO REI ARTAXERXES LHE MANDARAM. Esdras não menciona os pormenores da acusação que os inimigos de Judá fizeram ao rei Assuero (v. 6), mas uma cópia da carta foi enviada, nos dias de Esdras, ao rei seguinte, Artaxerxes (que reinou de 465 a 424 a.C.). Infelizmente, a carta continha alguma verdade Jerusalém se rebelara contra os babilônios mais de uma vez.

4.23 E OS IMPEDIRAM À FORÇA DE BRAÇO E COM VIOLÊNCIA. Neemias 1.3 fornece mais detalhes do que fizeram os adversários dos judeus para impedir todo e qualquer progresso na reconstrução dos muros da cidade. Este versículo conclui o relato da perseguição dos samaritanos (ver v. 5 nota).

4.24 ENTÃO, CESSOU A OBRA DA CASA DE DEUS. A construção do templo cessou pouco depois de ter começado, em 538 a.C., e somente recomeçou dezoito anos mais tarde, em 520 a.C.
 

*

NOTAS DE ESDRAS 5º

5.1 OS PROFETAS... PROFETIZARAM AOS JUDEUS. O reinício e conclusão da construção do templo só foi possível graças aos ministérios proféticos de Ageu e Zacarias (ver Ag 1.9-11). Suas profecias incluíam:

(1) ordens diretas de Deus (Ag 1.8);

(2) advertência e repreensão (Ag 1.9-11);

(3) exortação (Ag 2.4); e

(4) alento mediante a promessa de bênçãos futuras (ver Ag 2.6-9 nota; Zc 8.3 nota). A palavra de Deus através de Jeremias pusera em marcha o início da reconstrução do templo (1.1); da mesma forma, agora, a palavra do Senhor através de Ageu e Zacarias impulsionava a conclusão da obra (6.14).

5.2 OS PROFETAS DE DEUS, QUE OS AJUDAVAM. A piedosa liderança de Zorobabel e Jesua, levou a efeito a reconstrução do templo. Porém, Esdras nota dois outros fatores que contribuíram para a vitoriosa restauração da Casa de Deus.

(1) O ministério dos profetas Ageu e Zacarias, em muito contribuiu para a conclusão das obras, apesar dos muitos obstáculos e reveses (ver a nota anterior). A obra de Deus sempre requer a participação dos seus profetas, na realização do seu propósito concernente a qualquer geração.

(2) Outro elemento-chave na bem-sucedida restauração da Casa de Deus, foi a dedicação dos anciãos e do povo (vv. 5,8; cf. 7.23). Eles não se tornaram apáticos, nem aceitaram o desafio com indiferença, antes, empreenderam a tarefa com grande diligência, e Deus abençoou a obra das suas mãos. O reino de Deus sempre progride através das palavras e ações dos dirigentes e do povo que, ao trabalharem juntos, dedicam-se plenamente ao propósito de Deus para esse mesmo povo.

5.3 QUEM VOS DEU ORDEM PARA EDIFICARDES ESTA CASA? Os fiéis obedeceram à palavra do Senhor, através dos seus profetas (v. 1). Dedicaram-se a trabalhar para a glória de Deus (v. 2), e Deus estava com eles de modo especial (v. 5). Todavia, o inimigo surgiu e se opôs à obra (v. 3). Sempre que houver progresso espiritual, podemos prever que virão oposição e provação da parte de Satanás e dos inimigos de Cristo. O povo de Deus deve enfrentar tal oposição com oração contínua a Deus, confiança nEle e avançando até à conclusão da obra (ver Ef 6.11 nota).

5.5 OS OLHOS DE DEUS ESTAVAM SOBRE OS ANCIÃOS. Aqueles que dedicam a sua vida à causa e obra de Deus, são objetos especiais do seu cuidado vigilante. Se você está empenhado em exaltar o reino do Senhor e a sua justiça, Ele sempre estará com o seu olhar sobre você (Jó 36.7; cf. Mt 6.33). Nesse caso, a você pertence a promessa: "Os olhos do SENHOR estão sobre os justos" (Sl 34.15).

5.16 SESBAZAR. Ver 1.8 nota.
 

*

NOTAS DE ESDRAS 6º

6.15 ACABOU-SE [DE CONSTRUIR] ESTA CASA. A construção do templo terminou em 516 a.C., vinte e um anos após lançados os alicerces (3.10). A arca da aliança, contendo as duas tábuas da lei, não fazia parte do templo novo. Ela teria sido destruída numa ocasião anterior desconhecida, da história de Israel.
 

*

NOTAS DE ESDRAS 1º

7.1 ESDRAS. Entre os caps. 6 e 7 há um intervalo de cerca de sessenta anos, período esse em que ocorrem os eventos do livro de Ester, na Pérsia. Os caps. 7-8 tratam do retorno do segundo grupo de exilados, da Pérsia para Jerusalém, sob a direção de Esdras (c. 457 a.C.). Os caps. 9-10 descrevem o despertamento espiritual através de Esdras, iniciado após sua chegada a Jerusalém.

7.6 A MÃO DO SENHOR, SEU DEUS,... SOBRE ELE. Três vezes este capítulo diz que a mão do Senhor estava sobre Esdras (vv. 6,9,28; cf. 8.18,22,31). O versículo 10 dá três razões para isso. Esdras tinha preparado o seu coração

(1) para estudar a Palavra de Deus;

 (2) para praticá-la; e

(3) para ensiná-la aos outros (ver a nota seguinte). A lealdade a Deus e à sua Palavra sempre trará a bênção e a ajuda divinas. Este princípio é confirmado em textos do NT, como Mt 5.6; Jo 14.21; 15.7-10; At 10.1-4; 2 Co 6.16-18; Hb 11.6; Tg 1.21-25; Ap 3.7-10. Em 8.22, Esdras descreve outra situação em que a mão do Senhor está sobre o seu povo: Deus abençoa aos que o buscam de todo o coração. Todos que buscam a Deus contritamente e que lhe são leais e, à sua Palavra, terão a mão
favorável do Senhor sobre eles.

7.10 TINHA PREPARADO O SEU CORAÇÃO PARA BUSCAR A LEI DO SENHOR, E PARA A CUMPRIR, E PARA ENSINAR.
Esdras é um modelo para todos que se dedicam, como pessoas ungidas por Deus, a estudar, obedecer e ensinar a sua Palavra (cf. vv. 6,9).

(1) Esdras cria que a Lei fora dada pelo próprio Deus, através de Moisés, e que, portanto, essa Lei era a autoridade máxima para todo o povo de Deus (v. 6; Ne 8.14).

(2) Esdras dedicou-se de coração a estudar (lit. "buscar") a Palavra de Deus. Ele procurava conhecer os caminhos e pensamentos de Deus, em todas as coisas respeitantes à vida, ao mundo e aos propósitos de Deus entre o seu povo. Daí, ele ter sabedoria de Deus (v. 25).

(3) Esdras propôs no seu coração obedecer aos mandamentos e retos preceitos de Deus. Ele vivia na prática, aquilo que ensinava (cf. At 1.1; 1 Co 9.27; 1 Tm 4.12,16).

(4) Esdras propôs no seu coração ensinar a Palavra de Deus, para preservar a verdade, a retidão e a pureza entre o povo de Deus (ver 10.10,11; Ne 8.2-18; ver 1 Tm 1.5 nota; ver o estudo ENSINO BÍBLICO PARA O CRENTE)
 

*

NOTAS DE ESDRAS 8º

8.21 APREGOEI ALI UM JEJUM. Jejum requer abstenção de alimento por um período limitado de tempo (ver Mt 6.16 nota). O povo de Deus no AT jejuava para manifestar humildade, abnegação, submissão a Deus e para buscar sua graça, ajuda, proteção e favor (vv. 21,31). Os fiéis jejuavam quando

 (1) sob grande ansiedade (2 Sm 12.16-23; 1 Rs 21.20-27; Sl 35.13; 69.10);

(2) cultuando a Deus no Dia da Expiação (cf. Lv 16.29-31; 23.26-32);

(3) queriam demonstrar arrependimento e remorso (1 Rs 21.27-29; Ne 9.1,2; Jl 2.12,13; Jn 3.4-10);

(4) enfrentando perigos (2 Cr 20.3; Ed 8.21-23), enfermidades (2 Sm 12.15,16) e morte (1 Sm 31.13);

(5) preparando-se para ministrar (Ex 34.28; Dt 9.9-18); e (6) buscando a Deus por avivamento e renovação (Dn 9.3-19).

8.21 PARA LHE PEDIRMOS CAMINHO DIREITO PARA NÓS. Devemos sempre orar a Deus, rogando seu cuidado e proteção, ao iniciarmos uma viagem. Não se deve ter como inquestionável a ajuda de Deus, uma vez que sua direção e proteção nos são concedidas mediante nossas orações. E, ao chegarmos em segurança ao nosso destino (v. 32), nunca devemos esquecer de lhe dar graças.

8.23 NÓS, POIS, JEJUAMOS E PEDIMOS ISSO AO NOSSO DEUS. Deus olha com benevolência aqueles que com humildade e sinceridade, jejuam e buscam a sua face sobre determinado assunto (cf. Ne 1.4). Assim como Deus atendeu propiciamente o pedido de Esdras, assim também Ele honrará todos aqueles que, com coração sincero, o buscam em oração e jejum (ver v. 21 nota).
 

*

NOTAS DE ESDRAS 9º

9.1 O POVO DE ISRAEL... NÃO SE TÊM SEPARADO DOS POVOS DESTAS TERRAS. A rebeldia dos judeus no passado, quanto ao separar-se dos povos decaídos ao seu redor, os levou à idolatria e à imoralidade, e por fim ocasionou seu cativeiro e exílio (2 Cr 36.14-21). Agora, após Deus trazer de volta à pátria um pequeno remanescente (vv. 8,9), os judeus uma vez mais começaram a transgredir o básico preceito divino da separação dos ímpios, quanto a sua maneira de viver.

9.2 TOMARAM DAS SUAS FILHAS PARA SI. Quando Esdras chegou a Jerusalém, descobriu que muitos dos israelitas, inclusive sacerdotes, levitas e governantes, tinham se casado com mulheres idólatras e praticavam as abominações e impurezas dos pagãos (vv. 1,2,11). O casamento com ímpios foi terminantemente proibido na lei de Moisés (Ex 34.11-16; Dt 7.1-4; cf. Sl 106.35). O NT, da mesma forma, proíbe o povo de Deus da nova aliança, casar-se com incrédulos (1 Co 7.39; cf. 2 Co 6.14).

9.2 A SEMENTE SANTA. Ser uma nação santa ? nisto consistia a alta vocação de Israel (cf. Ex 19.6; Is 6.13; Ml 2.15).

(1) Como povo, Israel devia ser a possessão exclusiva de Deus, refletindo sua pessoa e santidade, mediante a rejeição dos costumes pecaminosos dos que não conhecem a Deus (Dt 7.1-11).

(2) Os crentes do NT também são chamados para se separarem do mundo (2 Co 6.14-18). Aqueles que confessam Jesus como seu Senhor devem ser uma "nação santa" (1 Pe 2.9-12), dedicada a fazer a vontade e a obra do Pai. Isso deixa claro que o crente cheio do Espírito viverá uma vida de retidão e separação, em comunhão com Deus (1 Co 6.11), de modo diferente dessa geração maligna (At 2.40; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE); tal crente sempre procurará fazer a vontade de Deus como seu fiel filho (Rm 8.13-16)

9.3 OUVINDO EU TAL COISA. A reação de pesar de Esdras, acompanhada de oração, é um exemplo típico da ansiedade e aflição que todos os verdadeiros ministros de Deus devem sentir ao verem o povo de Deus conformar-se com costumes ímpios.

(1) Esdras ficou atônito, envergonhado e profundamente entristecido por causa do pecado do povo (vv. 3-6; ver 1 Sm 15.35; Jr 9; 2 Co 11.29).

(2) Esdras tinha uma profunda percepção da glória, justiça e amor de Deus, que o povo desprezara (vv. 4,8-10). Ele não pôde aceitar os erros do povo (vv. 3,5; 10.1; ver também as orações de Neemias, em Ne 9 e, Daniel, em Dn 9).

(3) Esdras orou a Deus com humildade e com lágrimas (vv. 3,5; 10.1).

(4) Esdras identificou-se com aqueles por quem ele orava, mediante a expressão "nossas iniqüidades" e "nossas culpas" (vv. 6-15). Sentia, mais do que todos eles, a vergonha e a culpa da nação (cf. Is 53.12).

(5) Esdras sabia que a graça e a misericórdia que Deus demonstrava para com o povo que retornara, reavivando a sua esperança e visão quanto ao futuro, levantando a Casa de Deus das ruínas, e provendo-lhes um muro de proteção, estavam agora em risco, por causa da desobediência do povo à palavra de Deus (vv. 8-15).

(6) Esdras tinha plena consciência da misericórdia e graça de Deus e, portanto, aguardava o perdão e a renovação espiritual do povo (vv. 8,9,12-14).

(7) Finalmente, a aflição de Esdras atraiu outros que "tremiam das palavras do Deus de Israel" (v. 4) e compreendiam as conseqüências desastrosas que o pecado traria ao povo com suas famílias (vv. 7.13-15).
 

*

NOTAS DE ESDRAS 10º

10.3 DESPEDIREMOS TODAS AS MULHERES. Esdras estipulou neste caso, o divórcio, por várias razões.

(1) Os casamentos com mulheres pagãs eram atos de infidelidade a Deus e à sua Palavra (v. 10; 10.2; ver 9.2 nota). O arrependimento sincero demandava tal separação, para corrigir o mal cometido.

(2) Foi necessário despedir as esposas pagãs, para que o propósito de Deus para Israel fosse mantido, i.e., o de ser uma nação santa, separada para Deus (ver 9.2 nota).

(3) Foi necessário o divórcio aqui, para que o povo de Israel não viesse adotar a idolatria e os costumes imorais das nações. Moisés declarou: "nem te aparentarás com elas... pois elas fariam desviar teus filhos de mim" (Dt 7.3,4). O divórcio, neste caso, era um recurso radical necessário, para impedir as sucessivas conseqüências causadas pela transigência com o mal, o que inevitavelmente levaria outra geração à apostasia, colocando-a sob severo julgamento divino.

10.4 ESFORÇA-TE E FAZE ASSIM. Um dirigente cristão necessita de coragem e ação resoluta para opor-se às tendências mundanas entre o povo de Deus, conclamar com fervor os pecadores a deixar o pecado e voltar-se a Deus, e incentivar a obediência à sua Palavra. Esdras revelou essas qualidades quando exigiu que os judeus se separassem "dos povos das terras e das mulheres estranhas [estrangeiras]" (v. 11).

10.11 FAZEI A SUA VONTADE; APARTAI-VOS. Nesta etapa da história, não se deve considerar a atitude de Esdras e da comunidade israelita como um modelo para os crentes do novo concerto. Quanto ao casamento e divórcio de crentes no NT, as Escrituras ensinam o seguinte:

(1) Um crente não deve contrair núpcias com um descrente (1 Co 7.39; cf. 2 Co 6.14).

(2) Se a pessoa torna-se crente depois do casamento, e o outro cônjuge permanece incrédulo, o cônjuge crente não deve divorciar-se, se o cônjuge incrédulo quer manter o casamento (1 Co 7.12; ver 7.14 nota).
(3) O divórcio é permitido em caso de infidelidade ou abandono conjugal (ver Mt 19.9 nota; 1 Co 7.11,15 notas).

10.44 MULHERES... FILHOS. As esposas estrangeiras juntamente com os respectivos filhos, foram provavelmente mandadas de volta às suas próprias famílias, conforme seus povos de origem.
 

 

 

 

 

 



 

FINAL DESTE LIVRO PARA RETORNAR CLIQUE NA SETA



 




 

 

 

 

 

 

 



 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário