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NOTAS DE MATEUS

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Esboço de MATEUS



I. A Apresentação do Messias (1.1—4.11)

A. A Linhagem Judaica de Jesus (1.1-17)

B. Seu Nascimento e Fuga Para o Egito (1.18—2.23)

C.  O Predito Precursor do Messias (3.1-12)

D. O Batismo do Messias (3.13-17)

E. A Tentação do Messias (4.1-11)

II. O Ministério de Jesus na Galiléia e Arredores (4.12—18.35)

A. Resumo do Ministério Inicial na Galiléia (4.12-25)

B. Sermão Sobre o Discipulado no Reino de Deus (5.1—7.29)

C. Narrativa I: Sinais Miraculosos do Reino de Deus (8.1 —9.38)

D. Sermão da Proclamação do Reino (10.1-42)

E. Narrativa II: A Presença do Reino de Deus (11.1—12.50)

F. Sermão Sobre os Mistérios do Reino de Deus (13.1-58)

G. Narrativa III: Oposição ao Reino de Deus (14.1—17.27)

H. Sermão Sobre o Crente Como Membro do Reino de Deus (18.1-35)

III.  O Auge do Ministério Messiânico de Jesus na Judéia, Peréia e em Jerusalém  (19.1—26.46)

A. A Viagem de Jesus a Jerusalém (19.1—20.34)

B. A Última Semana de Jesus em Jerusalém (21.1—26.46)

1. Entrada Triunfal de Jesus e Purificação do Templo (21.1-22)

2. Disputas com os Judeus (21.23—22.46)

3. Censura aos Escribas e Fariseus (23.1-39)

4. Sermão do Monte das Oliveiras Sobre o Futuro do Reino de Deus (24.1—25.46)

5. A trama para matar Jesus (26.1-16)

6. A Última Páscoa (26.17-30)

7. Getsêmani (26.31-46)

IV.  A Prisão, Julgamento e Crucificação de Jesus (26.47—27.66)

A. A Prisão (26.47-56)

B. O Julgamento (26.57—27.26)

C. A Crucificação (27.27-56)

D. O Sepultamento (27.57-66)

V. A Ressurreição de Jesus (28.1-20)

A. A Gloriosa Descoberta das Mulheres (28.1-10)

B. Falsas Testemunhas (28.11-15)

C. A Ordem do Senhor Ressurreto aos seus Discípulos (28.16-20)

 

Autor:
Mateus
Tema:
Jesus, o Messias e Rei
Data:
Cerca de 60 d.C.

 

Considerações Preliminares
É muito apropriado que dentre os Evangelhos este seja o primeiro, servindo assim de introdução ao NT e a “Cristo, o Filho do Deus vivo” (16.16). Embora o autor não apareça identificado por nome no texto bíblico, o testemunho
unânime de todos os antigos pais da igreja (a partir de cerca de 130 d.C.) é que este Evangelho foi escrito por Mateus, um dos doze discípulos de Jesus.
Enquanto que o Evangelho segundo Marcos foi escrito para os romanos (ver a introdução a Marcos), e o Evangelho segundo Lucas, para Teófilo e demais crentes gentios (ver introdução a Lucas), o Evangelho segundo Mateus foi
escrito para os crentes judaicos. A origem judaica deste Evangelho se sobressai de muitas maneiras, por exemplo: (1) ele apóia-se na revelação, promessas e profecias do AT, para comprovar que Jesus era o Messias de há muito
esperado; (2) faz a linhagem de Jesus retroceder até Abraão (1.1-17); (3) declara repetidas vezes que Jesus é o “Filho de Davi” (1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30,31; 21.9, 15; 22.41-45); (4) usa preferencialmente a terminologia
judaica, como “reino dos céus” (um sinônimo de “reino de Deus”), por causa da reverente relutância dos judeus quanto a pronunciarem literalmente o nome de Deus; e (5) faz referência a costumes judaicos sem maiores explicações
(prática essa diferente nos demais Evangelhos).
Este Evangelho, porém, não é exclusivamente judaico. Assim como a mensagem do próprio Jesus, o Evangelho segundo Mateus visava, em última análise, à igreja inteira, revelando fielmente o escopo universal do evangelho (e.g.,
2.1-12; 8.11,12; 13.38; 21.43; 28.18-20).
A data e o local onde este Evangelho foi escrito são incertos. Há, no entanto, bons motivos para crer que Mateus escreveu antes de 70 d.C., estando na Palestina ou em Antioquia da Síria. Certos eruditos bíblicos crêem que Mateus
foi o primeiro dos quatro Evangelhos a ser escrito; outros atribuem essa primazia ao Evangelho segundo Marcos.

Propósito
Mateus escreveu este Evangelho (1) para prover seus leitores de um relato da vida de Jesus, por uma testemunha ocular, (2) para assegurar aos seus leitores que Jesus é o Filho de Deus e o Messias, esperado desde o remoto
passado, predito pelos profetas do AT, e (3) para demonstrar que o reino de Deus se manifestou em Jesus de maneira incomparável. Mateus deixa claro para seus leitores (1) que Israel, na sua maioria, rejeitou a Jesus e ao seu reino
e se recusou a crer nEle por ter Ele vindo como um Messias espiritual, e não político, e (2) que somente no fim da presente era é que Jesus virá em glória, como Rei dos reis para julgar e governar as nações.

Visão Panorâmica
Mateus apresenta Jesus como o cumprimento da esperança profética de Israel. Ele cumpre as profecias do AT, a saber, o modo como Jesus nasceu (1.22,23), o lugar do seu nascimento (2.5,6), o seu regresso do Egito (2.15), sua
residência em Nazaré (2.23); como aquele, para o qual estava predito um precursor messiânico (3.1-3); o território principal do seu ministério público (4.14-16), o seu ministério de cura (8.17), a sua missão com o servo de Deus
(12.17-21), os seus ensinos por parábolas (13.34,35), a sua entrada triunfal em Jerusalém (21.4,5), a sua prisão (26.50, 56).
Os capítulos 5–25 registram cinco principais sermões e cinco principais narrativas de Jesus, em torno dos seus atos poderosos como o Messias. Os cinco principais sermões são: (1) o Sermão da Montanha (5–7); (2) instruções para
os proclamadores itinerantes do reino de Deus (10); (3) as parábolas a respeito do reino (13); (4) o caráter dos verdadeiros discípulos do Senhor (18); e (5) o sermão do Monte das Oliveiras, a respeito do fim dos tempos (24-25).
As cinco principais narrativas deste Evangelho são: (1) Jesus efetua obras poderosas em testemunho da realidade do seu reino (8,9); (2) Jesus demonstra mais profundamente a presença do reino (11,12); (3) a proclamação do reino
provoca oposição diversa (14—17); (4) a viagem de Jesus a Jerusalém e sua última semana ali (21.1-26.46); e (5) a prisão, crucificação e ressurreição de Jesus dentre os mortos (26.47-28.20). Os três últimos versículos deste
Evangelho registram a Grande Comissão de Jesus a seus discípulos.

Características Especiais
São sete as características principais deste Evangelho. (1) É o mais judaico dos quatro Evangelhos. (2) Contém a exposição mais sistemática dos ensinos de Jesus e do seu ministério de cura e libertação. Isto levou a igreja, no século
II, a usá-lo intensamente na instrução dos novos convertidos. (3) Os cinco sermões principais já mencionados contêm os textos mais extensos dos Evangelhos sobre o ensino de Jesus (a) durante seu ministério na Galiléia, e (b) quanto
a escatologia (as últimas coisas a acontecer). (4) Este Evangelho, de modo específico, identifica eventos da vida de Jesus como sendo cumprimento do AT, com mais freqüência do que qualquer outro livro do NT. (5) Menciona o
reino dos céus (reino de Deus) duas vezes mais do que qualquer outro Evangelho. (6) Mateus destaca (a) os padrões de retidão do reino de Deus (5–7); (b) o poder divino ora em operação no reino, sobre o pecado, a doença, os
demônios e a morte; e (c) o triunfo futuro do reino, na vitória final de Cristo, nos fins dos tempos. (7) Mateus é o único Evangelho que menciona a igreja como entidade futura pertencente a Jesus (16.18; 18.17).
 

 

 

 


 

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NOTAS DE MATEUS   1º

1.1 GERAÇÃO DE JESUS CRISTO. O Evangelho segundo Mateus começa com a genealogia de Jesus Cristo, a qual retrata a linhagem ancestral de Jesus pela linha paterna (a de José), segundo o costume judaico (v. 16). José não era o pai biológico de Jesus, contudo era o pai legal (v. 20). Mateus fez assim a fim de comprovar aos judeus que Jesus era o Messias esperado, que governaria eternamente o povo de Deus (cf. Is 11.1-5), pois Deus prometera que o Messias seria um descendente da família de Davi (2 Sm 7.12-19; Jr 23.5), bem como da de Abraão (Gn 12.3; Gl 3.16).

1.1 CRISTO. O termo Cristo (gr. Christos) quer dizer ungido . É a forma grega do hebraico Messias (Dn 9.25,26).

(1) Desde o início do seu Evangelho, Mateus afirma que Jesus é o Ungido de Deus, ungido com o Espírito Santo (cf. Is 61.1; Lc 4.18; Jo 3.34; At 10.38).

(2) Foi ungido como Profeta, para trazer conhecimento e verdade (Dt 18.15); como Sacerdote, para oferecer o supremo sacrifício e expiar nossas culpas (Sl 110.4; Hb 10.10-14); e como Rei, para governar, guiar e estabelecer o reino da justiça (Zc 9.9).

1.1 O FILHO DE DAVI.

(1) Mateus comprova que Jesus foi um descendente legal de Davi, levantando a genealogia de José, o qual era da casa de Davi. Embora Jesus tenha sido concebido pelo Espírito Santo, contudo Ele foi formalmente registrado como filho de José e, portanto, tornou-se legalmente um descendente de Davi.

(2) A genealogia por Lucas (ver Lc 3.23 nota) mostra a linhagem de Jesus através dos ascendentes de Maria, sua mãe, que também era da linhagem davídica. Lucas enfatiza que Ele procede da carne (i.e., filho) de Maria e, portanto, um como nós (cf. Rm 1.3). Assim, os escritores dos Evangelhos declaram o direito legal e também físico de Jesus ao messiado.

1.16 MARIA, DA QUAL NASCEU JESUS. O nascimento virginal de Jesus é salvaguardado na sua genealogia. Note que a palavra gerou é usada no caso de todos os nomes até chegar a José. Aí, a declaração bíblica muda. Não está escrito que José gerou a Jesus, mas, sim, que José é o marido de Maria, da qual nasceu JESUS (ver 1.23 nota).

1.21 JESUS. Jesus é a forma grega do hebraico Yeshua (Josué), que significa O SENHOR salva (Js 1.1 nota). O termo define a futura missão do Filho de Maria, que é salvar o seu povo dos seus pecados (v. 21). O pecado é o maior inimigo da raça humana, arruinando a vida e a alma da pessoa. Através da morte expiatória de Jesus e do poder santificador do Espírito Santo, quem vem a Jesus é libertado da culpa e da escravidão do pecado (ver Jo 8.31-36; At 26.18; Rm 6; 8.1-16).

1.23 A VIRGEM DARÁ À LUZ. Tanto Mateus como Lucas concordam em declarar inequivocamente que Jesus nasceu de uma mãe virgem, sem a intervenção de pai humano, e que Ele foi concebido pelo Espírito Santo (v. 18; Lc 1.34,35). A doutrina do nascimento virginal de Jesus, de há muito vem sendo atacada pelos teólogos liberais. É inegável, no entanto, que o profeta Isaías vaticinou a vinda de um menino, nascido de uma virgem, que seria chamado Emanuel , um termo hebraico que significa Deus conosco . (Is 7.14). Essa predição foi feita 700 anos antes do nascimento de Cristo. (1) A palavra virgem é a tradução correta da palavra grega parthenos, empregada na Septuaginta, em Is 7.14. A palavra hebraica significando virgem (almah) , empregada por Isaías, designa uma virgem em idade de casamento, e nunca é usada no AT para qualquer outra condição da mulher, exceto a da virgindade (cf. Gn 24.43; Ct 1.3; 6.8; Is 7.14). Daí, Isaías, Mateus e Lucas afirmarem a virgindade da mãe de Jesus (ver Is 7.14 nota). (2) É de toda importância o nascimento virginal de Jesus. Para que o nosso Redentor pudesse expiar os nossos pecados e assim nos salvar, Ele teria que ser numa só pessoa, tanto Deus como homem impecável (Hb 7.25,26). O nascimento virginal de Jesus satisfaz essas duas exigências. (a) A única maneira de Ele nascer como homem era nascer de uma mulher. (b) A única maneira de Ele ser um homem impecável era ser concebido pelo Espírito Santo (v. 20; cf. Hb 4.15). (c) A única maneira de Ele ser deidade, era ter Deus como seu Pai. A concepção de Jesus, portanto, não foi por meios naturais, mas sobrenaturais, daí, o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus (Lc 1.35). Por isso, Jesus Cristo nos é revelado como uma só Pessoa divina, com duas naturezas: divina e humana, mas impecável. (3) Por ter vivido como ser humano, Jesus se compadece das fraquezas do ser humano (Hb 4.15,16). Como o divino Filho de Deus, Ele tem poder para libertar o ser humano da escravidão do pecado e do poder de Satanás (At 26.18; Cl 2.15; Hb 2.14; 4.14,15; 7.25). Como ser divino e também homem impecável, Ele preenche os requisitos como sacrifício pelos pecados de cada um, e também como sumo sacerdote, para interceder por todos os que por Ele aproximam-se de Deus (Hb 2.9-18; 5.1-9; 7.24-28; 10.4-12).

1.25 NÃO A CONHECEU. A expressão até que chama a atenção para o fato de que, depois do nascimento de Cristo, José e Maria tiveram todo relacionamento físico comum de um casal. Sabemos que Jesus teve irmãos e irmãs
(12.46,47; 13.55,56; Mc 3.31,32; 6.3; Lc 8.19, 20).

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  2º

2.1 OS MAGOS DO ORIENTE. Esses homens eram provavelmente membros de uma classe religiosa culta, da região hoje chamada Irã, então chamada Pérsia. Especializavam-se na astrologia, na medicina e nas ciências naturais.
Naquela época, a astrologia era uma ciência pura, que nada tinha a ver com a astrologia de hoje um ramo do espiritismo. A visita dos magos ocorreu quando Jesus tinha entre 40 dias e 2 anos de idade (cf. 2.16). A importância deste fato é que:

(1) Jesus é digno de honrarias reais; e

(2) os gentios, e não somente os judeus, estão incluídos no plano divino da redenção (cf. 8.11; 28.19; Rm 10.12).

2.4 OS PRÍNCIPES DOS SACERDOTES E OS ESCRIBAS. Os príncipes (ou principais) dos sacerdotes eram os ministros do templo, encarregados do culto. Os escribas foram primeiramente copistas das Escrituras nos tempos do A T.
Depois tornaram-se mestres da Lei e, daí, serem chamados doutores da lei (22.35). Os escribas juntamente com os príncipes dos sacerdotes integravam o sinédrio, que era o supremo tribunal dos judeus. O sinédrio era composto de aproximadamente setenta e um membros, encarregados dos negócios civis e religiosos dos judeus. Sob o governo romano, o sinédrio teve ampla liberdade de funcionamento.

2.13 FOGE PARA O EGITO. A tentativa de Herodes de matar Jesus e o método adotado por Deus de proteção ao Menino, revelam várias verdades a respeito de como Deus guia e protege o seu povo.

(1) Deus não protegeu José, Maria e o Menino sem a cooperação deles (vv. 13,19,20,22). A proteção dependia da obediência à orientação divina, que neste caso envolvia fugir do país (v. 14).

(2) Deus pode permitir que certas coisas de difícil compreensão ocorram em nossa vida, para o cumprimento de propósitos seus (ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS). No sentido literal, Cristo começou a sua vida como refugiado e estrangeiro noutro país (vv. 14,15). Para nossa compreensão limitada, pareceria mais fácil Deus afastar Herodes imediatamente, evitando assim a fuga para o Egito com todas as provações envolvidas em tais circunstâncias.

(3) Mesmo depois da solução de um problema difícil, haverá outros a serem enfrentados (vv. 19-23). A proteção e os cuidados providenciais divinos sempre serão necessários, porque o inimigo do crente nunca cessa seus ataques contra os fiéis (Ef 6.10-18; 1 Pe 5.8; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA)

2.16 MANDOU MATAR TODOS OS MENINOS. Belém, com seus arrebaldes, não era grande. Provavelmente continha entre mil e dois mil habitantes; neste caso, o número de meninos mortos seria cerca de vinte.

2.22 AVISADO... POR DIVINA REVELAÇÃO. Esses dois avisos da parte de Deus (vv. 12,22) nos ensinam que Deus vela por aqueles que Ele ama e Ele é quem melhor sabe frustrar os planos dos ímpios e livrar seus fiéis das mãos dos que lhes querem fazer mal.

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   3º

3.2 ARREPENDEI-VOS. O significado básico de arrependimento (gr. metanoeo) é voltar-se ao contrário ; dar uma volta completa. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo e, através dEle, para Deus (At 8.22; 26.18; 1 Pe 2.25; Jo 14.1,6).

(1) A decisão de abandonar o pecado e querer a salvação em Cristo importa em aceitar a Cristo não somente como Salvador da penalidade do pecado, mas também como Senhor da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve uma troca de senhores; do senhorio de Satanás (Ef 2.2) para o senhorio de Cristo e da sua Palavra (At 26.18).

(2) O arrependimento é uma decisão livre, da parte do pecador, possibilitada pela graça divina capacitadora que lhe é concedida quando ele ouve o evangelho e nele crê (At 11.21; ver o estudo FÉ E GRAÇA).

(3) A definição da fé salvífica como mera confiança em Cristo como Salvador é totalmente inadequada, ante a exigência do tipo de arrependimento feita por Cristo. Definir a fé salvífica sem incluir um rompimento total com o pecado é distorcer fatalmente o conceito bíblico da redenção. A fé que inclui o arrependimento é uma condição imutável para a salvação (cf. Mc 1.15; Lc 13.3,5; At 2.38; 3.19; 11.21).

(4) O arrependimento foi uma mensagem básica na pregação dos profetas do AT (Jr 18.8; Jl 2.12,13; Ml 3.7; Ez 18.21), de João Batista (3.2), de Jesus Cristo (4.17; 18.3; Lc 5.32) e dos cristãos no NT (At 2.38; 8.22; 11.18; 2 Pe 3.9). A pregação do arrependimento sempre deve acompanhar a mensagem do evangelho (Lc 24.47)

3.7 FARISEUS E SADUCEUS. Dois dos mais proeminentes grupos religiosos judaicos eram os fariseus e os saduceus.

(1) Os fariseus eram um grupo religioso que procurava observar todo o AT, e ao mesmo tempo suas interpretações puramente humanas. Para eles, a salvação consistia na obediência à letra dessas leis e regras. A sua religião era exterior na sua forma, e sem qualquer piedade interior, i.e., no coração (23.25). Estavam em constante oposição a Jesus e à sua mensagem, o qual ensinava que a religião deve ter sua sede no coração e no espírito, indo além da obediência legalista do homem aos mandamentos das Escrituras (cf. 9.14; 23.2-4; Lc 18.9-14).

(2) Os saduceus eram os liberais da época. Não criam no sobrenatural. Externamente demonstravam obediência à lei de Deus, mas na prática negavam os seus ensinamentos. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição, dos anjos, dos milagres, da imortalidade e do juízo vindouro. Tinham uma vida mundana e moralmente relaxada. Eles, também, perseguiam a Jesus Cristo (16.1-4).

3.8 FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO. O arrependimento genuíno será acompanhado pelo fruto da justiça (cf. 23.23; Lc 3.10-14; At 26.20). A verdadeira fé salvífica e a conversão devem evidenciar-se por meio de vidas que deixam o pecado e dão frutos agradáveis a Deus (ver Jo 15.16 nota). Aqueles que dizem crer em Cristo e ser filhos de Deus, mas cuja vida não produz bons frutos, serão como árvores que são cortadas e lançadas ao fogo (vv. 8-10,12).

3.11 ELE VOS BATIZARÁ COM O ESPÍRITO SANTO. João Batista ensina que a obra do Messias vindouro inclui batizar seus seguidores com o Espírito Santo e com fogo batismo este que outorga grande poder para vivermos por Ele e testemunhar dEle (ver Lc 3.16, nota sobre o batismo no Espírito Santo).

3.13 O BATISMO DE JESUS. Jesus foi batizado por João pelas seguintes razões: (1) Para cumprir toda a justiça (v. 15; cf. Lv 16.4; Gl 4.4,5). Cristo, mediante o batismo, consagrou-se publicamente a Deus, e assim cumpriu a justa exigência de Deus. (2) Para identificar-se com os pecadores embora o próprio Jesus não precisasse de arrependimento de pecado (2 Co 5.21; 1 Pe 2.24). (3) Para associar-se com o novo movimento da parte de Deus, pelo qual Ele chamava todos ao arrependimento. Este movimento teve início com João Batista como o precursor do Messias (Jo l.23,32,33).

3.16 O ESPÍRITO DE DEUS DESCENDO... SOBRE ELE. Tudo quanto Jesus fez sua pregação, seu sofrimento, sua vitória sobre o pecado Ele o fez pelo poder do Espírito Santo. Se Jesus nada podia fazer sem a operação do Espírito Santo, quanto precisa o povo de Deus da capacitação do Espírito Santo! (cf. Lc 4.1,14, 18; Jo 3.34; At 1.2; 10.38). O Espírito veio sobre Jesus para dotá-lo de poder para efetuar a obra da redenção (ver Lc 3.22 nota). O próprio Jesus posteriormente iria batizar seus seguidores com o Espírito Santo a fim de que eles também tivessem a capacitação do Espírito (ver 3.11 nota; At 1.5,8; 2.4).

3.17 ESTE É O MEU FILHO AMADO. O batismo de Jesus é uma grandiosa manifestação da realidade da Trindade.

(1) Jesus Cristo, declarado igual a Deus (Jo 10.30), é batizado no Jordão.

(2) O Espírito Santo, que também é igual ao Pai (At 5.3,4), desce sobre Jesus em forma de pomba.

(3) O Pai declara que se compraz em Jesus. Temos, portanto, neste ato três pessoas divinas iguais. Contraria a integridade das Escrituras explanar este evento de qualquer outra maneira. A doutrina da Trindade mostra que as três pessoas divinas subsistem em tal unidade que constituem o Deus uno (ver Mc 1.11 nota, sobre a Trindade; cf. Mt 28.19; Jo 15.26; 1 Co 12.4-6; Ef 2.18; 1 Pe 1.2).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   4º

4.1 JESUS FOI TENTADO. A tentação de Jesus por Satanás foi uma tentativa de desviá-lo da perfeita obediência à vontade de Deus. Note que Cristo em cada caso submeteu-se à autoridade da Palavra de Deus, ao invés de submeter-se aos desejos de Satanás (vv. 4,7,10). Que podemos aprender da tentação de Cristo?

(1) Satanás é o nosso maior inimigo. O cristão deve estar consciente de que está numa guerra espiritual contra poderes malignos invisíveis, porém claramente reais (ver Ef 6.11,12 nota).

(2) Sem o devido emprego da Palavra de Deus, o cristão não pode vencer o pecado e a tentação. Como usar a Palavra de Deus para vencer a tentação:

(a) Reconheça que mediante a Palavra o cristão tem poder para resistir a qualquer sedução que Satanás lhe apresente (Jo 15.3,7).

(b) Coloque (i.e., memorize) a Palavra de Deus na sua alma e mente (ver Tg 1.21 nota).

(c) Medite nos versículos memorizados, de dia e de noite (Dt 6.7; Sl 1.2; 119.48).

(d) Repita a passagem memorizada, para si mesmo e para Deus, no momento em que você for tentado (vv. 4,7,10).

(e) Reconheça e obedeça ao impulso do Espírito Santo para obedecer à Palavra de Deus (Rm 8.12-14; Gl 5.18).

(f) Envolva todos estes passos com oração (Ef 6.18).

Passagens para memorização em casos de tentação: Tentação em geral (Rm 6 e 8). Tentação para imoralidade (Rm 13.14), mentira (Cl 3.9; Jo 8.44), mexerico (Tg 4.11), desobediência aos líderes -espirituais (Hb 13.17), desânimo (Gl 6.9), medo do futuro (2 Tm 1.7), concupiscência (5.28), desejo de vingança (6.15), negligência com a Palavra de Deus (4.4), preocupação financeira (6.24-34; Fp 4.6,19).

4.2 JEJUM DE 40 DIAS. Jesus jejuou 40 dias, e depois teve fome , e a seguir foi tentado por Satanás a comer. Isto pode indicar que Cristo absteve-se de alimento, mas não de água. Abster-se de água por 40 dias requer um milagre.
Uma vez que Cristo teve que enfrentar a tentação, como representante do homem ele não poderia empregar nenhum outro meio para vencê-la além do de um homem cheio do Espírito Santo (ver Ex 34.28 nota; 1 Rs 19.8 nota; Mt 6.16 nota).

4.6 ESTÁ ESCRITO. Satanás empregou a Palavra de Deus com a finalidade de tentar Cristo a pecar. Às vezes, o descrente emprega as Escrituras na tentativa de persuadir o crente a fazer algo que aquele sabe que está errado ou que é impróprio. Alguns textos bíblicos, retirados do seu contexto, ou não comparados com outros trechos da Palavra de Deus, podem até mesmo dar a aparência de justificar o comportamento pecaminoso (ver, e.g., 1 Co 6.12). O crente deve conhecer profundamente a Palavra de Deus e precaver-se daqueles que pervertem as Escrituras a fim de satisfazerem os desejos da natureza humana pecaminosa. O apóstolo Pedro fala daqueles que torcem as Escrituras, para sua própria perdição (2 Pe 3.16).

4.8 TODOS OS REINOS DO MUNDO. Ver Lc 4.5 nota.

4.10 SATANÁS. Satanás (do gr. satan, que significa adversário), foi antes um elevado anjo, criado perfeito e bom. Foi designado como ministro junto ao trono de Deus, porém num certo tempo, antes de o mundo existir, rebelou-se e tornou-se o principal adversário de Deus e dos homens (Ez 28.12-15).

(1) Satanás na sua rebelião contra Deus arrastou consigo uma grande multidão de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que talvez possam ser identificados (após sua queda) com os demônios ou espíritos malignos (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS). Satanás e muitos desses anjos inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua atmosfera circundante, onde operam limitados segundo a vontade permissiva de Deus.

(2) Satanás, também chamado a serpente , provocou a queda da raça humana (Gn 3.1-6; ver 1 Jo 5.19 nota).

(3) O império do mal sobre o qual Satanás reina (12.26) é altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo inferior, os anjos caídos (25.41; Ap 12.7), os homens perdidos (vv. 8,9; Jo 12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2 Co 4.4; ver 1 Jo 5.19 nota). Satanás não é onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte da sua atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (8.28; Ap 16.13, 14; ver Jó 1.12 nota).

(4) Jesus veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás (1 Jo 3.8), de estabelecer o reino de Deus e de livrar o homem do domínio de Satanás (12.28; Lc 4.19; 13.16; At 26.18). Cristo, pela sua morte e ressurreição, derrotou Satanás e ganhou a vitória final de Deus sobre ele (Hb 2.14).

(5) No fim da presente era, Satanás será confinado ao abismo durante mil anos (Ap 20.1-3). Depois disso será solto, após o que fará uma derradeira tentativa de derrotar a Deus, seguindo-se sua ruína final, que será o seu lançamento no lago de fogo (Ap 20.7-10).

(6) Satanás atualmente guerreia contra Deus e seu povo (Ef 6.11-18), procurando desviar os fiéis da sua lealdade a Cristo (2 Co 11.3) e fazê-los pecar e viver segundo o sistema do mundo (cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 5.15; 1 Jo 5.19). O cristão deve sempre orar por livramento do poder de Satanás (6.13), para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e resistir-lhe no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18; 1 Pe 5.8,9)

4.19 PESCADORES DE HOMENS. O crente, seja ele pastor, evangelista, missionário, escritor, ensinador, diácono, ou apenas membro da igreja, se não estiver ocupado, procurando trazer outras pessoas a Cristo, está falhando em seu dever na obra de Deus (cf. 28.19; Lc 5.10; Jo 15.16; At 1.8; 1 Co 9.19,22).

4.23 O REINO, E CURANDO. Nos Evangelhos, o reino de Deus está estreitamente associado à cura, aos milagres e à expulsão de demônios (4.23,24; 9.35; 10.7,8; 12.28; Lc 9.1,2; cf. At 8.6,7,12). O reino de Deus inclui bênçãos para o corpo, e não somente para a alma (ver o estudo A CURA DIVINA)
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  5º

5.1 O SERMÃO DO MONTE. Nos capítulos 5 7, temos o que é comumente chamado de o Sermão do Monte. Contém a revelação dos princípios divinos da justiça, segundo os quais todos os cristãos devem viver pela fé no Filho de Deus (Gl 2.20), e mediante o poder do Espírito que neles habita (cf. Rm 8.2-14; Gl 5.16-25). Todos nós, que pertencemos ao reino de Deus, devemos ter uma intensa fome e sede da justiça de que trata este sermão de Cristo (ver 5.6 nota).

5.3 BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO. A palavra bem-aventurados refere-se ao estado abençoado daqueles que, por seu relacionamento com Cristo e a sua Palavra, receberam de Deus o amor, o cuidado, a salvação e sua presença diária (ver 14.19 nota; Lc 24.50 nota). Há certas condições necessárias para recebermos as bênçãos do reino de Deus. Para recebê-las, devemos viver segundo os padrões revelados por Deus nas Escrituras, e nunca pelos do mundo. A primeira destas condições é ser pobre de espírito , o que significa reconhecermos que não temos qualquer auto-suficiência espiritual; que dependemos da vida do Espírito; do poder e graça divinos para podermos herdar o reino de Deus.

5.4 OS QUE CHORAM. Aqui, chorar é contristar-se profundamente por causa das nossas próprias fraquezas quando nos medimos com o padrão divino de justiça (v. 6; 6.33). É também sentirmos pesar por aquilo que entristece a Deus. É ter nossos sentimentos em sintonia com os sentimentos de Deus. É sentir aflição em nosso espírito por causa do pecado, da imoralidade e da crueldade prevalecentes no mundo (ver Lc 19.41 nota; At 20.19; 2 Pe 2.8 nota).

5.5 OS MANSOS. Os mansos são os humildes e submissos diante de Deus. Acham nEle o seu refúgio e lhe consagram todo o seu ser. Preocupam-se mais com a obra de Deus e o povo de Deus do que com aquilo que lhes possa acontecer pessoalmente (cf. Sl 37.11). Os mansos, e não os violentos, herdarão por fim a terra.

5.6 FOME E SEDE DE JUSTIÇA. Este é um dos versículos mais importantes do Sermão do Monte.

(1) A condição fundamental para uma vida santa em todos os aspectos é ter fome e sede de justiça (cf. 6.33). Tal fome é vista em Moisés (Ex 33.13, 18), em Davi (Sl 42.1,2; 63.1,2) e no apóstolo Paulo (Fp 3.8-10). O estado espiritual do cristão durante toda sua vida dependerá da sua fome e sede da presença de Deus (Dt 4.29), da Palavra de Deus (Sl 119), da comunhão com Cristo (Fp 3.8-10), da justiça (5.6) e da volta do Senhor (2 Tm 4.8).

(2) A fome que o cristão tem das coisas de Deus pode ser destruída pelas preocupações deste mundo, pelo engano das riquezas (13.22), pela ambição pelas coisas materiais (Mc 4.19), pelos prazeres do mundo (Lc 8.14) e por deixar de permanecer em Cristo (ver Jo 15.4 nota). Quando a fome de Deus cessa no crente, este morre espiritualmente (ver Rm 5.21 nota). É então indispensável que sejamos sensíveis ao Espírito Santo ao convencer-nos do pecado (ver Jo 16.8-13; Rm 8.5-16). Aqueles que sinceramente têm fome e sede de justiça serão fartos .

5.7 OS MISERICORDIOSOS. Os misericordiosos estão cheios de compaixão e dó para com os que sofrem por causa do pecado ou de aflições. Os misericordiosos desejam minorar os sofrimentos, conduzindo os sofredores à graça de Deus por meio de Jesus Cristo (cf. 18.33-35; Lc 10.30-37; Hb 2.17). Sendo misericordiosos para com os outros, eles alcançarão misericórdia .

5.8 OS LIMPOS DE CORAÇÃO. Os limpos de coração são os que foram libertos do poder do pecado mediante a graça de Deus, e que agora se esforçam sem dolo para agradar e glorificar a Deus e serem parecidos com Ele.

(1) Procuram ter a mesma atitude interior que Deus tem amor à justiça e ódio ao mal (ver Hb 1.9 nota). Seu coração (que inclui a mente, a vontade e as emoções) está em harmonia com o coração de Deus (1 Sm 13.14; Mt 22.37; 1 Tm 1.5; ver o estudo O CORAÇÃO).

(2) Somente os limpos de coração verão a Deus . Ver a Deus significa ser seu filho e habitar na sua presença, tanto agora como no seu reino futuro (Ex 33.11; Ap 21.7; 22.4)

5.9 OS PACIFICADORES. Os pacificadores são aqueles que se reconciliaram com Deus. Têm paz com Ele mediante a cruz (Rm 5.1; Ef 2.14-16). E agora se esforçam, mediante seu testemunho e sua vida, para levarem outras pessoas, inclusive seus inimigos, à paz com Deus.

5.10 PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA. Todos que procuram viver de acordo com a Palavra de Deus, por amor à justiça sofrerão perseguição. (1) Aqueles que conservam os padrões divinos da verdade, da justiça e da pureza e que, ao mesmo tempo, se recusam a transigir com a presente sociedade pecaminosa e com o modo de vida dos crentes mornos (Ap 2; 3.1-4,14-22) sofrerão impopularidade, rejeição e críticas. O mundo lhes moverá perseguição e oposição (10.22; 24.9; Jo 15.19) e, às vezes, da parte de membros da igreja professa (At 20.28-31; 2 Co 11.3-15; 2 Tm 1.15; 3.8-14; 4.16). Ao experimentar tal sofrimento, o cristão deve regozijar-se (5.12), porque Deus outorga a maior bênção àqueles que sofrem mais (2 Co 1.5; 2 Tm 2.12; 1 Pe 1.7; 4.13). (2) O cristão deve precaver-se da tentação de transigir quanto à vontade de Deus, a fim de evitar a vergonha, a ridicularização, o constrangimento, ou algum prejuízo (10.33; Mc 8.38; Lc 9.26; 2 Tm 2.12). Os princípios do reino de Deus nunca mudam: Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições (2 Tm 3.12). A promessa aos que enfrentam e suportam perseguições por causa da justiça é que dos tais é o reino dos céus.

5.13 SAL DA TERRA. Os cristãos são o sal da terra . Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão e a igreja, portanto, devem ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade. (1) As igrejas mornas apagam o poder do Espírito Santo e deixam de resistir ao espírito predominante no mundo. Elas serão lançadas fora por Deus (ver Ap 3.16 nota). (2) Tais igrejas serão destruídas, pisoteadas pelos homens (v.13); i.e., os mornos serão destruídos pelos maus costumes e pelos baixos valores da sociedade ímpia (cf. Dt 28.13,43,48; Jz 2.20-22).

5.17 NÃO... VIM DESTRUIR A LEI... MAS CUMPRIR. O propósito de Cristo é que as exigências espirituais da lei de Deus se cumpram na vida dos seus seguidores (Rm 3.31; 8.4). O relacionamento entre o crente e a lei de Deus envolve os seguintes aspectos:

(1) A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do AT (7.12; 22.36-40; Rm 3.31; Gl 5.14; ver o estudo A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO); bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (28.20; 1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em vigor. As leis do AT destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4; e.g., Lv 1.2,3; 24.10).

(2) O crente não deve considerar a lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl 2.16,19). Pelo contrário, a lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos (Rm 6.15-22).

(3) A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei. Mediante a fé nEle, Deus torna-se nosso Pai (cf. Jo 1.12). Por isso, a obediência que prestamos como crentes não provém somente do nosso relacionamento com Deus como legislador soberano, mas também do relacionamento de filhos para com o Pai (Gl 4.6).

(4) Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus (Rm 5.21) e pelo Espírito Santo que nele habita (Gl 3.5,14; Rm 8.13), recebe o impulso interior e o poder para cumprir a lei de Deus (Rm 16.25,26; Hb 10.16). Nós a cumprimos, ao andarmos segundo o Espírito (Rm 8.4-14). O Espírito nos ajuda a mortificar as ações pecaminosas do corpo e a cumprir a vontade de Deus (Rm 8.13; ver Mt 7.21 nota). Por isso, a conformidade externa com a lei de Deus deve ser acompanhada pela transformação interior do nosso coração e espírito (cf. vv. 21-28).

(5) Os crentes, tendo sido libertos do poder do pecado, e sendo agora servos de Deus (Rm 6.18-22), seguem o princípio da fé , pois estão debaixo da lei de Cristo (1 Co 9.21). Ao fazermos assim, cumprimos a lei de Cristo (Gl 6.2) e em nós mesmos somos fiéis à exigência da lei (ver Rm 7.4 nota; 8.4 nota; Gl 3.19 nota; 5.16-25). (6) Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celeste é uma condição permanente para a entrada no reino dos céus (ver 7.21 nota)

5.19 GRANDE NO REINO. A posição do crente no reino dos céus dependerá da sua atitude aqui, para com a lei de Deus e da sua prática e ensino. A medida da nossa fidelidade a Deus, aqui, determinará a medida da nossa grandeza no céu (ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE)

5.20 SE A VOSSA JUSTIÇA. A justiça dos escribas e dos fariseus era exclusivamente exterior. Eles observavam muitas regras, oravam, cantavam, jejuavam, liam as Escrituras e freqüentavam os cultos nas sinagogas. No entanto, substituíam as atitudes interiores corretas pelas aparências externas. Jesus declara aqui que a justiça que Deus requer do crente vai além disso. O coração e o espírito, e não somente os atos externos, devem conformar-se com a vontade de Deus, na fé e no amor (ver Mc 7.6, nota sobre o legalismo).

5.22 SE ENCOLERIZAR... RACA... LOUCO. Jesus não se refere à ira justa contra os ímpios e iníquos (cf. Jo 2.13-17); Ele condena o ódio vingativo, que deseja, de modo injusto, a morte doutra pessoa. Raca é um termo de desprezo que provavelmente significa tolo , estúpido . Chamar alguém de louco , com ira e desprezo, pode indicar um tipo de atitude de coração, conducente ao perigo do fogo do inferno .

5.28 ATENTAR NUMA MULHER PARA A COBIÇAR. Trata-se de cobiça carnal, ou concupiscência (gr. epithumia). O que Cristo condena aqui não é o pensamento repentino que Satanás pode colocar na mente de uma pessoa, nem um desejo impróprio que surge de repente. Trata-se, pelo contrário, de um pensamento ou desejo errado, aprovado pela nossa vontade. É um desejo imoral que a pessoa procurará realizar, caso surja a oportunidade. O desejo íntimo de prazer sexual ilícito, imaginado e não resistido, é pecado (ver o estudo PADRÕES DE MORALIDADE SEXUAL).

(1) O cristão deve tomar muito cuidado para não admirar cenas imorais como as de filmes e da literatura pornográfica (cf. 2 Tm 2.22; Tt 2.12; Tg 1.14; 1 Pe 2.11; 2 Pe 3.3; 1 Jo 2.15,16; 1 Co 6.18; Gl 5.19, 21; Cl 3.5; Ef 5.5; Hb 13.4).

(2) Quanto a manter a pureza sexual, a mulher, igualmente como o homem, tem responsabilidade. A mulher cristã deve tomar cuidado para não se vestir de modo a atrair a atenção para o seu corpo e deste modo originar tentação no homem e instigar a concupiscência. Vestir-se com imodéstia é pecado (1 Tm 2.9; 1 Pe 3.2,3)

5.29 INFERNO. Ver Mc 9.43 nota.

5.32 A NÃO SER POR CAUSA DE PROSTITUIÇÃO. Ver 19.9 nota.

5.39 NÃO RESISTAIS AO MAL. Jesus não está falando contra a administração da correta justiça aos malfeitores (cf. Rm 13.1-4). Os versículos que se seguem (vv. 43-48) indicam que Ele se refere ao caso de amarmos os nossos inimigos (v. 44; Lc 6.27). Não devemos reagir com espírito de ódio contra o mal praticado contra nós, mas de maneira que demonstre que possuímos valores centrados em Cristo e no seu reino. Nosso tratamento para com aqueles que nos fazem mal deve ser de tal modo que os leve a aceitar Cristo como seu Salvador (como exemplos desse espírito, compare Gn 13.1-13 com Gn 14.14, e Gn 50.19-21 com Gn 37.18-28; ver também 1 Sm 24,26; Lc 23.34; At 7.60).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   6º

6.1 ATOS DE JUSTIÇA DIANTE DOS HOMENS. O princípio aqui em evidência tem a ver com o motivo para o cristão praticar o que é justo. Se o crente, seja leigo ou ministro, faz o bem para ser admirado pelos homens, ou por motivos egoístas, perderá seu galardão e louvor da parte de Deus. Em vez disso será desmascarado como hipócrita, porque, sob o disfarce de glorificar a Deus, o que ele realmente buscava era glória para si mesmo. O motivo subjacente no coração é um desafio para muitas das atividades cristãs contemporâneas, inclusive a competição por grandeza, a -propaganda exagerada do sucesso e o desejo egoísta -de ser o primeiro ou o melhor (cf. 1 Co 3.13-15;4.5).

6.6 TU, QUANDO ORAIS. Todo filho de Deus deve ter um lugar para estar a sós com Deus a fim de buscá-lo. Sem isto, a oração secreta não terá a duração desejada ou será algo casual. Jesus tinha seus lugares -secretos para orar (14.23; Mc 1.35; Lc 4.42; 5.16; 6.12). Nós, também, devemos disciplinar nossa vida a fim de mantermos nossa comunhão com Deus e demonstrar nosso amor por Ele. A oração secreta é especialmente importante:

(1) de manhã cedo, para dedicarmos a Deus o nosso dia;

(2) no fim da tarde, para render-lhe graças por suas misericórdias; e

(3) nos momentos em que o Espírito nos impulsiona a orar. A promessa é que nosso Pai nos recompensará abertamente com a resposta à nossa oração, com sua presença íntima, e com honra -genuína por toda a eternidade (ver 6.9 nota).

6.9 ORAREIS ASSIM. Com esta oração modelo, Cristo indicou áreas de interesse que devem constar da oração do cristão. Esta oração contém seis petições: três dizem respeito à santidade e à vontade de Deus e três dizem respeito às nossas necessidades pessoais. A brevidade desta oração não significa que devemos ser breves quando oramos. Às vezes, Cristo orava a noite inteira (Lc 6.12).

6.9 PAI NOSSO... NOS CÉUS. A oração envolve a adoração ao Pai celestial.

(1) Como Pai, Deus nos ama, cuida de nós e anela comunhão e intimidade conosco. Em Cristo, temos acesso ao Pai, em todo tempo, para adorá-lo e expressar-lhe as nossas necessidades (vv. 25-34).

(2) Deus, como nosso Pai, não significa que Ele seja como um pai terrestre, que tolera o mal nos filhos ou que deixa de discipliná-los corretamente. Deus é um Pai santo, que se opõe terminantemente ao pecado. Ele não tolera a iniqüidade, mesmo naqueles que o chamam de Pai. Seu nome deve ser santificado (v. 9).

(3) Logo, como Pai celeste, Ele pode castigar, tanto quanto abençoar; reter, tanto quanto dar; agir com justiça e também com misericórdia. Sua maneira de atender seus filhos depende da nossa fé e obediência para com Ele.

6.9 SANTIFICADO SEJA O TEU NOME. O maior empenho em nossas orações e na nossa vida deve concentrar-se na santificação do nome de Deus. É da máxima importância que o próprio Deus seja reverenciado, honrado, glorificado e exaltado (cf. Sl 34.3). Em nossas orações e em nosso viver diário, devemos ter o máximo zelo com a reputação de Deus, da sua igreja, do seu evangelho e do seu reino. Fazer algo que cause escândalo para o nome e o caráter do Senhor é um pecado horrível que o expõe à vergonha pública.

6.10 VENHA O TEU REINO. A oração deve ocupar-se com o reino de Deus na terra agora e com seu pleno cumprimento no futuro.

(1) Devemos orar pela volta de Cristo e pelo estabelecimento do reino eterno de Deus no novo céu e na nova terra (Ap 21.1; cf. 2 Pe 3.10-12; Ap 20.11; 22.20).

(2) Devemos orar pela presença e manifestação espiritual do reino de Deus agora. Isso inclui a operação do poder de Deus entre o seu povo para destruir as obras de Satanás, curar os enfermos, salvar os perdidos, promover a justiça e derramar o Espírito Santo sobre seu povo (ver o estudo O REINO DE DEUS)

6.10 SEJA FEITA A TUA VONTADE. Orar seja feita a tua vontade significa que anelamos sinceramente que a vontade e o propósito de Deus sejam cumpridos em nossa vida e na vida dos nossos familiares, segundo seu plano eterno. Podemos conhecer a vontade de Deus, primeiramente através da Bíblia, que é a sua vontade revelada, e através da direção do Espírito Santo em nosso coração (cf. Rm 8.4-14; ver o estudo A VONTADE DE DEUS). A vontade de Deus é cumprida quando oramos para que o reino de Deus e a sua justiça prevaleçam entre nós (v. 33; ver o estudo O REINO DE DEUS)

6.11 O PÃO NOSSO DE CADA DIA. A oração deve conter petições concernentes às nossas necessidades diárias (Fp 4.19; ver Lc 11.3 nota).

6.12 PERDOA... ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS. Na oração devemos tratar dos nossos pecados e também estar dispostos a perdoar aqueles que nos fizeram mal (vv. 14,15; Hb 9.14; 1 Jo 1.9).

6.13 LIVRA-NOS DO MAL. Todos os crentes são objeto especial da hostilidade e dos maus propósitos de Satanás. Por essa razão nunca devemos esquecer de orar para que Deus nos livre do poderio e das tramas do inimigo (ver Lc 11.26 nota; 18.1 nota; 22.31; Jo 17.15; 2 Co 2.11; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS)

6.15 SE, PORÉM... PERDOARDES AOS HOMENS. Esta declaração de Jesus salienta o fato de que o crente deve estar pronto e disposto a perdoar as ofensas sofridas da parte dos outros. Caso ele não perdoe seu ofensor arrependido, Deus não o perdoará e suas orações não terão resposta. Aqui está um princípio essencial para obtermos o perdão de Deus (18.35; Mc 11.26; Lc 11.4).

6.16 QUANDO JEJUARDES. Na Bíblia, jejuar refere-se a abstenção de alimento por motivos espirituais. Embora o jejum apareça freqüentemente vinculado à oração, ele por si só deve ser considerado uma prática de proveito espiritual. Na realidade, o jejum bíblico pode ser chamado de oração sem palavras .

(1) Há três formas principais de jejum, vistas na Bíblia:

(a) Jejum normal a abstenção de todos os alimentos, sólidos ou líquidos, mas não de água (ver 4.2 nota);

(b) jejum absoluto a abstenção tanto de alimentos como de água (Et 4.16; At 9.9). Normalmente este tipo de jejum não deve ir além de três dias, pois a partir daí o organismo se desidrata, o que é muito nocivo à saúde. Moisés e Elias fizeram jejum absoluto por 40 dias, mas sob condições sobrenaturais (Dt 9.9,18; Ex 34.28; 1 Rs 19.8);

(c) o jejum parcial uma restrição alimentar, e não uma abstenção total dos alimentos (Dn 10.3).

(2) O próprio Cristo praticava a disciplina do jejum e ensinava que a mesma devia fazer parte da vida consagrada do cristão (6.16), além de ser um ato de preparação para a sua volta (ver 9.15 nota). A igreja do NT praticava o jejum (At 13.2,3; 14.23; 27.33).

(3) O propósito do jejum com oração:

(a) um ato para Deus, visando à sua honra (6.16-18; Zc 7.5; Lc 2.37; At 13.2);

(b) o crente humilhar-se diante de Deus (Sl 69.10; Ed 8.21; Is 58.3), para receber mais graça (1 Pe 5.5) e desfrutar da presença íntima de Deus (Is 57.15);

(c) expressar pesar por causa de pecados e fracassos pessoais cometidos (1 Sm 7.6; Ne 9.1,2); (d) pesar por causa dos pecados da igreja, da nação e do mundo (1 Sm 7.6, Ne 9.1,2);

(e) buscar graça divina para novas tarefas e reafirmar nossa consagração a Deus (4.2);

(f) como um meio de buscar a Deus, aproximar-nos dEle e prevalecer em oração contra as forças espirituais do mal que lutam contra nós (Ed 8.21,23,31; Jl 2.12; Jz 20.26; At 9.9);

(g) como um meio de libertar almas da escravidão do mal (Is 58.6-9; Mt 17.14-21);

(h) demonstrar arrependimento e assim preparar o caminho para Deus mudar seus propósitos declarados de julgamento (Jn 3.5,10; 1 Rs 21.27-29; 2 Sm 12.16,22; Jl 2.12-14 );

(i) obter revelação, sabedoria e entendimento no tocante à vontade de Deus (Dn 9.3,21,22; Is 58.6,11; At 13.2,3); e

(j) abrir caminho para o derramamento do Espírito e para a volta de Cristo à terra para buscar o seu povo (ver 9.15 nota).

6.24 AS RIQUEZAS. No original é mamom, um termo aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos valiosos. Jesus deixou bem claro que uma pessoa não pode ao mesmo tempo servir a Deus e às riquezas.

(1) Servir à riqueza é dar-lhe um valor tão alto que:

(a) colocamos nela nossa confiança e fé;

(b) esperamos da parte dela nossa segurança máxima e felicidade;

(c) confiamos que ela garantirá o nosso futuro; e

(d) a buscamos mais do que o reino de Deus e sua justiça.

(2) Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente, que logo passa a controlar a mente e a vida da pessoa, até que a glória de Deus deixa de ter a primazia em nosso ser (Lc 16.13 nota; ver o estudo RIQUEZA E POBREZA)

6.25 NÃO ANDEIS CUIDADOSOS. Jesus não está dizendo que é errado o cristão tomar providências para suprir suas futuras necessidades materiais (cf. 2 Co 12.14; 1 Tm 5.8). O que Ele realmente reprova aqui é a ansiedade ou a preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta de fé no cuidado e no amor paternais de Deus (Ez 34.12; 1 Pe 5.7, ver a nota seguinte).

6.30 SE DEUS ASSIM VESTE A ERVA. As palavras deste versículo contêm a promessa de Deus a todos os seus filhos nesta era de aflições e incertezas. Deus prometeu tomar as providências para nosso alimento, vestuário e demais necessidades. Não precisamos preocupar-nos nesse sentido, mas fazer a nossa parte, viver para Deus e deixá-lo reinar em nossa vida (v. 33), certos de que assumirá a plena responsabilidade por uma vida totalmente entregue a Ele (1 Pe 5.7; Fp 4.6; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA)

6.33 BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS E A SUA JUSTIÇA. Aqueles que seguem a Cristo são conclamados a buscar acima de tudo o mais, o reino de Deus e a sua justiça. O verbo buscar subentende estar continuamente ocupado na busca de alguma coisa, ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo (cf. 13.45). Cristo menciona dois objetos da nossa busca:

(1) O Reino de Deus devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania e do poder de Deus em nossa vida e em nossas reuniões. Devemos orar para que o reino de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, para destruir a influência demoníaca, para curar os enfermos e para engrandecer o nome do Senhor Jesus(ver estudo O REINO DE DEUS).

(2) Sua justiça com a ajuda do Espírito Santo, devemos procurar obedecer aos mandamentos de Cristo, ter a sua justiça, permanecer separados do mundo e demonstrar o seu amor para com todos (cf. Fp 2.12,13)
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   7º

7.1 NÃO JULGUEIS. Jesus condena o hábito de criticar os outros, sendo nós mesmos faltosos. O crente deve primeiramente submeter-se ao justo padrão de Deus, antes de pensar em examinar e influenciar a conduta de outros cristãos (vv. 3-5. (1) Cristo não está aqui abolindo a necessidade do exercício do discernimento e de fazermos avaliação dos pecados dos outros. O crente é ordenado a identificar falsos ministros dentro da igreja (v. 15) e avaliar o caráter de certas pessoas (v. 6; cf. Jo 7.24; 1 Co 5.12; ver Gl 1.9 nota; 1 Tm 4.1 nota; 1 Jo 4.1). (2) Mt 7.1 não deve servir de desculpa para a omissão do exercício da disciplina eclesiástica (ver 18.15 nota, sobre a disciplina na igreja).

7.7,8 PEDIR, BUSCAR, BATER. Jesus estimulava a perseverança na oração. Os tempos dos verbos gregos do versículo 8 indicam continuidade. Devemos continuar a pedir, a buscar e a bater. Pedir, fala da consciente necessidade e da confiança que Deus ouve nossa oração. Buscar, fala de fervente petição associada a submissão à vontade de Deus. Bater, fala da perseverança em buscar a Deus quando Ele não responde imediatamente. A garantia de Cristo de que o suplicante receberá o que pede baseia-se em:

(1) buscar em primeiro lugar o reino de Deus (ver Mt 6.33 nota);

(2) a bondade e amor paternais de Deus (6.8; 7.11; Jo 15.16; 16.23,24,26; Cl 1.12);

(3) orar de conformidade com a vontade de Deus (1 Jo 5.14; 3.22; Mc 11.24);

(4) cultivar a comunhão com Cristo (Jo 15.7); e

(5) obedecer a Cristo (1 Jo 3.22; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ)

7.11 VOSSO PAI... DARÁ BENS. Cristo promete que o Pai celestial não decepcionará seus filhos. Ele nos ama com um amor maior do que aquele de um bom pai terrestre e quer que lhe peçamos tudo quanto necessitamos, pois Ele promete dar-nos o que é bom para nós. Ele deseja prover solução para nossos problemas e pão para nossas necessidades diárias. E, mais do que tudo, Ele nos dará o Espírito Santo para estar conosco, como nosso Conselheiro e Ajudador (Lc 11.13; Jo 14.16-18).

7.14 ESTREITA É A PORTA... E POUCOS OS QUE A ENCONTREM. Cristo ensinou que não devemos esperar que a maioria o siga pelo caminho que leva à vida.

(1) São poucos os que querem entrar pela porta humilde do verdadeiro arrependimento e, em seguida, negar-se a si mesmo para seguir a Jesus, esforçar-se sinceramente para obedecer aos seus mandamentos, buscar zelosamente o seu reino e a sua justiça e perseverar até o fim com verdadeira fé, pureza e amor.

(2) Jesus, no Sermão do Monte, descreve as grandes bênçãos que pertencem aos discípulos do seu reino (5.3-12), mas Ele também ressalta que esses discípulos não escaparão à perseguição (5.10-12). Além disso, contrastando com alguns evangelistas que pregam que ser salvo é uma das coisas mais fáceis neste mundo, Jesus ensinava que segui-lo importa em sérias obrigações no tocante à justiça, à aceitação da perseguição, ao amor aos inimigos e à renúncia pessoal.

7.15 ACAUTELAI-VOS... DOS FALSOS PROFETAS. Ver o estudo FALSOS MESTRES

7.16 POR SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS. Os falsos mestres exteriormente parecem justos, mas interiormente são lobos devoradores (v. 15). Eles devem ser identificados pelos seus frutos . Os frutos dos falsos mestres consistem, principalmente, no caráter dos seus seguidores (1 Jo 4.5,6). O falso mestre produzirá discípulos que manifestarão as seguintes características:

(1) serão cristãos professos, cuja lealdade é dedicada mais a indivíduos do que à Palavra de Deus (v. 21). Honram e servem a criatura mais do que ao seu Criador (cf. Rm 1.25).

(2) Serão seguidores que se ocupam mais com seus próprios desejos do que com a glória e a honra de Deus. Sua doutrina será mais antropocêntrica do que teocêntrica (vv. 21-23; ver 2 Tm 4.3 nota).

 (3) Serão discípulos que aceitam doutrinas e tradições dos homens, mesmo que isso contradiga a Palavra de Deus (vv. 24-27; 1 Jo 4.6).

(4) Serão seguidores que buscam mais as experiências religiosas e as manifestações sobrenaturais do que a Palavra de Deus e seus padrões de justiça. A sua experiência religiosa ou manifestações espirituais são a sua autoridade final quanto a autenticidade da verdade (vv. 22,23), e não todo o conselho da Palavra de Deus.

(5) Serão seguidores que não suportarão a sã doutrina, mas procurarão mestres que lhes ofereçam a salvação, em conjunto com o caminho largo da injustiça (vv. 13,14, 23; ver 2 Tm 4.3 nota).

7.21 AQUELE QUE FAZ A VONTADE DE MEU PAI. Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celestial é uma condição prévia essencial para a entrada no reino dos céus (cf. vv. 22-25; 19.16-26; 25.31-46). Isto, no entanto, não significa que a pessoa pode ganhar ou merecer a salvação mediante seus próprios esforços ou obras. Isto é verdadeiro pelas seguintes razões:

(1) O perdão divino o homem obtém mediante a fé e o arrependimento, concedidos pela graça de Deus e a morte vicária de Cristo por nós (ver 26.28 nota; Lc 15.11-32; 18.9-14).

(2) A obediência à vontade de Deus, requerida por Cristo, é uma condição básica conducente à salvação, mas Cristo também declara ser ela uma dádiva ligada à salvação dentro do reino. Embora seja a salvação uma dádiva de Deus, o crente deve buscá-la continuamente; recebê-la e evidenciá-la mediante uma fé sincera e decidido esforço. Esse fato é visto na Oração Dominical (6. 9-13) e nas muitas exortações para que o crente mortifique o pecado e se apresente a Deus como sacrifício vivo (cf. Rm 6. 1-23; 8. 1-17; 12.1,2; ver 5.6, nota sobre a fome e sede de justiça e o estudo A VONTADE DE DEUS).

(3) O crente pode fazer a vontade de Deus e viver uma vida justa em virtude dessa dádiva, i.e., a graça e o poder de Deus e a vida espiritual que lhe são comunicados continuamente mediante Cristo. As Escrituras declaram: Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus... Porque somos feitura sua (Ef 2.8-10).

(4) Deus sempre torna possível a prática da obediência que Ele requer de nós. Isto é atribuído à ação redentora de Deus. Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade (ver Fp 2.13 nota). Todavia, o dom da graça de Deus não anula a responsabilidade nem a ação humanas. O crente deve corresponder positivamente ao dom divino da obediência (ver Fp 2.12 nota; Jd 20,21,24; Ef 4.22-32), todavia ele é livre para rejeitar a graça de Deus, para recusar aproximar-se de Deus por meio de Cristo (ver Hb 7.25 nota), e para recusar orar por uma vida de obediência e viver essa vida (ver Mt 5.6 nota; e o estudo FÉ E GRAÇA)

7.22 MUITOS ME DIRÃO NAQUELE DIA. Nos versículos 22,23, Jesus declara enfaticamente que muitos que profetizam, pregam ou realizam- milagres em seu nome estão enganados, pensando que são servos de Deus quando, na realidade, Ele não os conhece. Para não ser enganado nos últimos dias, o dirigente de igreja, ou qualquer outro discípulo, deve apegar-se totalmente à verdade e à justiça reveladas na Palavra de Deus (ver Ap 22.19 nota), e não considerar o sucesso ministerial como padrão de avaliação no seu relacionamento com Cristo.

7.23 NUNCA VOS CONHECI. Estas palavras de Cristo deixam plenamente claro que uma pessoa pode pregar o evangelho em nome de Cristo, expulsar demônios e operar milagres, sem essa pessoa ter genuína fé salvífica em Cristo.

(1) As Escrituras nos ensinam que a pregação evangélica eloqüente, um manifesto zelo pela justiça e a operação de milagres podem ter lugar nesta era mediante a influência e o poder de Satanás. Paulo nos adverte que o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz . Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça (2 Co 11.14,15; cf. Mt 24.24). Paulo torna claro que a simulação de uma unção poderosa pode ser operação de Satanás (ver 2 Ts 2.9,10; Ap 13.3,12, ver estudo FALSOS MESTRES).

(2) Muitas vezes, Deus aniquila a atividade de Satanás nos falsos pregadores, a fim de salvar ou curar aqueles que, sinceramente, recebem a Palavra de Deus (ver Fp 1.15-18). Deus sempre deseja que aqueles que proclamam o evangelho sejam justos (ver 1 Tm 3.1-7); porém quando uma pessoa má ou imoral prega a Palavra de Deus, ainda assim Ele pode operar no coração daqueles que recebem a sua Palavra e entregam-se a Cristo. Deus não aprova nenhum falso pregador do evangelho, mas Ele certamente confirmará a verdade bíblica, e aqueles que a aceitam pela fé.

 

 

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NOTAS DE MATEUS   8º

8.10 TANTA FÉ. A fé do centurião ia além de qualquer outra que Jesus vira entre os judeus, porque reunia o cuidado amoroso pelo próximo e uma grande confiança em Cristo. O relato deste fato, bem como a aplicação que Cristo dele fez, concernente aos judeus incrédulos (vv.11,12), é uma advertência ao crente, de que ele pode ser privado das bênçãos divinas por apegar-se a tradições humanas ou deixar de crer no poder de Deus.

8.16,17 CUROU TODOS OS... ENFERMOS. Ver o estudo A CURA DIVINA

8.22 DEIXA AOS MORTOS SEPULTAR OS SEUS MORTOS. Esta expressão de Jesus significa: Deixa os espiritualmente mortos sepultar os fisicamente mortos . O discípulo do versículo 21 provavelmente queria ficar com seu pai idoso e incrédulo até que este morresse.

8.28 ENDEMONINHADOS. Ver 17.17 nota; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   9º

9.11 JESUS COMENDO COM PECADORES. Temos nos versículos 11,12, a regra para nos orientar em nosso contato com os incrédulos. Esse contato não deve ser para busca de prazer, nem para estreita comunhão, mas para mostrar-lhes o caminho da salvação (v. 12; Sl 1.1). Em nenhuma hipótese o crente deve namorar ou casar com um não-crente (ver 1 Co 7.39 e o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE)

9.15 E ENTÃO JEJUARÃO. Fica claro que Jesus esperava que os crentes jejuassem depois da sua partida. Os dias da ausência do Noivo são a presente era, que começou no momento da ascensão de Jesus até à sua volta. A igreja espera essa volta do Noivo (25.6; ver Jo 14.3 nota). O jejum nesta era é, portanto:

(1) um sinal do anseio do crente pela volta do seu Senhor;

(2) uma preparação para sua volta;

(3) um pesar por sua ausência;

(4) um sinal de tristeza pelo pecado e decadência do mundo (ver 6.16 nota).

9.17 VINHO NOVO EM ODRES VELHOS. Este versículo é interpretado de várias maneiras pelos comentaristas.

(1) O vinho novo era suco fresco de uva. À medida que ele começava a fermentar, os odres novos (feitos de peles) esticavam-se sem se romper, ao passo que se fossem odres velhos se romperiam. O vinho novo representava o evangelho como sendo uma mudança fermentadora que as antigas formas do judaísmo não podiam comportar. Há dúvidas sobre este ponto de vista, pois aqueles que estão familiarizados com o processo da fermentação declaram que até mesmo odres bem novos e fortes se romperiam pela ação violenta da fermentação, uma vez lacrados (ver Jó 32.19).

(2) Uma segunda interpretação entende que a parábola ressalta a importância de se conservar tanto o vinho novo quanto os odres novos (v. 17).

(a) O vinho novo era suco fresco de uva , não fermentado, representando a mensagem salvífica original de Jesus Cristo e o poder do Espírito Santo, demonstrados no dia de Pentecoste. O empenho máximo de Jesus era que o evangelho original, juntamente com o poder redentor do Espírito Santo, não sofressem qualquer mudança, corrupção ou perda. Esta interpretação tem o amparo da solicitude de Cristo, no sentido de que o evangelho (o vinho novo) não seja alterado pelos ensinamentos (o fermento) dos fariseus e do judaísmo (o fermento como elemento fermentador e modificador da massa, cf. 16.6,12; Ex 12.19; 1 Co 5.7).

(b) Nos tempos antigos, a fim de conservar a doçura do suco por um período adequado de tempo, o povo coava ou fervia o suco, engarrafava-o e o colocava num lugar fresco (ver o estudo O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1)e (2)). Eram necessários odre novos, porque estariam livres de toda matéria residual fermentadora, tal como células maduras de levedura. Se colocado em odres velhos, o vinho novo começaria mais facilmente a fermentar por causa dos resíduos fermentadores existentes nos odres. A fermentação resultante passaria, então, a causar a perda, tanto do vinho novo quanto dos odres (que se romperiam por causa da pressão). Columela, o grande especialista romano em agricultura, do século I d.C., escreveu que, para se conservar o vinho novo sempre doce , deve-se colocá-lo num vasilhame novo, lacrado (Da Agricultura, 12.29)

9.17 VINHO NOVO... SE CONSERVAM. A ênfase de Cristo recai aqui sobre a preservação do vinho novo pelo tempo que for possível (ver a nota anterior). Quanto aos vários métodos empregados nos tempos bíblicos para conservar o vinho em estado doce e sem fermentação, (ver os estudos O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1)e (2)).

9.37 A SEARA É REALMENTE GRANDE. Jesus admoesta a todos os crentes a estarem sempre conscientes de que os perdidos têm uma alma eterna, de valor incalculável, e que terão que passar a eternidade no céu ou no inferno, e que muitos poderão ser salvos se alguém tão somente lhes anunciar o evangelho (ver 10.28 nota).

9.38 ROGAI, POIS, AO SENHOR DA SEARA. Este versículo contém um dos princípios espirituais de Deus. Antes de Deus realizar uma obra, geralmente Ele conclama seu povo à oração. Uma vez o povo em oração, Deus realiza a obra. Portanto, Deus se limita às orações do seu povo. Fica claro, no contexto (9.35; 10.1,8), que o tipo de obreiro que Jesus deseja no seu reino é aquele que

(1) ensina e prega o evangelho do reino (9.35),

(2) cura os enfermos (9.35; 10.1,8) e

(3) expulsa os espíritos imundos (10.1,8).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  10º

10.1 PODER SOBRE OS ESPÍRITOS IMUNDOS. Jesus quer que seus seguidores lutem contra as forças do mal, expulsando os espíritos malignos e curando os enfermos. Essa demonstração de autoridade divina no conflito espiritual é a continuação da manifestação do reino de Deus na terra (ver o estudo O REINO DE DEUS)
10.7 PREGAI... O REINO. O contexto (vv. 1,8) deixa claro que a pregação do reino de Deus deve ser acompanhada da manifestação do poder de Deus contra as forças do pecado, da enfermidade e de Satanás (ver o estudo O REINO DE DEUS). O propósito de Cristo é que o reino de Deus e o seu poder estejam próximos (i.e., presentes ) para levarem a salvação, a graça e a cura ao povo de Deus. Quando o reino dos céus não se manifesta entre o povo de Deus, os fiéis devem abandonar o mundanismo e tudo quanto não agrada a Deus, buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça (6.33), e orar Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade (6.10; cf. Mc 9.29)

10.19 O QUE HAVEIS DE FALAR. Exemplos do cumprimento desta promessa de Cristo estão em Atos 4.8-12,19,20; 21.39 22.21; 23.1,6; 24.10-21; 26.1-29. Depois do Pentecoste, o Espírito foi derramado em toda a sua plenitude, outorgando aos crentes poder para testemunhar (At 1.8).

10.23 CIDADES DE ISRAEL. Cristo provavelmente quis dizer aos seus discípulos que o evangelho continuaria a ser proclamado aos judeus até a sua volta.

10.26 NÃO OS TEMAIS. O trabalho dos discípulos por Cristo, e sua luta contra Satanás, expo-los-á aos contra-ataques deste (vv. 16-25), mas eles não deverão temer, porque o Espírito Santo e o Pai os susterá (vv. 20, 29-31). Devem permanecer fiéis à Palavra de Cristo, pregando-a com franqueza, clareza e destemor.

10.28 INFERNO. A palavra traduzida inferno (gr. gehenna) nesta passagem (ver Jr 7. 31 nota) refere-se a um lugar de tormento eterno e de fogo inextinguível, reservado aos ímpios (cf. Mc 9.43, 48). A Bíblia ensina que a existência do homem não termina com a morte, mas que continua para sempre, ou na presença de Deus, ou num lugar de tormento. A respeito do estado dos perdidos, na outra vida, devemos notar os seguintes fatos:

(1) Jesus ensinou que há um lugar de castigo eterno para aqueles que são condenados por rejeitarem a salvação (5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 10.16, 12.5; 2 Ts 1.8,9). Trata-se da terrível realidade do inferno, como o lugar onde o fogo nunca se apaga (Mc 9.43); O fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (25.41); um lugar de pranto e ranger de dentes (13.42,50); um lugar onde os perdidos ficarão aprisionados nas trevas (22.13); e um lugar de tormento e angústia e de separação do céu (Lc 16.23).

(2) O ensino nas Epístolas é do mesmo teor. Fala de um julgamento vindouro da parte de Deus. Da sua vingança sobre os que desobedecem ao evangelho (2 Ts 1.5-9). Fala de uma separação da presença e da glória do Senhor (2 Ts 1.9), e da destruição dos inimigos de Deus (Fp 3.18,19; ver também Rm 9.22; 1 Co 16.22; Gl 1.9; Hb 10.27; Jd 7; 2 Pe 2.4; Ap 14.10; 19.20; 20.10, 14).

(3) A Bíblia ensina que é inevitável o castigo dos malfeitores. O fato predominante é a condenação, o sofrimento e a separação de Deus, eternamente. O cristão sabe que essa doutrina não é agradável, nem de fácil entendimento. Mesmo assim, ele deve submeter-se à autoridade da Palavra de Deus e confiar na decisão e na justiça divinas.

(4) Devemos sempre ter em mente que Deus enviou seu Filho para morrer por nós, para que ninguém pereça (Jo 3.16). É intenção e desejo de Deus que ninguém vá para o inferno. Quem for para o inferno é porque rejeitou a salvação provida por Deus (Rm 1.16; 2.10). O fato e a realidade do inferno devem levar todo o povo de Deus a aborrecer e repelir o pecado com toda veemência; a buscar continuamente a salvação dos perdidos, e a advertir todos os homens a respeito do futuro e justo juízo de Deus (ver Ap 20.14 nota).

10.31 MAIS VALEIS VÓS. Jesus ensina que os fiéis filhos de Deus têm grande valor para seu Pai celestial.

(1) Isto significa que Deus se importa com você e com suas necessidades pessoais; Ele anseia tanto pelo seu amor e a comunhão com você que enviou Jesus para morrer na cruz por você (ver Jo 3.16 nota). Você nunca está longe da sua presença, cuidados e solicitude. Ele conhece todas as suas necessidades, provações e tristezas (6.8).

(2) Você é tão importante para Deus que Ele preza sua fidelidade, seu amor e sua lealdade para com Ele, acima de todas as coisas terrestres. Quando você tem fé inabalável em Cristo, comprovadamente genuína em meio às provações e aflições, é glória e honra para Ele. Leia as promessas que se acham nos Sl 91.14-16; 116.15; Is 49.16; Mt 11.28,29; Lc 12.32; Jo 13.1; 14.3; 17.24; Rm 8.28; 1 Jo 4.19.

10.32 CONFESSANDO A JESUS DIANTE DOS HOMENS. Confessar (gr. homologeo) a Cristo significa reconhecê-lo como Senhor da nossa vida, e isso abertamente diante de outras pessoas, até mesmo daqueles que se opõem a seus caminhos e aos seus padrões.

10.34 NÃO VIM TRAZER PAZ. Embora Jesus Cristo seja chamado o Príncipe da Paz (Is 9.6; cf. Mt 5.9; Rm 5.1), e embora a verdade deva ser proclamada com amor (Ef 4.15), há um sentido em que a sua vinda e a proclamação do evangelho provocam divisões.

(1) A fé em Cristo faz separação entre o crente, o pecador e o mundo (vv. 32-37; Lc 12.51-53; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE).

(2) A proclamação da Palavra de Deus e a sua verdade motivarão oposição, divisão e perseguição (12.24; 14.4-12; 27.1; At 5.17; 7.54-60; 14.22). (3) Viver segundo os retos padrões de Cristo resultará em zombaria e desprezo (5.10,11). (4) A defesa da fé apostólica do NT provocará
divisões (Fp 1.15-17; 2 Co 11.12; ver 2 Tm 1.15 nota). (5) Os ensinamentos de Cristo a respeito da paz e da união devem ser mantidos em harmonia com essa verdade, de que Ele não veio trazer paz, mas espada (v. 34; ver Jo 17.21 nota)

10.38 TOMAR A SUA CRUZ. Ver Mc 8.34 nota.

10.41 UM PROFETA... UM JUSTO. Jesus fala em receber alguém que é profeta e justo; aqueles que são mais freqüentemente perseguidos por causa da sua posição firme em favor da piedade e por causa da sua proclamação da verdade (ver 5.10). Por essa razão, aqueles que acolhem o profeta de Deus e recebem a sua mensagem, receberão o galardão especial da parte de Deus.

(1) Isto significa que se nossa dedicação à verdade e à justiça é tão sólida que dedicamos nossa vida à assistência, cooperação e ao conforto dos ministros de Deus que são realmente justos, nosso galardão será o mesmo daquele profeta ou justo que ajudamos.

(2) Por outro lado, não devemos apoiar, assistir ou cooperar com pastores e pregadores que não proclamam a verdade de Deus de conformidade com a revelação do N T, ou que não vivem uma vida piedosa, segundo os padrões justos de Deus. Se apoiarmos tais pessoas, participaremos do juízo que virá sobre elas.
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  11º

11.7 JOÃO. Trata-se aqui de João Batista. Cristo declara que João não era uma cana agitada pelo vento . Referia-se Jesus ao caráter justo de João e ao fato de ser ele um pregador que não transigia com o erro. João pregava a verdade e os mandamentos de Deus, sem temer os homens e sem jamais temer a opinião popular. As autoridades judaicas ignoraram o pecado de Herodes, mas João nem por um momento jamais fez isso. Ele opôs-se ao tal pecado, com firmeza total, demonstrando nisso fidelidade absoluta a Deus e à sua Palavra. Ele foi fiel a Deus ao condenar o pecado, embora tal atitude viesse a custar-lhe a vida (14.3-12). Que todo pregador da Palavra de Deus lembre-se disso: Cristo, também, julgará seu ministério, seu caráter e sua posição em relação ao pecado (ver Lc 1.17 nota).

11.11 MAIOR DO QUE ELE. Esta declaração talvez signifique que os privilégios dos mais humildes dentre os que pertencem à nova aliança são maiores do que os de João Batista (ver o estudo  ANTIGO E O NOVO CONCERTO).
Possuem maiores tesouros de revelação divina (cf. 13.16,17) e verão maiores milagres (11.5), verão a morte e a ressurreição de Cristo e receberão o derramamento pentecostal do Espírito Santo (At 2.4)

11.12 PELA FORÇA SE APODERAM DELE. Ver o estudo O REINO DE DEUS

11.19 COMILÃO E BEBERRÃO. Ver Lc 7.34 nota.

11.28 VINDE A MIM. O generoso convite de Jesus destina-se a todos os que estais cansados e oprimidos com os problemas da vida e os pecados do próprio ser humano. Quem vem a Jesus e torna-se seu servo e faz a sua vontade, Ele o alivia de suas insuportáveis aflições e lhe dará descanso, paz e seu Espírito Santo como guia. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus (ver Hb 4.16).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   12º

12.1 SÁBADO. O sábado semanal (gr. sabbaton, que significa repouso , cessação ) era o sétimo dia da semana, separado pela lei de Moisés como dia de descanso do trabalho normal, para repouso pessoal e adoração ao Senhor (Ex 20.10; Dt 5.14; ver Ex 20.8 nota). Para o cristão, o sábado judaico já não é obrigatório. As exigências cerimoniais da lei foram canceladas na morte de Cristo (Cl 2.14, 16; Rm 14.5,6; Gl 4.9-11). Além disso, o sábado como dia fixo semanal de descanso foi parte do pacto entre Deus e Isaque, somente (Ex 31.13,17; Ez 20.12,20). Os cristãos observam o domingo como dia de repouso pessoal e adoração ao Senhor. É o dia em que Jesus ressurgiu dentre os mortos, sendo chamado no NT de o dia do Senhor . Uma vez que o cristão não é mais obrigado a observar o sábado judaico, ele tem fortes razões bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a Deus.

(1) O princípio de um dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou (Gn 2.3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de bênção para toda a humanidade e não apenas para a raça judaica.

(2) O propósito espiritual de um dia de descanso em sete é benéfico ao cristão. No AT esse dia era visto como uma cessação do labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus e adorá-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus (Nm 28.9; Lv 24.8).

(3) Assim como o sábado era um sinal do concerto de Israel como povo de Deus (Ex 31.16,17), o dia de adoração do cristão (o domingo) é um sinal de que este pertence a Cristo.

(4) Jesus nunca ab-rogou o princípio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado (vv. 1-8; Lc 13.10-17; 14.1-6).

(5) Jesus indica que o dia de descanso semanal foi dado por Deus para o bem-estar espiritual e físico do homem (Mc 2.27). (6) Nos tempos do NT os cristãos dedicavam um dia especial, o primeiro dia da semana, para adorar a Deus e comemorar a ressurreição de Cristo (At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10).

12.28 O REINO DE DEUS. Ver o estudo O REINO DE DEUS.

12.29 MANIATAR O VALENTE. Ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS

12.31 BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO. A blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição contínua e deliberada do testemunho que o Espírito Santo dá de Cristo, da sua Palavra e da sua obra de convencer o homem, do pecado (cf. Jo 16.7-11). Aquele que rejeita a voz do Espírito e se opõe a ela, afasta de si mesmo o único recurso que pode levá-lo ao perdão o Espírito Santo. Os passos que levam à blasfêmia contra o Espírito:

(1) entristecer o Espírito. Se isto for contínuo, levará à resistência ao Espírito (Ef 4.30);

(2) resistir ao Espírito leva ao apagamento do Espírito dentro da pessoa (1 Ts 5.19);

(3) apagar o Espírito leva ao endurecimento do coração (Hb 3.8-13);

(4) o endurecimento
do coração leva a uma mente réproba e depravada, a ponto de chamar o bem de mal e o mal de bem (Rm 1.28; Is 5.20). Quando o endurecimento do coração atinge certa intensidade que somente Deus conhece, o Espírito já não contenderá para levar aquela pessoa ao arrependimento (cf. Gn 6.3; ver Dt 29.18-21 nota; 1 Sm 2.25 nota; Pv 29.1 nota). Quanto àqueles que se preocupam pensando que já cometeram o pecado imperdoável, a sua disposição de se arrependerem e quererem o perdão, é evidência de que não cometeram o tal pecado imperdoável (ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL)

12.36 NO DIA DO JUÍZO. Ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE

12.37 POR TUAS PALAVRAS... JUSTIFICADO. Ver Lc 13.34 nota.

12.40 JONAS. Fica claro que Jesus ratificou o relato do AT a respeito de Jonas, como fato histórico. Os críticos modernos que negam a possibilidade dos milagres do AT, devem levar em conta as palavras de Jesus aqui, pois serão julgados por elas.

12.43 ESPÍRITO IMUNDO. Mt 12.43-45 ensina três verdades importantes a respeito de endemoninhados.

 (1) O espírito imundo procura retornar à mesma pessoa que antes ele possuía (v. 44).

(2) O espírito imundo não pode voltar, se o coração da pessoa estiver ocupado pelo Espírito Santo (v. 44; cf. 1 Co 6.19; ver 2 Co 6.16 nota).

(3) Um povo ou sociedade inteira pode entregar-se aos prazeres da iniqüidade a tal ponto que esse povo pode tornar-se endemoninhado (v. 45b; cf. Ap 16.14).
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   13º

13.3 O SEMEADOR SAIU A SEMEAR. Ver Mc 4.3 nota.

13.3 AS PARÁBOLAS DO REINO. No capítulo 13 temos as parábolas do reino dos céus, que descrevem o resultado da pregação do evangelho e das condições espirituais prevalecentes na terra, na esfera da manifestação visível do reino dos céus, até o fim dos tempos.

(1) Em quase todas estas parábolas, Cristo ensina que dentro da esfera da manifestação visível atual, do reino dos céus entre os homens, haverá o bem e o mal, e o verdadeiro e o falso. Entre aqueles que professam aqui o seu nome, haverá a apostasia e o mundanismo, bem como a fidelidade e a piedade. No fim da presente era, o mal será destruído (vv. 41, 49), mas os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai (v. 43).

(2) Estas parábolas foram proferidas a fim de que os verdadeiros seguidores de Deus saibam que o mal e a oposição da parte de Satanás e seus seguidores existirão aqui na terra, até mesmo dentro do atual reino visível dos céus (vv. 25,38,48), que é a igreja, uma manifestação parcial do pleno e futuro reino prometido por Deus a Davi, e que será regido por Jesus (2 Sm 7.12-16; Lc 1.32,33; Dn 2.44; Ap 11.15). A única maneira de a pessoa vencer Satanás e a influência do mal será pela dedicação sincera e total a Cristo (vv. 44, 46), e vivendo em santidade (v. 43; ver Ap 2.3 para exemplos de bem e do mal dentro das igrejas).

(3) As parábolas são histórias tiradas da vida diária para descrever e ilustrar certas verdades espirituais. Sua singularidade consiste em revelar a verdade aos espirituais e, ao mesmo tempo, ocultá-la dos incrédulos (v.11). A parábola pode, às vezes, demandar uma decisão da pessoa (e.g., Lc 10.30-37).

13.12 ÀQUELE QUE TEM, SE DARÁ. Ver 25.29 nota; Mc 4.25 nota.

13.19 O MALIGNO... ARREBATA. Ver Mc 4.15 nota.

13.24,25 A BOA SEMENTE E O JOIO. A parábola do trigo e do joio salienta o fato de que há uma semeadura da má semente de Satanás paralela à da Palavra de Deus. O campo é o mundo e a boa semente são os fiéis do reino (v. 38).

(1) O evangelho e os crentes verdadeiros serão plantados em todo o mundo (v. 38) Satanás também plantará os seus seguidores, os filhos do maligno (v. 38), entre o povo de Deus, para se contraporem à verdade divina (vv. 25,38,39).

(2) A obra principal dos emissários de Satanás no reino dos céus na presente era é solapar a autoridade da Palavra de Deus (ver Gn 3.4 nota), e promover a iniqüidade e as falsas doutrinas (cf. At 20.29,30; 2 Ts 2.7, 12). Cristo falou noutra ocasião, de um grande logro entre seu povo por causa desses que se apresentam como verdadeiros crentes, quando na realidade são falsos mestres (ver Mt 24.11 nota; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO).

(3) Este fato da coexistência do povo de Satanás com o povo de Deus, na dimensão visível atual do reino dos céus (que é a igreja), terminará quando Deus destruir todos os ímpios, no fim da presente era (vv. 38-43). Para outras parábolas que enfatizam a atual condição da mistura de crentes e descrentes, ver 22.1-14; 25.1-13, 14-30; Lc 18.10-14 e o estudo A MENSAGEM DE CRISTO ÀS SETE IGREJAS

13.30 CRESCENDO JUNTOS. No tocante ao crescerem juntos os verdadeiros filhos de Deus e os filhos de Satanás, disfarçados como crentes (v. 38; cf. 2 Co 11.13-15), consideremos os três pontos a seguir:

(1) Os crentes não devem, jamais, procurar desarraigar (i.e., derrotar pela força ou exterminar) os maus aqui no mundo. Os anjos farão isso no final dos tempos (vv. 30, 41).

(2) A parábola supra não contradiz as instruções bíblicas vistas noutras passagens que ordenam a igreja a disciplinar os membros que pecam e a excluir da sua comunhão o falso crente não convertido (ver 18.15 nota; 1 Co 5.1 nota; ver o estudo OS PASTORES E SEUS DEVERES). Saiba-se, no entanto, que a disciplina eclesiástica será, na melhor das hipóteses, apenas uma solução parcial para o mal no reino dos céus aqui na terra, no tempo presente. Deus e seus anjos farão a separação final.

(3) Os crentes fiéis devem sempre vigiar ante o fato de Satanás constantemente estar infiltrando coisas e indivíduos subversivos em todas as áreas da obra de Deus. De muitas maneiras, os tais apresentam-se como verdadeiros filhos de Deus (ver 2 Co 11.14 nota; ver o estudo FALSOS MESTRES)

13.31 GRÃO DE MOSTARDA. Ver Lc 13.19 nota.

13.33 FERMENTO. Ver Lc 13.21 nota.

13.41 COLHERÃO TUDO O QUE CAUSA ESCÂNDALO. Na volta de Cristo à terra, depois da tribulação, na consumação da presente era (Ap 19.11-21), virá o tempo da ceifa, tanto dos ímpios como dos justos que estiverem na terra (vv. 30, 40-42; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO).

(1) Os ímpios serão ceifados primeiro e removidos dentre os justos (vv. 30,41, 49).

(2) Os justos serão ceifados em segundo lugar (vv. 30b, 41,43, 49).

(3) Essa colheita dos ímpios surgirá de dentro do seu Reino (v. 41). (4) Depois da colheita e da destruição dos ímpios, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai (v. 43; cf. 25.31-34; ver Ap 20.4 nota )

13.42 FORNALHA DE FOGO. Jesus descreve o que acontecerá a todos os que cometem iniqüidade , i.e., desafiam a santa lei de Deus e rejeitam a justiça do seu reino. Serão atormentados com fogo e enxofre; e o fumo do seu tormento subirá para sempre, de modo que não tenham repouso nem de dia nem de noite (Ap 14.9-11; 20.10). Todos que aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus não podem rejeitar esta doutrina. Os ímpios não são aniquilados, i.e., reduzidos a nada, pois serão mandados para o castigo eterno (ver 10.28 nota).

13.44-46 O REINO... SEMELHANTE A UM TESOURO. As parábolas do Tesouro e da Pérola (vv. 44-46) ensinam duas grandes verdades. (1) O reino dos céus é um tesouro de valor incalculável, que deve ser buscado acima de tudo.

(2) É obtido quando renunciamos a tudo que nos impede de ser parte dele. Vender tudo significa que de todo nosso coração devemos abdicar de todos os demais interesses, por um único interesse supremo, que é Cristo (Rm 12.1).

13.47 O REINO... SEMELHANTE A UMA REDE. A parábola da rede revela, mais uma vez, a verdade que Cristo tanto enfatizou, i.e., que nem todos que estão no reino, na sua presente fase visível aqui na terra, são verdadeiramente filhos de Deus. As igrejas locais e denominações cristãs nem sempre são sinônimos do genuíno povo de Deus, que consiste de todos os salvos pela graça de Deus, mediante a fé e que vivem em santidade e justiça (cf. 24.11, 24; Gl 5.19-21; ver Lc 13.21 nota).

13.49 SEPARARÃO OS MAUS DENTRE OS JUSTOS. Na parábola da rede (vv. 47-50), que trata da volta de Cristo para julgar o mundo depois da tribulação, a ceifa dos ímpios e a dos justos está na mesma ordem mencionada na parábola do joio e do trigo (vv. 30,41,43): os ímpios são ceifados primeiro, e os justos, em segundo lugar (cf. Ap 19.11;20.4). Tal seqüência mostra, claramente, que a separação dos ímpios dentre os justos terá lugar no fim da tribulação (24.29-31; Ap 19.11; 20.4), e não no arrebatamento da igreja, ocasião em que o povo peculiar do Senhor é retirado do mundo (1 Ts 4.13-18). Nesta parábola, Cristo volta a ressaltar o fato de que entre o povo de Deus há muitos que não são verdadeiramente leais a Ele e à sua Palavra. Os maus dentre os justos (v. 49).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  14º

14.6 DANÇOU... DIANTE DELE. Uma moça ímpia que dançou em público diante dos homens foi a causa da morte de um dos mais santos dentre os homens. (1) Festas mundanas, bailes e filmes ímpios levam ao abandono de Deus, à incitação das paixões e à extinção da nossa capacidade de discernir entre o pecado, a justiça e o juízo. Os genuínos filhos de Deus não participarão dessas coisas (ver o estudo O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO).

(2) Segundo o relato das Escrituras, mulheres e meninas hebréias dançavam espontaneamente em ocasiões excepcionalmente alegres (cf. Jr 31.4), e especialmente depois da vitória na batalha, quando por isso cantavam ao Senhor (Ex 15.19-21). Não há nenhum registro bíblico, no entanto, de homens judeus dançarem com mulheres, nem a mínima indicação de que as mulheres judias dançaram alguma vez em público, diante de um auditório. A dança da filha de Herodias na festa de aniversário de Herodes era uma prática pagã

14.19 PÃES E... PEIXES. O milagre da alimentação dos cinco mil é registrado em todos os quatro Evangelhos (Mc 6.34-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-14). A mensagem do milagre inclui os seguintes aspectos:

(1) Destaca Jesus como o Pão da Vida (cf. Jo 6), Aquele que provê para o corpo e para a alma;

(2) Comprova que o Senhor tem poder para operar milagres;

(3) Exemplifica sua compaixão pelos necessitados (v. 14; cf. Ex 34.6; Mq 7.18); e (4) Ensina que o pouco que temos pode ser transformado em muito, se for colocado nas mãos do Senhor e por Ele abençoado (v. 19).

14.23 ORAR À PARTE. Enquanto estava neste mundo, Jesus freqüentemente procurava estar a sós com Deus (cf. Mc 1.35; 6.46; Lc 5.16; 6.12; 9.18; 22.41,42; Hb 5.7). Passar tempo a sós com Deus é essencial para o bem-estar espiritual de cada crente. Devemos estar continuamente conscientes de que a falta de oração individual ao nosso Pai celestial é um sinal inconfundível de que a vida espiritual dentro de nós está em declínio. Se assim acontecer, devemos repudiar tudo que ofende ao Senhor e renovar nosso compromisso de perseverar em buscá-lo e a sua graça salvífica (ver Lc 18.1 nota).

14.27 NÃO TEMAIS. Nesta vida, há muitas coisas para se temer, porém Jesus quer que olhemos para Ele e que não tenhamos medo. Suas palavras de encorajamento estão fundamentadas no seu poder ilimitado e no seu grandioso amor pessoal para com todos quantos realmente lhe pertencem. Freqüentemente, nas Escrituras, Deus ou Jesus Cristo encoraja seu povo com as palavras alentadoras: não temais (ver, e.g., Js 1.9; 11.6; 2 Rs 19.6; 2 Cr 20.15; 32.7; Ne 4.14; Sl 49.16; 91.5; Is 10.24; 37.6; 44.8; Mt 17.7; 28.10; Mc 5.36; Lc 12.4; Jo 14.1,27; At 18.9; 1 Pe 3.14).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   15º

15.6 PELA VOSSA TRADIÇÃO. Alguns fariseus invalidavam os mandamentos de Deus, preferindo as suas próprias tradições e as idéias dos homens. Os crentes hoje devem ter cuidado para não invalidarem a Palavra de Deus por causa da tradição, de idéias populares, ou das práticas culturais dos dias de hoje. Invalidar, assim, a Palavra é tornar-se culpado desse pecado dos fariseus e dos demais líderes judaicos (ver Mc 7.8 nota).

15.8 SEU CORAÇÃO ESTÁ LONGE DE MIM. Ver Mc 7.6 nota.

15.11 ISSO É O QUE CONTAMINA O HOMEM. Ver Mc 7.18 nota.

15.19 DO CORAÇÃO. Ver Mc 7.21 nota.

15.28 GRANDE É A TUA FÉ. A perseverança na fé verdadeira consiste em confiar em Deus em todas as circunstâncias, e permanecer fiel a Ele, mesmo sob grande aflição e quando parecer que Ele não nos responde e que não se importa conosco. Esta é a prova da fé (1 Pe 1.7; Lc 18.1-7; ver Mc 7.27 nota).
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   16º

16.6 ACAUTELAI-VOS DO FERMENTO. Aqui, fermento , um símbolo do mal e da corrupção, refere-se aos ensinamentos dos fariseus e dos saduceus. Cristo chama de fermento a doutrina deles, porque até mesmo uma pequena quantidade pode penetrar num grande grupo de pessoas e influenciá-las a crer em coisas erradas (ver Mc 8.15 nota).

16.18 AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO. As portas do inferno representam Satanás e a totalidade do mal no mundo, lutando para destruir a igreja de Jesus Cristo.

(1) Este texto não quer dizer que nenhum crente como pessoa e nenhuma igreja local, confederação de igrejas ou denominação, jamais chegará a cair na imoralidade, nos erros de doutrina ou na apostasia. O próprio Jesus predisse que muitos decairão da fé e Ele adverte as igrejas que estão abandonando a fé neotestamentária a voltar-se do pecado ou sofrer a pena da remoção do seu reino (24.10,11; Ap 2.5,12-29; 3.1-6,14-16; ver 1 Tm 4.1 nota; ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL). A promessa do versículo 18 não se aplica àqueles que negam a fé, nem às igrejas mornas.

(2) O que Cristo quer dizer é que, a despeito de Satanás fazer o pior que pode, a despeito da apostasia que ocorre entre os crentes, das igrejas que ficam mornas e dos falsos mestres que se infiltram no reino de Deus, a igreja não será destruída. Deus, pela sua graça, sabedoria e poder soberanos, sempre terá um remanescente de crentes e de igrejas que, no decurso de toda a história da redenção, permanecerá fiel ao evangelho original de Cristo e dos apóstolos e que experimentará a comunhão com Ele, o senhorio de Cristo e o poder do Espírito Santo. Como o povo genuíno de Deus, esses crentes demonstrarão o poder do Espírito Santo contra Satanás, o pecado, a doença, o mundo e as forças demoníacas. É essa igreja que Satanás com todas as suas hostes não poderá destruir nem resistir

16.18 PEDRO, A PEDRA E A IGREJA. O significado desta passagem é que Cristo edificará a sua igreja sobre a verdade da confissão feita por Pedro e os demais discípulos, i.e., que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (v. 16; At 3.13-26). Jesus emprega um trocadilho. Ele chama seu discípulo de Pedro (gr. Petros, que significa uma pedra pequena). A seguir, Ele diz: Sobre esta pedra (gr. petra, que significa uma grande rocha maciça ou rochedo) edificarei a minha igreja , i.e., sobre a confissão feita por Pedro.

(1) É Jesus Cristo que é a pedra, i.e., o único e grande alicerce da igreja (1 Co 3.11). Pedro declara que Jesus é a pedra viva... eleita e preciosa... a pedra que os edificadores reprovaram (1 Pe 2.4, 6, 7; At 4.11). Pedro e os demais discípulos são pedras vivas , como parte da estrutura da casa espiritual (a igreja) que Deus está edificando (1 Pe 2.5).

(2) Em lugar nenhum as Escrituras declaram que Pedro seria a autoridade suprema e infalível sobre todos os demais discípulos (cf. At 15; Gl 2.11). Nem está dito, também, na Bíblia que Pedro teria sucessores infalíveis, representantes de Cristo e cabeças da igreja. Tais idéias são injunções do homem e não a verdade das Escrituras. No estudo A IGREJA, acha-se uma exposição da doutrina da igreja, como aparece aqui e noutras partes da Bíblia

16.19 AS CHAVES DO REINO. As chaves representam a autoridade que Deus delegou a Pedro e à igreja. Estas chaves são usadas para:

(1) repreender o pecado e levar a efeito a disciplina eclesiástica (18.15-18);

(2) orar de modo eficaz em prol da causa de Deus na terra (18.19,20);

(3) dominar as forças demoníacas e libertar os cativos (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS);

(4) anunciar a culpa do pecado, o padrão divino da justiça e o juízo vindouro (At 2.23; 5.3,9); e

(5) proclamar a salvação e o perdão dos pecados para todos quantos se arrependem e crêem em Cristo (Jo 20.23; At 2.37-40; 15.7-9)

16.24 TOME SOBRE SI A SUA CRUZ. Ver Mc 8.34 nota.

16.28 VIR... NO SEU REINO. Vir o Filho do Homem no seu Reino provavelmente se refere ao evento do Pentecoste, quando Cristo batizou seus seguidores com o Espírito Santo e com grande poder (cf. 3.11; At 1.8; 2.4).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   17º

17.2 TRANSFIGUROU-SE. Ver Lc 9.29 nota.
17.17 INCRÉDULA E PERVERSA. Este texto evidencia o conceito que Jesus tem dos discípulos e das igrejas que não assistem ao próximo, no autêntico poder do reino de Deus (ver o estudo O REINO DE DEUS).

(1) Deixar de libertar os oprimidos por Satanás ou pelos demônios (vv. 15-21) demonstra falta de fé, de compreensão e de autoridade espiritual (vv. 17,20,21; Mc 9.29).

(2) O propósito do Espírito Santo, ao registrar as narrativas (14-21), ressalta não somente que Jesus expulsava demônios, como também que Ele deseja que seus discípulos façam a mesma coisa mediante a fé, a oração e o jejum (vv. 20,21; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS). Jesus fica profundamente entristecido quando seu povo deixa de participar do seu ministério contra as forças de Satanás (v. 17; ver 10.1 nota; 10.8; Mc 9.28,29; Lc 9.1; Jo 14.12 nota)

17.20 SE TIVERDES FÉ... NADA VOS SERÁ IMPOSSÍVEL. Jesus fala de uma fé que pode remover montanhas, operar milagres e curas, e realizar grandes coisas para Deus. Que fé é esta de que Jesus fala?

(1) A fé genuína é uma fé eficaz que produz resultados: nada vos será impossível (v. 20).

(2) Esta fé não é uma crença na fé como uma força ou poder, mas fé em Deus (Mc 11.22).

(3) Esta fé é uma obra de Deus que tem lugar no coração do cristão (Fp 2.13; Mc 9.24). É a plena certeza que Deus transmite ao coração, de que nossa oração é respondida (Mc 11.23). Esta fé é criada interiormente no crente, pelo Espírito Santo. Não podemos produzi-la em nós mesmos por meio da nossa mente (Rm 12.3).

(4) Uma vez que esta fé em Deus é um dom que Cristo comunica ao nosso coração, importa-nos estar unidos a Jesus e à sua Palavra e ser mais consagrados a Ele (Rm 10.17; Fp 3.8-14). Dependemos dEle em tudo: Sem mim nada podereis fazer (Jo 15.5; Jo 3.27; Hb 4.16; 7.25). Noutras palavras, devemos buscar a Cristo que é o autor e o consumador da nossa fé (Hb 12.2). A real presença de Cristo conosco e nossa obediência à sua Palavra são a origem e segredo da fé (9.21; Jo 15.7).

(5) A verdadeira fé opera sob o controle de Deus. Ele no-la concede à base do seu amor, sabedoria, graça e propósito soberano, para a execução da sua vontade e como expressão do seu amor por nós. Não deve ser usada para nosso próprio proveito egoísta (Tg 4.3).
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  18º

18.1 QUEM É O MAIOR? Ver Lc 22.24-30 nota.

18.3 SE NÃO VOS CONVERTERDES. A conversão consiste no abandono total de toda forma de impiedade e entrega a Deus, seguida da prática de obras de justiça, que produzam frutos dignos de arrependimento. É uma atitude que abrange a totalidade do ser humano. Ela é uma necessidade, porque o homem natural segue um caminho de vida que o leva para longe de Deus, para a morte eterna (Rm 1.18-32). A conversão é o homem voltando-se para Deus e recebendo a dádiva da salvação. Ela é obtida mediante a graça e o poder do Espírito Santo, pela fé, sendo portanto uma dádiva de Deus (At 11.18). Pelo fato de passarmos a andar com Deus, a conversão muda a nossa vida nas áreas do relacionamento com o próximo, dos hábitos, dos compromissos, dos passatempos e do modo de viver. A conversão faz parte da fé salvífica genuína e é uma condição básica para a salvação e a santificação (At 26.18).

18.6 PENDURASSE AO PESCOÇO UMA MÓ DE AZENHA. Segundo está escrito aqui, quem arruinar espiritualmente uma criança, ou um crente sincero, incorrerá em maior ira de Cristo.

(1) Pastores, professores e, especialmente, os pais devem prestar atenção especial a esta palavra de Cristo. É responsabilidade dos pais instruir seus filhos nos caminhos de Deus (ver Lc 1.17 nota; Ef 6.4; 1 Tm 4.16; Dt 6.1-9; ver o estudo PAIS E FILHOS), e protegê-los da influência do mundo e de Satanás (Tt 1.10,11; 2.11,12; 1 Jo 2.15-17).

(2) Pais cristãos não devem permitir que seus filhos sejam influenciados por colegas ímpios. Os pais devem tomar muito cuidado com os passatempos que eles permitem em casa e fora de casa, para seus filhos, e também não descuidar-se do que se passa com os filhos quanto à educação na escola pública. Dependendo do tipo, os meios de entretenimento semeiam o mundanismo na mente e no coração dos filhos (cf. Sl 101.3; Ef 6.4; Cl 3.21)

18.7 AI DAQUELE HOMEM. Jesus adverte que aqueles que servem de instrumento para pôr coisas pecaminosas diante dos outros e, especialmente, diante de crianças, receberão a extrema condenação (vv. 2,5-7).

(1) Pôr escândalos tais como diversões mundanas, ensinamentos humanistas, filmes imorais, literatura pornográfica, drogas, bebidas alcoólicas, maus exemplos, falsas doutrinas e companheiros iníquos no caminho dos outros, é ajuntar-se a Satanás, o grande tentador (cf. 4.1; Gn 3.1-6; Jo 8.44; Tg 1.12). (2) O procedimento santo dos fiéis é remover da vida da nossa família, nosso lar, nossas igrejas e da nossa própria pessoa, tudo que possa levar os outros à tentação e ao pecado (vv. 7-9).

18.10 OS ANJOS. As Escrituras ensinam que Deus freqüentemente cuida dos seus fiéis por meio dos anjos, os quais têm genuíno interesse e amor pelos filhos de Deus (cf. Sl 34.7; 91.11; Lc 15.10; 16.22; Hb 1.13,14; Ap 5.11,12; ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR)

18.15 SE TEU IRMÃO PECAR CONTRA TI. Em 18.15-17, o Senhor Jesus Cristo expõe o método de restauração espiritual, mediante a disciplina, de um cristão professo que venha a pecar contra outro membro da igreja. Negligenciar este ensino de Cristo, levará os crentes à transigência com o pecado e logo mais essa igreja deixará de ser um povo santo de Deus (cf. 1 Pe 2.9; ver Mt 5.13 nota).

(1) O propósito da disciplina eclesiástica é manter a reputação de Deus (6.9; Rm 2.23,24), proteger a pureza moral e a integridade doutrinária da igreja (1 Co 5.6,7; 2 Jo 7-11) e procurar salvar a alma do crente desgarrado e restaurá-lo à semelhança de Cristo (18.15; Tg 5.19, 20).

(2) Primeiramente, deve-se lidar com o transgressor e repreendê-lo em particular. Se ele atender, deverá ser perdoado (v. 15). Se o transgressor recusar atender ao seu irmão na fé (vv. 15,16), e a seguir fizer o mesmo ao ser visitado por um ou dois outros membros, juntos (v. 16), e por fim recusar, também, atender à igreja local, deve ser considerado como um gentio e publicano , i.e., como alguém que está fora do reino de Deus, separado de Cristo e caído da graça (Gl 5.4). Não tem condições de ser membro da igreja e deve ser desligado da comunhão da mesma.

(3) A conservação da pureza da igreja deve ser mantida não somente nas áreas do pecado e da imoralidade, como também em caso de heresia doutrinária e de infidelidade à fé histórica do NT (ver os estudos FALSOS MESTRES, e OS PASTORES E SEUS DEVERES; Gl 1.9 nota; Jd 3 nota).

(4) As Escrituras ensinam que a disciplina eclesiástica deve ser exercida num espírito de humildade, de amor, de pesar e de auto-exame (ver 22.37 nota; 2 Co 2.6,7; Gl 6.1).

(5) Pecados de imoralidade sexual na igreja devem ser tratados de conformidade com 1 Co 5.1-5 e 2 Co 2.6-11. Nesses tipos de pecados graves, a igreja toda deve tratar o culpado com pesar e lamento (1 Co 5.2) disciplinando o transgressor o suficiente (2 Co 2.6) e excluindo-o da igreja (1 Co 5.2,13). Posteriormente, após um período de evidente arrependimento, o disciplinado poderá ser perdoado, receber outra vez o amor dos irmãos e ser restaurado à comunhão (2 Co 2.6-8).

(6) Os pecados de um obreiro devem ser, primeiro, tratados em particular e, a seguir, comunicados à igreja, pois está escrito: repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor (1 Tm 5.19,20; Gl 2.11-18; ver o estudo QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR).

(7) Os dirigentes de igrejas locais devem sempre lembrar-se da responsabilidade de apascentar a igreja (ver o estudo OS PASTORES E SEUS DEVERES). O Senhor requererá deles uma prestação de contas do sangue de todos (At 20.26) que se perderem, porque os ditos líderes não cuidaram de sua restauração, disciplina ou exclusão, segundo a vontade e o propósito de Deus (cf. Ez 3.20,21; At 20.26,27; ver Ez 3.18 nota)

18.19 SE DOIS... CONCORDAREM. Há grande autoridade na oração coletiva e unida. A razão disto é que onde dois ou três estão reunidos com fé e dedicação a Cristo, Ele está no meio deles (v. 20). A sua presença outorgará fé, força, direção, graça e consolo (cf. Sl 46.5; Is 12.6).

18.35 SE... NÃO PERDOARDES. Jesus nesta parábola ensina que o perdão divino, embora seja concedido graciosamente ao pecador arrependido, é, também, ao mesmo tempo condicional, de conformidade com a disposição do indivíduo, de perdoar ao seu próximo. Por isso, uma pessoa pode ficar sem perdão divino por ter um coração cheio de amargura, que não perdoa ao próximo (ver 6.14,15; Hb 12.15; Tg 3.14; Ef 4.31,32). Estes textos mostram que amargura, ressentimento e animosidade contra o próximo são totalmente incompatíveis com a verdadeira vida cristã, e que devem ser banidos da vida do crente.

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   19º

19.9 A NÃO SER POR CAUSA DE PROSTITUIÇÃO. A vontade de Deus para o casamento é que ele seja vitalício, i.e., que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (vv. 5,6; Mc 10.7-9; Gn 2.24 nota; Ct 2.7 nota; Ml 2.14 nota).
Neste particular, Jesus cita uma exceção, a saber, a prostituição (gr. porneia), palavra esta que no original inclui o adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual (5.32; 19.9). O divórcio, portanto, deve ser permitido em caso de imoralidade sexual, quando o cônjuge ofendido se recusar a perdoar. (1) Quando Jesus censura o divórcio em 19.8,9, não estava referindo-se à separação por causa de adultério, mas ao divórcio como permitido no AT em casos de incontinência pré-nupcial, constatada pelo marido após a cerimônia do casamento (Dt 24.1). A vontade de Deus em tais casos era que os dois permanecessem juntos. Todavia, Ele permitiu o divórcio, por incontinência pré-nupcial, por causa da dureza de coração das pessoas (vv. 7,8).

(2) No caso de infidelidade conjugal depois do casamento, o AT determinava a dissolução do casamento com a execução das duas partes culpadas (Lv 20.10; Ex 20.14; Dt 22.22). Isto, evidentemente, deixaria o cônjuge inocente livre para casar-se de novo (Rm 7.2; 1 Co 7.39).

(3) Sob a Nova Aliança, os privilégios do crente não são menores. Embora o divórcio seja uma tragédia, a infidelidade conjugal é um pecado tão cruel contra o cônjuge inocente, que este tem o justo direito de pôr termo ao casamento mediante o divórcio. Neste caso, ele ou ela está livre para casar-se de novo com um crente (1 Co 7.27,28).

19.13 CRIANÇAS. Ver Mc 10.16 nota.

19.21 VAI, VENDE TUDO O QUE TENS. Jesus pôs à prova o jovem rico no seu ponto mais fraco: suas riquezas. Ele não estava disposto a dar mais valor a Cristo do que aos seus bens. Esta declaração de Cristo significa que todos os crentes devem vender tudo o que possuem? Não; pois devemos atender as necessidades da nossa família e doutras pessoas. Devemos, no entanto, estar dispostos a abrir mão de tudo quanto Cristo pede da nossa parte. Nossa dedicação a Ele não pode ser nada menos do que isto.

19.23 UM RICO NO REINO DOS CÉUS. Ver o estudo RIQUEZA E POBREZA

19.29 RECEBERÁ CEM VEZES TANTO. Ver Mc 10.30 nota.

19.30 MUITOS PRIMEIROS SERÃO DERRADEIROS. Os primeiros são aqueles que, por causa das suas riquezas, educação, nível social ou talentos, são estimados pelo mundo e às vezes, até, pela igreja. Os últimos são os pouco conhecidos, não considerados importantes. No mundo vindouro, muitos que eram considerados grandes líderes na igreja terão posições inferiores a outros, e muitos que eram desconhecidos serão postos em elevadas posições (cf. 1 Co 15.41,42). A razão disto é porque Deus avalia as pessoas, não pela aparência exterior, mas pela sinceridade, pureza e pelo amor nos seus corações (1 Sm 16.7). Leia as histórias da viúva pobre (Mc 12.42-44) e de Maria de Betânia (Mt 26.7-13), para ver a atitude de Cristo para com os humildes.

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   20º

20.1 TRABALHADORES PARA A SUA VINHA. A parábola dos trabalhadores na vinha ensina que a entrada no reino de Deus trata-se de privilégio e não de mérito. Aqui, Cristo adverte contra três atitudes erradas:

(1) não se considerar superior, por ter um emprego ou cargo de sucesso;

(2) Não deixar de compartilhar do anseio de Deus em oferecer a sua graça a todos; e

(3) Evitar o espírito de inveja para com as bênçãos espirituais dos outros.


20.26 NÃO SERÁ ASSIM ENTRE VÓS. Neste mundo, os que exercem autoridade e domínio são considerados grandes. Jesus diz que, no reino de Deus, a grandeza não será medida pelo domínio sobre os outros, mas pela dedicação das pessoas ao serviço do próximo, de conformidade com a revelação bíblica de Cristo. O crente não deve procurar alcançar as posições mais altas a fim de exercer autoridade ou domínio. Pelo contrário, deve dedicar sua vida a ajudar os outros, especialmente na labuta pelo bem espiritual de todos (v. 28; cf. Jo 13.34; 1 Co 13; Cl 3.14; 1 Jo 3.14; 4.8).

20.28 EM RESGATE DE MUITOS. Resgate significa o preço pago para obter a liberdade de alguém. Na obra redentora de Cristo, a sua morte é o preço pago para libertar os homens e mulheres do domínio do pecado (ver o estudo TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO). Trata-se da soltura da condenação (Rm 8.2). Muitos é usado no sentido de todas as pessoas (1 Tm 2.5,6; ver Rm 3.25 nota sobre o significado da cruz de Cristo)

 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   21º

21.12 JESUS... DERRIBOU AS MESAS. Esta foi a segunda vez que Jesus entrou no templo e o purificou da iniqüidade (quanto à purificação do templo, no começo do seu ministério, ver Lc 19.45 nota). Aqueles que levam o nome de Cristo devem saber que a hipocrisia, a cobiça, o egoísmo, a imoralidade e a irreverência na casa de Deus provocarão a justa indignação e condenação divinas. Cristo é Senhor da sua igreja e requer que o templo seja uma casa de oração (v.13).

21.13 CASA DE ORAÇÃO. Ver Mc 11.17 nota.

21.21 SE TIVERDES FÉ. Jesus fala da fé e da oração (v. 22) e declara que as respostas à oração estão relacionadas à nossa fé. O crente que ora e não duvida, pode realizar ou receber tudo o que estiver de acordo com a vontade de Deus (ver 17.20 notas; Mc 11.24 nota; 1 Rs 17.1,7; 18.42-45; Lc 17.5,6; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ). Isto não exclui outras possibilidades de respostas à oração (e.g., Dn 10.12-14; Tg 4.3)

21.33,34 OS LAVRADORES MAUS. Esta parábola retrata a rejeição do amado Filho de Deus, por Israel (cf. Mc 12.1 nota; Lc 20.9).

21.43 REINO... VOS SERÁ TIRADO. Israel rejeita o Messias e o seu reino. Como resultado, o reino de Deus e seu poder são dados a outros; àqueles que aceitam o evangelho, quer judeus ou gentios (1 Pe 2.9). Este princípio continua em vigor. O reino e o seu poder serão tirados daqueles que deixam de permanecer fiéis a Cristo e que rejeitam os seus caminhos de justiça (Rm 11.19-22); em seu lugar, receberão o reino aqueles que se separam do mundo e buscam em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça (ver 5.6; 6.33).

21.44 DESPEDAÇAR-SE-Á. Ver Lc 20.18 nota.

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   22º

22.11 VESTE NUPCIAL. Muitos, que fazem parte da presente manifestação do reino dos céus aqui na terra, não estarão trajado com veste nupcial (v. 11), e, portanto, não farão parte dos escolhidos (v. 14). A veste nupcial simboliza a condição de se estar preparado uma possessão presente da verdadeira fé em Cristo e da constante obediência como fruto da graça de Cristo (cf. 24.44; 25.21). Cristo alude ao homem que estava sem vestes nupciais, para levar-nos a um auto-exame e perguntar-nos, Senhor, sou eu? .

22.14 POUCOS ESCOLHIDOS. A chamada à salvação é feita a muitos. Os poucos escolhidos para herdar o reino dos céus são os que atendem à chamada de Deus; que se arrependem dos seus pecados e que crêem em Cristo.
Acolher a graça de Deus mediante o livre exercício da nossa vontade faz com que nos tornemos parte do povo escolhido de Deus (ver o estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO)

22.30 NEM CASAM. Ver Mc 12.25 nota.

22.35 DOUTOR DA LEI. Doutor da lei (gr. nomikos) era um intérprete e mestre da lei mosaica.

22.37 AMARÁS O SENHOR TEU DEUS. O que Deus pede de todos quantos crêem em Cristo e que recebem a salvação é o amor devotado (cf. Dt 6.5; Rm 13.9,10; 1 Co 13). (1) Este amor requer uma atitude de coração, pela qual atribuímos a Deus tanto valor e estima, que verdadeiramente ansiamos pela comunhão com Ele, esforçarmo-nos para obedecer-lhe e sinceramente nos importamos com sua glória e vontade na terra. Aqueles que realmente amarem a Deus, desejarão compartilhar do sofrimento por amor a Ele (Fp 3.10), promover o seu reino (1 Co 9.23) e viver em prol da sua honra e dos seus padrões de justiça na terra (6.9,10,33).

(2) Nosso amor a Deus deve ser sincero e predominante, inspirado pelo seu amor a nós, mediante o qual Ele deu seu Filho para nos salvar (ver Jo 3.16 nota; Rm 8.32). Nosso amor deve ser idêntico ao amor expresso em Rm 12.1,2; 1 Co 6.20; 10.31; 2 Co 9.15; Ef 4.30; 5.1,2; Cl 3.12-17.

(3) O amor de Deus abrange:

(a) um vínculo pessoal de fidelidade e lealdade a Ele;

(b) a fé como firme e inabalável liame com aquele a quem fomos unidos pela filiação;

(c) o fiel cumprimento das nossas promessas e compromissos para com Ele;

(d) a devoção cordial, expressada em nossa dedicação aos padrões justos de Deus no meio de um mundo que o rejeita; e

(e) o anseio pela sua presença e pela comunhão com Ele.

22.39 AMARÁS O TEU PRÓXIMO. Um filho de Deus deve amar a todos (Gl 6.10; 1 Ts 3.12), inclusive seus inimigos (5.44). Deve amar também de modo especial a todos os verdadeiros cristãos, nascidos de novo (ver Jo 13.34 nota; Gl 6.10; cf. 1 Ts 3.12; 1 Jo 3.11). (1) O amor do crente por seu irmão em Cristo, por seu próximo e por seu inimigo, deve ser subordinado, controlado e dirigido pelo seu amor e devoção a Deus. (2) O amor a Deus é o primeiro e grande mandamento (vv. 37,38). Por isso, a santidade de Deus, seu desejo de pureza, sua vontade e seu padrão revelados nas Escrituras nunca devem ser prejudicados por nossa falta de amor para com todos.

 

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   23º

23.13 AI DE VóS... FARISEUS. As palavras de Jesus no capítulo 23 se constituem na sua mais severa denúncia contra os líderes religiosos e falsos mestres que rejeitavam em parte a Palavra de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias idéias e interpretações (vv. 23,28; 15.3,6-9; Mc 7.6-9).

(1) Notemos a posição de Jesus. Não é a posição tolerante e liberal dos acomodados que não compartilham do clamor do coração do Senhor, por fidelidade à Palavra de Deus. Cristo não era um pregador tímido, a tolerar o pecado. Ele foi em tudo fiel à sua missão de combater o mal (cf. 21.12,13; Jo 2.13-16) e denunciar o pecado e a corrupção entre os importantes (vv. 23,25).

(2) O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas do seu Pai, bem como pelos que estavam sendo arruinados pela distorção delas (cf. 15.2,3; 18.6,7; 23.13,15), era tão grande que o levou a usar palavras tais como hipócritas (v. 15), filho do inferno (v. 15), condutores cegos (v. 16), insensatos (v. 17), cheios de rapina e de iniqüidade (v. 25), limpos só no exterior (v. 25), sepulcros caiados (v. 27), imundícia (v. 27), iniqüidade (v. 28), serpentes (v. 33), raça de víboras (v. 33) e assassinos (v. 34).

(3) Estas palavras, embora severas e condenatórias, foram ditas com profunda dor (v. 37), por aquele que morreu pelas pessoas a quem elas foram dirigidas (cf. Jo 3.16; Rm 5.6,8).

(4) Jesus descreve o caráter dos falsos mestres e pregadores como os dos ministros que buscam popularidade, importância e atenção das pessoas (v. 5), que amam honrarias (v. 6) e títulos (v. 7), e que, com o evangelho distorcido que pregam, impedem as pessoas de entrar no céu (v. 13; ver o estudo FALSOS MESTRES). São religiosos profissionais que, na aparência, são espirituais e santos, mas que, na realidade, são iníquos (vv. 14, 25-27). Falam bem dos líderes espirituais piedosos do passado, mas não seguem as suas práticas, nem a sua dedicação a Deus e à sua Palavra e justiça (vv. 29,30).

(5) A Bíblia ordena aos crentes a se acautelarem desses falsos dirigentes religiosos (7.15; 24.11); a considerá-los incrédulos e malditos (ver Gl 1.9 nota) e a não dar apoio ao seu ministério e a não ter comunhão com eles (2 Jo 9-11).

(6) Cristãos que, em nome do amor, da tolerância, ou da união, não procedem nesses casos como Jesus, quanto aos que corrompem os ensinos de Cristo e das Escrituras (7.15; 2 Jo 9; Gl 1.6,7), participam das más ações dos falsos profetas e mestres (2 Jo 10,11)

23.28 EXTERIORMENTE PARECEIS JUSTOS. Jesus continua seu discurso a respeito dos líderes e ministros religiosos dos seus dias, cuja conduta pública parecia reta, mas cujos corações estavam cheios de hipocrisia, soberba, cobiça e iniqüidade. Eram semelhantes aos sepulcros caiados: belos e atraentes por fora, mas com imundícia e corrupção ocultas interiormente (ver o estudo FALSOS MESTRES)

23.37 JERUSALÉM, JERUSALÉM. Ver Lc 13.34 nota; Lc 19.41 nota.

23.39 NÃO ME VEREIS MAIS ATÉ QUE... A cidade de Jerusalém rejeitara a mensagem de Jesus repetidas vezes. Por isso, com tristeza (vv. 37,38), Cristo vai retirar-se e não será mais visto por Israel, até que este povo reconheça sua própria iniqüidade e clame pela vinda do Messias como seu Libertador.

(1) Isto ocorrerá somente quando Israel, i.e., um remanescente (ver Is 6.13 nota; 10.20 nota; 17.7 nota), experimentar os dias terríveis da tribulação e enfrentar o seu maior perigo (Os 5.15 6.3; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO).

(2) No fim dos tempos, Israel passará por intensa tribulação (Am 9.9). As nações do mundo se reunirão contra Jerusalém (Zc 12.1-4) e dois terços de Israel serão mortos (Zc 13.8,9). A essa altura, quando Israel estiver quase destruído, o remanescente se voltará para Deus com arrependimento e pesar (Zc 12.4,5,10; Os 5.15; Is 26.16,17; 64.1,6; Rm 11.26; ver Ap 11.2 nota; Ap 12.6 nota; ver o estudo ISRAEL NO PLANO DIVINO PARA A SALVAÇÃO)

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   24º

24.3 25.46 O SERMÃO DO MONTE DAS OLIVEIRAS. A profecia de Jesus no monte das Oliveiras foi dada em resposta a uma pergunta dos discípulos: Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? Jesus, a seguir, declarou esses sinais:

(1) sinais gerais, do decurso da referida era até os últimos dias (vv. 4-14);

(2) sinais especiais apontando para os dias finais da dita era (vv. 15-28);

(3) sinais extraordinários que ocorrerão na sua vinda triunfal, com poder e grande glória (vv. 29-31);

(4) admoestação aos santos, da tribulação, para que estejam alerta aos sinais que precederão a esperada vinda de Cristo, logo após a tribulação (vv. 32-35);

(5) admoestação a todos os crentes vivos, na pré-tribulação, para estarem espiritualmente prontos para o momento inesperado e desconhecido da vinda de Cristo para os seus fiéis (vv. 36-51; 25.1-13; ver Jo 14.3 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA);

(6) uma descrição do julgamento das nações depois da volta de Cristo à terra (25.31-46). Saiba-se que muitos pormenores da vinda de Cristo não estão revelados em Mt 24. Além disso, ninguém, até hoje, conseguiu elucidar com absoluta certeza todas as profecias bíblicas a respeito dos tempos do fim

24.4-51 JESUS RESPONDENDO. As palavras de Jesus no sermão do Monte das Oliveiras foram dirigidas aos seus discípulos e a todo povo de Deus, daqueles dias e até o fim dos tempos, quando ocorrerá a sua volta triunfante à terra, para estabelecer o seu reino milenial.

(1) Quanto aos crentes vivos, antes da tribulação, Cristo lhes diz que ninguém pode calcular, nem sequer fazer uma estimativa do dia da sua volta para buscá-los (vv. 42-44). Por isto, devem estar prontos a qualquer momento, porque Ele voltará para os levar ao céu, i.e., à casa do seu Pai (Jo 14.2,3 notas), numa hora em que não pensam que Ele virá (ver v. 44 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA).

(2) Quanto aos que crerem em Cristo durante a grande tribulação, poderão saber com mais certeza o momento da sua vinda. Cristo lhes dá sinais, pelos quais saberão que a sua volta está muito próxima (vv. 15-29). Quando esses sinais acontecerem, devem reconhecer que ele está próximo, às portas (ver v. 33 nota)

24.4 SINAIS DO FIM DOS TEMPOS. Em Mt 24.4-14, Jesus cita os sinais que caracterizarão o decurso inteiro dos últimos dias e que se intensificarão à medida que o fim se aproximar.

(1) Os falsos profetas e os liberais religiosos dentro da igreja visível aumentarão e enganarão a muitos (vv. 4,5,11).

(2) Muitas guerras, fome e terremotos (vv. 6,7) serão o princípio de dores (de parto) (v. 8) da nova era messiânica que se aproxima.

(3) À medida que o fim se aproxima, o povo de Deus será severamente perseguido (v. 9), e muitos abandonarão a sua lealdade a Cristo (vv. 9,10).

(4) O desrespeito pelos mandamentos de Deus, a violência e o crime aumentarão rapidamente, e o amor natural e o afeto na família diminuirão (v. 12; cf. Mc 13.12; 2 Tm 3.3).

(5) Apesar desta intensa e crescente aflição, o evangelho será pregado no mundo inteiro (v. 14).

(6) Os salvos permanecerão firmes na fé através de todas as angústias dos tempos do fim (v. 13).

(7) Os fiéis, à medida que virem o aumento desses sinais, saberão que o dia da volta do Senhor para buscá-los se aproxima (Hb 10.25; ver Jo 14.3 nota).

24.5 E ENGANARÃO A MUITOS. Este primeiro grande sinal é muito importante. Cristo declara que durante os últimos dias desta era, o engano religioso será volumoso na terra. Note-se que as primeiras palavras que Cristo dirigiu aos discípulos a respeito do tempo do fim foram Acautelai-vos, que ninguém vos engane (v. 4). É do maior interesse de Cristo que seus seguidores se acautelem do engano religioso que se alastrará em todo o mundo nos últimos dias. Para salientar esse perigo para os crentes dessa época, Cristo repete a advertência duas vezes, no sermão do Monte das Oliveiras (ver v. 11 nota; v. 24; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO)

24.9 SEREIS ODIADOS. Tribulações virão sobre todo crente em Cristo durante sua peregrinação na terra. Sofrer por Cristo, por sermos leais a Ele e à sua Palavra, faz parte intrínseca da fé cristã (cf. Jo 15.20; 16.33; At 14.22; Rm 5.3; ver Mt 5.10 nota; 2 Tm 3.12 nota).

24.11 SURGIRÃO MUITOS FALSOS PROFETAS. À medida que os últimos dias se aproximarem, surgirão muitos falsos mestres e pregadores entre o povo (ver o estudo FALSOS MESTRES). Grande parte do cristianismo se tornará apóstata. A lealdade total à Palavra de Deus, bem como santidade bíblica, serão coisas raras.

(1) Crentes professos aceitarão novas revelações , mesmo que elas conflitem com a Palavra revelada de Deus. Isto motivará oposição à verdade bíblica dentro da igreja (ver 1 Tm 4.1 nota ; 2 Tm 3.8; 4.3 nota). Homens pregando um evangelho misto ocuparão posições estratégicas de liderança nas denominações e nas escolas teológicas (ver 7.22 nota). Os tais enganarão e desviarão a muitos dentro da igreja (ver Gl 1.9 nota; 2 Tm 4.3 nota; 2 Pe 3.3,4).

(2) Em todas as partes do mundo, milhões de pessoas praticarão ocultismo, astrologia, feitiçarias, espiritismo e satanismo. A influência dos demônios e espíritos malignos multiplicar-se-á sobremaneira (ver 1 Tm 4.1 nota). (3) Para não ser enganado, cada crente deverá crescer em fé e amor para com Cristo, e ter como autoridade absoluta em sua vida a Palavra (vv. 4,11,13,25), conhecendo-a bem na sua totalidade (ver 1 Tm 4.16 nota)

24.12 POR SE MULTIPLICAR A INIQÜIDADE. Um aumento incrível de imoralidade, desrespeito e rebeldia contra Deus e abandono dos princípios morais caracterizarão os últimos dias. A perversão sexual, a fornicação, o adultério, a pornografia, as drogas, a música ímpia e as diversões sensuais multiplicar-se-ão. Será como foi nos dias de Noé (v. 37). A imaginação através dos pensamentos do coração humano será só má continuamente (ver Gn 6.5 nota). Será como nos dias de Ló (Lc 17.28,30), i.e., homossexualismo, lesbianismo e todos os tipos de perversão sexual saturarão a sociedade (ver Gn 19.5 nota; 1 Tm 4.1 nota; 2 Tm 3.1-8 notas). Jesus acrescenta que isto fará minguar o verdadeiro amor.

24.14 O EVANGELHO DO REINO. O fim virá somente depois que o evangelho do Reino for devidamente pregado em todo o mundo.

(1) O evangelho do Reino é o evangelho pregado no poder e na justiça do Espírito Santo e acompanhado dos sinais principais do evangelho (ver o estudo O REINO DE DEUS).

(2) Somente Deus saberá quando isto será realizado, segundo o seu propósito. O dever do crente é ser fiel e alcançar todo o mundo até que o Senhor volte para levar
a sua igreja ao céu (ver 28.19,20 notas; Jo 14.3 nota; 1 Ts 4.13 nota).

(3) Muitos intérpretes da Bíblia crêem que o fim , neste versículo, refere-se à ocasião em que os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro e os fiéis da igreja de
Cristo serão arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4.16,17; ver estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA). Nos versículos 37-44, Cristo apresenta mais pormenores do seu aparecimento repentino para buscar a igreja fiel

24.14 ENTÃO VIRÁ O FIM. Cristo fala aos discípulos como se o que Ele estava predizendo aqui fosse ocorrer naquela mesma geração. Esta, portanto, era a esperança da igreja do NT. Esta deve ser também a esperança de todos os que crêem em Jesus Cristo, em todos os tempos. Devemos esperar que o Senhor volte em nossa geração (ver 1 Co 15.51 nota). O crente deve ter em mente, em todo tempo, a iminência da vinda de Cristo, e, ao mesmo tempo, difundir o evangelho.

24.15-28 A GRANDE TRIBULAÇÃO. Esta seção inteira trata da grande tribulação (para um estudo desta matéria, ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO)

24.29 O SOL ESCURECERÁ. Imediatamente após a tribulação haverá sinais cósmicos assombrosos que precederão o aparecimento imediato de Cristo (v. 30). A volta de Cristo à terra com poder e grande glória não surpreenderá nenhum santo, da tribulação, atento à Palavra de Deus e aos sinais cósmicos relacionados com o sol, a lua, as estrelas e o abalamento das potências dos céus (cf. Is 13.6-13 nota).

24.30 O FILHO DO HOMEM VINDO. O versículo 30 descreve o aparecimento de Cristo nos céus, depois da tribulação, precedido dos sinais precursores do versículo 29. Ele vem com juízo contra os ímpios (Ap 19.11 20.3), para livrar os seus fiéis e para estabelecer a justiça na terra (Ap 20.4). Todos os crentes que foram arrebatados da terra para o céu (ver Jo 14.3 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA) voltarão com Cristo na sua vinda com poder e grande glória (ver Ap 19.14 nota). O sinal mencionado neste versículo é provavelmente o próprio Cristo vindo sobre nuvens de glória, rodeado de refulgente luz

24.31 AJUNTARÃO OS SEUS ESCOLHIDOS. Quando Jesus Cristo voltar à terra, depois da tribulação, ocorrerão os seguintes eventos:

(1) o juízo divino sobre os ímpios (v. 30; Ap 19.11-21), sobre o Anticristo (Ap 19.20) e sobre Satanás (Ap 20.1-3).

(2) ocorre o julgamento das nações e a separação das pessoas vivas na terra, à vinda de Cristo (ver 25.32 nota; 13.41 nota);

(3) os santos de todas as eras estarão reunidos. Isto inclui a reunião dos santos que já estão no céu (cf. Mc 13.27; Jo 14.3 nota; Ap 19.14 nota; Ap 20.4,6) e dos santos vivos na terra, no advento de Cristo (ver 13.40, nota); e (4) O reinado de Cristo na terra por mil anos (ver Ap 20.4 notas).

24.32 A FIGUEIRA. O brotar das folhas da figueira (v. 32; cf. Lc 21.29-31) simboliza eventos que ocorrerão durante a tribulação (vv. 15-29). Por outro lado, alguns intérpretes crêem que a figueira também representa a restauração de Israel como um estado político (cf. Lc 13.6-9; Os 9.10). Em 21.29 a figueira aparece destacada das demais árvores, assim como Israel foi chamado para ser um povo separado (Dt 33.28).

24.33 TODAS ESSAS COISAS. Todas essas coisas refere-se a todos os sinais que ocorrerão durante a tribulação (vv. 15-29). O sinal principal é a abominação da desolação (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO). À medida que os eventos proféticos se sucedem, os fiéis da tribulação examinando as Escrituras verão todas estas coisas e saberão que o Senhor está próximo, às portas (v. 33)

24.34 ESTA GERAÇÃO. Esta geração pode referir-se à geração que presencia a intensificação dos sinais gerais dos tempos (vv. 4-14), que terminam com os sinais da tribulação (ver v. 5 nota). Ou pode referir-se ao povo judaico como raça, que permaneceu distinta até hoje.

24.36 MAS UNICAMENTE MEU PAI. O versículo 36 afirma que o Filho não sabe o tempo da sua volta. Esta expressão refere-se apenas ao tempo em que Cristo esteve na terra. Certamente, quando Jesus reassumiu a sua glória anterior (Jo 17.5), passou a conhecer a data da sua futura volta. Os santos da tribulação poderão saber o tempo da sua volta, observando os sinais dessa tribulação que Cristo descreveu (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO)

24.37 A VINDA DO FILHO DO HOMEM. As declarações de Jesus sobre a vinda do Filho do Homem revelam que ela abrange dois aspectos. A vinda do Filho do Homem refere-se, tanto à primeira fase da sua volta, numa data desconhecida, antes da tribulação (ver Ap 3.10 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA), para buscar os santos da igreja, i.e., o arrebatamento (ver v. 42, notas; Jo 14.3 nota; 1 Ts 4.14 nota), como também à segunda fase da sua vinda, que ocorrerá depois da tribulação, para julgar os ímpios e recolher os justos no seu reino (Ap 19.11 20.4). Que Cristo se referiu a dois eventos, i.e., tanto à sua volta imprevisível (vv. 42,44), como também à sua volta previsível (vv. 29,30), vê-se pelo fato que Ele cita três diferentes categorias de pessoas nos versículos 37-44, ilustrando os dias de Noé . As três categorias de pessoas e seu relacionamento com a vinda de Cristo são:

(1) As vítimas do dilúvio nos dias de Noé, representando os descrentes da tribulação. Não sabem a ocasião da volta de Cristo e estão despreparados. Serão destruídos no tempo do fim (vv. 38,39,43; cf. Lc 17.26-29). Trata-se de uma referência à segunda fase da sua volta depois da tribulação.

(2) Noé, representando os crentes da tribulação. Por causa dos sinais do tempo do fim, os santos da tribulação sabem, quase exatamente, o momento da volta do Senhor, e estarão preparados e serão salvos. A ocasião da volta de Cristo para eles ocorre no tempo previsto (v. 27; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO; cf. Gn 7.4). Aqui trata-se da segunda fase da volta de Cristo, depois da tribulação.

(3) Os discípulos de Jesus. Eles representam os crentes dos nossos dias, i.e., os crentes da igreja, antes da tribulação, que não saberão o tempo da volta de Cristo para levá-los ao céu (vv. 42,44; ver Jo 14.3 nota; cf. 1 Ts 4.14). Não haverá sinais específicos precedendo a vinda do Senhor para buscá-los, pois Cristo declara que ela ocorrerá inesperadamente (vv. 42,44). Note que Jesus assemelha os discípulos (i.e., os santos da igreja), não com Noé (i.e., os crentes da tribulação), mas com o povo do dilúvio (cf. não o perceberam v. 39 com não sabeis v. 42). Isto porque os santos da igreja, em certo sentido, assemelham-se ao povo do dilúvio. Eles não saberão o tempo da volta de Cristo e, semelhantemente, serão surpreendidos quando Ele vier. Devem, portanto, aplicar toda a diligência a fim de estarem prontos para qualquer momento (v. 44)

24.40 SERÁ LEVADO UM, E DEIXADO O OUTRO. A declaração de Cristo, de que será levado um, e deixado o outro , precede sua exortação aos santos da igreja (vv. 42-44). Portanto, as palavras será levado um, e deixado o outro provavelmente referem-se aos santos da igreja, tirados dentre os ímpios no arrebatamento (ver Jo 14.3 nota, e o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA), Jesus ressalta o elemento surpresa, para os crentes da igreja (ver v. 37 nota)

24.42 PORTANTO, VIGIAI. Vigiai (gr. gregoreo) é um imperativo presente e denota uma vigília constante no tempo atual. A razão para a vigília constante, hoje, e não apenas no futuro, é que os crentes dos dias atuais não sabem quando o Senhor virá buscá-los (ver Jo 14.3 nota). Não haverá sinais específicos de aviso para eles. Nunca devem presumir que Ele não poderá vir hoje (ver v. 44 nota; cf. Mc 13.33-37). A volta de Cristo para buscar a igreja pode ocorrer a qualquer dia.

24.42 NÃO SABEIS A QUE HORA. A advertência de Cristo aos seus discípulos para estarem sempre apercebidos para a sua vinda, por não saberem quando ela se dará, cremos ser uma referência à volta de Cristo, vindo do céu, para tirar do mundo os santos da Igreja, i.e., o arrebatamento (ver Jo 14.3 nota, e o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA).

(1) Jesus afirma claramente que sua vinda para levar os santos antes da tribulação será numa ocasião inesperada. Ele não somente declara que eles não sabem a hora (v. 42), mas também que Ele voltará à hora em que não pensais (v. 44). Isto indica claramente que haverá surpresa, espanto, e que os fiéis não saberão o momento certo da sua vinda. Assim sendo, para os santos da igreja, Jesus virá num momento inesperado (v. 44). Isto claramente fala de surpresa, pasmo e rapidez nesta específica fase da vinda de Cristo. Este evento é chamado de primeira fase da segunda vinda de Cristo.

(2) Quanto à vinda de Cristo com poder e grande glória, para julgar o mundo depois da tribulação (v. 30; Ap 19.11-21), ela será aguardada e prevista (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO; v. 33 nota; Lc 21.28).
O cumprimento dos eventos e sinais durante a tribulação suscitará nos santos a certeza e a expectativa da ocasião da volta de Cristo, ao passo que os santos da igreja dos dias atuais terão surpresa por ocasião do seu arrebatamento (ver 24.44 nota; Jo 14.3 nota). A vinda de Cristo depois da tribulação é comumente chamada a segunda fase da vinda de Cristo

24.43 O LADRÃO. A vinda de Cristo num momento desconhecido será tão inesperada quanto a chegada do ladrão que arromba a casa. Por isso, o discípulo dedicado deve estar preparado a todo momento, para a vinda do Senhor (v. 44).

24.44 À HORA EM QUE NÃO PENSEIS. Cristo, mais uma vez, fala da sua volta para buscar os fiéis da sua igreja num momento inesperado e desconhecido.

(1) Este alerta não é para os santos da tribulação (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO). A única maneira de harmonizar o ensino de Cristo sobre a sua vinda inesperada (vv. 42, 44), com o outro ensino sobre a sua vinda prevista (v. 33), é considerá-la sob duas fases. A primeira fase envolve a sua volta para arrebatar da terra os salvos, antes da tribulação, num momento inesperado (ver Jo 14.3 nota; 1 Ts 4.17, Ap 3.10 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA). A segunda fase é a sua vinda no final dos tempos, numa ocasião esperada, i.e., depois da tribulação e dos sinais cósmicos (vv. 29,30), para destruir os ímpios e estabelecer o seu reino na terra (ver 24.42 nota; Ap 19.11-21; 20.4).

(2) Assim como a vinda de Cristo predita no AT consistia de duas fases, i.e., sua vinda para morrer pelo pecado e sua vinda para reinar (ver Is 9.2-7; 40.3-5; cf. Is 61.1-3; Lc 4.18, 19; ver Is 9.7 nota).

(3) A advertência premente de Cristo no sentido de sempre estarmos espiritualmente prontos para sua vinda repentina (i.e., o arrebatamento) aplica-se a todos os crentes antes da tribulação (24.15-29). É um motivo de perseverança na fé

24.48 O MEU SENHOR TARDE VIRÁ. A respeito daqueles que estão na igreja mas são infiéis ao Senhor, é impossível estarem vigilantes e preparados para a volta inesperada de Cristo, se os tais não crêem que Ele pode vir agora.

(1) Qualquer crente professo que vive em pecado, julgando que Jesus tardará a vir, tornar-se-á como o servo mau da parábola. Ele não percebe o risco da volta do Senhor pegá-lo de surpresa (ver v. 44 nota; Lc 12.45,46 notas).

(2) É significativo Jesus associar a infidelidade e a hipocrisia à crença e ao desejo de que Ele demore a voltar.

 

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  25º

25.1 A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS. Esta parábola ressalta o fato que todos os crentes devem constantemente examinar sua vida espiritual, tendo em vista a vinda de Cristo num tempo desconhecido e inesperado. Devem perseverar na fé, para que uma vez chegados o dia e a hora, sejam levados pelo Senhor na sua volta (v. 10). Estar sem comunhão pessoal com o Senhor quando Ele voltar, significa ser lançado fora da sua presença e do seu reino.

(1) O que faz a diferença entre o néscio e o sábio é aquele (louco) não reconhecer que o Senhor, ao voltar (ver Jo 14.3 nota), virá num tempo em que não é aguardado, nem precedido de sinais visíveis específicos (v. 13; ver 24.36,44 notas).

(2) Cristo mostra aqui e em Lc 18.8 que uma grande parte dos crentes estará despreparada no momento da sua volta (vv. 8-13). Cristo deixa, pois, claro que Ele não vai esperar até que todas as igrejas locais estejam preparadas para a sua vinda. (3) Note-se que todas as dez virgens (tanto as prudentes como as loucas) foram surpreendidas, ao vir o noivo (vv. 5-7). Isto indica que a parábola das dez virgens refere-se aos crentes vivos antes da tribulação e não àqueles durante a tribulação, os quais terão sinais específicos precedendo a volta de Cristo no final da tribulação (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO)

25.4 AZEITE. Jesus, numa série de ilustrações, ressalta a necessidade de fidelidade e vigilância do crente até que Ele volte. A parábola das dez virgens destaca a urgente necessidade disso, pelo fato de Cristo vir numa data imprevisível.
Na vossa paciência , disse Jesus, possuí a vossa alma (ver Lc 2l.19 nota). O azeite nesta parábola representa no crente a presença permanente do Espírito Santo, aliada à fé verdadeira e à santidade. Cinco outras parábolas contendo a lição da perseverança são: O Semeador (Lc 8.4-15); O Servo Vigilante (Lc 12.35-40); O Mordomo Fiel (Lc 12.42-48); O Construtor da Torre (Lc 14.28-30); e O Sal Degenerado (Lc 14.34,35).

25.15 TALENTOS. A Parábola dos Talentos nos adverte que nosso lugar e nosso serviço no céu dependerão da fidelidade da nossa vida e serviço aqui (cf. v. 29). O talento na parábola representa nossas aptidões, tempo, recursos e oportunidades para servir ao Senhor, enquanto estamos aqui na terra. Estas coisas Deus considera como um legado seu, que Ele nos confiou para administrarmos da maneira mais sábia possível.

25.29 QUALQUER QUE TIVER. Jesus ensina um princípio importante sobre o galardão do crente no céu e seu estado ali. O que cada crente receberá no futuro reino de Deus depende da porção daquele reino que ele já possui agora. Sua posição e herança no céu serão proporcionais à sua atual dedicação e consagração às coisas de Deus e do seu reino aqui (ver Lc 22.24-30 nota).

25.32 APARTANDO AS OVELHAS DOS BODES. O julgamento das ovelhas e dos bodes ocorre depois da tribulação e da volta de Cristo à terra e antes do início do seu reino terrenal (cf. Ap 19.11 20.4; cf. Dn 7.9-14).

(1) Na ocasião da vinda de Cristo, os salvos e os perdidos vivendo aqui na terra, sobreviventes da tribulação, ainda estarão todos juntos (v. 32).

(2) Este julgamento efetua a separação entre os ímpios e os justos (vv. 32,33; 13.41 nota).

(3) Será baseado nos atos de amor e bondade para com aqueles que pertencem a Cristo e que sofrem por isto. O amor e a compaixão são parte integrante da verdadeira fé e salvação (vv. 35-46).

(4) Os ímpios não terão entrada no reino de Cristo, mas irão para o tormento eterno (vv. 41,46; Ap 14.11). (5) Os justos herderão a vida eterna (v. 46) e o reino de Deus (v. 34; ver Ap 20.4 notas).

25.41 O DIABO E SEUS ANJOS. Satanás na sua rebelião inicial contra Deus (ver 4.10 nota) sublevou uma terça parte dos anjos (Ap 12.4). Alguns destes estão algemados no inferno (2 Pe 2.4; Jd 6); os demais estão soltos sob o domínio e controle de Satanás (12.24; 25.41; Ef 2.2; Ap 12.7). Estes são os emissários altamente organizados do diabo (Ef 6.11,12) e provavelmente equivalem aos demônios referidos na Bíblia (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E DEMÔNIOS).

 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS  26º

26.2 A PÁSCOA A páscoa (gr. pascha) era uma festa sagrada da primavera, que relembrava o fato histórico da saída do povo de Israel do Egito. Ela comemorava a passagem do anjo destruidor pelas casas dos judeus sem lhes causar dano, devido ao sangue do cordeiro aspergido nos portais e no batente superior das portas das casas (ver Ex 12.7; Sl 78.49). A crucificação de Cristo ocorreu no dia da preparação da páscoa (Jo 19.14). Ele é a nossa páscoa... sacrificado por nós (1 Co 5.7)

26.13 PARA MEMÓRIA SUA. O Senhor ordenou que este ato de Maria (vv. 6-13) fosse sempre mencionado na pregação do evangelho, porque ela constitui o maior exemplo de devoção para os seguidores de Cristo. Seu ato expressou a sua devoção e seu amor profundo pelo Mestre. A fé cristã consiste primeiramente em servir a Cristo. Desta passagem aprendemos que o entranhável afeto e amor a Jesus Cristo é o aspecto mais valioso do nosso relacionamento com Ele (ver Jo 21.15 nota).

26.26 TOMAI, COMEI, ISTO É O MEU CORPO. Ver 1 Co 11.23 nota, sobre a Ceia do Senhor.

26.28 O NOVO TESTAMENTO. Ver Hb 8.6, nota sobre o Novo Concerto.

26.28 REMISSÃO DOS PECADOS. O perdão é uma necessidade porque todos pecaram, destruíram o seu relacionamento com Deus e estão sob condenação (Rm 1.18-32). O perdão é o meio pelo qual esse relacionamento é restaurado (Ef 1.7; Cl 2.13).

(1) As palavras hebraicas e gregas para perdão exprimem o conceito de cobrir , perdoar , anular , despedir . O perdão de Deus abrange: não levar em conta o pecado cometido (Mc 2.5; Jo 8.11); salvar os pecadores do castigo eterno (Rm 5.9; 1 Ts 1.10); aceitá-los (Lc 15.20ss); libertá-los do domínio do pecado e levá-los para o reino de Cristo (Cl 1.13); renovar a pessoa na sua totalidade e garantir-lhe a vida eterna (Lc 23.43; Jo 19.14b).

(2) Para receber o perdão de Deus deve haver arrependimento, fé e confissão dos pecados (Lc 17.3,4; At 2.38; 5.31; 20.21; 1 Jo 1.9). Para que Deus pudesse perdoar o pecado era preciso derramamento de sangue vicário (Hb 9.22). Daí, o nosso perdão depender da morte de Jesus na cruz (v. 28; Jo 1.29; 3.16; Rm 8.32). O perdão divino é uma necessidade permanente para o crente (pois ainda somos pecadores), para que mantenhamos nosso relacionamento salvífico com Deus (6.12,14,15; 1 Jo 1.9).

26.37 COMEÇOU A ENTRISTECER-SE. Os sofrimentos de Cristo, primeira fase. Os sofrimentos físicos e espirituais de Cristo começaram em Getsêmani. Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue (Lc 22.44). Sob grande pressão, os pequenos vasos capilares das glândulas sudoríparas podem romper-se e dar-se a mistura de sangue com suor (ver a nota seguinte para mais detalhes desta fase dos sofrimentos de Cristo; para a segunda fase dos seus sofrimentos, ver v. 67 nota).

26.39 PASSE DE MIM ESTE CÁLICE. O que Cristo quis dizer com este cálice tem sido objeto de muita discussão.

(1) É duvidoso que Cristo estivesse orando para ser poupado da morte física, pois Ele estava decidido a morrer pelo pecado da raça humana (cf. Mc 10.33,34; Lc 9.51; Jo 12.24,27; Hb 10.5-9).

(2) É mais provável que Ele estivesse pedindo a isenção do castigo da separação do Pai, a pena máxima pelo pecado do mundo, que Ele tomaria sobre si. Cristo pediu que sua morte física fosse aceita como resgate total pelo pecado da humanidade pecadora. Todavia, Ele disse ao Pai: Não seja como eu quero, mas como Tu queres . A seguir, Ele entregou-se para sofrer, tanto a morte física como a separação espiritual de seu Pai celestial, para assim obter a salvação de toda a humanidade (cf. 27.46). Sua oração foi ouvida, pois o Pai o fortaleceu mediante os anjos, para beber o cálice que lhe estava destinado (Lc 22.42; ver Hb 5.7).

26.57 PRENDERAM JESUS. Um estudo dos acontecimentos que vão da prisão de Cristo à sua crucificação é de grande proveito. A ordem dos eventos é a seguinte: (1) a prisão (26.47-56, Mc 14.43-52; Lc 22.47-53; Jo 18.2-12);

(2) o julgamento religioso perante Anás (Jo 18.12-14, 19-24) e perante Caifás (26.57,59-68; Mc 14.53, 55-65; Lc 22.54, 63-65; Jo 18.24);

(3) a negação de Pedro (26.58, 69-75; Mc 14.54, 67-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18, 25-27);

(4) a condenação pelo sinédrio (27.1; Mc 15.1; Lc 22.66-71);

(5) o suicídio de Judas (27.3-10);

(6) o julgamento civil perante Pilatos (27.2, 11-14; Mc 15.2-5; Lc 23.1-5; Jo 18.28 38);

(7) o julgamento perante Herodes (Lc 23.27-30), que o
devolveu a Pilatos (27.11-26; Mc 15.6-15; Lc 23.11-25; Jo 18.28 19.1, 4-16);

(8) o escárnio no palácio do governador (27.27-30; Mc 15.16-19; Jo 19.2,3), depois disso Ele foi açoitado e a seguir conduzido para ser crucificado (27.31);

(9) a caminhada até o Gólgota (27.32-34; Mc 15.20-23; Lc 23.26-33; (10) a crucificação (27.35 nota).

26.67 CUSPIRAM-LHE... DAVAM MURROS.... O ESBOFETEAVAM. Os sofrimentos de Cristo segunda fase. Depois de sua prisão à noite e do abandono pelos discípulos (vv.55-57), Jesus é conduzido perante Caifás e ao sinédrio judaico. Vedam seus olhos, zombam seguidamente dEle, cospem e batem na sua face (para a terceira fase dos sofrimentos de Cristo, ver 27.2 nota)

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   27º

27.2 O ENTREGARAM A PILATOS. Os sofrimentos de Cristo, terceira fase. De manhã, Jesus, açoitado e exausto, é conduzido através de Jerusalém para ser interrogado por Pilatos. Soltam a Barrabás (v. 20). Jesus é novamente açoitado e entregue para ser crucificado (v. 26). (Para a quarta fase dos sofrimentos de Cristo, ver 27.26, nota).

27.3 ENTÃO JUDAS... ARREPENDIDO. Judas ficou sabendo que suas ações pecaminosas levariam à morte de Jesus. Da mesma forma, nossas ações inevitavelmente afetam os outros, para o bem ou para o mal. Muitos atos que iniciamos não poderão mais ser sustados e seus resultados nocivos e destrutivos nos afetarão, bem como a outras pessoas. É da máxima importância que evitemos qualquer ação ou plano que possa ter conseqüências danosas em potencial.

27.5 RETIROU-SE E FOI-SE ENFORCAR. Mateus declara que Judas foi-se enforcar . At 1.18 registra que ele morreu ao cair. O que Judas provavelmente fez foi lançar-se sobre uma estaca pontiaguda. Naqueles tempos, o indivíduo morria pendurado, por crucificação ou empalação.

27.9 O PROFETA JEREMIAS. Nesta citação, Mateus reúne e resume elementos do simbolismo profético, um de Jeremias (Jr 32.6-9) e outro de Zacarias (Zc 11.12,13). A seguir, Mateus menciona o profeta mais antigo e mais destacado como sendo o autor da profecia, costume esse comum na alusão de passagens dos profetas.

27.24 PILATOS.O maior pecado de Pilatos foi transigir no que ele sabia que era verdadeiro e correto, por causa do seu cargo, nível social e proveito pessoal. Pilatos sabia que Cristo era inocente; isto ele declarou várias vezes (v. 18; Jo 19.4,6).

27.26 E TENDO MANDADO AÇOITAR A JESUS. Os sofrimentos de Cristo, quarta fase. (1) No açoitamento romano, a vítima era despida e presa a uma coluna, ou então ela curvava-se sobre um tronco, com as mãos atadas nele. O instrumento de tortura consistia num curto cabo de madeira no qual estavam presas várias tiras de couro com pequenos pedaços de ferro ou osso, presos nas pontas. Os golpes eram aplicados às costas da vítima por dois algozes, um de cada lado da vítima. Os cortes eram tão profundos que apareciam as veias, as artérias, e, às vezes, até certos órgãos internos. Muitas vezes, a vítima morria durante o açoitamento ou flagelação. (2) A flagelação era uma tortura pavorosa. O fato de Jesus não poder levar a cruz deve ter sido por causa do seu horrível sofrimento, resultante desse castigo (v. 32; Lc 23.26; Is 52.14). Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras fomos sarados (Is 53.5; 1 Pe 2.24). (Para a quinta fase dos sofrimentos de Cristo, ver v. 28 nota).

27.28,29 UMA CAPA DE ESCARLATE... UMA COROA DE ESPINHOS. Os sofrimentos de Cristo, quinta fase. Desamarraram as mãos de Jesus e o puseram em meio à tropa romana (v. 27). Os soldados colocam uma capa sobre Ele, põem um caniço em sua mão e uma coroa de espinhos na sua cabeça (v. 29). Os soldados escarnecem dEle e batem no seu rosto e na cabeça, fazendo penetrar profundamente os espinhos no couro cabeludo (v. 30). (Para a sexta fase dos sofrimentos de Cristo, ver a nota seguinte).

27.31 O LEVARAM PARA SER CRUCIFICADO. Os sofrimentos de Cristo, sexta fase. Levando a pesada cruz no ombro, Cristo lentamente inicia a caminhada para o Gólgota. O peso da cruz somado ao seu esgotamento físico o faz cair. Esforça-se para levantar-se, porém não consegue. Obrigam a Simão de Cirene a levar a cruz. (Para a sétima fase dos sofrimentos de Cristo, ver v. 35).

27.35 HAVENDO-O CRUCIFICADO. Os sofrimentos de Cristo, sétima fase. No Gólgota, põem a cruz no solo e deitam Jesus sobre ela. Estendem seus braços ao longo dos braços da cruz e pregam um cravo de ferro, quadrado e pesado, que atravessa sua mão (ou punho), primeiro a mão direita, e, em seguida, a esquerda. Os cravos penetram também na madeira. A seguir, estendem seus pés e os cravam na cruz, com cravos maiores do que os das mãos. (Para a oitava fase dos sofrimentos de Cristo, ver v. 39).

27.39 BLASFEMAVAM DELE. Os sofrimentos de Cristo, oitava fase. Agora, Jesus, cheio de ferimentos e coberto de sangue, é um espetáculo patético para o povo que assiste ao ato. As dores são atrozes em todo o seu corpo, ficando
naquela posição horrível, por várias horas; os braços estão afadigados; sente grandes caimbras nos músculos e rasga-se a pele das suas costas. Começa outra agonia uma dor insuportável no peito, causada pela compressão dos fluidos no coração. Sente uma sede abrasadora (Jo 19.28) e está consciente do sofrimento e do escárnio dos que passam junto à cruz (vv. 39-44). (Para a nona fase dos sofrimentos de Cristo, ver v. 46 nota).

27.46 POR QUE ME DESAMPARASTE? Os sofrimentos de Cristo, nona fase. Este brado de Cristo assinala o ponto culminante dos seus sofrimentos pelo mundo perdido. Seu brado em aramaico ( Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? ) testemunha que Ele experimentou a separação de Deus Pai, ao tornar-se substituto do pecador. Esta é a pior tristeza, angústia e dor que Ele sente. Está ferido pelas transgressões dos seres humanos (Is 53.5) e se dá em resgate de muitos (20.28; 1 Tm 2.6). Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado pela humanidade inteira (2 Co 5.21). Ele morre abandonado, para que nunca sejamos abandonados (cf. Sl 22). Assim, mediante seus sofrimentos, Cristo redime a raça humana (1 Pe 1.19). (Para a décima fase dos sofrimentos de Cristo, ver v. 50 nota).

27.50 JESUS, CLAMANDO OUTRA VEZ. Os sofrimentos de Cristo, décima fase. Cristo profere suas últimas palavras, bradando alto: Está consumado (Jo 19.30). Este brado significa o fim dos seus sofrimentos e a consumação da obra da redenção. Foi paga a dívida do pecado humano, e o plano da salvação cumprido. Feito isto, Ele faz uma oração final: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23.46).

27.51 O VÉU... SE RASGOU. O véu do templo (cf. Ex 26.31-33; 36.35) rasgado mostra que o caminho para a presença de Deus foi aberto. A cortina que fazia separação entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos vedava o caminho à presença de Deus. Mediante a morte de Cristo, a cortina foi removida e aberto ficou o caminho para o Santo dos Santos (i.e., a presença de Deus), para todos quantos crerem em Cristo e na sua Palavra salvífica (cf. Hb 9.1-14; 10.19-22).

27.52 SANTOS... FORAM RESSUSCITADOS. O significado deste evento é o prenúncio profético de que a morte e a ressurreição de Cristo garantem a nossa ressurreição gloriosa na sua vinda. A ressurreição de Cristo foi a derrota da morte (ver 1 Co 15.50-58; 1 Ts 4.14).
 

 

 

 

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NOTAS DE MATEUS   28º

28.6 JÁ RESSUSCITOU. A ressurreição de Jesus Cristo é uma das verdades essenciais do evangelho (1 Co 15.1-8). Qual a importância da ressurreição de Cristo para os que nEle crêem?

(1) Ela comprova que Ele é o Filho de Deus (Jo 10.17,18; Rm 1.4).

(2) Garante a eficácia da sua morte redentora (Rm 6.4; 1 Co 15.17).

(3) Confirma a verdade das Escrituras (Sl 16.10; Lc 24.44-47; At 2.31).

(4) É prova do juízo futuro dos ímpios (At 17.30,31).

(5) É o fundamento pelo qual Cristo concede o Espírito Santo e a vida espiritual ao seu povo (Jo 20.22; Rm 5.10; 1 Co 15.45), e a base do seu ministério celestial de intercessão pelo crente (Hb 7.23-28).

(6) Garante ao crente a sua futura herança celestial (1 Pe 1.3,4) e sua ressurreição ou transformação quando o Senhor vier (ver Jo 14.3 nota; 1 Ts 4.14ss).

(7) Ela põe à disposição do crente, na sua vida diária, a presença de Cristo e o seu poder sobre o pecado (Gl 2.20; Ef 1.18-20; Rm 5.10).

28.9 JESUS LHES SAI AO ENCONTRO. A ressurreição de Cristo está bem comprovada historicamente. Depois de ressurgir, Cristo permaneceu na terra por quarenta dias, aparecendo e falando com os apóstolos e muitos outros seus seguidores. Suas aparições depois da ressurreição são as seguintes:

(1) a Maria Madalena (Jo 20.11-18);

(2) às mulheres que voltavam do sepulcro (vv. 9,10);

(3) a Pedro (Lc 24.34);

(4) aos dois que iam a caminho de Emaús (Lc 24.13-32);

(5) a todos os discípulos, exceto Tomé e outros com eles (Lc 24.36-43);

(6) a todos os discípulos num domingo à noite, uma semana depois (Jo 20.26-31);

(7) a sete discípulos junto ao mar da Galiléia (Jo 21.1-25);

(8) a 500 crentes na Galiléia (cf. vv. 16-20 com 1 Co 15.6);

(9) a Tiago (1 Co 15.7);

(10) aos discípulos que receberam a Grande Comissão (vv. 16-20);

(11) aos apóstolos, no momento da sua ascensão (At 1.3-11); e

(12) ao apóstolo Paulo (1 Co 15.8).

28.10 NÃO TEMAIS. Por que estas mulheres não deviam ter medo? A declaração do anjo nos dá a resposta: pois eu sei que buscais a Jesus (v. 5). As mulheres permaneceram leais a Jesus quando o mundo o desprezou e o crucificou.
Quando Cristo voltar para buscar os seus fiéis, estes não terão motivo para temer, se também permaneceram leais a Ele no meio de um mundo que rejeita o seu amor, a sua salvação e a sua santa Palavra. João expressa esta verdade em 1 Jo 2.28: E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por ele na sua vinda .

28.18 TODO O PODER. O povo de Deus tem esta promessa de poder e autoridade divinos para proclamar o evangelho por todo o mundo (vv. 19,20). Porém, antes de mais nada, eles devem obedecer ao mandamento de Jesus, de esperar o cumprimento da promessa do Pai, que é o poder do Espírito Santo derramado no dia de Pentecoste. Não se pode esperar que o poder visto em At 1.8 acompanhe os que vão às nações, se primeiro não observarmos o padrão de At 1.4 (ver Lc 24.47-49; At 1.8; 2.4).

28.19 IDE... ENSINAI... BATIZANDO. Estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja.

(1) A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação no NT, da parte de Cristo e dos apóstolos (ver Ef 2.20 nota). Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4).

(2) O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão (perdão) dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de o dom do Espírito Santo (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus, do céu (At 3.19,20; 1 Ts 1.10).

(3) O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31).

(4) Note-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo. Aqueles que crêem em Cristo devem abandonar o presente sistema mundano maligno e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2 Co 6.14; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE), e ao mesmo tempo expor a sua malignidade (Ef 5.11).

(5) Os que crêem em Cristo e no evangelho devem ser batizados em água. Este ato representa o compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao mundo e à sua própria natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas a Cristo e aos propósitos do seu reino (ver At 22.16 nota sobre o
batismo em água).

(6) Cristo estará com seus seguidores obedientes, através da presença e do poder do Espírito Santo (cf. v. 20; 1.23; 18.20). Devem ir a todas as nações e testemunhar somente depois que do alto sejam revestidos de poder (Lc 24.49; ver At 1.8 notas)

28.20 ESTOU CONVOSCO. Esta promessa é a garantia de Cristo para os que estão empenhados em ganhar os perdidos e ensinar-lhes a obedecer aos seus padrões de retidão. Jesus ressurgiu, está vivo, e pessoalmente tem cuidado de cada filho seu. Ele está contigo na pessoa do Espírito Santo (Jo 14.16,26), e através da sua Palavra (Jo 14.23). Não importa a tua condição - fraco, pobre, humilde, sem importância , Ele cuida de ti e vê com solicitude cada detalhe das lutas e provações da vida e concede a graça suficiente (2 Co 12.9), bem como a sua presença para te dar vitória até o fim (28;20, At 18.10). Esta é a resposta do crente, ante cada temor, dúvida, problema, angústia e desânimo.

 

 

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