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Esboço SALMOS
I. Livro 1: Salmos 1—41
II. Livro 2: Salmos 42—72
III. Livro 3: Salmos 73—89
IV. Livro 4: Salmos 90—106
V. Livro 5: Salmos 107—150
Duas observações quanto ao esboço acima são dignas de nota: (1) Desde os tempos
antigos, os 150 salmos são organizados em cinco livros, tendo cada um, na sua
conclusão, uma enunciação de louvor e invocação dirigida a Deus,
a saber: Livro 1 — 41.13; Livro 2 — 72.19; Livro 3 — 89.52; Livro 4 — 106.48;
Livro 5 — 150.1-6. O salmo 150 não é apenas o último dos salmos; é também uma
enunciação de louvor e invocação a Deus; ele é também uma
doxologia para todo o saltério. (2) O gráfico a seguir enseja uma visão
panorâmica da divisão dos Salmos em cinco livros.
Autor:
Davi e outros
Tema:
Oração e Louvor
Data:
Quase todo foi escrito entre os séculos X a V a.C.
Considerações preliminares
O título hebraico dos Salmos é Tehillim, que significa “louvores”; o título na
Septuaginta (tradução do AT para o grego, feita em c. 200 a.C.) é Psalmoi, que
significa “cânticos para serem acompanhados por instrumentos de cordas”.
O título em português, “Salmos”, deriva da Septuaginta.
A música desempenhava papel de importância no culto do antigo Israel (cf. Sl
149; 150; 1 Cr 15.16-22); os salmos eram os hinos do povo de Israel. Bem
diferente de boa parte da poesia e do cântico do mundo ocidental,
compostos com rima ou metrificação, a poesia e o cântico do AT tem por base o
paralelismo de pensamento, em que a segunda linha (ou linhas sucessivas) da
estrofe praticamente faz uma reiteração (paralelismo sinônimo), ou
apresenta um contraste (paralelismo antitético), ou, de modo progressivo,
completa (paralelismo sintético) a primeira linha. Todas as três formas de
paralelismo caracterizam o Saltério. O salmo mais antigo conhecido vem de
Moisés,
no século XV a.C. (Sl 90); os mais recentes provêm dos séculos VI e V a.C.
(e.g., Sl 137). A maioria dos salmos, no entanto, foi escrita no século X a.C.,
durante a era áurea da poesia em Israel.
Os títulos descritivos que precedem a maioria dos salmos, embora não pertençam
ao texto original, logo não inspirados, são muito antigos (anteriores à
Septuaginta) e importantes. O conteúdo desses títulos varia, e forma diferentes
grupos de salmos, como (1) o nome do autor (e.g., Sl 47, “Salmo... entre os
filhos de Corá”); (2) o tipo de salmo (e.g., Sl 32, um “masquil”, que significa
uma poesia para meditação ou ensino); (3) termos musicais (e.g., Sl 4, “Para o
cantor-mor, sobre Neguinote [instrumentos de cordas]”); (4) notações litúrgicas
(e.g., Sl 45, “Cântico de amor”, i.e., um cântico para casamento); e (5) breves
notações históricas (e.g., Sl 3, “Salmo de Davi, quando fugiu... de
Absalão, seu filho”). (N do E — Em quase todas as Bíblias atuais, dependendo da
agência publicadora e da respectiva versão e edição, cada salmo traz, antes de
tudo, uma epígrafe (ou título), elaborada por essas agências. É
evidente que essas epígrafes (bem como as demais através de Bíblia) não são
inspiradas.
No tocante à autoria dos salmos, os títulos atribuem setenta e três deles a
Davi, doze a Asafe (um levita com dons relacionados à música e à profecia, ver 1
Cr 15.16-19; 2 Cr 29.30), dez aos filhos de Corá (uma família talentosa na
música), dois a Salomão, um a Hemã, um a Etã e um a Moisés. Com exceção de
Moisés, Davi e Salomão, todos os outros autores mencionados eram sacerdotes ou
levitas com vocação musical e com responsabilidades no culto
sagrado durante o reinado de Davi. Cinqüenta salmos são anônimos. As referências
bíblicas e históricas sugerem que Davi (cf. 1 Cr 15.16-22), Ezequias (cf. 2 Cr
29.25-30; Pv 25.1) e Esdras (cf. Ne 10.39; 11.22; 12.27-36,
45-47) participaram, em suas respectivas épocas, da compilação dos salmos para o
uso no culto público em Jerusalém. A compilação final do Saltério deu-se mais
provavelmente nos dias de Esdras e de Neemias (450-400 a.C.).
Propósito
Os salmos, como orações e louvores inspirados pelo Espírito, foram escritos
para, de modo geral, expressarem as mais profundas emoções íntimas da alma em
relação a Deus. (1) Muitos foram escritos como orações a Deus, como
expressão de (a) confiança, amor, adoração, ação de graças, louvor e anelo por
maior comunhão com Deus; (b) desânimo, intensa aflição, medo, ansiedade,
humilhação e clamor por livramento, cura ou vindicação. (2) Outros foram
escritos como cânticos de louvor, ação de graças e adoração, exaltando a Deus
por seus atributos e pelas grandes coisas que Ele tem feito. (3) Certos salmos
contêm importantes trechos messiânicos.
Visão Panorâmica
Saltério, uma antologia de 150 Salmos, abarca ampla gama de temas, inclusive
revelações a respeito de Deus, da criação, da raça humana, do pecado e do mal,
da justiça e da santidade, da adoração e do louvor, da oração e do
juízo. Alude a Deus de modo ricamente variado: como fortaleza, rocha, escudo,
pastor, guerreiro, criador, rei, juiz, redentor, sustentador, aquele que cura e
vingador; Deus expressa amor, ira e compaixão; Ele é onipresente,
onisciente e onipotente. O povo de Deus é também descrito de várias maneiras:
como a menina dos olhos de Deus, ovelhas, santos, retos e justos que Ele livrou
do lamaçal escorregadio do pecado e pôs seus pés na rocha,
dando-lhes um cântico novo. Deus dirige os seus passos, satisfaz seus anseios
espirituais, perdoa todos os seus pecados, cura todas as suas enfermidades e
lhes provê uma habitação eterna.
Um bom método para estudar o livro é fazê-lo pelas categorias classificatórias
dos salmos (algumas dessas categorias se sobrepõem parcialmente). (1) Cânticos
de Aleluia ou de Louvor: engrandecem o nome, a majestade, a
bondade, a grandeza e a salvação de Deus (e.g., Sl 8; 21; 33; 34; 103—106; 111;
113; 115; 117; 135; 145; 150). (2) Cânticos de Ação de Graças: reconhecem o
socorro e livramento divinos, em muitas ocasiões, em favor do
indivíduo ou de Israel como nação (e.g., Sl 18; 30; 34; 41; 66; 100; 106; 116;
126; 136; 138). (3) Salmos de Oração e Súplica: incluem lamentos e petições
diante de Deus, sede de Deus e intercessão em favor do seu povo (e.g., Sl
3; 6; 13; 43; 54; 67; 69—70; 79; 80; 85—86; 88; 90; 102; 141; 143). (4) Salmos
Penitenciais: enfocam o reconhecimento e confissão do pecado (e.g., Sl 32; 38;
51; 130). (5) Cânticos da História Bíblica: narram como Deus lidou
com a nação de Israel (e.g., Sl 78; 105; 106; 108; 114; 126; 137). (6) Salmos da
Majestade Divina: declaram convictamente que “o Senhor reina” (e.g., Sl 24; 47;
93; 96—99). (7) Cânticos Litúrgicos: compostos para cultos ou
eventos festivos especiais (e.g., Sl 15; 24; 45; 68; 113—118; estes seis últimos
eram cantados anualmente na Páscoa). (8) Salmos de Confiança e de Devoção:
expressam (a) a confiança que o crente tem na integridade de Deus e no
conforto da sua presença e (b) a devoção da alma a Deus (e.g., Sl 11; 16; 23;
27; 31—32; 40; 46; 56; 62—63; 91; 119; 130—131; 139). (9) Cânticos de Romagem:
também chamados “Cânticos de Sião” ou “Cânticos dos
Degraus”. Eram cantados pelos peregrinos, a caminho de Jerusalém para celebrarem
as festas anuais da Páscoa, de Pentecoste e dos Tabernáculos (e.g., Sl 43; 46;
48; 76; 84; 87; 120—134). (10) Cânticos da Criação: reconhecem
a obra de Deus na criação dos céus e da terra (e.g., Sl 8; 19; 33; 65; 104).
(11) Salmos Sapienciais e Didáticos (e.g., Sl 1; 34; 37; 73; 112; 119; 133).
(12) Salmos Régios ou Messiânicos: descrevem certas experiências do rei Davi
ou Salomão com significado profético, cujo cumprimento pleno terá lugar à vinda
do Messias, Jesus Cristo (e.g., Sl 2; 8; 16; 22; 40; 41; 45; 68; 69; 72; 89;
102; 110; 118). (13) Salmos Imprecatórios: invocam a maldição ou
condenação divina sobre os ímpios (e.g., Sl 7; 35; 55; 58; 59; 69; 109; 137;
139.19—22). Muitos crentes ficam perplexos quanto a estes salmos, porém, deve-se
observar que eles foram escritos por zelo pelo nome de Deus, por
sua justiça e sua retidão, e por intensa aversão à iniqüidade, e não por simples
vingança. Em suma: clamam a Deus para Ele elevar os justos e abater os ímpios.
Características Especiais
Nove características principais assinalam o livro de Salmos. (1) É o maior livro
da Bíblia, e contém o capítulo mais extenso (119.1-176), o capítulo mais curto
(117.1,2) e o versículo central da Bíblia (118.8). (2) É o hinário e livro
devocional dos hebreus, e a sua profundidade e largueza espirituais fazem com
que este livro seja o mais lido e estimado do AT, pela maioria dos crentes. (3)
“Aleluia” (traduzido por “louvai ao Senhor” em algumas Bíblias), um termo
hebraico universalmente conhecido pelos cristãos. Ele ocorre vinte e oito vezes
na Bíblia, sendo que vinte e quatro estão no livro de Salmos. O Saltério chega
ao seu auge no Sl 150, com uma manifestação de louvor completo,
harmonioso e perfeito ao Senhor. (4) Nenhum outro livro da Bíblia expressa tão
bem a gama inteira das emoções e necessidades humanas em relação a Deus e à vida
humana. Suas expressões de louvor e devoção fluem dos picos
mais altos, da comunhão com Deus, e seus brados de desespero ecoam dos vales
mais profundos do sofrimento. (5) Cerca de metade dos salmos consiste de orações
de fé em tempos de tribulação. (6) É o livro do AT mais citado
no NT. (7) Contém muitos dos “capítulos prediletos” da Bíblia, como Sl 1; 23;
24; 34; 37; 84; 91; 103; 119; 121; 139; e 150. (8) O Sl 119 é único na Bíblia
por: (a) seu tamanho (176 versículos), (b) seu grandioso amor à Palavra
de Deus; e (c) sua estrutura literária que compreende vinte e duas estrofes de
oito versículos cada, sendo que dentro de cada estrofe, cada versículo inicia
com a mesma letra, segundo a ordem das 22 letras do alfabeto hebraico,
formando um acróstico alfabético. (9) A característica literária principal do
livro é um estilo poético chamado paralelismo, que utiliza mais o ritmo dos
pensamentos do que o ritmo da rima ou da métrica. Esta característica
possibilita a
tradução da sua mensagem de um idioma para outro sem muita dificuldade.
O Livro de Salmos ante o NT
Há 186 citações dos salmos no NT, o que ultrapassa qualquer outro livro do AT. É
fato claro que Jesus e os escritores do NT conheciam muito bem os salmos, e que
o Espírito Santo usou muitas passagens do livro nos ensinos de
Jesus, bem como em ocasiões em que Ele cumpriu as Escrituras como o Messias
predito: por exemplo, o breve Salmo 110 (com sete versículos) é mais citado no
NT do que qualquer outro capítulo do AT. Ele contém profecias
sobre Jesus como o Messias, como o Filho de Deus e como sacerdote eterno,
segundo a ordem de Melquisedeque. Outros salmos messiânicos referentes a Jesus
no NT são: 2; 8; 16; 22; 40; 41; 45; 68; 69; 89; 102; 109 e 118.
Referem-se a: (1) Jesus como profeta, sacerdote e rei; (2) sua primeira e sua
segunda vinda; (3) sua qualidade de Filho de Deus e seu caráter; (4) seus
sofrimentos e morte expiatória; e (5) sua ressurreição. Resumindo: os salmos
contêm algumas das profecias mais minuciosas de todo o AT a respeito de Cristo
e, a cada passo, vemo-las fartamente entretecidas na mensagem dos escritores do
NT.
NOTAS DE SALMOS 1º
1.1 BEM-AVENTURADO O VARÃO. O Sl 1 serve como
introdução a todo o livro dos Salmos. Ele contrasta os dois únicos tipos de
pessoas do ponto de vista de Deus, tendo cada tipo um conjunto distintivo de
princípios de vida:
(1) os justos, que são caracterizados pela retidão, pelo amor, pela obediência à Palavra de Deus e pela separação do mundo (vv. 1,2); e
(2) os ímpios, que representam o modo de ser e as idéias do mundo, que não permanecem na Palavra de Deus, e que por isso não têm parte na assembléia do povo de Deus (vv. 4,5). Deus conhece e abençoa o justo, mas o ímpio não tem parte no Reino de Deus (1 Co 6.9) e perecerá (v. 6). A separação entre esses dois grupos de pessoas existirá no decurso da história da redenção e continuará na eternidade.
1.1 QUE NÃO ANDA SEGUNDO O CONSELHO DOS ÍMPIOS. O primeiro versículo do livro dos Salmos ressalta a distinção entre os justos e os ímpios. Os crentes verdadeiros podem ser conhecidos pelas coisas que praticam, pelos lugares que freqüentam e pelas pessoas com as quais convivem. Ninguém pode experimentar a bênção de Deus sem evitar as coisas danosas ou destrutivas.
1.2 TEM O SEU PRAZER NA LEI DO SENHOR. Os santos de Deus não somente evitam o mal, como também edificam a sua vida em torno das palavras do Senhor. Procuram obedecer à vontade de Deus porque seus corações realmente têm prazer nos caminhos e mandamentos do Senhor (ver 2 Ts 2.10, onde os ímpios perecem porque não querem amar a verdade). A motivação dos atos dos salvos provém dos seus espíritos e emoções redimidos, conquistados pela verdade de Deus conforme a temos na sua Palavra.
1.2 NA SUA LEI MEDITA DE DIA E DE NOITE. Aqueles que procuram viver na bênção de
Deus, meditam na sua lei (i.e., na sua Palavra), a fim de moldarem seus
pensamentos, atitudes e ações. Lêem as palavras das Escrituras,
meditam nelas e as comparam com outros trechos bíblicos. Ao meditarem num texto
bíblico, vêm às suas mentes perguntas como estas: O Espírito de Deus está
aplicando este versículo à minha condição no momento? Há aqui uma
promessa para eu buscar? Este texto revela um pecado específico que devo
empenhar-me em evitar? Deus está dando-me uma ordem para eu obedecer? Meu
espírito está em harmonia com o que o Espírito Santo está dizendo aqui?
Este texto revela uma verdade a respeito de Deus, da salvação, do mundo, ou da
minha obediência pessoal a Deus, a respeito da qual preciso receber a iluminação
do Espírito Santo?
1.3 RIBEIROS DE ÁGUAS. O resultado, para os que fielmente buscam a Deus e à sua Palavra, é ter vida no Espírito. Uma vez que a água comumente representa o Espírito de Deus (e.g., Jo 7.38,39), os que são instruídos por Deus e guardam a sua Palavra terão em si uma fonte de vida inesgotável da parte do Espírito. A expressão tudo quanto fizer prosperará não significa que o crente nunca terá problemas nem reveses, mas, sim, que o justo conhecerá a vontade de Deus e a sua bênção (ver 3 Jo 2 nota).
1.4-6 OS ÍMPIOS. O Sl 1 descreve os pecadores impenitentes sob três quadros horríveis:
(1) são como a moinha lançada para longe por forças que não conseguem ver (v. 4; ver Ef 2.2 nota);
(2) serão condenados na presença de Deus no dia do juízo (v. 5; cf. 76.7; Ml 3.2; Mt 25.31-46; Ap 6.17);
(3) perecerão eternamente (v. 6; ver Mt 10.28 nota).
NOTAS DE SALMOS 2º
2.1-12 POR QUE SE AMOTINAM AS NAÇÕES? Este salmo consiste de quatro cenas distintas.
(1) O salmista começa com uma alusão aos povos e reis da terra em oposição ao Ungido de Deus (vv. 1-3; cf. At 4.25-27; ver a nota seguinte) um triste quadro da insolente rebeldia da raça humana contra Deus, sua lei, sua redenção, seu Messias e o ensino da sua revelação. Os autores do NT, da mesma maneira, mostram o mundo em oposição a Cristo, ao crente e à fé bíblica (Jo 15.19; Ef 6.12).
(2) Deus responde zombando dos ridículos intentos do mundo para removê-lo do cenário (vv. 4-6). Tempos virão em que Ele suplantará a rebelião humana e estabelecerá o seu reino na terra (ver Rm 1.18; 1 Ts 5.1-11; 2 Ts 2.8; Ap 19.11-21).
(3) Deus, o Pai, promete que enviará seu Filho amado (vv. 7-9), a suprema herança das nações (ver At 13.33; Hb 1.5; 5.5; cf. Mt 3.17; 17.5; 2 Pe 1.17), para aniquilar todos que se opõem ao seu governo. Esta promessa se cumprirá quando Cristo voltar à terra no fim dos tempos e destruir todos os inimigos de Deus (ver Ap 12.5; 19.15). Então todos os crentes fiéis compartilharão do seu reino sobre as nações (Ap 2.26,27).
(4) Através do salmista, o Espírito Santo exorta a raça humana a ser sábia diante do Deus Todo-poderoso e a refugiar-se nEle, antes de chegar aquele terrível dia do julgamento divino (vv. 10-12; cf. Hb 3.7-19).
2.2 SEU UNGIDO. O Sl 2 é um salmo messiânico, i.e., um salmo profético sobre a vinda do Messias de Deus, Jesus Cristo. Messias significa ungido e refere-se a Jesus, a quem Deus ungiu para redimir Israel e reger o reino de Deus (ver a nota seguinte; ver Mt 1.1 nota).
2.7 TU ÉS MEU FILHO; EU HOJE TE GEREI. Te gerei , traduzido literalmente, é dar à luz . Empregava-se em referência a uma mulher ao dar à luz uma criança, mas também era usada no sentido legal quando um rei apresentava seu filho ao povo ao proclamá-lo rei juntamente com o pai (cf. 1 Rs 1.32-34, onde Davi assim fez com Salomão). Aqui, refere-se à proclamação pública de Jesus como Filho de Deus e à sua unção como profeta, sacerdote e rei (ver Mt 3.12; At 13.33; Hb 1.5; 5.5; 7.28; 2 Pe 1.13).
2.8 EU TE DAREI AS NAÇÕES POR HERANÇA. Nenhum rei terreno teve jamais esta
promessa de receber as nações como herança. É uma promessa que se cumpre somente
no Rei Messiânico, Jesus (ver Zc 9.10).
NOTAS DE SALMOS 3º
3.1-8 MULTIPLICADO OS MEUS ADVERSÁRIOS! Este salmo é um lamento diante de Deus. Quase uma terça parte dos salmos pertence a esta categoria. (1) O conteúdo básico de um salmo de lamento consiste de uma fervente invocação de Deus (v. 1), uma descrição da aflição, sofrimento ou injustiça que o crente sofre (vv. 1,2), uma afirmação da confiança do crente em Deus (vv. 3-6), uma súplica por socorro (v. 7) e uma expressão de louvor ou ação de graças (v. 8).
(2) O grande número de salmos de lamento ou elegíacos, na Bíblia, indica que Deus quer que os seus o invoquem em tempos de necessidade e aflição (ver Hb 4.16).
3.2 SELÁ. O significado deste termo é incerto. Pode indicar uma pausa, um interlúdio musical, ou a culminância numa execução musical.
3.3 TU, SENHOR, ÉS UM ESCUDO... A MINHA GLÓRIA. O crente que vive segundo a vontade de Deus, mas que se acha sob aflição e oposição (vv. 1,2; ver 2 Sm 15.15-30), pode invocar a Deus na confiança de que Ele agirá em seu favor, segundo o seu divino propósito.
(1) Escudo refere-se à proteção divina (ver Gn 15.1, onde Deus é o escudo de Abraão; Dt 33.29, onde Ele é o escudo de Israel).
(2) Deus é a glória do crente, no sentido de que a sua presença, comunhão e ajuda são o nosso maior bem.
3.5 EU ME DEITEI E DORMI. O crente que com fervor busca a Deus, e que sempre
confia na sua fidelidade, na confiança de que Ele o ouve (v. 4), pode deitar-se
em paz e dormir seguro (cf. 4.8). Deus o sustentará e concederá a sua
graça, inclusive durante o sono (ver 127.2; Pv 3.24).
NOTAS DE SALMOS 4º
4.1-8 OUVE-ME. Este salmo revela a classe de pes-soas que Deus ouvirá em tempos de aflição. Essas pessoas devem ter um relacionamento pessoal de confiança em Deus (vv. 5,8), um intenso anseio pela ajuda de Deus (vv. 1,3,6) e uma santa maneira de viver (vv. 3-5; ver a nota seguinte).
4.3 O SENHOR OUVIRÁ QUANDO EU CLAMAR A ELE. Para termos certeza de que Deus
atenderá o nosso clamor por socorro, devemos esforçar-nos de coração para viver
em santidade (cf. Pv 15.29; Jo 9.31; 15.7). Aqueles que
fielmente se dedicam a Deus foram separados como seu valioso tesouro.
Pertencendo a Deus, podemos a Ele apelar como nosso protetor e provedor (cf. Hb
10.22; 1Jo 3.21,22).
NOTAS DE SALMOS 5º
5.3 OUVIRÁS A MINHA VOZ. Firmemente resoluto a buscar a Deus de todo o coração. Davi se dedica a três coisas.
(1) Confiante que Deus ouvirá a sua voz, persistirá na oração e não viverá sem ela (vv. 1,2; cf. Dt 4.29).
(2) Orará a Deus pela manhã . Se mantivermos nossa vida voltada para Deus, orar de manhã será uma prática natural. Cada nova manhã nos conclama a uma renovada dedicação a Deus (55.16,17; 88.13; 119.147), à comunhão com Ele e a nos alimentarmos da sua Palavra (cf. 119.9-16).
(3) O salmista vigiará esperançoso, pelas respostas à sua oração, e durante o dia inteiro procurará evidências de Deus em ação na sua vida.
5.5,6 ABORRECES A TODOS OS QUE PRATICAM A MALDADE. O mal não é algo abstrato. Deus não somente aborrece o pecado, mas também, em certo sentido, os que praticam o mal. Por outro lado, as Escrituras também revelam Deus como aquele que ama os pecadores, que lhes estende a mão compassiva e -misericordiosa e os busca para redimi-los do pecado mediante a cruz de Cristo (Jo 3.16).
5.10 DECLARA-OS CULPADOS, Ó DEUS. Ver Sl 35.1-38, nota sobre a oração do
salmista pela destruição dos inimigos de Deus.
NOTAS DE SALMOS 6º
6.1-10 NÃO ME REPREENDAS NA TUA IRA. Este salmo é um dos sete salmos penitenciais (i.e., salmos de tristeza pelo pecado; os outros são 32; 38; 51; 130; 143). O Espírito Santo inspirou esta oração a fim de encorajar todos que, por longo tempo, estão sob a disciplina de Deus, e que necessitam do perdão e restauração.
6.2 SARA-ME, SENHOR. O salmista, durante um período de aflição física e de castigo divino que reconhece ter merecido, deixou de sentir a presença de Deus (v. 4) e a paz espiritual (v. 3). Ele sofreu por muito tempo e sente grande pesar. Em sua oração, ele não pede que Deus remova dele toda a repreensão, mas somente que o castigo divino seja combinado com misericórdia e que não seja tão severo que o leve à morte (cf. Jr 10.23,24).
6.4 LIVRA A MINHA ALMA. Embora o arrependido esteja desejoso da cura do seu corpo (v. 2), seu interesse maior é a cura da sua alma e a restauração da presença e do favor de Deus. Anseia por ter Deus perto dele, e apela à sua misericórdia e amor (vv. 2,4). Visto que o amor e a misericórdia são parte do caráter de Deus, o crente pode suplicar-lhe que responda segundo o seu divino caráter.
6.6 ESTOU CANSADO DO MEU GEMIDO. A aflição do salmista e a angústia da sua alma
já duravam por algum tempo. A declaração: mas tu, SENHOR, até quando? (v. 3),
mais os versículos 6 e 7, confirmam que Deus não lhe
restaurou depressa a paz espiritual, a graça e a sua presença divina. Os
versículos 8 e 9 nos ensinam que Deus, no seu devido tempo, ouvirá as nossas
súplicas e atenderá a nossa oração. Não precisamos desesperar, e sim esperar
em Deus pela fé (cf 13.1; 74.9). No devido tempo, Ele responderá à nossa oração.
NOTAS DE SALMOS 7º
7.1-17 SALVA-ME DE TODOS OS QUE ME PERSEGUEM. Este salmo serve de modelo para todos que são tratados com injustiça, falsamente acusados, ou atacados por aqueles que os desprezam. A oração deste salmo pode ser aplicada ao maior inimigo do crente que, como leão, quer despedaçar a sua alma (v. 2), i.e., Satanás e as suas hostes demoníacas (Ef 6.11,12; 1 Pe 5.8). É sempre correto orar para sermos guardados do maligno (ver Mt 6.13 nota).
7.1 EM TI CONFIO. Quem sinceramente é fiel a Deus pode, com toda confiança, nEle refugiar-se, e entregar em suas mãos os problemas da vida. Em tempos conturbados de injustiça, podemos colocar-nos sob a proteção de Deus e suplicar-lhe, fazendo menção da nossa fidelidade e justiça (vv. 3-5,8).
7.10 DEUS, QUE SALVA OS RETOS DE CORAÇÃO. O Espírito Santo ensina que os justos podem crer que Deus os liberta e ajuda em tempos de aflição. Podem clamar a Deus com base numa consciência limpa e no sincero empenho de manter a retidão de coração.
(1) O crente pode mencionar sua integridade espiritual a Deus na oração: julga-me, SENHOR, conforme a minha justiça (v. 8; cf. Jó 29.14). Tal declaração não é hipocrisia, se feita com coração sincero, purificado pelo amor de Deus mediante a fé (cf. 1 Jo 3.21; Tg 5.16).
(2) Que coisa bem-aventurada é orar, com um coração contrito, rogando a ajuda divina! (Sl 6). Mas, melhor ainda é quando podemos orar a Deus com a consciência limpa e conscientes de que não cometemos injustiça contra ninguém e que procuramos sinceramente amar a Deus de todo o coração.
(3) Note o que
declara o apóstolo Paulo: E, por isso, procuro sempre ter uma
consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens (At 24.16;
cf. 2 Co 1.12; 1 Tm 1.5,19; 2 Tm 1.3; 1 Pe 3.21). E Jesus afirma: Se vós
estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o
que quiserdes, e vos será feito (Jo 15.7).
NOTAS DE SALMOS 8º
8.4-6 O FILHO DO HOMEM. O NT cita estes versículos da Septuaginta (a tradução
em grego do AT hebraico) e os aplica a Jesus (Hb 2.6-8; cf. Ef 1.19-22). Somente
nEle cumprem-se totalmente todas essas verdades. É a Ele que se
dará, como representante da raça humana, pleno domínio sobre toda a criação (vv.
6-8; cf. Fp 2.10).
8.5 DE GLÓRIA E DE HONRA. Este salmo expressa a elevada honra que Deus conferiu
à raça humana. Afirma que nós, como seres humanos, fomos criados por Deus com um
propósito glorioso; não somos meros animais, produto da
evolução natural e do acaso (v. 5; ver o estudo
A CRIAÇÃO). Tão valiosos somos
para Deus, que somos objeto especial do seu cuidado e graça (v. 4). Ele nos
honrou ao escolher-nos para dominar sobre a sua criação (vv. 6-8; cf. Gn
1.28; 2.15,19). Porém a convicção da nossa posição favorecida não é motivo para
nos gloriarmos, mas razão para darmos graças e glória ao Criador (v. 9)
NOTAS DE SALMOS 9º
9.1,2 EU TE LOUVAREI, SENHOR. Na essência do relacionamento de cada crente com Deus está o dever de louvá-lo (ver o estudo O LOUVOR A DEUS)
9.5 DESTRUÍSTE OS ÍMPIOS. Davi fala como se os eventos narrados aqui já tivessem acontecido, uma característica do estilo profético do livro de Salmos. O salmista tem tanta certeza de que os eventos preditos ocorrerão, que fala deles como se já tivessem acontecido (vv. 15,16).
9.8 ELE MESMO JULGARÁ O MUNDO COM JUSTIÇA. O salmista agradece e louva ao Senhor porque Ele, um dia, livrará completamente aqueles que o buscam (vv. 8-14) e executará juízo contra seus inimigos (vv. 3-8,15-20).
(1) Para que não sofra desânimo e desespero ante o aparente triunfo do mal neste mundo, o povo de Deus deve crer com firmeza e confessar que o Senhor um dia justificará aqueles que perseveraram, apesar da aflição e de todos os adversários que queriam destruir sua fé em Deus (vv. 7-11; ver Ap 19 21).
(2) Os crentes do NT poderão aplicar esses versículos aos adversários do Senhor e da sua igreja. Durante toda a época do NT, tem lugar um conflito entre as forças do mal e do bem. Os crentes fiéis sofrerão a oposição de Satanás, do mundo e dos falsos crentes dentro da igreja (ver 2 Tm 3.12 nota).
9.18 O NECESSITADO NÃO SERÁ ESQUECIDO PARA SEMPRE. Os necessitados e aflitos do
povo de Deus são objetos do seu cuidado especial (vv. 9,10,12). Eles têm de Deus
a promessa de que não os abandonará (v. 10), que Ele
se lembrará das suas orações (v. 12), e que as suas esperanças serão um dia
realidades (v. 18).
NOTAS DE SALMOS 10º
10.1-18 POR QUE TE CONSERVAS LONGE? Esta oração tem a ver com o problema da aparente demora do triunfo da justiça de Deus (cf. o clamor dos santos martirizados, em Ap 6.9,10). Na presente era, a injustiça e o mal agem sem restrição, e às vezes parece que Deus está muito distante e que não intervirá. O povo de Deus deve orar para que Ele detenha o mal e o sofrimento. Entrementes, podemos ter certeza que, embora o dia da justiça ainda não tenha chegado, o Senhor já ouviu as nossas orações e fortalecerá o nosso coração até o fim (vv. 17,18).
10.2 OS ÍMPIOS, NA SUA ARROGÂNCIA, PERSEGUEM. O salmista se angustia pela atitude arrogante dos indivíduos ímpios e cruéis (vv. 3-11) e do evidente sucesso deles.
(1) Ora para que Deus abata os ímpios, ajude os desamparados e reine eternamente como rei para extinguir o pecado e o terror da face da terra (vv. 12-18). (2) Embora o crente do NT deva sempre estar firmemente empenhado na salvação dos ímpios, deverá ao mesmo tempo compreender que, aqui, o pecado e a crueldade nunca serão completamente aniquilados, nem a retidão reinará plenamente até que Cristo venha para destruir todo o mal (Ap 19.11 20.10). Devemos, portanto, orar para que logo Deus destrua todo o mal, que Cristo seja coroado Rei para sempre e que na terra cessem o pecado e a dor (ver Ap 19 22).
10.8-10 NOS LUGARES OCULTOS MATA O INOCENTE. Estes versículos podem ser
aplicados àqueles que traficam drogas, lidam com bebidas alcoólicas e praticam
aborto, cujo resultado é a destruição física, emocional e espiritual
de muitos.
(1) Tais pessoas, com sua avareza (cf. v. 3), engodam os pobres,
jovens e incautos. Por meio de testemunhos e anúncios, astutamente destacam as
delícias do uso de seus produtos, enquanto ocultam o terrível sofrimento
que resulta do seu negócio (v. 9).
(2) Essas pessoas perversas, na sua ousadia,
esquecem da sua responsabilidade moral diante de Deus (vv. 3,4,11,13), e seu fim
será desastroso (ver Sl 73). Nenhum crente deve exercer atividades que
prejudiquem o ser humano; pelo contrário, deve procurar, com amor, compaixão e
solicitude, ajudar a todos no sentido de evitarem tais tentações.
NOTAS DE SALMOS 11º
11.1-7 NO SENHOR CONFIO. Este salmo repreende os que aconselham a fuga ou a
transigência quando princípios bíblicos estão em jogo (vv. 1-3). O crente fiel
refugia-se no Senhor (v. 1) e mantém sua retidão, mesmo quando os
fundamentos se transtornam (v. 3) moral e espiritualmente, tanto na sociedade,
como na igreja. O resultado será que o rosto do Senhor está voltado para os
retos (v. 7; cf. 16.8-11; 17.15; 23.6).
11.5 SUA ALMA ABORRECE... O QUE AMA A VIOLÊNCIA. Porque o Senhor ama a justiça
(v. 7), mas aborrece os violentos, ou os que se divertem assistindo a violência
como forma de passatempo. Por isso, o crente deve ser
cauteloso quanto a divertir-se através da mídia, e examinar-se a si mesmo quanto
a ter prazer em cenas de violência e derramamento de sangue (ver Lc 23.25 nota;
Rm 1.32 nota).
NOTAS DE SALMOS 12º
12.1-8 SALVA-NOS, SENHOR. Este salmo descreve um período em que a atividade
dos pecadores é duramente sentida por quem vive para Deus e sua justiça. O povo
de Deus vem enfrentando isso através dos tempos, mas nos últimos
dias da presente era, esse problema ocorrerá em escala geral (1 Tm 4.1). O
crente deve saber que estando ele rodeado pelos males da sociedade, aflito e
oprimido pela imoralidade, terá a proteção especial do poder de Deus (v. 5).
Deus
os guardará e, desta geração nos livrarás para sempre (v. 7;
ver 1 Pe 1.5 nota).
NOTAS DE SALMOS 13º
13.1 ATÉ QUANDO TE ESQUECERÁS DE MIM, SENHOR? O salmista enfrenta depressão e desânimo; está numa aflição terrível, e tem a impressão de que Deus se afastou dele (v. 2), e que não se importa em socorrê-lo. Note, especialmente, duas lições importantes:
(1) As orações dos justos podem não ser
atendidas imediatamente, e pode parecer que Deus não está dando importância a
elas. A impressão de abandono por Deus pode ocorrer no crente,
durante enfermidades, problemas financeiros, ou casos outros severos, envolvendo
família, emprego, ou igreja. Em tais ocasiões devemos orar para que o Espírito
Santo nos dê a certeza de que ainda nos regozijaremos na salvação
divina (vv. 5,6). (2) Se estamos buscando de coração a ajuda de Deus mediante a
fé real em Jesus Cristo, a demora de Deus não significa que Ele nos abandonou.
Pelo contrário, Ele pode ter outro propósito em nossa vida, e não
estamos percebendo (cf. 2 Co 12.7-10; Hb 12.10,11; Tg 1.2-4; 1 Pe 1.6,7).
13.5 NA TUA SALVAÇÃO, MEU CORAÇÃO SE ALEGRARÁ. A atitude certa ante a aparente
demora de Deus é confiar no seu infinito amor e lembrar-nos que Ele já nos
livrou e abençoou anteriormente. O amor compassivo do Senhor
se manifestará quando e como Ele quiser (ver Rm 8.28 nota).
NOTAS DE SALMOS 14º
14.1-7 OS NÉSCIOS. O néscio ou insensato é aquele que vive como se Deus não existisse. O néscio expressa de duas maneiras a sua rebelião contra Deus:
(1) Rejeita a revelação de Deus, porque não crê no que a Bíblia diz a respeito dEle. Despreza os princípios morais da Palavra de Deus e depende do seu próprio intelecto para estabelecer a diferença entre o certo e o errado (vv. 1-3).
(2) Não busca a Deus, nem o invoca em oração, por sua presença e ajuda.
(3)
Este salmo descreve a degeneração dos ímpios e ensina que a raça humana está,
pela sua própria natureza, alienada de Deus (cf. Ef 2.2,3). Paulo cita os três
primeiros versículos deste salmo para reforçar a verdade que todos pecaram
e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23; ver 3.10-12).
NOTAS DE SALMOS 15º
15.1 SENHOR, QUEM HABITARÁ NO TEU TABERNÁCULO? Este salmo responde à
pergunta: Que tipo de pessoa desfruta da íntima presença de Deus e tem comunhão
com Ele? Esta pergunta subentende que o crente pode dar
motivo para que Deus retire a sua presença da vida dele, pela prática da
iniqüidade, do engano, da calúnia, ou de egoísmo. Por isso, devemos examinar
diariamente os nossos atos, confessar nossos pecados, abandoná-los e
esforçar-nos constantemente em Cristo para nos apresentar aprovados diante de
Deus (2 Tm 2.15), e reconhecer que perder a comunhão com Deus é perder tudo (ver
1 Jo 1.6,7; 2.3-6; 3.21-24).
NOTAS DE SALMOS 16º
16.2 NÃO TENHO OUTRO BEM ALÉM DE TI. Além de Deus, o salmista não vê nenhum
significado na vida, e nenhuma felicidade pessoal. Nada vai bem na vida dele,
caso faltem a presença e a bênção do Senhor. Paulo expressou a
mesma verdade quando disse: Porque para mim o viver é Cristo (Fp 1.21; cf. Gl
2.20).
16.5 O SENHOR É A PORÇÃO DA MINHA HERANÇA. A herança e o cálice são o próprio
Senhor (cf. 73.26; Nm 18.20; Dt 18.2). Um aspecto importante da nossa herança
espiritual como crentes do NT é o seguinte: Se alguém me
ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos
nele morada (Jo 14.23). A comunhão com Deus é a fonte certa de bênçãos e
felicidade.
16.8 TENHO POSTO O SENHOR CONTINUAMENTE DIANTE DE MIM. O crente deve buscar e valorizar, mais do que qualquer outra coisa, a comunhão profunda com Deus. A presença contínua do Senhor à nossa destra nos proporciona sua orientação (vv. 7,11), proteção (v. 8), alegria (v. 9), ressurreição (v. 10) e bênçãos eternas (v. 11).
16.10 NÃO DEIXARÁS A MINHA ALMA NO INFERNO. Um relacionamento pessoal com Deus
dará aos crentes a confiança numa vida futura com Deus e a certeza de que Ele
não os abandonará quando morrerem (cf. 73.26). Os
apóstolos Pedro e Paulo aplicaram este versículo a Cristo e à sua ressurreição
(At 2.25-31; 13.34-37). Sheol (o termo contido neste versículo) acha-se sessenta
e cinco vezes no AT, sendo traduzido variavelmente por sepultura , inferno e
cova , segundo o contexto e a respectiva versão. Quando o NT cita passagens
alusivas ao Sheol, geralmente emprega a palavra grega Hades como correspondente.
NOTAS DE SALMOS 17º
17.1 OUVE, SENHOR. O clamor do salmista para que Deus ouça a sua oração baseia-se não somente na misericórdia e graça de Deus, mas também na sua contínua fidelidade nos caminhos do Senhor (vv. 1-5). Deus sondou seu coração e viu que no seu esforço para agradá-lo não havia fingimento (cf. 1 Jo 3.18-21). O fato de Davi orar a Deus com base na sua própria fidelidade pessoal expressa a verdade fundamental que Deus promete ouvir as orações dos que o amam e o honram (ver Jo 15.7 nota). A primeira condição indispensável da autêntica oração é uma consciência limpa e uma vida pura (ver 1 Jo 3.22 nota; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ)
17.8 À MENINA DO OLHO. O salmista emprega duas figuras de linguagem que relembram o amor de Deus por seus fiéis, e seu cuidado por eles.
(1) A menina do olho é a pupila, sendo aqui uma metáfora em hebraico, expressando algo muito valioso e querido.
(2) À sombra das tuas asas é uma metáfora oriunda
da cena de uma galinha, protegendo seus filhotes sob as asas; significa, pois,
amorável proteção (cf. 36.7; 57.1; 61.4; 63.7). Cristo empregou esta
metáfora para expressar seu amor por Israel (Mt 23.37). Todo crente deve orar
para que Deus lhe estenda a sua mão protetora em tempos de perigo, exatamente
como alguém que instintivamente reage para proteger a sua pupila em
qualquer caso de perigo (cf. Dt 32.10; Pv 7.2; Zc 2.8), e para que o Pai
celestial sempre lhe abrigue e proteja como a galinha cobre seus filhotes (91.4;
Mt 23.37).
NOTAS DE SALMOS 18º
18.1-50 EU TE AMAREI DO CORAÇÃO, Ó SENHOR. Este salmo também se acha em 2 Sm 22, com pequenas diferenças. É provável que Davi o tenha escrito no começo do seu reinado (cf. 2 Sm 8.14), antes de cometer seu pecado terrível, pelo qual sofreu muito como castigo divino pelo resto da vida (ver 2 Sm 12.1-14). O salmo pode também, profeticamente, referir-se a Cristo, pois Paulo cita o versículo 49 como uma profecia, indicando o tempo em que, mediante o Messias, todas as nações louvarão o nome de Deus (v. 49; ver Rm 15.9).
18.2 O SENHOR É O MEU ROCHEDO... LUGAR FORTE... FORTALEZA. As metáforas deste versículo podem ser aplicadas às lutas contínuas do crente contra as forças físicas e espirituais do presente. Seis símbolos descrevem o cuidado de Deus por nós:
(1) meu rochedo segurança e proteção, pela força imutável de Deus (cf. 31.2,3; 42.9; 62.7);
(2) meu lugar forte um lugar de refúgio e segurança onde o inimigo não pode penetrar;
(3) meu libertador um protetor vivente;
(4) meu escudo i.e., Deus se interpõe entre nós e o mal (cf. Gn 15.1);
(5) a força da minha salvação força e poder vitoriosos para nos livrar e salvar;
(6) meu alto refúgio um lugar seguro para nos elevar acima dos perigos desta
vida.
NOTAS DE SALMOS 19º
19.1 OS CÉUS MANIFESTAM A GLÓRIA DE DEUS. O conceito judaico-cristão é que o mundo físico manifesta a glória e o poder criador de Deus (cf. 148.3-5; cf. Rm 1.18-20). O conceito de muitos incrédulos, ao contrário, é que a criação é em si mesma uma entidade divina (ver Dt 4.19; 2 Rs 23.5), cuja força controla o destino humano (ver Is 47.13; Dn 4.7); outros crêem que tudo se fez por acaso. O verdadeiro crente rejeita tais idéias, aceita a revelação bíblica a respeito do universo, e por isso é movido a louvar o Criador (ver 89.5-8, ver o estudo A CRIAÇÃO)
19.7-11 A LEI DO SENHOR É PERFEITA. Estes versículos falam da natureza, dos benefícios e valores da Palavra de Deus. Os cinco aspectos abordados são:
(1) A Lei um termo geral para a vontade revelada de Deus, e que direciona a pessoa num correto relacionamento com Ele (v. 7).
(2) O testemunho a verdadeira Palavra de Deus que dá testemunho do seu caráter e vontade (cf. 1 Jo 5.9); Palavra cujo estudo nos torna sábios (v. 7).
(3) Os preceitos regras específicas a respeito da vida em retidão, que são uma alegria para os justos (v. 8).
(4) O mandamento a fonte verdadeira de luz para orientar os fiéis que buscam os seus caminhos (v. 8; cf. At 26.18); o modo certo de corresponder aos mandamentos de Deus é pelo temor do Senhor , que nos liberta de uma vida de pecado (v. 9).
(5) Os juízos leis reguladoras da vida social, que levam à justiça e à retidão (v. 9).
19.12 EXPURGA-ME TU DOS [ERROS] QUE ME SÃO OCULTOS. Os crentes sinceros procuram amar e servir a Deus de todo o coração (Dt 6.5). Por ainda serem imperfeitos nesta vida, podem estar em desobediência à vontade de Deus sem saberem disso, e daí precisarem buscar o perdão de Deus por seus erros e pecados ocultos (ver Lv 5.2-4). Por outro lado, os pecados intencionais ou deliberados são grande transgressão (v. 13), que abrange o desprezo a Deus e à sua Palavra e a perda de um lugar no seu reino (ver Nm 15.30,31; Gl 5.19-21).
19.14 SEJAM AGRADÁVEIS AS PALAVRAS DA MINHA BOCA E A MEDITAÇÃO DO MEU CORAÇÃO
PERANTE A TUA FACE. A maneira justa de reconhecermos a obra da salvação efetuada
em nossa vida é orarmos sempre, para
que Deus mantenha nosso coração, nossas palavras e nossa vida livres de pecado e
agradáveis a Ele. Tanto a meditação do nosso coração, quanto a reflexão da nossa
mente devem ser aceitáveis diante de Deus.
NOTAS DE SALMOS 20º
20.1 21.13 O SENHOR TE OUÇA NO DIA DA ANGÚSTIA. Os salmos 20 e 21 são paralelos. São orações a Deus em torno da luta de seus fiéis contra seus inimigos. O Sl 20 é uma oração antes da batalha; o Sl 21 é um ato de louvor depois da batalha. Para o crente em Cristo, o Sl 20 pode ser aplicado à sua luta espiritual. No presente, batalhamos contra as forças invisíveis, porém claramente reais, do mal, e ansiamos pela vitória sobre Satanás e os poderes demoníacos, e por ficarmos livres da presença deles (ver Ef 6.12 nota; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS)
NOTAS DE SALMOS 22º
22.1-31 DEUS MEU. Este salmo, um dos mais citados no NT, é chamado o salmo da cruz porque retrata com exatidão o cruel sofrimento de Cristo na cruz. Note pelo menos dois fatos a respeito deste salmo: (1) É um brado de dor e aflição de um crente que continua sob provação e sofrimento. Neste sentido, todos os crentes sob sofrimento podem identificar-se com o conteúdo desta oração.
(2) As palavras do salmo descrevem um acontecimento que em muito ultrapassa os limites humanos comuns. Inspirado pelo Espírito Santo, o salmista prediz o sofrimento de Jesus Cristo durante sua crucificação, e prenuncia sua imediata vindicação três dias depois.
22.1 DEUS MEU, DEUS MEU, POR QUE ME DESAMPARASTE? Jesus deu esse brado angustiante na cruz, ao se afastar dEle a presença providente e protetora do seu Pai celestial (Is 53.10-12; 2 Co 5.21; ver Mt 27.46 nota). Ele foi desamparado por Deus porque estava sofrendo na cruz no lugar do pecador, fazendo-se maldição por nossa causa (Gl 3.13). Ao citar este versículo, Jesus também estava declarando que este salmo inteiro é uma descrição dEle mesmo.
22.2 CLAMO... E TU NÃO ME OUVES. O crente, assim como o próprio Jesus, pode às vezes se sentir abandonado por Deus. Quando isso ocorrer, mantenha-se firme na fé em Deus e na sua bondade, e continue orando e confiando nEle (vv. 2-5).
22.7 MENEIAM A CABEÇA. Ver Mt 27.39, onde está dito: E os que passavam blasfemavam dele [de Cristo], meneando a cabeça . Até os gestos usados pelos inimigos de Jesus foram preditos no AT.
22.8 CONFIOU NO SENHOR. Este versículo relata as palavras exatas que os inimigos do Senhor lhe dirigiram enquanto presenciavam a sua crucificação (Mt 27.43).
22.11-17 NÃO HÁ QUEM AJUDE. Estes versículos descrevem o sentimento de desamparo do Senhor, quando da brutalidade do açoitamento e da crucificação.
22.16 TRASPASSARAM-ME AS MÃOS E OS PÉS. Aqui temos outra referência profética à crucificação de Jesus (cf. Jo 20.25; ver Mt 27.35 nota).
22.18 REPARTEM ENTRE SI AS MINHAS VESTES. Os soldados romanos fizeram exatamente
conforme a predição deste versículo um admirável cumprimento da profecia (ver Mt
27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.23,24).
22.22 AOS MEUS IRMÃOS. Hebreus 2.11,12 associa este versículo a Jesus Cristo;
ele assinala o triunfo da cruz. Jesus agora é o Redentor exaltado que reúne a si
os seus irmãos (i.e., os redimidos que nEle crêem e aceitam a sua
morte para salvá-los, ver Jo 20.17) e fica no meio deles para louvor de Deus.
Sua morte resulta em socorro dos aflitos (v. 24), na vida eterna (v. 26), na
pregação do evangelho (v. 27), no seu domínio sobre todas as nações (vv. 28,29)
e na
sua suprema exaltação e glória (vv. 30,31).
NOTAS DE SALMOS 23º
23.1-6 O SENHOR. Este salmo, originado na mente do Senhor e inspirado pelo Espírito Santo, expressa seu empenho e incessante cuidado pelos seus seguidores. Eles são o precioso alvo do seu divino amor. Ele tem cuidado de cada um deles, como um pai cuida de seus filhos e como um pastor, das suas ovelhas.
23.1 O SENHOR É O MEU PASTOR. Mediante uma metáfora freqüentemente empregada no AT (ver 28.9; 79.13; 80.1; 95.7; Is 40.11; Jr 31.10; Ez 34.6-19), Deus é comparado aqui a um pastor, ilustrando isso o seu grande amor por seu povo. O próprio Senhor Jesus empregou a mesma metáfora para expressar seu relacionamento com os seus (Jo 10.11-16; cf. Hb 13.20; 1 Pe 5.4). Duas verdades destacam-se aqui:
(1) Deus, através de Cristo e do Espírito Santo, está tão afeiçoado a cada um de seus filhos, que Ele deseja amar, cuidar, proteger, guiar e estar perto desses filhos, como o bom pastor cuida das suas ovelhas (ver Jo 10.11,14 notas).
(2) Os crentes são as ovelhas do Senhor. Pertencemos a Ele e somos alvo especial do seu amor e atenção. Embora todos nós andamos desgarrados como ovelhas (Is 53.6), o Senhor nos redimiu com seu sangue derramado (1 Pe 1.18,19), e agora somos dEle. Como suas ovelhas, podemos lançar mão das promessas desse salmo quando atendemos a sua voz e o seguimos (ver Jo 10.3-5; ver 10.28 nota).
23.1 NADA ME FALTARÁ. Isto significa
(1) que não me faltará nada que for necessário à realização da vontade de Deus na minha vida (ver 3 Jo 2 nota), e
(2) que me contentarei com a provisão e o cuidado do Bom Pastor, mesmo em tempos pessoalmente difíceis, porque confio no seu amor e cuidado por mim (cf. Jo 10.11; Fp 4.11-13).
23.2 DEITAR-ME FAZ. Porque o Pastor está presente e perto de mim, posso deitar-me em paz, livre de todo medo. O Espírito Santo como meu Consolador, Conselheiro e Ajudador comunica-me o cuidado pastoral e a presença de Cristo (Jo 14.16-18; cf. 2 Tm 1.7):
(1) meu descanso tranqüilo na sua presença terá lugar em verdes pastos , i.e., em Jesus e na Palavra de Deus, que são indispensáveis a uma vida abundante (Jo 6.32-35,63; 8.31; 10.9; 15.7);
(2) guia-me mansamente a águas tranqüilas do seu Espírito Santo (ver 1.3 nota; cf. Jr 2.13; Jo 7.37-39).
23.3 REFRIGERA A MINHA ALMA. Quando fico desanimado (42.11), o Bom Pastor reaviva e revigora minha alma mediante seu poder e graça (Pv 25.13). Guia-me por meio do Espírito (Rm 8.14) nos caminhos por Ele escolhidos, que se conformam com seus alvos de santidade (cf. Rm 8.5-14). Correspondo obedecendo: sigo o Pastor ouvindo a sua voz (Jo 10.3,4); não seguirei a voz dos estranhos (Jo 10.5).
23.4 TU ESTÁS COMIGO. Em tempos de perigo, dificuldade, e mesmo de morte, o crente não teme nenhum mal. Por quê? Porque tu estás comigo em todas as situações da vida (cf. Mt 28.20). A vara (um pedaço de pau curto) é uma arma de defesa ou disciplina, que simboliza a força, i.e., o poder e autoridade de Deus (cf. Ex 21.20; Jó 9.34). O cajado (uma vara longa e delgada, tendo um gancho numa das extremidades) serve para trazer a ovelha para perto do pastor, para guiá-la no caminho certo, ou para removê-la em caso de perigo. A vara e o cajado de Deus nos dão certeza do seu amor e orientação em nossa vida (cf. 71.21; 86.17).
23.5 PREPARAS UMA MESA. Deus é aqui descrito como aquele que supre as necessidades de seus filhos em meio as forças do mal que procuram destruí-los, corpo e alma (ver Rm 8.31-39).
(1) Apesar de o crente estar em luta diária contra Satanás e ter em volta de si uma sociedade pagã, a graça de Deus que ele recebe capacita-o a viver e se regozijar na presença de Deus (ver 2 Co 12.9,10). Ele pode saciar-se à mesa do Senhor com fé, ação de graças e esperança, em perfeita paz, e protegido pelo sangue derramado e o corpo partido desse Bom Pastor (ver 1 Co 11.23).
(2) Unges a minha cabeça com óleo refere-se ao favor e bênção especiais de Deus, pela unção do seu Santo Espírito no corpo, mente e espírito do crente (ver Ef 5.18 nota).
(3) O meu cálice transborda . Aqui, a tradução literal é: meu cálice tem bebida abundante . É uma alusão ao bebedouro do pastor, que era uma pedra grande, escavada em forma de tanque, cabendo quase 200 litros de água, onde as ovelhas bebiam.
23.6 A BONDADE E A MISERICÓRDIA. Misericórdia refere-se ao fiel amor e a bondade
de Deus. O crente, tendo consigo o Bom Pastor na peregrinação desta vida, terá
sua ajuda, bondade e seu sustento constantes. Em qualquer
situação o crente pode confiar que o Bom Pastor fará com que todas as coisas
cooperem para o seu bem (Rm 8.28; Tg 5.11). O alvo do crente que segue o Bom
Pastor e desfruta da sua bondade e misericórdia é um dia estar com Ele
eternamente (1 Ts 4.17), contemplar sua face (Ap 22.4) e servi-lo para sempre na
sua casa (ver Ap 22.3; cf. Jo 14.2,3).
NOTAS DE SALMOS 24º
24.4 LIMPO DE MÃOS E PURO DE CORAÇÃO. Davi ressalta que aqueles que pretendem adorar a Deus, servi-lo e receber sua bênção devem procurar ter um coração puro e uma vida reta. Mãos limpas são mãos isentas de atos pecaminosos externos (ver Is 1.15; 33.15; 1 Tm 2.8). Puro de coração é uma referência à santidade interior, motivos e objetivos puros. Somente os limpos de coração verão a Deus (Mt 5.8).
24.5 ESTE RECEBERÁ A BÊNÇÃO. Os que receberão a bênção do SENHOR são os que o buscam (v. 6) com mãos limpas e coração puro (v. 4). Devemos pensar nisso todas as vezes que oramos a Deus, que o adoramos na sua casa, ou buscamos a sua benção na Ceia do Senhor (cf. 1 Co 11.23-27; 2 Co 6.14-18; Hb 12.14).
24.7-10 O REI DA GLÓRIA. Estes versículos são messiânicos, pois o Rei da Glória é o Senhor Jesus (cf. Jo 1.14). A geração daqueles que buscam a Deus (i.e., os crentes fiéis) deve orar para que venha o Rei da Glória . Esta oração para a vinda do reino de Deus prenuncia o reino eterno de Cristo e a destruição final do mal (ver Zc 9.9; Mt 6.10; Ap 19-22).
NOTAS DE SALMOS 25º
25.4 FAZE-ME SABER OS TEUS CAMINHOS. Assim como Moisés (Ex 33.13), o salmista ansiava intensamente por conhecer os caminhos de Deus. É possível o crente conhecer algo das obras de Deus (e.g., salvação, milagres; cf. Sl 103.7), mas nunca realmente conhecer a Deus ou entender os seus caminhos (i.e., os princípios da sabedoria por meio dos quais Ele opera em nós e nos guia). Os princípios básicos para conhecermos os caminhos de Deus, segundo este salmo, são os seguintes:
(1) Devemos ter um desejo sincero de conhecer os retos caminhos de Deus e à verdade da sua palavra (v. 4).
(2) Precisamos estar dispostos a esperar em Deus todo o dia (v. 5).
(3) Devemos com humildade obedecer a Deus (v. 9), ter sempre um caráter segundo a vontade de Deus (v. 10) e temer ao Senhor (vv. 12-14).
(4) Visto que o pecado é um obstáculo para se conhecer a Deus e seus caminhos, precisamos abandonar o pecado e sermos purificados e perdoados (vv. 4-8). Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá (66.18; cf. 1 Jo 2.1-6).
(5) Contratempos na
vida não são primeiramente um sinal de desagrado de Deus (cf. 34.19).
Conhecer a Deus e seus caminhos pode resultar em sofrimentos e perdas, que do
contrário não teríamos tido (e.g., At 14.22; 20.22,23). O exemplo ímpar dessa
verdade é o próprio Jesus, que obedeceu perfeitamente à vontade de Deus,
no entanto sofreu tristeza, traição e a cruz. O crente, que permanece na vontade
de Deus, deve contar com isso (Mt 10.24).
25.12 ELE O ENSINARÁ. O tema principal deste salmo é a maneira como Deus dirige o crente fiel na sua sabedoria. Note aqui as seguintes verdades: (1) Deus tem um plano para cada crente. Ele teve um plano para Adão (Gn 1.28; 2.18-25), Abraão (Gn 12.1-3), José (Gn 45.4-9) e seu povo, Israel (Gn 50.24; Ex 6.6-8). Teve um plano para Jesus (Lc 18.31) e para Paulo (At 21.10-14; 22.14,15; 26.16-19; ver 21.14 nota). Deus tem um plano específico para cada um dos seus filhos (1 Co 12; Ef 1.10; 2.10; 3.11; 4.11-13).
(2) O plano de Deus nos pode ser comunicado por meios extraordinários, tais como sonhos, visões e profecia (At 2.17; 9.12; 10.3; 13.2; 1 Co 14.1; ver At 21.10, nota). Porém, a maneira normal de Ele nos guiar e comunicar sabedoria é através das Sagradas Escrituras (2 Tm 3.16), e por meio do Espírito Santo, habitando em nosso coração (Jo 14.26; At 8.29; 10.19; 13.2; 15.28; 16.6; 1 Jo 2.20,27).
(3) O plano de Deus para o crente pode deixar de realizar-se caso a pessoa desconheça a Palavra de Deus ou a interprete erroneamente e tome decisões contrárias à vontade de Deus. Se as convicções, os posicionamentos e doutrinas básicas da Bíblia não estiverem solidamente arraigados em nosso espírito, cairemos no erro.
(4) Uma área fundamental na direção do crente é a sua santidade de vida (cf. v. 21; Rm 8.11-14), pois Deus nos guia pelas veredas da justiça (23.3).
25.14 OS QUE O TEMEM. O conhecimento pessoal de Deus e a comunhão íntima com Ele destinam-se aos que o temem e que repudiam o mal (cf. Pv 3.5-7; ver o estudo O TEMOR DO SENHOR)
NOTAS DE SALMOS 26º
26.8 EU TENHO AMADO... TUA CASA. A felicidade do salmista não provém da associação com o mundo (vv. 4,5,9,10), mas de estar na casa e congregação do Senhor (v. 12), i.e., onde a presença de Deus se manifesta entre seu povo, e onde habita a sua glória (ver o estudo A GLÓRIA DE DEUS), e de estar junto com os irmãos na fé que andam na verdade divina.
NOTAS DE SALMOS 27º
27.4 UMA COISA PEDI. Assim como no Sl 26, o salmista busca a presença de
Deus. É a coisa mais preciosa na sua vida, e ele ora por isso com um só
propósito. O próprio Deus conclama todos nós para esse mesmo propósito:
Buscai o meu rosto (v. 8). Aqueles que assim fazem, e procuram habitar na santa
presença de Deus, têm a firme garantia de que, não importa que provações venham
a ter, o Senhor nunca os abandonará (vv. 9,10). Não há motivo para
desespero; a bondade de Deus lhes está reservada (vv. 13,14).
27.13 PERECERIA SEM DÚVIDA, SE NÃO CRESSE... Confiar em Deus e desfrutar da sua
bondade pessoal são indispensáveis à nossa perseverança na fé. Como crentes,
poderemos enfrentar severas provas, mas nada poderá nos
levar ao desespero e à derrota enquanto tivermos nossos olhos fitos em Deus, com
fé e esperança. No meio das trevas devemos esperar no Senhor (v. 14; ver
42.5,11; 43.5; 62.5; Is 40.27-31; Mq 7.8), estar perto dEle, e continuar firmes
pelo seu Espírito (ver Ef 6.10; 2 Tm 2.1; Tg 5.11). Com toda certeza, no tempo
determinado, Deus manifestará ao crente a sua bondade.
NOTAS DE SALMOS 28º
28.1-9 CALANDO-TE TU. O crente fiel, às vezes, pode achar que Deus não está
ouvindo suas orações (vv. 1-3); essa experiência, no entanto, não se torna em
rotina quando perseveramos em nos aproximar de Deus por meio de Cristo
(ver Hb 4.16; 7.25). Passada a prova, o Senhor nos responderá e ajudará, como o
pastor cuida das suas ovelhas (cf. Is 40.11).
NOTAS DE SALMOS 30º
30.6 NA MINHA PROSPERIDADE. Sob a segurança da prosperidade, o salmista
supunha que pela sua riqueza e sucesso ele se tornara tão forte que nada poderia
destruir a sua prosperidade. Deus, então, retirou a sua mão protetora, o
que lhe resultou em problemas graves e desamparo na sua vida, levando-o a sentir
a necessidade do constante cuidado e presença de Deus (vv. 8-10). Todo crente
que confia em si mesmo, e nas coisas temporais, e que na sua vida não
dá o primeiro lugar a Deus e ao seu reino, é aqui advertido nas palavras deste
salmo.
NOTAS DE SALMOS 31º
31.1-24 SENHOR... LIVRA-ME. Este salmo é uma oração notadamente pessoal, expressando aflição e lamento por causa dos inimigos (vv. 4,8), de enfermidade (vv. 9,10) e de abandono por amigos (vv. 11-13). Jeremias empregou uma frase deste salmo (v. 13) ao expressar sua tristeza e temor (cf. Jr 6.25; 20.10); Jesus também citou-o (as primeiras palavras do v. 5), quando na cruz (Lc 23.46). A oração deste salmo externa o clamor sincero de todos os crentes que sofrem com enfermidades, contrariedades, opressão do mundo ou dos inimigos da justiça. Revela que em tempos de grandes lutas, podemos abrigar-nos no secreto da tua presença (v. 20).
31.5 NAS TUAS MÃOS ENCOMENDO O MEU ESPÍRITO. Estas foram as últimas palavras de
Jesus antes de morrer (Lc 23.46); palavras estas muitas vezes enunciadas por
crentes fiéis na hora da morte (ver At 7.59). Expressam
confiança em Deus e fé na sua bondade para com o seu povo (ver 2 Sm 24.14; Rm
8.28). Entregar-nos aos cuidados de Deus é igualmente apropriado nos tempos de
perigos e dificuldades.
NOTAS DE SALMOS 32º
32.1 BEM-AVENTURADO AQUELE CUJA TRANSGRESSÃO É PERDOADA. As únicas pessoas realmente felizes são aquelas que receberam de Deus o perdão dos seus pecados, e por isso a culpa das suas transgressões não pesa mais sobre seus corações e mentes, e sua consciência não as perturba mais. Tal bem-aventurança é concedida a todos os pecadores que vierem ao Senhor (Mt 11.28,29). O salmista descreve de três maneiras o perdão divino: (1) Deus perdoa o pecado.
(2) Ele cobre o pecado, i.e., põe-no fora da vista.
(3) O pecado não é imputado (v. 2), i.e., a culpa não é atribuída.
32.2 NÃO IMPUTA MALDADE. Romanos 4.6-8 cita os versículos 1 e 2 para demonstrar que Deus trata como justos os pecadores sinceramente arrependidos, não porque a justiça seja algo que possam obter através das obras, mas, pelo contrário, recebem-na como um dom quando confessam os seus pecados e crêem no Senhor (cf. v. 5).
32.3,4 ENQUANTO EU ME CALEI, ENVELHECERAM OS MEUS OSSOS. Estes versículos descrevem a agonia e penalidade que o pecado oculto produz. Quando Davi ocultou o seu pecado e não o reconheceu diante de Deus, perdeu as coisas mais valiosas da vida a saúde, a paz de espírito, a felicidade e o favor de Deus. Ao invés destas coisas, experimentou a culpa e o tormento interior, como castigo divino.
32.5 CONFESSEI-TE O MEU PECADO. Reconhecer e confessar o pecado, com um coração sincero e arrependido, sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus, a remoção da culpa e a dádiva da sua presença constante.
32.8 INSTRUIR-TE-EI. O Senhor promete instruir e guiar o crente perdoado que tem
um espírito dócil, que se compraz na presença e propósitos de Deus (cf. v. 7),
que confia nEle (v. 10), que se regozija nEle (v. 11) e que continua em
retidão de coração (v. 11).
NOTAS DE SALMOS 33º
33.6 PELA PALAVRA DO SENHOR... PELO ESPÍRITO... Ruach (aqui traduzido por espírito ) também pode significar sopro ; o sopro de Deus, portanto, é equivalente à atividade do Espírito de Deus. Este versículo contém uma verdade bíblica importante: o elo entre o poder da Palavra de Deus e o poder do Espírito de Deus (mediante a operação da fé) sempre libera o poder criativo de Deus em favor do seu povo.
33.18,19 OS OLHOS DO SENHOR ESTÃO SOBRE OS QUE O TEMEM. Embora os olhos do
SENHOR estejam sobre todas as pessoas (vv. 13,14), eles repousam de modo
especial sobre os que o temem (ver 34.15). Os olhos de Deus
referem-se ao seu amor solícito e seu cuidado providente em nossa vida. Livrar
as suas almas da morte, e... fome significa que enquanto temermos ao Senhor,
confiarmos e esperarmos nEle, fizermos a sua vontade, Ele cuidará de nós e
nos protegerá da morte, a menos que seu plano seja outro. Para maior exposição
do assunto bíblico da esperança em Deus, ver o estudo
A ESPERANÇA DO CRENTE
SEGUNDO A BÍBLIA
NOTAS DE SALMOS 34º
34.1-22 LOUVAREI AO SENHOR. Davi neste salmo louva ao Senhor pelo livramento
milagroso de um grande problema. Seu testemunho inspira a todos os aflitos a
crerem que eles também podem desfrutar da bondade do Senhor.
34.7 O ANJO DO SENHOR ACAMPA-SE AO REDOR. O anjo do Senhor provavelmente
refere-se ao exército celestial de anjos. Eles são espíritos ministradores,
enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb
1.14; cf. Gn 32.1,2; 2 Rs 6.17; ver o estudo
OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR). Deus
envia seus anjos para proteger e salvar seus santos de todo mal físico e
espiritual. Esta promessa de intervenção divina pertence somente aos que
na verdade temem a Deus (ver a nota seguinte)
34.9 NÃO TÊM FALTA ALGUMA AQUELES QUE O TEMEM. Note que as promessas deste salmo
são condicionais, e reservadas somente a quem de fato teme ao Senhor. Deus
promete nos livrar do medo (v. 4), nos salvar nas crises
(v. 6,17), pôr anjos ao nosso redor (v. 7), suprir as nossas necessidades (v.
9), dar-nos vida abundante (v. 12), ouvir nossas orações (v. 15), confortar-nos
com a sua presença (v. 18), e livrar nossa alma (v. 22) mas somente se buscarmos
ao Senhor (vv. (vv. 4,10), clamarmos a Ele (v. 6), guardarmos nossa língua do
mal da mentira (v. 13), fizermos o bem e procurarmos a paz (v. 14), tivermos um
coração contrito (v. 18) e formos seus servos (v. 22).
34.19 MUITAS SÃO AS AFLIÇÕES DO JUSTO. No AT Deus promete bênçãos e prosperidade a quem obedece à sua Lei. Mesmo assim, de par com esta promessa está a realidade que Muitas são as aflições do justo (ver Hb 11.33-38; 12.5-10; ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS).
(1) Crer em Deus e viver em
retidão não nos isenta de problemas e sofrimentos nesta vida. Pelo contrário, a
dedicação a Deus amiúde nos traz provações e sofrimentos (ver Mt 5.10
nota). Está dito da parte de Deus que por muitas tribulações devemos entrar no
seu Reino (At 14.22; cf. 1 Co 15.19; 2 Tm 3.12). O sofrimento dos justos é
atenuado pela revelação que o Senhor quer nos livrar de toda as nossas aflições.
Uma vez cumprido o seu propósito ao permitir a aflição, Ele passa a nos livrar
dela, ou pela intervenção sobrenatural direta nesta vida (cf. Hb 11.33-35) ou
pela morte triunfante e o ingresso na vida futura (cf. Hb 11.35-37)
NOTAS DE SALMOS 35º
35.1-38 PELEJA CONTRA OS QUE PELEJAM CONTRA MIM. Este é um dos chamados salmos imprecatórios, em que o salmista ora a Deus para que Ele castigue os inimigos do seu povo e abata os ímpios (ver Sl 35; 69; 109; 137; Ne 6.14; 13.29; Jr 15.15; 17.18; Gl 5.12; 2 Tm 4.14; Ap 6.10). O crente é ensinado a perdoar seus inimigos (Lc 23.34) e a orar pela salvação deles (Mt 5.39,44), porém chega a hora em que devemos orar para que cesse o mal e prevaleça a justiça a favor do inocente. O crente deve estar seriamente preocupado com as vítimas da crueldade, da opressão e da injustiça. Necessário se torna uma maior explanação sobre os salmos imprecatórios:
(1) São orações para que cessem a injustiça, o crime e a opressão. O crente tem o direito de orar rogando a proteção de Deus contra os maus.
(2) São súplicas a Deus para que Ele aplique a justiça e inflija ao ímpio a penalidade de acordo com o seu crime (ver 28.4). Se a justa retribuição não vier da parte de Deus ou do governo humano, a violência e o caos dominará na sociedade (ver Dt 25.1-3; Rm 13.3,4; 1 Pe 2.13,14).
(3) Ao ler essas orações, notamos que o salmista não executa vingança com suas próprias mãos, mas que confia na mão de Deus (cf. Dt 32.35; Pv 20.22; Rm 12.19).
(4) Os salmos imprecatórios chamam a atenção para o fato de que, quando a iniqüidade dos ímpios chega ao máximo, o Senhor, na sua justiça, com efeito julga e destrói (ver Gn 15.16; Lv 18.24; Ap 6.10,17). (5) Tenhamos em mente que essas orações são palavras inspiradas pelo Espírito Santo (cf. 2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21), e não apenas a expressão de um propósito humano do salmista. (6) O anseio maior de uma oração imprecatória é o fim da injustiça e da crueldade, a extinção do mal, a derrota de Satanás, a exaltação da piedade, o estabelecimento da justiça e a vinda do reino de Deus. Este alvo é um assunto predominante no NT. O próprio Cristo afirma que o verdadeiro crente pode orar pedindo a vindicação dos justos. A oração da viúva: Faze-me justiça contra o meu adversário (Lc 18.3) teve resposta nas palavras de Jesus, afirmando que Deus fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite (Lc 18.7; cf. 6.9,10). (7) O crente deve manter em pé de igualdade dois princípios bíblicos: (a) o desejo que todos venham a conhecer Jesus Cristo como seu Salvador (cf. 2 Pe 3.9), e (b) o desejo de ver o mal eliminado e o reino de Deus triunfante. Devemos orar fervorosamente pela salvação dos perdidos e chorar pelos que rejeitam o evangelho. Devemos, no entanto, saber também que a justiça, a bondade e o amor nunca serão estabelecidos segundo o propósito de Deus enquanto o mal não for eternamente vencido, e Satanás e seus seguidores subjugados (Ap 6.10,17; 19 21). Os fiéis devem orar: vem, Senhor Jesus (Ap 22.20) como a solução final, definitiva, para o mal no mundo.
35.4 SEJAM CONFUNDIDOS E ENVERGONHADOS. O crente do NT pode fazer esta oração
como um clamor a Deus, para que Ele domine o grande inimigo, Satanás, e como
testemunho do nosso repúdio ao pecado e ao mal.
NOTAS DE SALMOS 36º
36.4 NÃO ABORRECE O MAL. Mal , aqui, refere-se ao mal como raiz e à degeneração geral da raça humana. Com isto em mente, os ímpios não odeiam o mal.
(1) O ódio ao mal é um aspecto intrínseco do caráter de Deus (Pv 6.16; Jr 44.4; Hc 1.13). É um aspecto fundamental do ministério de Cristo e da sua condição de Rei (45.7; ver Hb 1.9 nota).
(2) Alguém pode ser amoroso e bondoso, e fazer o bem aos pobres, mas se não
tiver indignação contra o mal, desprezo pelos caminhos imorais do mundo, zelo
pela santidade e repulsa à iniqüidade, os tais deixarão de andar com Deus, e de
seguir o Espírito Santo (cf. Gl 5.16-24). Vós que amais ao SENHOR, aborrecei o
mal (97.10).
NOTAS DE SALMOS 37º
37.1-40 NÃO TE INDIGNES. Este salmo não é uma oração, mas uma série de expressões ou instruções em forma de provérbios a respeito da sabedoria segundo Deus. Seu tema concerne a atitude do crente ante o aparente sucesso dos ímpios e das tribulações dos justos (Sl 49; 73). Ensina que os ímpios serão por fim abatidos e perderão tudo que conseguiram na terra, enquanto os justos, que permanecem leais a Deus, gozarão da sua presença, ajuda e direção na terra e herdarão a salvação e o céu. Segundo o NT, a herança do crente é o novo céu e... nova terra (ver Ap 21.1).
37.4 DELEITA-TE TAMBÉM NO SENHOR. Deleitar-se no Senhor é desejar e fruir a intimidade da sua presença e a veracidade e justiça da sua Palavra (cf. Jó 22.26; 27.10; Is 58.14). Àqueles que se deleitam no Senhor, Deus atende o desejo de seus corações.
(1) Deus atenderá o anseio do coração do crente, se tal desejo estiver de conformidade com a sua vontade (ver Jo 15.7 nota).
(2) Quando nos comprazemos em Deus e na sua vontade, o próprio Deus põe em nosso coração desejos que Ele se propõe a cumprir (Fp 2.13).
37.6 ELE FARÁ SOBRESSAIR A TUA JUSTIÇA COMO A LUZ. Os justos, aflitos pelos pecados do mundo, têm aqui as seguintes promessas:
(1) respostas às suas orações (vv. 4,5);
(2) vindicação dos seus justos padrões (v. 6); (3) uma herança celestial (vv. 9,11,34); (4) o auxílio potente do Senhor (vv. 17-19,39); (5) a direção, proteção e presença do Senhor (vv. 23-25,28); e (6) a salvação (v. 39).
37.7 ESPERA NELE. Este salmo revela como deve proceder o justo quando o ímpio
prospera, apesar da sua conduta perversa e imoral. Devemos perseverar firmemente
na fé enquanto esperamos que Deus faça justiça e nos desagrave
(cf. v. 1; 73; Pv 3.31; 23.17; 24.1; Jr 12). É possível ter paciência nas
aflições e sofrimentos com a ajuda do Espírito Santo (Gl 5.22; Rm 8.3,4; cf. Ef
4.1,2; Cl 1.11; 3.12), o qual nos dá a certeza de que em breve Deus nos
retribuirá e
castigará os ímpios (cf. Rm 8.28; Hb 12.1,2,5-13).
NOTAS DE SALMOS 38º
38.1-22 NÃO ME REPREENDAS. Este salmo é uma oração angustiada para Deus remover o castigo pessoal pelo pecado. Davi está plenamente convicto do desagrado de Deus sobre si (vv. 1,2). Seu corpo foi atingido por enfermidade e fraqueza (vv. 3-10), e ele sabe que seu sofrimento é resultado da insensatez do seu próprio pecado (vv. 3-5,18). Ele aceita o castigo, confessa o pecado e confia em Deus para lhe socorrer e livrar (vv. 18,21,22). Devem fazer esta oração todos que pecaram e estão sofrendo por causa do sentimento de culpa, remorso e julgamento divino.
38.3 NÃO HÁ COISA SÃ NA MINHA CARNE. O salmista ressalta duas conseqüências por cometer pecado grave, conhecendo o Senhor e sendo alvo da sua misericórdia.
(1)
A ira e o castigo divinos em relação ao pecado. O ensino
que Deus sempre perdoa o pecado e se esquece dele, sem nunca castigar o crente
arrependido, não é bíblico. O crente que peca e se concerta com Deus pode levar
algum tempo para desfrutar novamente da benevolência de Deus.
Mesmo já perdoado, pode haver conseqüências temporais para o crente durante
meses ou anos (ver 2 Sm 12.9-13 notas).
(2) Dor física e angústia mental. O pecado resulta em pesado ônus ao transgressor. Deus pode permitir uma grave enfermidade ou mesmo a morte, devido a iniqüidade cometida (vv. 3-10; cf. At 12.21-23; 1 Co 11.29,30).
38.21 NÃO TE ALONGUES DE MIM. Uma conseqüência terrível do pecado deliberado é a
perda da comunhão com Deus e da consciência da sua presença (cf. 22.19; 35.22;
71.12). Cometer pecado deliberado, depois de conhecer a
misericórdia de Deus e de termos em nós a presença do Espírito Santo, torna-se
em algo doloroso e amargo.
NOTAS DE SALMOS 39º
39.1-13 GUARDAREI OS MEUS CAMINHOS. Neste salmo continua o tema do Sl 38, pois o salmista ainda está sob severa disciplina divina. Ele sabe que da parte do Senhor provém o seu sofrimento: estou desfalecido pelo golpe da tua mão (v. 10). Ele anseia saber quanto tempo terá de vida e quanto tempo ainda terá de sofrer esse castigo direto da parte de Deus. Ora para que ele não morra afastado de Deus e da sua misericórdia (vv. 12,13).
39.4-6 FAZE-ME CONHECER... O MEU FIM. Davi ora para que o Senhor lhe ajude a
perceber quão curta é a duração da sua vida aqui (cf. v. 11; 62.9; 144.4; Jó
7.7). Esta deve ser uma solene preocupação nas orações de todos os
crentes. Deus reservou a cada um de nós um tempo muito breve aqui na terra, como
um -período probatório para averiguar nossa fidelidade a Ele, em meio a uma
geração perversa que se opõe a Deus e à sua Palavra. O crente pode viver
aqui, os dias da sua vida, preso às coisas deste mundo, pouco pensando no seu
verdadeiro lar, no céu, com Deus. Ou, pode viver como peregrino, rejeitando o
modo de viver dos ímpios, dedicado aos caminhos do Senhor, e dando
testemunho do evangelho de Cristo, para que outros possam ser salvos. Que cada
um de nós aprenda a contar os nossos dias (90.12) e a saber que somente aquilo
que se faz para Deus e para o próximo perdurará eternamente (ver Lc
12.20; Tg 4.14).
NOTAS DE SALMOS 40º
40.6 SACRIFÍCIO E OFERTA NÃO QUISESTE. O salmista estava cônscio de que os sacrifícios e os ritos simbólicos requeridos por Deus na sua lei eram insuficientes em si, e não substituíam a dedicação genuína e a sincera obediência a Ele (ver 1 Sm 15.22; Is 1.11-17; Je 7.22,23; Mq 6.6-8). Semelhantemente, os crentes do NT podem ser batizados em água, participar da Ceia do Senhor, da adoração, ou de cânticos de louvor, sem um coração realmente dedicado a Deus e aos mandamentos da sua Palavra. Nenhum ritual religioso pode substituir a obediência que é própria da fé (cf. Rm 1.5).
40.8 DELEITO-ME EM FAZER A TUA VONTADE, Ó DEUS MEU. Hebreus 10.5-10 cita os
versículos 6-8 deste salmo, da Septuaginta, e os aplica a Jesus Cristo. O
versículo 6 fala da insuficiência do velho concerto; o versículo 7
refere-se à vinda de Cristo ao mundo para efetuar a redenção (cf. Lc 24.27; Jo
5.46). Os versículos 8-10 ressaltam a sua obediência ao Pai Celestial e sua
pregação da justiça (cf. Fp 2.5-8). O lema de toda a vida de Jesus foi: Eis aqui
venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade (Hb 10.9). É mediante a obediência de
Cristo até à morte, que fomos santificados (Hb 10.10) para que a lei de Deus
fosse colocada em nosso coração (Hb 10.16). Logo, cada crente deve também
afirmar estas palavras de Cristo na sua própria vida: Eis aqui venho, para
fazer, ó Deus, a tua vontade .
40.8 A TUA LEI ESTÁ DENTRO DO MEU CORAÇÃO. A fé obediente que Deus requer é uma
fé que sinceramente se compraz em fazer a vontade de Deus e que manifesta o
alegre esforço de guardar a Palavra de Deus no coração (cf.
119.11; Jo 15.7).
NOTAS DE SALMOS 41º
41.1 BEM-AVENTURADO É AQUELE QUE ATENDE AO POBRE. Deus tem cuidado especial dos fracos e indefesos, e abençoa quem demonstra compaixão pelos necessitados. Os versículos 1-3 explanam o princípio: Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mt 5.7). Se tivermos compaixão de Deus pelos necessitados, poderemos orar com confiança para Deus nos livrar nas dificuldades (v. 1), guardar-nos do mal (v. 2), abençoar a nossa vida (v. 2), aniquilar o poder de Satanás e dos nossos inimigos (v. 2), e nos dispensar sua presença e cura quando estivermos enfermos (v. 3; cf. 72.2,4,12; Dt 15.7-11; Pv 29.14; Is 11.4; Jr 22.16; ver Mt 6.30 nota).
41.9 LEVANTOU CONTRA MIM O SEU CALCANHAR. Jesus citou este versículo e o aplicou
a Judas Iscariotes que, sendo um amigo de confiança, traiu o Salvador (Mt
26.14-16,20-25; Jo 13.18;
ver Lc 22.3 nota).
NOTAS DE SALMOS 42º
42 (Título) OS FILHOS DE CORÁ. Trata-se de uma família de levitas cantores
(cf. 2 Cr 20.19). Para o termo masquil, ver Sl 32, título, nota.
42.2 A MINHA ALMA TEM SEDE DE DEUS. Assim como a água é essencial à vida física,
assim também Deus e a sua presença são essenciais à satisfação e à normalidade
da vida. O verdadeiro crente terá fome e sede de Deus e da
sua graça, bênção e operação sobrenatural na sua vida. (1) Sem sede de Deus a
pessoa morre espiritualmente. Não devemos, pois, permitir que coisa alguma faça
diminuir nosso anelo pelas coisas de Deus. Acautele-se dos cuidados
deste mundo, da busca das coisas terrenas e dos prazeres que tiram a fome e sede
de Deus, e o desejo de buscar a sua face em oração (Mc 4.19). (2) Devemos orar
para que aumente o nosso anseio pela presença de Deus, que nosso
desejo pela plena manifestação do Espírito Santo cresça, e que se aprofunde a
nossa paixão pela plenitude do reino de Cristo e sua justiça, até clamarmos por
Ele de dia e de noite, com sede sincera, assim como o cervo brama pelas
correntes das águas em tempos de seca (v. 1;
ver Mt 5.6;
6.33 notas).
42.6 Ó MEU DEUS... A MINHA ALMA ESTÁ ABATIDA. Aqueles que têm sede de Deus e
anseiam por uma manifestação maior da sua presença podem vir a experimentar
certa demora. Mesmo assim, o crente fiel continuará tendo
sede de Deus e buscando a sua presença. O Senhor tem prometido que abençoará os
que têm fome e sede de justiça, os quais não se contentam com menos do que a
plenitude da bênção divina (Mt 5.6). Em meio ao silêncio de Deus,
devemos persistir em conhecê-lo e experimentar uma manifestação maior do
Espírito Santo (cf. Os 6.1-3; At 2.38,39; 4.11-13). Não devemos desanimar, mas,
sim, pôr nossa esperança em Deus e confiar no seu imutável amor (vv. 8-11).
NOTAS DE SALMOS 44º
44.9 MAS, AGORA, TU NOS REJEITASTE. O salmista crê que o povo de Deus está sofrendo e sob derrota porque Deus o abandonou (vv. 9-16). Contudo, está perplexo porque não vê pecados que motivem semelhante rejeição, pois permanecem fiéis a Deus e ao seu concerto (vv. 17-19). Tal situação exemplifica a experiência dos filhos de Deus que, mesmo retos e inculpáveis como Jó, não deixam de passar por grandes adversidades, por períodos difíceis de provação, e momentos em que a presença de Deus parece ter-se retirado. A resposta disso acha-se no versículo 22 (ver a nota seguinte).
44.22 SIM, POR AMOR DE TI, SOMOS MORTOS TODO DIA. O Espírito Santo revela que o
sofrimento vem ao povo de Deus por causa da sua fidelidade a Ele num mundo
hostil. O apóstolo Paulo cita este versículo em Rm 8.36, para
ensinar que todos que se identificam com Cristo e que não se conformam com o
mundo ímpio, enfrentarão aflições, perseguição e outros sofrimentos. Ao mesmo
tempo, o povo de Deus tem como certa a vitória em Jesus Cristo,
sabendo que sofrimento algum pode separá-lo do amor de Deus (ver Rm 8.17,36
notas).
NOTAS DE SALMOS 45º
45.6,7 O TEU TRONO, Ó DEUS, É ETERNO. Estes dois versículos têm em Jesus Cristo o seu pleno cumprimento. O autor de Hebreus aplica estes versículos à exaltação, preeminência, autoridade e caráter de Cristo (Hb 1.8). (1) O domínio de Cristo será para todo o sempre (Ap 1.6). O Rei Messiânico é chamado Deus no versículo 6 e é diferençado de teu Deus (i.e., o Pai) no versículo 7. Esta distinção harmoniza-se com o ensino do NT de que tanto Cristo quanto o Pai são Deus em plenitude. (2) Neste salmo, vemos a característica mais proeminente de Cristo em termos de amar e aborrecer. (a) Ele ama a justiça, pois ela caracteriza seu reino. Uma vez que sua alegria consiste no cumprimento da vontade do Pai (Hb 10.7), Ele ama sobremaneira a justiça em todas as suas manifestações (cf. Ef 5.26; Hb 13.12). (b) Tanto quanto Ele ama a justiça, assim também aborrece a iniqüidade. Ele deixou isto claro ao morrer na cruz para debelar o mal e salvar o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21). Enquanto Ele esteve na terra, defrontou-se com todas as formas de pecado: uma geração perversa (Mt 12.39), as forças satânicas da iniqüidade (Mc 1.34-39) e a hipocrisia entre o povo de Deus (Mt 23). No fim dos tempos, Ele voltará para estabelecer a justiça na terra (Ap 19 22). (3) Porque Jesus ama a justiça e aborrece a impiedade, Deus o estabeleceu, ao ungi-lo, sobre todos os demais. Esta unção refere-se à glória, bem-aventurança e autoridade que Deus lhe deu. O óleo de alegria relaciona-se diretamente com sua unção pelo Espírito Santo (ver Mt 3.16,17; Gl 5.22, 23; ver Hb 1.9 nota). (4) Semelhantemente, o derramamento abundante do Espírito Santo sobre o povo de Deus virá somente à medida que esse povo ame a justiça com o profundo amor de Cristo. Além disso, o direito de servirmos como líderes espirituais do povo de Deus terá por base um amor à justiça, como o de Cristo, e uma contínua resistência ao mal (1 Tm 3.1-7).
NOTAS DE SALMOS 46º
46.1,2 NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA. Embora todo crente, às vezes, passe por tempos de aridez espiritual (cf. Sl 44), isto não é normal. Deus quer estar perto do seu povo e prover-lhe ajuda e consolo. Este salmo evidencia fé e confiança em Deus, em ocasiões de instabilidade e insegurança. (1) Em Deus temos o poder e a capacidade de enfrentar as incertezas e lutas da vida. Refúgio fala de abrigo no perigo, mostrando que Deus é nossa real segurança nas tormentas da vida (ver Is 4.5,6). Fortaleza refere-se à força divina na peleja do crente contra seus inimigos (21.8; Ex 15.13) e inclui o poder de Deus que opera em nós (Cl 1.29) e nos capacita a vencer os obstáculos da vida. (2) Conclusão: Deus é socorro bem presente na angústia . Ele está ao alcance do seu povo e quer que busquemos seu socorro em qualquer momento de necessidade (Hb 4.16). Ele é suficiente em qualquer situação e nunca nos deixa só. Por isso, não precisamos temer.
46.4 HÁ UM RIO. O rio de Deus é o fluxo contínuo da sua graça, glória e poder no meio do povo salvo (cf. v. 11; Is 8.6; Ez 47.1; Ap 22.1). Esse rio puro, vivificador, flui de Deus Pai (Jr 2.13), de Deus Filho (Zc 13.1; Jo 4.14) e de Deus Espírito Santo (Jo 7.38,39). Flui do trono de Deus e vivifica constantemente os santos, tanto os da terra (Jo 4.13,14; 7.38), como os do céu (Ap 22.1). A bênção suprema desse rio é que ele traz Deus para o meio do seu povo (v. 5): O SENHOR dos Exércitos está conosco (vv. 7,11).
46.10 AQUIETAI-VOS. O hebraico aqui também admite a tradução soltem-se , i.e.,
larguem as coisas que impedem o crente de exaltar a Deus e de dar-lhe seu devido
lugar na vida.
NOTAS DE SALMOS 48º
48.1 NA CIDADE DO NOSSO DEUS. A cidade do nosso Deus e do grande Rei (v. 2) é
Jerusalém (Mt 5.35). Ela será estabelecida para sempre (v. 8). Aquilo que Deus
começou no AT, Ele completará na Nova Jerusalém no fim dos
tempos (Ap 21.10 22.5; ver o estudo
A CIDADE DE JERUSALÉM)
48.14 DEUS... SERÁ NOSSO GUIA ATÉ À MORTE. Deus tem dado a certeza que Ele será
o guia constante e fiel do crente durante toda sua vida, no momento da sua
morte, e daí até o eterno lar, onde estaremos com Ele para sempre
(Jo 14.1-3; 1 Ts 4.17; Ap 21.3;
ver Fp 1.21 nota; ver o estudo
A MORTE)
NOTAS DE SALMOS 49º
49.1-20 OUVI. Este salmo ressalta tanto a futilidade de confiar nas riquezas,
como a condição transitória de tudo o que há na terra. O salmista declara que a
pessoa cujos valores da vida consistem na abundância de bens ou nos
prazeres ou fama deste mundo (Mt 6.19-21; Lc 12.15), ao invés de buscar a Deus e
ao seu reino, perecerá (vv. 12-14,16,17); por outro lado, os que vivem para Deus
serão libertos do poder da sepultura (Seol) (v. 15; ver o estudo
RIQUEZA
E POBREZA)
NOTAS DE SALMOS 50º
50.15 INVOCA-ME NO DIA DA ANGÚSTIA. O Senhor chama todos os fiéis para que sempre o busquem em tempos de necessidade e lutas. Deus deseja atender nossas orações, ajudar-nos, e ter seu nome conhecido como um Deus que livra o seu povo.
50.16-23 QUE TENS TU QUE... TOMAR O MEU CONCERTO NA TUA BOCA? O Senhor faz uma severa advertência aos iníquos hipócritas entre o seu povo e ameaça fazer em pedaços (v. 22) os que fingem devoção, que reivindicam a salvação segundo o concerto e as bênçãos da sua Palavra, mas que ao mesmo tempo ignoram seus justos mandamentos e se conformam com a impiedade de uma sociedade perversa. No fim, não terão livramento (v. 22); e ainda receberão maior condenação (Mt 23.14; ver 1 Co 11.27 nota).
NOTAS DE SALMOS 51º
51.1-19 TEM MISERICÓRDIA DE MIM. Todos que pecaram gravemente e que estão opressos por sentimento de culpa podem obter o perdão, a purificação do pecado e a restauração diante de Deus, se o buscarem conforme a natureza e a mensagem deste salmo. A súplica de Davi, por perdão e restauração, baseia-se na graça, misericórdia, benignidade e compaixão de Deus (v. 1), num coração verdadeiramente quebrantado e arrependido (v. 17) e, em sentido pleno, na morte vicária de Cristo pelos nossos pecados ( 1 Jo 2.1,2).51 (Título) SALMO DE DAVI. Conforme se lê no título, este salmo de confissão é atribuído a Davi, alusivo ao momento em que o profeta Natã revelou seus pecados de adultério e de homicídio (cf. 2 Sm 12.1-13). (1) Note-se que este salmo foi escrito por um crente que voluntariamente pecou contra Deus e de modo tão grave que foi privado da comunhão e da presença de Deus (cf. v. 11). (2) Provavelmente, Davi escreveu este salmo já arrependido, após Natã declarar-lhe o perdão divino (2 Sm 12.13). Davi roga contritamente a plena restauração da sua salvação, a pureza, a presença de Deus, a vitalidade espiritual e a alegria (vv. 7-13).
51.3 O MEU PECADO ESTÁ SEMPRE DIANTE DE MIM. Às vezes, a certeza do perdão e restauração da bênção divina não ocorrem facilmente. A pessoa que antes desfrutava a alegria da salvação e desce às profundezas da imoralidade poderá passar por um período prolongado de arrependimento e de conflitos interiores antes de receber a certeza do perdão e a plena restauração ao favor de Deus. A experiência de Davi revela quão terrível é ofender a um Deus santo depois de alguém ter sido tão ricamente abençoado por Ele.
51.4 CONTRA TI... PEQUEI. Davi não diz que seu pecado foi cometido contra outras pessoas mas, sim, que antes de tudo ele foi cometido contra Deus e a sua Palavra (2 Sm 12.9,10).
51.5 EIS QUE EM INIQÜIDADE FUI FORMADO. Davi reconhece que desde a sua infância possui uma propensão natural para o pecado. Noutras palavras, ele reconhece que sua própria natureza é pecaminosa. Toda pessoa, desde o nascimento, tem uma propensão egoísta para satisfazer seus próprios desejos, fazendo o que lhe apraz, mesmo que isso prejudique e cause sofrimento ao próximo (ver Rm 5.12 nota). Tal inclinação só pode ser expurgada da nossa vida através da redenção em Cristo e habitação do Espírito Santo em nós (ver o estudo A REGENERAÇÃO)
51.10 CRIA EM MIM, Ó DEUS, UM CORAÇÃO PURO. Todos os crentes precisam que o Espírito Santo crie neles um coração puro que aborreça a iniqüidade, e um espírito renovado e disposto a fazer a vontade de Deus. Somente Deus pode nos fazer novas criaturas e nos restaurar à verdadeira santidade (Jo 3.3; 2 Co 5.17; ver o estudo A REGENERAÇÃO)
51.11 NÃO RETIRES DE MIM O TEU ESPÍRITO SANTO. Davi sabe que se Deus abolir da sua vida a obra do Espírito Santo, que convence e repreende o pecador face aos seus pecados, não haverá qualquer esperança de salvação (ver Jo 16.8 nota).
51.12 TORNA A DAR-ME A ALEGRIA DA TUA SALVAÇÃO. O Senhor restaurou a Davi a alegria da salvação, mas observe-se o seguinte a respeito da sua vida: (1) As Escrituras ensinam claramente que ceifaremos aquilo que semearmos: se semearmos no Espírito, do Espírito ceifaremos a vida eterna; se semearmos na carne, da carne ceifaremos a corrupção (Gl 6.7,8). Davi, em virtude do seu pecado, sofreu conseqüências até o fim, na sua própria vida, na sua família e no seu reino (2 Sm 12.1-14). (2) As terríveis conseqüências do pecado de Davi, mesmo depois da sua sincera confissão e arrependimento, devem suscitar em todos os filhos de Deus um santo temor de pecar deliberadamente em aberta rebelião contra a redenção provida para eles em Jesus Cristo (ver 2 Sm 12 nota).
51.17 UM CORAÇÃO QUEBRANTADO E CONTRITO. Deus não rejeitará um coração
quebrantado e contrito, cheio de tristeza por causa da sua iniqüidade. Quando
nosso egoísmo e orgulho são vencidos e humilhados, chamamos a
Deus, e por sua graça e perdão, com certeza seremos aceitos por Ele (cf. Is
57.15; Lc 18.10-14).
NOTAS DE SALMOS 53º
53.1-6 O NÉSCIO. Este salmo é quase idêntico ao Sl 14 (ver 14.1-7 nota).
NOTAS DE SALMOS 54º
54.4 DEUS É O MEU AJUDADOR. Este salmo é uma oração apropriada para o crente
ante perigo ou tragédia iminente. O salmista clama por socorro, certo de que
Deus o atenderá com seu poder de salvar, livrar e curar. Hoje, o Senhor
envia o Espírito Santo para ser nosso ajudador na terra e o sustentáculo da
nossa alma (ver Jo 14.16 nota).
NOTAS DE SALMOS 55º
55.4 O MEU CORAÇÃO ESTÁ DORIDO DENTRO DE MIM. Talvez Davi tenha escrito este
salmo logo após ser traído por seu filho Absalão, que deste modo tentou usurpar
o trono. A rebelião de Absalão foi uma das muitas terríveis
conseqüências do pecado de Davi com Bate-Seba que ele teve que suportar (ver 2
Sm 12.11,12 nota).
55.6 AH! QUEM ME DERA ASAS COMO DE POMBA! VOARIA. Quando oprimidos pelos maus,
ou por inimigos espirituais, ou quando as preocupações da vida nos causam medo,
angústia, ou ansiedade opressiva (vv. 2-5), nós, muitas
vezes, gostaríamos de fugir desses males daqui e, assim, obter descanso e alívio
(cf. Jr 9.2). Na maioria dos casos, porém, não nos é possível fugir de tais
situações. A verdadeira solução está somente no refúgio em Deus. Podemos
então fazer como fazia o salmista invocar a Deus de tarde, de manhã e ao
meio-dia (vv. 16-18), e lançar nosso fardo sobre o Senhor, confiando nEle para
nos suster (v. 22; ver nota seguinte).
55.22 LANÇA O TEU CUIDADO SOBRE O SENHOR. Quando, sob provações, que de tão
pesadas não podemos suportar, Deus nos convida a lançar sobre Ele nossos fardos
e cuidados. Ele, então, conduz o peso juntamente conosco
e nos sustém em todas as situações. Temos esse convite repetido pelo Espírito
Santo ao longo da história da salvação. Jesus fez esse convite em Mt 11.28-30. O
apóstolo Pedro afirmou que os crentes devem humilhar-se diante de
Deus, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós
(1 Pe 5.7). E o apóstolo Paulo nos exortou a levar todas as nossas ansiedades a
Deus em oração, com a promessa de que, assim, a paz de Deus
guardará nossos corações e mentes (ver Fp 4.7 nota).
NOTAS DE SALMOS 56º
56.4 LOUVAREI A SUA PALAVRA. Em tempos de incerteza e dificuldades, devemos louvar a Deus pelos seus justos mandamentos, suas promessas e por toda palavra que Ele enuncia através da Bíblia (ver Sl 119). À medida que confiarmos em Deus e na sua Palavra escrita, a fé substitui o medo (vv. 4,11), e Deus torna-se nosso ajudador e libertador (v. 13). Lembre-se da verdade: Deus está comigo (v. 9; ver a nota seguinte; cf. Rm 8.31).
56.8 PÕE AS MINHAS LÁGRIMAS NO TEU ODRE... NO TEU LIVRO. Deus vê, conhece e
registra por escrito todos os nossos problemas, aflições e sofrimentos (cf.
139.16; Mt 6.25-32). (1) Cada lágrima derramada por um crente fiel é
altamente estimada por Deus, e eternamente preservada na sua memória. Ele assim
faz para consolar e recompensar o crente, de conformidade com seu sofrimento na
terra. Cada provação em que formos fiéis a Deus, trará uma
abundante ceifa de alegria e de glória quando estivermos com Ele no céu (ver Rm
8.17 nota;
1 Pe 4.14 nota). (2) Portanto, quando em aflição, preocupação, ou
pesadas lutas, nunca devemos esquecer que Deus nos olha com amor em
todas essas experiências desagradáveis, doenças, noites sem poder dormir,
problemas financeiros, ou no trabalho.
NOTAS DE SALMOS 57º
57.1 À SOMBRA DAS TUAS ASAS. A sombra das asas de Deus representa seu amor,
proteção, força e misericordiosa presença. O fiel se refugia sob essas asas
quando se chega a Deus em oração e na dependência dEle pela fé (ver
17.8; 36.7; 91.4). Sob suas asas estamos protegidos contra tudo o que for
contrário ao propósito divino para a nossa vida (v. 2; ver 17.8 nota).
NOTAS DE SALMOS 58º
58.10 O JUSTO SE ALEGRARÁ QUANDO VIR A VINGANÇA. Este versículo expressa a
alegria e o contentamento do povo de Deus quando o mal é vencido e eliminado.
Semelhantemente, os crentes do NT devem desejar com oração
a aniquilação definitiva de todo o mal e o estabelecimento do reino de Deus no
novo céu e na nova terra (Ap 6.9,10; 11.15-17; 18.20; 19.1-4,13-18; 21.1-7).
NOTAS DE SALMOS 59º
59.13 CONSOME-OS NA TUA INDIGNAÇÃO. Ver 35.1-28, nota sobre a oração para que Deus julgue os inimigos do seu povo
NOTAS DE SALMOS 60º
60.1-12 Ó DEUS, TU NOS REJEITASTE... TU TENS ESTADO INDIGNADO. Davi confessa
que o povo de Deus sofreu derrota na batalha porque Deus não os ajudou, nem os
protegeu, visto que eles o deixaram e não quiseram fazer a
sua vontade. Nessa situação trágica, a solução para Israel era buscar a Deus com
arrependimento e oração, renovar seu temor por Ele e dedicar-se à verdade (v.
4). Da mesma maneira, nós, do novo concerto, teremos derrota espiritual
em nossas igrejas, famílias e individualmente, se pecarmos contra o Espírito de
Deus e vivermos em parceria com a sociedade ímpia ao nosso redor, com soberba,
longe dos princípios bíblicos da verdade e santidade (ver o estudo
A
MENSAGEM DE CRISTO ÀS SETE IGREJAS)
NOTAS DE SALMOS 61º
61.4 ABRIGAR-ME-EI NO OCULTO DAS TUAS ASAS.
Ver 35.1-28 nota; 57.1 nota.
NOTAS DE SALMOS 62º
62.1 DELE VEM A MINHA SALVAÇÃO. Este salmo expõe um princípio que todo crente
deve adotar. Em tempos difíceis, de aflição, ou oposição da parte dos inimigos,
devemos voltar-nos para Deus como nosso verdadeiro refúgio e
libertador. Todo aquele que confia em Deus deverá dizer: (1) Não permitirei que
nenhuma aflição, crise, ou sofrimento abale a minha confiança em Deus (vv. 2,6).
Não somente dEle vem o meu livramento (v. 1), mas Ele mesmo é a minha
salvação e a minha fortaleza (vv. 6,7). (2) Nos tempos de preocupação ou
ameaças, eu lhe entregarei os meus cuidados e, em fervente oração, lhe falarei
tudo o que há no meu coração (ver Fp 4.6 nota). (3) Esperarei no Senhor para que
Ele aja em meu favor, seguro de que Ele responderá com misericórdia e compaixão,
tendo em vista os meus apertos (vv. 11,12).
NOTAS DE SALMOS 63º
63.1-11 Ó DEUS... DE MADRUGADA TE BUSCAREI. Todo crente deve orar como Davi orou neste salmo, o qual (1) descreve o profundo anseio por Deus que o crente sente no seu coração, anseio este que só encontra satisfação numa íntima comunhão com Ele (ver Sl 42 notas); (2) leva-nos a conhecer a Deus e a testar a nós mesmos, perguntando: Tenho de fato profunda sede de Deus e da sua presença na minha vida? Ou vivo mais ocupado com as coisas seculares e passatempos mundanos, enquanto que a oração, a leitura da Bíblia e a profunda fome e sede de Deus e da sua justiça têm pouco lugar ou interesse na minha vida? (ver Mt 5.6 nota; 6.33 nota)
63.2 PARA VER A TUA FORTALEZA E A TUA GLÓRIA... NO SANTUÁRIO. O crente não
somente deve buscar com zelo a presença de Deus em sua vida pessoal, mas também
anelar que o seu Espírito, o seu poder e a sua glória se
manifestem na sua Casa. Devemos orar para que Deus demonstre o seu poder contra
o domínio satânico, a opressão demoníaca (Mt 12.28; Mc 1.34,39), o pecado (Rm 6)
e as doenças e enfermidades (Mt 4.23; 9.35; At 4.30; 8.7).
Devemos, com fervor, orar para que o evangelho convença e salve os pecadores (Jo
16.8-11; At 4.33), santifique-os (Jo 17.17) e os conduza à plenitude do Espírito
(At 1.8; 2.4; ver o estudo
O REINO DE DEUS)
63.6 QUANDO ME LEMBRAR DE TI... E MEDITAR EM TI. Juntamente com a oração e a
leitura da Palavra de Deus, devemos procurar concentrar nossos pensamentos nEle,
de dia e de noite. Lembrar de Deus não nos deve ser algo
casual, mas uma prática constante, a saber: pensar no céu e louvar a Deus, ante
a sua presença e seu senhorio, tendo comunhão com Ele. Nada seria melhor do que
se nosso primeiro pensamento da manhã e o último da noite fossem
a respeito da sua graça, caráter, amor e plano para nossa vida. E, quando não
pudermos dormir de noite, devemos então dirigir nossa mente e coração a Deus.
NOTAS DE SALMOS 64º
64.1-10 LIVRA A MINHA VIDA DO HORROR DO INIMIGO. O salmista ora a Deus,
rogando proteção das tramas e trapaças dos seus inimigos. Podemos aplicar essa
oração às lutas espirituais do crente contra Satanás. Devemos orar
para que Deus nos proteja do Maligno e daqueles que ele usa contra nós (ver Mt
6.13 nota). Nessas lutas, podemos confiar que Deus luta por nós para nos salvar
(vv. 7-10; ver o estudo
PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS)
NOTAS DE SALMOS 65º
65.4 BEM-AVENTURADO AQUELE A QUEM TU... FAZES CHEGAR A TI. Nossa maior
alegria é estar perto de Deus e desfrutar da comunhão com Ele. Isso é agora
possível para todos os crentes, mediante o sacrifício de Jesus Cristo
(Hb 10.10-22) e a presença do Espírito Santo habitando em nós (Ef 5.18). A
Bíblia nos exorta a continuamente nos aproximarmos de Deus, a fim de que
recebamos sua misericórdia e fortaleza para nos assistir nas necessidades (Hb
4.16; 7.25). A maior vergonha do crente seria não dar o devido valor a esse
privilégio da comunhão com Deus, tendo-o por indigno do nosso constante esforço
(cf. Hb 10.36-39).
NOTAS DE SALMOS 66º
66.5 VINDE E VEDE AS OBRAS DE DEUS. A operação do Espírito Santo deve ser de tal maneira numa congregação de crentes, que eles possam glorificar a Deus e dizer aos outros: Vinde e vede as obras de Deus (ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE). Somente uma plena demonstração do poder de Deus entre o seu povo convencerá os perdidos da veracidade do evangelho de Cristo (ver o estudo SINAIS DOS CRENTES). Esses crentes devem ainda testemunhar pessoalmente ao próximo e falar do cuidado constante de Deus em suas vidas (v. 16)
66.18 SE EU ATENDER À INIQÜIDADE... O SENHOR NÃO ME OUVIRÁ. Aqueles que têm
prazer na iniqüidade não têm esperança de resposta às suas orações quando
invocam a Deus. Ele quer que nos apartemos do pecado; só,
então, é que Ele nos atenderá assim como um Pai atende um filho (2 Co 6.14-18;
ver Tg 4.3 nota;
1 Jo 3.22 nota; ver o estudo
A ORAÇÃO EFICAZ)
NOTAS DE SALMOS 67º
67.1,2 DEUS... NOS ABENÇOE... PARA QUE SE CONHEÇA NA TERRA O TEU CAMINHO.
Este salmo fala do plano de Deus para seu povo quando no princípio Ele chamou
Abraão (ver Gn 12.1-3; cf. Nm 6.24). (1) Deus escolheu esse
homem para que, através da sua descendência, Ele se tornasse conhecido das
nações da terra. Seu propósito era que Israel recebendo e desfrutando a sua
graça e bênçãos, levasse as nações pagãs a reconhecerem isso, para
também adorarem-no e aceitarem seus caminhos de verdade e retidão. (2) Os
crentes do NT devem orar para que Deus os abençoe e às suas famílias, mediante
sua presença, amor, graça, direção, salvação, cura divina e plenitude do
Espírito, a fim de que os perdidos busquem a verdade e a salvação em Cristo (Mt
5.14-16). (3) A chave do evangelismo eficaz e da obra missionária é a bênção de
Deus ricamente derramada sobre seu povo (vv. 2,7). Essa bênção é
descrita no NT como o Espírito Santo prometido (Gl 3.14), enviado pelo Pai ao
nosso coração (Gl 4.6). Por meio do Espírito habitando em nós, a proclamação do
evangelho às nações alcançará seus resultados desejados (cf. At 1.8).
NOTAS DE SALMOS 68º
68.1-35 LEVANTE-SE DEUS. Este salmo, que exalta o governo soberano de Deus sobre seu povo Israel, seu cuidado com esse povo e sua vitória sobre seus inimigos, pode prenunciar (1) a destruição por Cristo do mal e do maligno no fim da presente era; e (2) o triunfo de todos os crentes em Cristo, quando se regozijarem eternamente na presença de Deus (Ap 19-21).
68.5 PAI DE ÓRFÃOS. Tanto o AT como o NT acentuam o fato de Deus como pai do cristão. Deus se compraz em proteger os fracos, os desvalidos, os injustiçados e os solitários entre o seu povo. Se o crente se encontra sozinho neste mundo, ele pode orar pedindo que Deus o ponha sob seu cuidado e proteção especiais (ver Lc 7.13 nota).
68.18 TU SUBISTE AO ALTO. Este versículo descreve a marcha triunfal de Deus na história de Israel, culminando com o estabelecimento do seu governo em Jerusalém. Isso também prefigura a ascensão de Cristo para o céu, onde reina como cabeça da igreja, e para conduzir muita gente ao reino de Deus (ver Ef 4.8).
68.19 QUE DE DIA EM DIA NOS CUMULA DE BENEFÍCIOS. Este versículo também pode ser
traduzido: que de dia em dia carrega nossos fardos (55.22 nota).
NOTAS DE SALMOS 69º
69.1-36 LIVRA-ME. Este salmo, juntamente com o Sl 22, é um dos mais citados no NT, como se segue: v. 4 Jo 15.25; v. 9 Jo 2.17; Rm 15.3; vv. 22,23; Rm 11.9,10; v. 25 At 1.20. (1) O autor descreve uma pessoa que se acha no pior desespero, sofrendo muito em todos sentidos imagináveis por causa da sua fidelidade a Deus e aos seus retos caminhos (vv. 7-12). Quer adorar a Deus como Ele determinou (vv. 9-12). (2) Alguns dos trechos deste salmo prefiguram os sofrimentos de Jesus. Porém, a confissão do versículo 5 e as maldições dos versículos 22-28, nada têm a ver com Cristo.
69.1-4 LIVRA-ME, Ó DEUS. Esta expressão dos terríveis sofrimentos de um justo também retrata a dor do Salvador ao sofrer perseguição pelos ímpios, i.e., a agonia da cruz. Do mesmo modo, um crente, em grande aflição e sem nenhum escape, pode clamar a Deus, confiante que, assim como Ele pôs fim a todos os sofrimentos de Cristo, Ele também livrará todos os seus, no tempo determinado por Ele.
69.9 O ZELO DA TUA CASA ME DEVOROU. O salmista sofre rejeição, vergonha e isolamento por causa do seu justo zelo pela casa de Deus e pela sua obra (vv. 6-9). Ele fala contra o pecado e clama por avivamento espiritual, santificação e renovação do povo de Deus. Por isso, ele sofre às mãos dos acomodados ao status quo espiritual de então (vv. 9-11).
69.22-28 TORNE-SE A SUA MESA DIANTE DELE EM LAÇO. O salmista pede castigo para
os que se opõem a Deus e infligem sofrimento aos justos. Paulo aplicou estes
versículos aos judeus que continuavam rejeitando a Cristo e à
sua salvação (Rm 11.9,10).
NOTAS DE SALMOS 71º
71.1-24 EM TI, SENHOR, CONFIO. Este salmo contém a oração de uma pessoa idosa (v. 9), que enfrenta dificuldades e que precisa da ajuda de Deus para livrá-la dos seus inimigos e aflições (vv. 1,2,18). Tem andado nos caminhos de Deus desde a mocidade (vv. 5,6,17) e teve grandes problemas na vida (v. 20), porém manteve sua fé e confiança em Deus. Sua decisão é firme, quanto a viver o restante da sua vida confiando em Deus para lhe conceder poder e bondade.
71.9 NO TEMPO DA VELHICE. Quando as forças físicas começarem a falhar e os males do envelhecimento se tornarem evidentes, devemos recordar a providência de Deus nos dias passados, nEle confiar como nosso Protetor, Ajudador e Sustentador no ocaso da nossa vida. E, na hora da morte, quando cessam as forças físicas, devemos saber que Ele não nos abandonará, mas estará perto (vv. 12,18), quando então nos conduzirá pelos santos anjos, à sua presença celestial (Lc 16.22).
71.18 ATÉ QUE TENHA ANUNCIADO... O TEU PODER A TODOS OS VINDOUROS. A esperança e
o propósito da vida do salvo devem ser viver para Deus, na plenitude do seu
Espírito, de modo que seu poder e sua bondade sejam
claramente manifestos em nossa vida. Dessa maneira, a geração seguinte será
despertada a buscar com sinceridade o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33;
cf. At 1.8; 4.30-33; 11.24).
NOTAS DE SALMOS 72º
72.1-19 Ó DEUS. Segundo o título, este salmo é uma oração de Salomão como rei
de Israel, para que o seu reino seja conhecido pela justiça, retidão, paz,
destruição do mal e livramento dos oprimidos e necessitados. Vaticina,
também, o reino de Jesus Cristo sobre o mundo (ver Ap 20-22), uma vez que vários
versículos do salmo somente nEle encontram plena aplicação (vv. 8,11,17; cf. Is
11.1-5; 60 62). Esta oração assemelha-se a do NT: Venha o teu Reino.
Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu (Mt 6.10). Este tipo de
oração deve brotar de todos que desejam ver Cristo dominando como rei e sua
justiça estabelecida sobre a terra (ver Ap 21.1 nota).
NOTAS DE SALMOS 73º
73.1-28 BOM É DEUS PARA COM ISRAEL. Este salmo trata de um problema inquietante: embora Deus seja soberano e justo, os ímpios geralmente prosperam (vv. 3-12), enquanto quem serve a Deus parece sofrer mais (vv. 13,14). O salmista, um fiel servo de Deus (vv. 1,13), ficou desanimado ao comparar as suas aflições com a evidente prosperidade e felicidade de muitos ímpios (vv. 2,3). Porém, Deus restaura a confiança do salmista nEle e nos seus caminhos, ao revelar o fim trágico dos ímpios e a verdadeira bênção dos justos (vv. 16-28).
73.17 ENTENDI EU O FIM DELES. Deus revela ao salmista o destino final dos ímpios. (1) Isso coloca seu problema na perspectiva tanto da eternidade (vv. 17-20) como da suprema bem-aventurança do crente (vv. 25-28). No final, todos os justos serão felizes e vitoriosos com Deus, ao passo que os ímpios perecerão. (2) Levando em conta a breve duração da nossa vida, se avaliarmos as coisas daqui, tão-somente da nossa perspectiva limitada, terrena e humana, é bem possível ficarmos desanimados e frustrados. Precisamos ter a Palavra revelada de Deus e seu Espírito Santo, para completarmos a jornada da vida com fé e confiança na bondade e justiça de Deus.
73.23-28 TODAVIA, ESTOU DE CONTÍNUO CONTIGO. Esta atitude do salmista leva ao
triunfo da fé. Nesta vida, com tantos problemas, nosso supremo bem é a comunhão
íntima com Deus (v. 28). Não importa que o ímpio prospere;
nossa riqueza, tesouro e vida é o próprio Deus sempre conosco, guiando-nos por
sua Palavra e seu Espírito, sustentando-nos pelo seu poder (vv. 23,24) e depois
nos recebendo na glória celestial (v. 24). Como o apóstolo Paulo, nosso
lema, face aos cuidados da vida, deve ser: Porque para mim o viver é Cristo, e o
morrer é ganho (Fp 1.21).
NOTAS DE SALMOS 74º
74.1-23 Ó DEUS, POR QUE...? O salmista ora para que o castigo divino não dure
toda a vida. Esta oração é uma advertência mostrando que a paciência de Deus não
tolerará indefinidamente o pecado; mais cedo ou mais tarde, a
tristeza e a calamidade virão.
NOTAS DE SALMOS 75º
75.8 NA MÃO DO SENHOR HÁ UM CÁLICE. O quadro de Deus dando aos ímpios uma
bebida inebriante, as Escrituras emprega como símbolo da sua ira e castigo. O
Salmo 60.3 declara: Fizeste-nos beber o vinho da perturbação , i.e.,
o vinho que nos faz cambalear (cf. Is 51.17,22; Jr 51.7; Ap 14.10).
NOTAS DE SALMOS 76º
76.10 A CÓLERA DO HOMEM REDUNDARÁ EM TEU LOUVOR. A ira do ímpio pode ensejar
a ocasião para Deus livrar os seus e realizar grandes coisas a favor deles;
e.g., a ira de Faraó contra Israel deparou a oportunidade para Deus
demonstrar seu poder miraculoso, libertando-os do Egito (Ex 5.12).
NOTAS DE SALMOS 77º
77.1-20 CLAMEI A DEUS. Este salmo retrata uma pessoa em grande aflição,
clamando a Deus, mas que não vê qualquer indício de que Deus vai lhe atender
(vv. 7-9). O crente fiel, às vezes, vive uma situação idêntica. Nesse caso, ele
deve fazer como o salmista: continuar a clamar a Deus de dia e de noite (vv.
1,2), ao mesmo tempo lembrando das obras do Senhor no passado, demonstrando o
seu amor. Na plenitude da revelação de Deus através do seu Filho, temos
a garantia de que: Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o
entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? (Rm
8.32).
NOTAS DE SALMOS 78º
78.1 ESCUTAI A MINHA LEI, POVO MEU. Este salmo foi escrito para relembrar aos israelitas por que lhes sobrevieram tantos julgamentos divinos devastadores durante sua história. (1) O cântico admoesta-os a aprenderem com as falhas espirituais dos seus antepassados e a se esforçarem com zelo para não se tornarem incrédulos e infiéis como eles. (2) O povo de Deus, de hoje, deve meditar neste salmo com toda atenção, porque muitas igrejas e denominações já perderam a presença e o poder de Deus por causa da sua incredulidade e desobediência à Palavra de Deus. Essas igrejas desviaram-se pouco a pouco, retornando para os seus próprios caminhos (cf. Is 53.6), porque deixaram de pôr em prática os padrões da Bíblia e seus exemplos.
78.5 QUE A FIZESSEM CONHECER A SEUS FILHOS. Ensinar aos nossos filhos os divinos princípios e preceitos da Palavra de Deus não é uma opção; é um mandamento que Ele entregou ao seu povo. Aquilo que Deus ordena, Ele dá graça para cumprirmos (ver Dt 6.7 nota; ver o estudo PAIS E FILHOS)
78.8 E NÃO FOSSEM COMO SEUS PAIS. Deus, aqui, exorta o seu povo (cf. v.1) a não
seguir as pisadas infiéis dos seus antepassados espirituais. Aplicando essa
verdade aos tempos do NT, as igrejas fiéis de hoje devem se acautelar
para não seguirem os padrões de outras igrejas, denominações, ou comunidades
eclesiásticas que esfriaram na fé e que se afastaram do cristianismo bíblico.
Alguns dos erros que levam uma igreja à ruína espiritual são: (1) os líderes
não discernirem e não advertirem os membros que começam a imitar costumes
antibíblicos de igrejas que antes eram fiéis a Deus; (2) a igreja deixar de ter
como sua fonte única de vida, verdade e orientação a revelação
neotestamentária de Cristo e seus apóstolos (ver Ef 2.20 nota); (3) os
dirigentes deixarem de ensinar na igreja sobre a pureza da verdade, da doutrina
e dos assuntos de moral (ver o estudo
OS PASTORES E SEUS DEVERES); (4) não
haver preocupação aflitiva na igreja, quando ela afasta-se cada vez mais do
modelo do NT; (5) a igreja deixar de manter uma íntima devoção a Cristo e uma
vida intensa de intercessão como centro do viver diário; (Ap 2.4); (6)
tolerância do
pecado, em líderes, mestres, ou membros comuns da igreja; pecados esses que, no
passado, eram tratados com rigor (Ap 2.14,15,20); (7) substituição da real
espiritualidade, i.e., pureza, retidão, sabedoria espiritual, amor e poder do
Espírito, manifesto entre os membros da igreja, por falso progresso,
estatísticas e riqueza (ver o estudo A MENSAGEM DE CRISTO ÀS SETE IGREJAS)
78.11 E ESQUECERAM-SE DAS SUAS OBRAS E DAS MARAVILHAS. Israel fracassou espiritualmente, pelo menos em parte, porque eles se esqueceram dos feitos e milagres que Deus operara entre seus patriarcas. Também, não devemos esquecer-nos das obras e milagres que Deus realizou nos crentes e através deles na igreja. O Espírito Santo quer realizar, hoje, os mesmos sinais, maravilhas e milagres que Ele realizou nos dias passados, de modo que a mensagem da redenção possa, por meio dos crentes, fluir das nossas vidas e igrejas, com o mesmo poder e eficácia (ver At 1.8 nota; ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO)
78.37 SEU CORAÇÃO NÃO ERA RETO... NEM FORAM FIÉIS AO SEU CONCERTO. Os israelitas deixaram de dispor seu coração para obedecerem a Deus, de modo fiel e total por toda a vida. É essencial, no correto relacionamento do crente com Deus, a resolução inabalável de permanecer fiel a Ele e à sua Palavra até o dia da nossa plena redenção.
78.38 MAS ELE, QUE É MISERICORDIOSO, PERDOOU. A paciência e a misericórdia de Deus estão claramente revelados neste salmo. Repetidas vezes, o seu povo rebelou-se com infidelidade, porém Deus refreou a sua ira. Deus nunca abandonará seus filhos simplesmente porque não conseguem agradá-lo com perfeição. Por outro lado, ninguém deve abusar da longanimidade e do perdão divinos, levado por consciente desobediência e rebelião. Se um crente continuamente entristece a Deus com o seu pecado, Deus por fim julgará tal pessoa com ira, como fez com Israel (cf. Hb 3.7-19).
NOTAS DE SALMOS 79º
79.1-13 AS NAÇÕES ENTRARAM NA TUA HERANÇA. O salmista intercede aqui diante
de Deus para perdoar Israel por sua apostasia (vv. 8,9) e para castigar as
nações que destruíram Jerusalém e o templo de Deus (vv. 6,7; Jerusalém
foi destruída pelos babilônios em 586 a.C.). Reconhece que as nações pagãs foram
instrumentos da ira de Deus (v. 5), porém, suas maldades foram cometidas contra
Israel por ódio a Deus e ao seu povo escolhido (vv. 1-7; cf. Is 10.5-11;
47.6,7). A motivação do salmista está na glorificação do nome de Deus e na
promoção do seu nome entre as nações incrédulas (vv. 9-13).
NOTAS DE SALMOS 80º
80.1-19 Ó PASTOR DE ISRAEL, DÁ OUVIDOS. Neste salmo intercessório, o salmista
clama pelo avivamento do povo de Deus e seu retorno ao estado de plena bênção e
favor de Deus. (1) O salmo trata de um povo fora da proteção
divina e, portanto, à mercê dos ataques de fora (vv. 12,13). Povo que come o pão
de lágrimas e sofre escárnio (vv. 5,6). Com grande humildade, o salmista
intercede repetidas vezes para que Deus novamente demonstre sua benevolência
e faça resplandecer o seu rosto sobre o remanescente que invoca o seu nome (vv.
1,3,7,14,15,19). (2) Os sentimentos que este salmo exprime retratam a crítica
situação do povo de Deus, bem como suas orações precedendo um
grande avivamento. (3) Este salmo fala, individual e coletivamente, a todos os
crentes que não desfrutam da plenitude de vida, poder e retidão da parte de
Deus, conforme as promessas da sua Palavra. É nosso dever orar para que Deus
nos avive e renove pelo seu poder e graça.
NOTAS DE SALMOS 82º
82.6 EU DISSE: VÓS SOIS DEUSES. O termo deuses nesta passagem (hb. elohim),
sem dúvida refere-se a autoridades e juízes humanos de Israel, como
representantes de Deus na administração da justiça, proteção dos fracos e no
livramento dos opressores. O termo aqui jamais significa que meros seres humanos
são deuses em potencial, mas que podem vir a ser representantes de Deus, com
poder e autoridade para exercer julgamento e fazer justiça (ver Jo
10.34 nota).
NOTAS DE SALMOS 84º
84.1-12 QUÃO AMÁVEIS SÃO OS TEUS TABERNÁCULOS. O crente que anda em profunda comunhão com Deus, anela acima de tudo, estar na sua casa e na sua presença (cf. Sl 42). Seu maior desejo é estar na real presença de Deus, adorá-lo juntamente com outros crentes fiéis (v. 10) e receber suas bênçãos (ver v. 4 nota).
84.2 A MINHA ALMA ESTÁ ANELANTE... PELOS ÁTRIOS DO SENHOR. Ver 42.2,6, notas sobre fome e sede de estreita comunhão com Deus.
84.4 BEM-AVENTURADOS OS QUE HABITAM EM TUA CASA. Quem vai à casa do Senhor buscar a sua presença, receberá a sua bênção. Essa bênção inclui a comunhão com Deus, a renovação das forças espirituais (vv. 5-7), a resposta às orações (v. 8), e graça, e glória (v. 11; ver Lc 24.50 nota).
84.11 NÃO NEGARÁ BEM ALGUM AOS QUE ANDAM NA RETIDÃO. Esta promessa é
especificamente feita aos crentes que sinceramente se esforçam para viver uma
vida santa. O bem a que Deus se refere aqui, tem a ver
diretamente com o cumprimento do seu propósito para nossa vida. Nosso dever é
viver em retidão, confiando em Deus para nos conceder tudo que é bom física e
espiritualmente, temporal e eternamente (ver 34.10; Mt 6.33; 1 Co 2.9; 1
Tm 4.8).
NOTAS DE SALMOS 85º
85.6 NÃO TORNARÁS A VIVIFICAR-NOS...? É lícito o povo de Deus orar para que
Ele os avive, individual e como um todo. A salvação e a vida espiritual vêm de
Deus, i.e., da sua misericórdia, perdão, poder, do Espírito vivificante e do
firme propósito de fazermos a sua vontade (ver Jo 3.16; 1 Co 15.10; Fp 2.13; 1
Tm 1.15,16). Quando decaímos espiritualmente e as bênçãos espirituais deixam de
fluir segundo o propósito de Deus para a nossa vida, devemos com
honestidade confessar o nosso estado de pobreza espiritual e orar para que Deus
nos avive de novo (ver 2 Cr 17.9 nota;
29.5 nota;
34.30 nota).
NOTAS DE SALMOS 86º
86.1 ESTOU NECESSITADO E AFLITO. A oração que brota da humildade, da aflição e de grande necessidade, Deus ouvirá e atenderá. Ele tem cuidado especialmente dos crentes contritos e necessitados (cf. 35.10; 74.21; Mt 6.25-34; ver Lc 11.3 nota).
86.11 ENSINA-ME, SENHOR, O TEU CAMINHO. Em meio às suas lutas, o salmista pede
humildemente que Deus lhe ensine seus caminhos e sua verdade, para que o sirva
de coração. Nas provações e dificuldades devemos clamar a
Deus, pedindo sabedoria para andar em seus caminhos, e um coração que
verdadeiramente o tema e que se deleite na sua vontade.
NOTAS DE SALMOS 88º
88.1-18 TENHO CLAMADO DE DIA E DE NOITE. Alguns consideram que esse é o mais
pungente de todos os salmos. O penitente já sofreu muito (v. 3), assemelha-se a
um leproso (cf. v. 8). Acha que está próximo da morte e que
Deus o rejeitou (vv. 7,14,16-18). Clama a Deus de dia e de noite, e parece não
ter dEle resposta (vv. 1,2,3). Sente-se rejeitado, e quase sem esperança. Mesmo
assim, pela sua fé, ele não desiste de Deus; confessa que o Senhor
continua sendo o Deus da sua salvação (v. 1). (1) A experiência do salmista é
bem comparável a de Jó, se bem que no presente caso não se sabe a causa do
sofrimento, nem do aparente silêncio de Deus. (2) Este salmo revela que, às
vezes, Deus permite momentos de tristeza e desalento na vida do crente. É muito
difícil suportar tal sofrimento, sem conhecimento da sua causa e, ao mesmo
tempo, Deus parecendo estar muito distante. Em tal sofrimento, um certo
mistério permanece, até que cheguemos à presença de Deus no céu. Entrementes,
tanto a fé em Deus como nosso Salvador e o nosso bom relacionamento com Ele são
essenciais à vitória, sem jamais esquecermos que, apesar de
tudo, nem a morte, nem a vida... nem o presente, nem o porvir... nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38, 39).
NOTAS DE SALMOS 89º
89.1-59 A TUA FIDELIDADE. Este salmo é uma oração concernente a destruição de
Jerusalém e a queda da dinastia de Davi, e a promessa de Deus de que a linhagem
de Davi permaneceria para sempre (vv. 29,34-37; cf. 2 Sm 7.8-16).
O autor indaga se Deus descumpriu sua promessa. Ora, para que Deus restaure o
seu povo e o trono de Davi, e remova de Israel a sua ira (vv. 46-52). O que o
salmista não sabia era que, apesar de Deus ter castigado Israel por seus
pecados, cumpriria sua promessa na pessoa de Jesus Cristo, da linhagem de Davi,
e cujo reino não terá fim (Lc 1.31-33).
89.4 A TUA DESCENDÊNCIA ESTABELECEREI PARA SEMPRE. A promessa, segundo o concerto de Deus com Davi, foi que a sua descendência reinaria no trono para sempre (ver também vv. 29,36,37). (1) É óbvio que a promessa de Deus não abrangia todos os descendentes de Davi. Quando os reis davídicos desobedeciam a Deus, Ele os removia, assim como entregou o Reino do Norte aos seus inimigos, e depois ao cativeiro, quando o povo persistiu na apostasia (ver vv. 38-51). (2) O NT vê o cumprimento deste versículo no Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo declara: Da descendência deste [Davi], conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel (At 13.23). E o anjo Gabriel revelou a Maria: e o Senhor Deus lhe dará [a Jesus] o trono de Davi, seu pai... e o seu Reino não terá fim (Lc 1.32,33; cf. 1.69).
89.19-37 EXALTEI A UM ELEITO. O salmista relembra a Deus que Ele elegeu a linhagem de Davi para reinar sobre Israel e que Ele prometeu que a dinastia de Davi duraria para sempre (vv. 27-29), apesar da infidelidade de Israel (ver nota anterior).
89.30 SE OS SEUS FILHOS DEIXAREM A MINHA LEI. As promessas de Deus nos
versículos 30-37 não dão qualquer garantia de que os descendentes de Davi
reinariam para sempre, nem tratam do assunto da salvação pessoal
desses reis. Pelo contrário, as promessas foram feitas a Davi para assegurar-lhe
que a infidelidade de Israel e dos seus reis não invalidaria o propósito divino
de estabelecer um dos seus descendentes (i.e., Jesus) num trono eterno (vv.
36,37).
NOTAS DE SALMOS 90º
90.1-17 SENHOR, TU TENS SIDO O NOSSO REFÚGIO. Esta oração, atribuída a
Moisés, foi provavelmente escrita durante os quarenta anos em que Deus fez
Israel peregrinar no deserto como castigo por sua infidelidade (Dt 8.15).
Toda uma geração de israelitas desobedientes morreu nesse período (cf. vv. 7-11;
ver Nm 14.22,23). Moisés, reconhecendo as iniqüidades do seu povo e o seu justo
castigo divino, ora pela restauração da graça e da bênção de Deus
sobre eles.
90.2 DE ETERNIDADE A ETERNIDADE. Esta expressão refere-se à existência eterna de Deus, que não tem começo nem fim. (1) Eternidade (hb. olam) não significa em primeiro lugar que Deus transcende o tempo mas, sim, que é infindável no tempo (cf. 48.14; Gn 21.33; Jó 10.5; 36.26). As Escrituras não ensinam que Deus existe num tipo de eterno tempo presente, onde não há nem o passado nem o futuro. (2) Os trechos das Escrituras que declaram a eternidade de Deus, fazem-no em termos de continuidade, e não de intemporalidade, i.e., Deus conhece o passado como passado, o presente como presente e o futuro como futuro.
90.12 ENSINA-NOS A CONTAR OS NOSSOS DIAS. Nossos dias neste mundo, que na
maioria das pessoas não chegam a mais de setenta ou oitenta anos (cf. v. 10),
são poucos em relação à eternidade. Devemos orar por uma sábia
compreensão da brevidade da nossa vida, para termos diante de Deus um coração
sábio no emprego de cada dia que Ele nos concede (cf. 39.4). Considerando que
esta vida é uma preparação para a outra, devemos entender o que Deus
deseja realizar para si mesmo, para nossa família e para o próximo, através do
nosso serviço fiel. Quando terminar aqui o nosso tempo, e chegarmos ao céu, será
avaliado como foi (ou deixou de ser) a nossa dedicação a Deus. Com isto
em vista, devemos orar pedindo um coração sábio e um santo temor de Deus (v.
11), e o seu favor em nossa vida e em nosso trabalho para Ele (vv. 13-17).
NOTAS DE SALMOS 91º
91.1-16 À SOMBRA DO ONIPOTENTE. Este salmo expressa a segurança daqueles que confiam plenamente em Deus. O salmo nos assegura que Deus será nosso refúgio e que podemos buscar a sua proteção em tempos de perigo espiritual e físico.
91.1 AQUELE QUE HABITA NO ESCONDERIJO DO ALTÍSSIMO. Este salmo proporciona segurança aos filhos de Deus, i.e., aqueles que se colocam sob a vontade e a proteção do Onipotente e que diariamente buscam habitar na sua presença. Quanto mais arraigados estivermos em Cristo e na sua Palavra, fazendo dEle a nossa vida e a nossa habitação, tanto maior será a nossa paz e o nosso livramento em tempos de perigo (cf. 17.8; Mt 23.37; Jo 15.1-11).
91.1,2 O ALTÍSSIMO. Os quatro nomes de Deus vistos neste salmo descrevem diferentes aspectos da sua proteção. (1) Altíssimo (vv. 1,9) demonstra que Ele é maior do que qualquer ameaça ou perigo que venhamos a enfrentar (cf. Gn 14.18,19); (2) Onipotente (v.1) destaca o seu poder para enfrentar e destruir todo e qualquer inimigo (cf. Ex 6.3); (3) o SENHOR (vv. 2,9,14; hb. JEOVÁ) garante ao crente que a presença divina está sempre com ele; e (4) meu Deus expressa a verdade de que Deus torna-se íntimo, achegado, daqueles que nEle confiam.
91.10 NENHUM MAL TE SUCEDERÁ. Nada poderá suceder a um crente fiel, a não ser com a permissão de Deus (cf. vv. 7-10). Isto não significa que ele nunca terá contratempos nem dificuldades (cf. Rm 8.35,36), mas, que enquanto fizermos de Deus, nosso Senhor e nosso refúgio, tudo que acontecer contribuirá para nosso bem (ver Rm 8.28 nota).
91.11 AOS SEUS ANJOS DARÁ ORDEM A TEU RESPEITO. Deus ordena aos anjos vigiarem cuidadosamente a vida e os interesses dos fiéis. (1) Eles observam especialmente todos que buscam continuamente habitar na presença de Deus, e protegem o corpo, alma e espírito desses crentes. (2) Sua proteção inclui todas as situações da vida. Não há limite aí, enquanto andarmos à sombra do Onipotente. Os anjos nos sustêm em meio as nossas aflições (v. 12) e nos amparam quando enfrentamos os inimigos espirituais (Ef 6.10-12; 1 Pe 5.8; ver Mt 18.10 nota; ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR)
91.14 POIS QUE TÃO ENCARECIDAMENTE ME AMOU. Aqui o próprio Senhor fala de seus
seguidores fiéis. Porque eles o amam verazmente, Ele mesmo promete socorrê-los
em tempos difíceis. O segredo de ser alvo do cuidado
protetor divino é ter um coração em tudo voltado para o Senhor, por gratidão e
amor. Deus conhece esses crentes, e estará com eles na angústia, ouvirá suas
orações e encherá suas vidas da sua presença e da sua provisão (ver Jo
14.12-21; 15.1-10).
NOTAS DE SALMOS 92º
92.1 BOM É LOUVAR AO SENHOR. O louvor a Deus e as ações de graças são coisas
basilares na vida do cristão (cf. Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Tm 2.1). Devemos louvar ao
Senhor, de dia e de noite, pela nossa salvação mediante seu Filho
Jesus (Cl 1.12), por seu amor e graça e por sua constante direção e cuidado (v.
2). Devemos externar nossa gratidão e louvor pela Palavra de Deus (1 Ts 2.13) e
pelos dons espirituais (1 Co 14.18). Os crentes do NT devem dar graças a
Deus em nome do Senhor Jesus Cristo (Cl 3.17).
NOTAS DE SALMOS 94º
94.1-23 Ó SENHOR DEUS, A QUEM A VINGANÇA PERTENCE. O crente muito se aflige
por causa da injustiça, violência e iniqüidade no mundo, e por isso ora
continuamente para que Deus reprima o império do mal e faça justiça.
Jesus declara que seus escolhidos devem clamar a Ele de dia e de noite para que
depressa, lhes faça justiça (Lc 18.7,8; ver também Ap 6.10,11). O anseio do
crente pela prevalência da justiça, bem como sua compaixão pelos
injustiçados, devem levá-lo a orar pela volta de Cristo, para que Ele reine
sobre a terra com justiça (Mt 6.10).
94.12 BEM-AVENTURADO É O HOMEM A QUEM TU REPREENDES.
Ver Hb 12.5, nota sobre o
castigo do crente por Deus.
NOTAS DE SALMOS 95º
95.1-11 VINDE... CANTEMOS COM JÚBILO! Este salmo alerta o crente a verificar se a sua adoração e louvor procedem de um coração obediente ao Senhor. Menciona o pecado e a rebelião de Israel no deserto como um mau exemplo dos que erram através dos seus desejos; e por não conhecerem os retos caminhos de Deus, não recebem aquilo que Ele prometeu (ver Nm 14.22,23,28,30; Dt 1.34,35).
95.7-11 SE HOJE OUVIRDES A SUA VOZ. O NT aplica estes versículos aos crentes em Cristo; o repouso mencionado no versículo 11 já não é Canaã, mas a nossa salvação nEle (ver Hb 3.7 4.12 notas).
95.8 NÃO ENDUREÇAIS O CORAÇÃO. Aqueles que adoram e louvam ao Senhor (v. 6),
precisam também ouvir e obedecer à sua voz (vv. 7,10). O crente que não obedece
à voz do Espírito Santo vai endurecendo aos poucos o seu
coração, e assim torna-se cada vez menos sensível aos apelos do Espírito (ver Hb
3.8 nota); daí, vem a ira de Deus sobre uma igreja ou uma pessoa (vv. 10,11)
NOTAS DE SALMOS 96º
96.2,3 ANUNCIAI ENTRE AS NAÇÕES A SUA GLÓRIA. Quem recebe a salvação divina e
experimenta suas maravilhosas operações, fica entusiasmado para dizer aos outros
que Ele pode livrá-los e salvá-los. A ordem para que
anunciemos a sua glória entre as nações é uma antevisão da Grande Comissão de
Jesus, para irmos a todo o mundo e pregar o evangelho a todas as nações (ver Mt
28.19 nota).
NOTAS DE SALMOS 97º
97.1-12 O SENHOR REINA. Este salmo expõe quatro elementos do reino de Deus:
justiça e direito como a base do seu trono (v. 2), seu poder soberano sobre toda
a terra (vv. 1-6,9), sua vitória sobre os falsos deuses (v. 7) e a alegria
dos justos decorrente disso (vv. 8-12). Profetiza a revelação final de Cristo e
o domínio do seu reino no fim da história (Ap 19-22), evento este que suscitará
grande regozijo entre os redimidos (cf. Is 25.9; Ap 11.15-17; 18.20; 19.1-3).
97.10 VÓS QUE AMAIS AO SENHOR, ABORRECEI O MAL. A pessoa que ama ao Senhor será
provada de conformidade com o grau da sua abominação ao mal, enquanto essa
pessoa viver aqui na terra. O crente verdadeiramente
regenerado, que tornou-se um com Cristo, e no qual o Espírito Santo habita,
amará aquilo que Deus ama, e aborrecerá aquilo que Ele aborrece. Tal crente não
se conformará com a iniqüidade, a violência e a impiedade em ação no
mundo, e lamenta a destruição de vidas por esses males. Também devemos sentir
profunda aflição quando o pecado e a imoralidade são tolerados na casa de Deus
(ver 1 Co 5.2 nota;
Hb 1.9 nota).
NOTAS DE SALMOS 98º
98.1-9 UM CÂNTICO NOVO. Este salmo é um cântico profético de louvor pela vitória do Senhor e sua salvação, feita notória a Israel e a todas as nações (vv. 1-3). Esta profecia hoje se cumpre mediante o derramamento do Espírito Santo sobre os crentes, e a proclamação do evangelho, no poder do Espírito Santo (At 1.8; 2.4).
98.9 DO SENHOR... VEM A JULGAR A TERRA. Este versículo terá seu cabal
cumprimento na volta do nosso Senhor para julgar o mundo (ver Ap 19-22), para
eliminar o pecado e a tristeza, e renovar os céus e terra. A própria natureza
se regozijará naquela ocasião (v. 8), à medida que ela participar da redenção
final, quando Cristo governar a terra em retidão e justiça (ver Is 55.12,13; Rm
8.19-22).
NOTAS DE SALMOS 99º
99.3 O TEU NOME, GRANDE E TREMENDO, POIS É SANTO. O Senhor Deus é tão majestoso e tão santo, que também o seu nome deve ser tratado com a máxima reverência e respeito. Não se pode jamais tratar a Deus levianamente, pois Ele está entronizado muito acima dos seres humanos, em força, em justiça, em pureza e em grandeza. Devemos tanto amar, quanto temer a Deus (vv. 1-3), e acautelar-nos para não tomar o seu nome em vão como faz o mundo (ver Ex 20.7 nota; Mt 6.9 nota).
99.6 CLAMAVAM AO SENHOR, E ELE OS OUVIA. Não obstante a santidade de Deus, e o temor que lhe é devido (vv. 1-3), Ele desceu até nós por meio de Jesus Cristo. Ele anela ter comunhão conosco e se deleita em ouvir e atender as orações do seu povo. Moisés, Arão e Samuel são mencionados aqui entre os que tinham comunhão especial com Deus mediante suas orações intercessórias (v.6).
99.8 PERDOASTE, POSTO QUE VINGADOR DOS SEUS FEITOS. Deus pode perdoar uma pessoa
e ao mesmo tempo castigá-la. Uma coisa é ser restaurado à comunhão com Deus, e
outra é experimentar as conseqüências de
pecados cometidos (ver 2 Sm 12.13 nota;
1 Cr 21.14 nota).
NOTAS DE SALMOS 100º
100.2 APRESENTAI-VOS A ELE COM CANTO. O cântico individual e congregacional deve ser dirigido antes de tudo ao SENHOR (v. 1), executado com alegria e plena consciência da sua presença. Nos cânticos, relembramos que Deus nos criou e redimiu, e que agora somos o seu povo e que Ele é o nosso Pastor (v. 3). Cantamos o seu amor, fidelidade e verdade, que durarão para sempre (v. 5; ver Ef 5.19 nota)
NOTAS DE SALMOS 101º
101.1-8 A MISERICÓRDIA E O JUÍZO. Este salmo retrata o tipo de pessoa que deve ser o rei de Israel, se ele deseja reinar segundo a vontade de Deus. A conduta expressa neste salmo aplica-se, também, aos dirigentes da igreja de Deus (cf. At 20.28; 24.16).
101.2 ANDAREI EM MINHA CASA COM UM CORAÇÃO SINCERO. Agradar a Deus no lar, deve ser a prioridade do crente fiel. É no relacionamento familiar onde primeiro deve manifestar-se e desenvolver-se a verdadeira santidade de vida. No lar, deve ser o nosso propósito de coração buscar a Deus em oração, estudar sua Palavra, realizar o culto doméstico, demonstrar amor e solicitude aos membros da família, viver uma vida íntegra e não contemplar a iniqüidade com os olhos (ver a nota seguinte).
101.3 NÃO POREI COISA MÁ DIANTE DOS MEUS OLHOS. Hoje em dia, os ímpios estão obcecados na contemplação visual da imoralidade, iniqüidade, brutalidade, violência, pornografia e todos os tipos de males, como meio de satisfazer sua concupiscência e desejo pelo prazer pervertido. Na televisão, cinema, vídeo, livros e revistas, o povo contempla todo tipo de impiedade. Aqueles, porém, que estão comprometidos com Deus e sua justiça aborrecerão a iniqüidade e se apartarão dela (ver 97.10 nota), preservando suas vidas e suas famílias, evitando colocar diante de seus olhos aquilo que desagrada ou entristece o Espírito Santo (ver nota anterior; Rm 1.32 nota).
NOTAS DE SALMOS 102º
102.2 NO DIA DA MINHA ANGÚSTIA. Em tempos de grande aflição na vida, quando parece que quase nada dá certo, e não vemos como mudar a situação, nossa única esperança é invocar a Deus, e colocar nas suas mãos a nossa vida e as nossas circunstâncias (cf. 39.12; 54.2; 61.1; 64.1). Assim faz o salmista, clamando ao Senhor por misericórdia e pedindo a sua intervenção. Ele está confiante que Deus atenderá a sua oração e que não o abandonará.
102.25,26 FUNDASTE A TERRA. Estes versículos, citados em Hb 1.10-12, deixam
claro que as aflições descritas pelo salmista aplicam-se, também, a Jesus Cristo
(vv. 1-11). Os versículos 12-28 falam do reino do Senhor na terra, de
seus atos criativos e da sua eternidade. Os céus e a terra que agora existem
darão lugar a novos céus e nova terra, como denota a figura da troca de
vestuário (v.26). Deus, porém, não mudará; Ele permanece o mesmo.
NOTAS DE SALMOS 103º
103.1,2 BENDIZE, Ó MINHA ALMA, AO SENHOR. Este salmo expressa ação de graças e louvor ao Senhor pelos privilégios e bênçãos que Ele outorga ao seu povo. Nunca devemos nos esquecer da bondade de Deus para conosco (cf. Dt 8.12-14; 2 Cr 32.25), nem deixar de lhe ser gratos por suas bênçãos derramadas sobre os seus mediante o Espírito Santo (ver a nota seguinte; cf. At 2.38,39; 9.17,18; ver Jo 14.16 nota).
103.3-16 PERDOA... SARA. Adão, ao cair no pecado, arrastou a raça humana universalmente à experiência do pecado, da enfermidade e da morte. Contrastando isto, o salmista enumera as bênçãos de Deus para seu povo: o perdão dos pecados, a cura das enfermidades e as dádivas da salvação e vida eterna. O perdão é a primeira e a mais importante dádiva que podemos receber de Deus. Pelo perdão, somos restaurados a Deus e redimidos da destruição (v. 4). A cura das enfermidades (decorrentes do pecado e de Satanás) também faz parte da salvação que Deus põe à disposição do seu povo (ver Tg 5.15,16 notas; ver o estudo A CURA DIVINA)
103.13 O SENHOR SE COMPADECE DAQUELES QUE O TEMEM. Deus manifesta misericórdia àqueles que verdadeiramente o temem. O temor de Deus é um temor que nos redime e nos leva a desviar-nos do mal, a guardar seus preceitos e a buscar a comunhão e a graça do Senhor (ver o estudo O TEMOR DO SENHOR). As bênçãos que Deus dispensa àqueles que o temem são: (1) sua misericórdia, benignidade e perdão (vv. 11,12,17; cf. Is 1.18; 38.17; Jr 31.14); (2) seu amor e compaixão paternais (vv. 13,14); e (3) sua fidelidade e bondade para com seus filhos (v. 17)
103.13,14 POIS ELE CONHECE A NOSSA ESTRUTURA. Deus se compadece de seus filhos
porque conhece suas debilidades e enfermidades. Mesmo os melhores de seus
discípulos necessitam da sua compaixão. Assim como um
pai se compadece profundamente de seus filhos quando fracassam, sofrem, ou são
maltratados, assim também o Pai celeste sofre quando os seus estão sofrendo. Nas
aflições, fracassos e lutas, não devemos pensar que Deus está
indiferente à nossa situação; pelo contrário, devemos ter em mente que seus
olhos nos contemplam com compaixão, e que Ele nos ajudará segundo as nossas
necessidades (cf. Lc 7.12,13).
NOTAS DE SALMOS 104º
104.1-35 DEUS MEU, TU ÉS MAGNIFICENTÍSSIMO. Este salmo é um hino a respeito da criação de todas as coisas, efetuada por Deus, e do seu providente cuidado concernente a todas as suas obras. Ressalta o seu interesse e cuidado em tudo o que Ele criou, pois Ele está presente no mundo e o sustém (ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA). Aquilo que Deus continua fazendo no universo revela a sua glória. Todavia, a criação executada por Deus está maculada pelo pecado e pelo mal; por isso, o salmo termina com uma oração para Deus remover da criação todo mal e todos aqueles que vivem na iniqüidade (cf. Rm 8.19-23; ver Gn 1; 2 notas)
104.15 O VINHO QUE ALEGRA. A palavra vinho aqui (hb. yayin), refere-se ao
produto proveniente diretamente da verdura (i.e., planta ou videira, v. 14), e
não ao produto humano mediante fermentação. O suco natural da uva é delicioso
em seu sabor, nutritivo como alimento e aprovado sem restrições por Deus (cf. Am
9.14; ver o estudo
O VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO)
NOTAS DE SALMOS 105º
105.1-45 LOUVAI AO SENHOR. Este salmo conclama Israel a adorar, louvar,
obedecer e buscar ao Senhor (vv. 1-4), porque Ele conduziu milagrosamente a
história pessoal e coletiva desse povo, para criar e preservar a nação de Israel
como um povo santo que guarda suas justas leis (vv. 5-45). O salmista deseja
inspirar nos fiéis a gratidão pelo cuidado do Senhor por suas vidas, pela
alegria de possuírem a terra santa e pela fidelidade a Ele e à sua Palavra.
Semelhantemente nós, como crentes, devemos fazer um retrospecto da nossa
história, i.e., como Deus tem sido conosco. Isso nos moverá à gratidão e a uma
maior fidelidade àquele que se entregou por nós (Rm 8.32; Gl 2.20).
105.4 BUSCAI AO SENHOR, E A SUA FORÇA. Somos convidados a buscar não somente a presença do Senhor, como também o poder e força da sua graça.
(1) Todos precisamos da força do Senhor para perseverar na salvação, viver uma vida agradável a Deus e testemunhar no poder do Espírito Santo (ver At 1.8 nota; 2.4 nota; ver o estudo FÉ E GRAÇA).
(2) Devemos cada dia confiar em Deus e na sua graça; doutra forma, virá a fraqueza e a derrota espirituais. Daí, com esforço e sinceridade devemos buscá-lo sempre, de todo o coração (ver Mt 7.7,8 nota; Lc 18.1,7 notas), para termos confiança na sua presença e poder em nossa vida (ver Dt 4.29 nota; 2 Cr 26.5 nota; Mt 7.7; Hb 11.6).
105.15 NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS. Neste contexto, os ungidos são Abraão,
Isaque, Jacó (sob seu novo nome, Israel) e José (vv. 9,10,17); não devemos,
porém, deduzir deste versículo, que toda pessoa que se diz ungida, o
seja.
NOTAS DE SALMOS 106º
106.1-48 PORQUE A SUA BENIGNIDADE É PARA SEMPRE. Este salmo relata as constantes rebeliões e apostasias de Israel concernentes à Palavra e aos caminhos de Deus. O salmista confessa os pecados e a infidelidade de Israel, e ora para que Deus outra vez visite seu povo arrependido com plena salvação e suas bênçãos. O povo de Deus, individual e coletivamente, deve confessar seus pecados ao Senhor. Quando reconhecemos nossa triste situação espiritual, e nos arrependemos, tem lugar o real avivamento e renovação espiritual (ver o estudo A MENSAGEM DE CRISTO ÀS SETE IGREJAS)
106.15 ELE SATISFEZ-LHES O DESEJO, MAS FEZ DEFINHAR A SUA ALMA. Devemos
acautelar-nos para não andarmos em busca daquilo que não é da vontade de Deus.
Quando insistimos em satisfazer nossos desejos egoístas,
Deus, às vezes, permite que façamos nossa própria vontade, mas com isso vem o
definhamento espiritual e a calamidade física. Deus não impede que o crente
busque coisas contrárias à sua vontade revelada como, por exemplo,
atividades profissionais mundanas, relacionamento amoroso ilícito, prazeres
mundanos, desejos cobiçosos, ou amizade com incrédulos, mas tais coisas levam a
conseqüências destrutivas (e.g., Gn 13.12,13; 19; Os 13.11).
106.37 SACRIFICARAM SEUS FILHOS E SUAS FILHAS AOS DEMÔNIOS. Aqueles que adoravam ídolos nos tempos do AT estavam, na realidade, envolvendo-se com demônios, uma vez que por trás de todas as religiões falsas estão manifestações, poderes e influências dos demônios (ver o estudo A IDOLATRIA E SEUS MALES). (1) Semelhantemente, quando um crente em Cristo se conforma com o mundo e adota seus costumes e práticas ímpias, está se submetendo, na realidade, à influência demoníaca (1 Co 10.19-22; ver Ef 2.2 nota). (2) Hoje em dia, certos membros da igreja inconscientemente sacrificam seus filhos aos demônios quando permitem que eles fiquem sob a influência da impiedade e imoralidade do mundo, mediante seus meios de diversão, colegas incrédulos, ou ensino contrário às verdades bíblicas.
NOTAS DE SALMOS 107º
107.1-43 LOUVAI AO SENHOR. Este salmo exorta os redimidos a louvarem ao Senhor pelo livramento em situações desesperadoras e perigosas. O salmista emprega quatro exemplos para ilustrar que Deus socorre seus filhos em situações críticas quando oram: fome e sede (vv. 4-9), servidão e tirania (vv. 10-16), enfermidade quase mortal (vv. 17-22) e tempestades (vv. 23-32). Este salmo é válido hoje para todos os crentes que, em aflição, clamam ao Senhor. Edifica a nossa fé e nos anima nos momentos em que precisamos que Deus intervenha diretamente em nossa vida.
107.6 E CLAMARAM AO SENHOR. O salmista emprega quatro vezes esta frase sobre os crentes, e quatro vezes declara que Deus os livrou das suas necessidades (v. 6; cf. vv. 13,19,28). Deus, vez por outra, leva seus filhos à situações em que a auto-suficiência deles termina, e que nenhum ser humano é capaz de ajudar, para que assim clamem a Ele com fé humilde e simples.
107.13 ELE OS LIVROU DAS SUAS NECESSIDADES. Note que mesmo quando somos os
únicos responsáveis por nossas aflições, Deus quer nos livrar (vv. 1-13,17-22).
Logo, estando em grande aperto, e sabendo que Deus está nos
castigando, podemos continuar esperando na sua misericórdia, e lhe clamar com
fé, rogando seu perdão e ajuda.
NOTAS DE SALMOS 108º
108.1-13 PREPARADO ESTÁ O MEU CORAÇÃO. Este salmo reúne as palavras de
57.7-11 e 60.4-12. O salmista confia que, por fim, Deus livrará o seu povo e lhe
dará vitória sobre todos os seus inimigos.
108.9 MOABE... EDOM... FILÍSTIA. Moabe, Edom e Filístia eram os inimigos de
Israel nas suas fronteiras leste, sul e oeste.
NOTAS DE SALMOS 109º
109.1-31 NÃO TE CALES. Este salmo é uma súplica a Deus para que Ele julgue e
castigue os perversos e enganadores. Esta oração expressa o anseio do justo para
que haja justiça na terra com a aplicação do justo castigo aos
malfeitores que lesam o próximo para se beneficiarem. A aplicação da justiça, de
modo imparcial é a única maneira de proteger o inocente e refrear a delinqüência
na sociedade (ver Rm 13.1,4 notas). A oração do salmista somente terá
seu pleno cumprimento quando Deus outra vez enviar seu Filho Jesus à terra,
agora para destruir todo o mal e aqui reinar (Ap 19 22; ver também
Sl 35.1-35
nota).
NOTAS DE SALMOS 110º
110.1-7 DISSE O SENHOR AO MEU SENHOR. Este salmo fala do senhorio do Messias, do seu sacerdócio, da aniquilação dos ímpios por Ele e do seu reinado na terra. Claramente profetiza acerca de Jesus Cristo (o salmo é citado sete vezes no NT). Jesus aplicou o versículo 1 a si mesmo quando declarou sua própria divindade (Mt 22.44), e o apóstolo Pedro citou o mesmo versículo para exaltar o senhorio de Cristo (At 2.33-35; 5.30,31; cf. Rm 8.34; Hb 10.13). Hb 5.6 e 6.20 7.28 citam o versículo 4 para evidenciar que Cristo foi constituído por Deus sacerdote para sempre.
110.4 TU ÉS UM SACERDOTE ETERNO. Ver Hb 5.5-10; 6.19 7.28, para uma exposição do cumprimento dessas palavras em Cristo.
110.6 JULGARÁ ENTRE AS NAÇÕES. Este versículo retrata Cristo descendo à terra
como um guerreiro para derrotar e julgar todos que se opõem ao reino de Deus e à
sua justiça (ver Ap 19.11-21).
NOTAS DE SALMOS 111º
111.1-10 LOUVAREI AO SENHOR. Este salmo louva ao Senhor pelas suas bênçãos
materiais e espirituais e pelo seu providente cuidado por aqueles que o amam e o
temem. O salmista resolveu que louvará a Deus não somente em
particular, como também na congregação (v. 1). É bíblico louvar a Deus
espontaneamente e com voz audível na igreja.
111.10 O TEMOR DO SENHOR É O PRINCÍPIO DA SABEDORIA. Esta verdade serve de base
para a literatura sapiencial do AT (ver Jó 28.28; Pv 1.7; 9.10; Ec 12.13; ver o
estudo
O TEMOR DO SENHOR)
NOTAS DE SALMOS 112º
112.1-10 BEM-AVENTURADO O HOMEM QUE TEME AO SENHOR. Este salmo fala das bênçãos reservadas àquele que é justo e temente a Deus. Deus promete abençoar aqueles que o temem e que se deleitam na sua Palavra escrita (v. 1; cf. Sl 119).
112.1 EM SEUS MANDAMENTOS TEM GRANDE PRAZER. O que mais importa na vida do
verdadeiro crente em Deus é que a vontade divina seja feita na terra (cf. Mt
6.10). Tais pessoas amam os preceitos de Deus porque eles
expressam a retidão divina que os mundanos desprezam (v. 10;
ver Hb 1.9 nota).
112.3 FAZENDA E RIQUEZAS.
Ver 3 Jo 2, nota sobre o bem-estar dos fiéis de Deus.
112.7 NÃO TEMERÁ MAUS RUMORES. O salmista não se abala por medo e ansiedade em
momentos de aflição, pois deposita sua confiança em Deus, e não em si mesmo, nem
em recursos externos (cf. Sl 37).
NOTAS DE SALMOS 113º
113.1-9 LOUVAI AO SENHOR. Este salmo reitera o duplo princípio bíblico de que
Deus dá graça aos humildes (cf. Tg 4.6,10; 1 Pe 5.5-7), e que se compadece dos
pobres e necessitados (ver Lc 7.13 nota;
1 Tm 5.9 nota; ver o estudo
O
CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS)
NOTAS DE SALMOS 115º
115.1 NÃO A NÓS... MAS AO TEU NOME DÁ GLÓRIA. Nunca devemos procurar glória
para nós mesmos, mas, pelo contrário, devemos sempre almejar que a glória de
Deus se manifeste, e que o seu nome seja honrado diante do
mundo. Devemos viver de tal maneira que isso não redunde em vergonha ou opróbrio
para o nome de Cristo ou de sua igreja (cf. Mt 5.14-16; 1 Co 6.20).
NOTAS DE SALMOS 116º
116.1-19 AMO AO SENHOR. Este salmo expressa gratidão ao Senhor pelo
livramento da morte, bem como os louvores de todos os crentes sofredores,
socorridos que foram pelo Senhor, que os livrou da morte ou de grande
calamidade.
116.12 QUE DAREI EU AO SENHOR POR TODOS OS BENEFÍCIOS...? No coração de todos os
que receberam a salvação da parte do Senhor, flui a gratidão. Eles a expressam
pelo seu amor (v. 1), lealdade (v. 2), vida santa (v. 9),
ação de graças e a firme determinação de obedecer ao Senhor (v. 14).
116.15 PRECIOSA É... A MORTE DOS SEUS SANTOS.
(1) O Senhor vela cuidadosamente pela vida dos que são dEle.
(2) Ele controla as circunstâncias da morte dos seus (Rm 8.28,35-39).
(3) No momento de sua morte, Ele está ali
com eles. A morte do justo é de grande valor para Deus. É a ocasião em que são
libertados de todo o mal, e levados vitoriosamente desta vida ao céu, para
contemplarem Jesus face a face (ver Fp 1.21 nota; ver o estudo
A MORTE)
NOTAS DE SALMOS 117º
117.1 TODAS AS NAÇÕES. Paulo cita este versículo em Rm 15.11, para comprovar
que o AT preanunciou da parte de Deus a dádiva da salvação aos habitantes de
todas as nações (cf. Sl 67).
NOTAS DE SALMOS 118º
118.1-29 A SUA BENIGNIDADE É PARA SEMPRE. Este salmo louva ao Senhor por seu amor eterno para com o seu povo. Esta teria sido a última frase cantada por Jesus e seus discípulos antes de seguir para o jardim do Getsêmani, onde foi preso e conduzido à morte (cf. Mt 26.30; Mc 14.26). Será cantado, também, antes da volta de Cristo ao findar a presente era (compare o v. 26 com Mt 23.39). Ao ler este salmo, medite no que pode ter ocupado a mente de Cristo quando Ele o cantou pela última vez.
118.6 O SENHOR ESTÁ COMIGO. Aqueles que se refugiam no Senhor recebem a certeza da sua presença com eles para os ajudar e fortalecer (vv. 7,14; ver Ex 3.14 nota; Js 1.9; Jr 1.8).
118.22,23 A PEDRA QUE... REJEITARAM. Jesus aplicou estes versículos a si mesmo ao ser repudiado pelo seu próprio povo, porém, a seguir, Ele tornou-se a pedra principal da nova casa de Deus, a igreja (Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 20.17; At 4.11; Ef 2.20; 1 Pe 2.7).
118.24 ESTE É O DIA. O contexto revela que o dia aqui mencionado é um dia de salvação e redenção.
118.25 SALVA-NOS. Esta frase (hb. hosh iana ) toma a forma de hosana na tradução
grega do AT. É uma profecia da salvação mediante o sacrifício de Cristo (cf. vv.
26,27) A frase foi cantada pelas multidões, na entrada triunfal de
Jesus em Jerusalém (cf. Mt 21.9).
NOTAS DE SALMOS 119º
119.1-176 BEM-AVENTURADOS OS QUE TRILHAM CAMINHOS RETOS. Este salmo expressa um grandioso amor à Palavra escrita de Deus. Ele alude à Palavra como promessa, mandamento, direção, testemunho, ensino, sabedoria, verdade, justiça e repreensão. Este salmo revela a Palavra como o consolo do salmista, sua proteção, norma para sua vida, deleite para seu coração e alma, e provedor de todas as suas necessidades.
(1) O salmista expressa um profundo amor a Deus pelo fato de ele ler a sua Palavra, meditar nela e, mediante ela, orar. Ele nos ensina que só cresceremos em graça e em retidão à medida que o nosso amor crescer por ela.
(2) Este salmo forma um acróstico alfabético. Suas vinte e duas seções de oito versículos cada correspondem às vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Cada versículo começa com a letra da sua respectiva seção.
119.1 BEM-AVENTURADOS. Deus promete derramar a sua bênção sobre aqueles que decidirem viver segundo a sua Palavra, com todos os seus padrões e preceitos. Os tais disporão da presença pessoal de Deus (cf. Gn 26.3), que lhes proporcionará fortaleza, ajuda e proteção (Ef 3.16; Cl 1.11; ver Lc 24.50 nota).
119.1 A LEI. A Lei (hb. torah) representa a totalidade do ensino de Deus ao seu povo Israel. É também chamada Pentateuco (os primeiros cinco livros do AT), ou ainda todo o AT.
119.2 TESTEMUNHOS. Os testemunhos (hb. edot) de Deus representam as condições ou requisitos do seu concerto, expressando a sua vontade.
119.3 CAMINHOS. Os caminhos (hb. derek) de Deus representam os princípios e meios pelos quais Deus se relaciona com seu povo e realiza a sua redenção na terra. Seus caminhos se opõem à sabedoria e valores humanistas (ver Is 55.8,9).
119.4 MANDAMENTOS [PRECEITOS]. Os preceitos (hb. piqqudim) de Deus abrangem as instruções detalhadas da parte do Senhor.
119.5 ESTATUTOS. Os estatutos (hb. huqqim) de Deus consistem em regulamentos para o seu povo, individual e coletivamente.
119.5 TOMARA QUE OS MEUS CAMINHOS SEJAM DIRIGIDOS DE MANEIRA A PODER EU OBSERVAR OS TEUS ESTATUTOS! O crente deve pedir continuamente a Deus a graça necessária para fazer a sua vontade e permanecer firme em seus caminhos. Esta oração é necessária, porque ninguém consegue permanecer fiel à Lei de Deus, sem a sua ajuda contínua e sem a obra do Espírito Santo em nosso interior (ver Mt 7.21 nota).
119.6 MANDAMENTOS. Os mandamentos (hb. miswot) de Deus são as regras e diretrizes expressando a sua autoridade e vontade para com o seu povo, os quais demandam a nossa obediência.
119.7 JUÍZOS. Os juízos (hb. mishpatim) de Deus são seus vereditos como o divino Juiz, no trato das pessoas entre si.
119.9 COMO PURIFICARÁ O JOVEM O SEU CAMINHO? Como poderá o crente levar uma vida santa, resistindo as influências perniciosas que caracterizam o meio ambiente ímpio em que vivemos? A segunda seção deste salmo alista oito maneiras nesse sentido. Cada versículo apresenta uma maneira. (1) Uma decisão pessoal irreversível de permanecer leal à Palavra escrita de Deus por toda nossa vida; (2) buscar o Senhor em oração; (3) memorizar a Palavra de Deus; (4) buscar a direção de Deus através da oração; (5) declarar abertamente nossa obediência e submissão à Palavra de Deus; (6) alegrar-se e comprazer-se naquilo que Deus diz; (7) refletir no desfecho final do andar nos caminhos de Deus, contrastado com o andar nos caminhos do mundo; e (8) nunca estar tão ocupado que não possa ler e estudar a Palavra de Deus.
119.9 PALAVRA. A Palavra (hb. dabar) de Deus representa tanto a sua revelação em geral, como seus mandamentos e promessas.
119.23 ENQUANTO OS PRÍNCIPES SE CONLUIAVAM E FALAVAM CONTRA MIM. O salmista testifica que sofreu muita zombaria, desprezo e calúnia no seu empenho de viver uma vida santa, conforme a Palavra de Deus; essa oposição, porém, não o impediu de seguir o caminho de Deus. Hoje, quem é fiel a Cristo e à sua Palavra também deve antever que será criticado e ridicularizado. Poderá ser chamado de legalista ou fanático pelos que se conformam com os padrões mundanos da sociedade ímpia de hoje (ver Mt 5.10 nota; Lc 6.22 nota).
119.27 FAZE-ME ENTENDER O CAMINHO DOS TEUS PRECEITOS. A Palavra de Deus só poderá ser compreendida plenamente com a sua ajuda (vv. 26,27,29). Por isso, devemos orar continuamente para que Deus, mediante o seu Espírito Santo, seja conosco, aumente nosso entendimento e nos ensine a sua verdade (ver Jo 14.17 nota; 1 Jo 2.27 nota).
119.47,48 ALEGRAR-ME-EI... EM TEUS MANDAMENTOS, QUE EU AMO. Um grande destaque do Sl 119 é o prazer que o salmista tem na Palavra de Deus, e seu devotado amor por ela. (1) Seu coração se alegra à medida que ele lê a Palavra de Deus e a observa. Semelhantemente, quando lemos a Bíblia com grande desejo de compreender e guardar os mandamentos de Cristo (vv. 20,24,40,60), o Espírito Santo comunica ao nosso coração o amor de Deus (Ver Jo 14.15-17,21,23; Rm 5.5 nota), ajuda-nos a discernir a verdade da Palavra de Deus e nos traz grande alegria e deleite (cf. Jo 15.10,11). (2) Alegrar-se na Palavra de Deus leva-nos a um amor ainda maior por todos os caminhos de Deus.
Porque amamos a Deus (v. 132), amamos as Escrituras que nos revelam a sua pessoa e a sua vontade. Como resultado, estamos unidos a Ele (Rm 6.5), e nosso coração agora ama com profundo amor e devoção a sua verdade revelada.
119.50 A MINHA CONSOLAÇÃO NA MINHA ANGÚSTIA... A TUA PALAVRA. Deus estabeleceu que a sua Palavra, poderosa que é mediante o Espírito, traga consolação, esperança e fortaleza aos seus fiéis, ao enfrentarem aflições e tristezas. Sendo a Palavra de Deus viva (cf. Hb 4.12), tem poder para vivificar e restaurar a quem permanece nela e em Deus (cf. Jo 14.27). Quando você estiver em aperto, busque o Senhor e sua Palavra, e espere que o Espírito Santo conceda paz ao seu coração (cf. Fp 4.6-9).
119.57 O SENHOR É A MINHA PORÇÃO. A vida do salmista concentra-se em Deus e na sua Palavra. Se queremos conhecer a Deus e o seu amor (vv. 57-64), devemos permanecer na sua Palavra (v. 57), buscar a sua face e sua graça de todo coração (v. 58), observar com presteza a sua Palavra (v. 60), orar continuamente (v. 62), ter comunhão com os que o temem (v. 63), buscar a sua misericórdia (v. 64) e orar para conhecer e praticar a sua vontade (v. 64). Ninguém pode permanecer em Cristo, sem permanecer na sua Palavra (Jo 15.1-10).
119.67 ANTES DE SER AFLIGIDO, ANDAVA ERRADO; MAS AGORA GUARDO A TUA PALAVRA. Deus, às vezes, permite que passemos por tribulações para que nos apeguemos à sua Palavra (cf. 94.12; Pv 3.11,12; ver Hb 12.5 nota).
119.89 A TUA PALAVRA PERMANECE NO CÉU. Ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS
119.98 PELOS TEUS MANDAMENTOS, ME FAZES MAIS SÁBIO. O crente pela sua dedicação à Palavra de Deus, aprende a ver a vida como Deus a vê, valorizar o que Ele valoriza e amar o que Ele ama. Enfim, passamos a viver em sintonia com os pensamentos de Deus (ver 1 Co 2.16 nota).
119.105 LÂMPADA PARA OS MEUS PÉS É A TUA PALAVRA. A Palavra de Deus contém os princípios espirituais que nos ajudarão a evitar tristezas, ciladas e tragédias causadas por decisões e escolhas erradas. Portanto, devemos ter em grande estima a sua sabedoria, e sermos fiéis aos seus preceitos em todas as circunstâncias da vida (vv. 106,112).
119.113 ABORREÇO A DUPLICIDADE, MAS AMO A TUA LEI. Não podemos amar de fato a Palavra de Deus sem aborrecer o pecado (vv. 113,115,119,128; ver Hb 1.9 nota) e manter um santo e reverente temor de Deus e de seus juízos.
119.121 NÃO ME ENTREGUES AOS MEUS OPRESSORES. O crente, como fez o salmista, pode invocar o auxílio de Deus com base
(1) na obediência à sua Palavra e o amor por ela (vv. 121,122);
(2) nas promessas de Deus contidas na sua infalível Palavra (v. 123);
(3) na benignidade de Deus (v. 124);
(4) na nossa dedicação em servi-lo (v. 125); e
(5) nas necessidades urgentes que temos na vida (v. 126).
119.136 RIOS DE ÁGUAS CORREM DOS MEUS OLHOS, PORQUE OS HOMENS NÃO GUARDAM A TUA LEI. Aqueles que amam a Palavra de Deus terão mágoa e tristeza, e mesmo ira (v. 53), ao verem-na rejeitada e desprezada pelos ímpios; tais reações continuarão certamente até a volta de Cristo (ver Lc 19.45 nota; 2 Pe 2.8 nota).
119.151 TU ESTÁS PERTO, Ó SENHOR. O salmista desfruta da presença de Deus em tempos difíceis, porque ele ama o Senhor e dedica-se a meditar na sua Palavra (v. 148; cf. vv. 153-160). O Senhor está perto de todos que o amam e à sua Palavra. Nas tribulações da vida, tome sua Bíblia e nela medite na presença de Deus, para fortalecer o seu relacionamento com Ele.
119.176 DESGARREI-ME COMO A OVELHA PERDIDA. O escritor certamente não está afirmando que se afastou do Senhor e rejeitou a sua Palavra, pois repetidas vezes neste salmo ele já declarara o contrário, e suas palavras finais são: Não me esqueci dos teus mandamentos . O salmista pode estar simplesmente reconhecendo que está sujeito a errar, caso não siga os ensinos da Palavra de Deus.
NOTAS DE SALMOS 120º
120.1-7 ELE ME OUVIU. A idéia predominante neste salmo de peregrinação é que
o Deus que criou os céus e a terra vigia aqueles que nEle confiam e na sua
Palavra, e tem cuidado deles. Nenhum mal poderá destruir sua comunhão
com Deus (ver também Rm 8.28-39).
NOTAS DE SALMOS 121º
121.2 O MEU SOCORRO VEM DO SENHOR. Familiares, amigos, ou riquezas não são nossa garantia de socorro nesta vida. Isto está em Deus, a fonte perfeita de satisfação das nossas necessidades materiais e espirituais. Precisamos confiar nEle de todo o coração, e buscar a sua graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno (ver Hb 4.16 nota).
121.5 O SENHOR É QUEM TE GUARDA. Os santos de Deus estão sempre sob sua proteção, defesa e cuidado atento (ver 1 Pe 1.5 nota). Jesus ressaltou essa verdade ao dizer: E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois (Mt 10.30,31).
121.8 GUARDARÁ A TUA ENTRADA E A TUA SAÍDA. Este texto aplica-se tanto à nossa
vida cristã, a partir do nosso nascimento espiritual até partirmos deste mundo,
como à nossa vida física, ao sairmos de manhã para o trabalho e
ao voltarmos para casa para repousar. Deus nos protegerá; Ele é o nosso guarda
fiel.
NOTAS DE SALMOS 122º
122.1 À CASA DO SENHOR. A Casa do Senhor deve ser um lugar onde o crente
desfruta, com toda alegria, da íntima presença do Senhor, da comunhão do
Espírito e do amor dos irmãos na fé.
NOTAS DE SALMOS 123º
123.1 PARA TI... LEVANTO OS MEUS OLHOS. Este salmo descreve o crente humilde,
voltado continuamente para Deus, esperando e confiando nEle para que faça cessar
o desprezo e o desdém com que é tratado. Expressa o clamor
dos que estão sempre esperando e desejando a volta de Cristo para salvar o seu
povo de um mundo ímpio e hostil (ver Hb 12.2; 2 Pe 3.12;
ver Mt 24.42 nota;
Tt
2.13 nota).
NOTAS DE SALMOS 124º
124.1 SE NÃO FORA O SENHOR, QUE ESTEVE AO NOSSO LADO. Se Deus não for
conosco, não teremos qualquer possibilidade de escapar dos perigos ocultos da
vida, nem de repelir nosso inimigo espiritual. Os perigos e lutas que
se nos apresentam parecem tão invencíveis, que somente Deus com seu poder
miraculoso pode salvar-nos. Por outro lado: Se Deus é por nós, quem será contra
nós? (Rm 8.31). Inimigo algum ou situação desfavorável poderá nos
derrotar quando Deus está do nosso lado.
NOTAS DE SALMOS 126º
126.1 QUANDO O SENHOR TROUXE DO CATIVEIRO OS QUE VOLTARAM A SIÃO. Trata-se aqui de uma expressão idiomática significando: Quando o Senhor restaurou a prosperidade de Sião (cf. Jó 42.10). Tal restauração ocorreu parcialmente em 701 a.C., quando, então, a ameaça de Senaqueribe de conquistar Jerusalém foi neutralizada em cumprimento de uma profecia, e as nações vizinhas mandaram presentes a Ezequias (2 Cr 32.22,23). Cumpriu-se em escala ainda maior quando os judeus voltaram do cativeiro babilônico para Jerusalém em 538-537 a.C.
126.5,6 OS QUE SEMEIAM EM LÁGRIMAS SEGARÃO COM ALEGRIA. O quebrantamento de
coração e a constante semeadura em oração contrita trarão da parte de Deus as
bênçãos da renovação, do avivamento e de operação de
milagres (cf. Mt 5.4; 2 Co 9.6). O crente tem a certeza de que aquilo que hoje
semeia com zelo será grandemente abençoado por Deus no futuro. Vamos, portanto,
semear para Deus a fidelidade, a santidade e a intercessão, mesmo
sofrendo, se for o caso, pois sabemos que teremos uma grande colheita de bênçãos
divinas (cf. Jr 31.9).
NOTAS DE SALMOS 127º
127.1-5 SE O SENHOR NÃO EDIFICAR. Somente o que provém de Deus e tem a sua bênção é realmente valioso na vida. Por outro lado, se Deus não operar em nossa vida, atividades, objetivos e familiares, nada resolverá, e tudo acabará em frustração e desilusão. Devemos, pois, buscar a bênção e a direção divina em tudo a partir dos primeiros passos da vida (ver Lc 24.50 nota).
127.1 SE O SENHOR NÃO EDIFICAR A CASA. Ao trabalharmos edificando a Casa de Deus, devemos ter a convicção de que a estamos construindo segundo o seu padrão e mediante o seu Espírito, e não segundo idéias, planos e esforços puramente humanos (cf. Ex 25.9,40; ver At 7.44 nota).
127.2 POIS ASSIM DÁ ELE AOS SEUS AMADOS O SONO. É da vontade de Deus que tenhamos um sono tranqüilo, e uma vida livre de ansiedade (ver Mt 6.25-34; Fp 4.6). O texto também dá a entender que Deus continua dispensando suas bênçãos, inclusive quando dormimos.
127.3 OS FILHOS SÃO HERANÇA DO SENHOR. No antigo concerto, uma família numerosa
era tida como bênção, ao passo que o não ter filhos era tido como maldição (Gn
30.2,18; 33.5; 48.9; Dt 7.13). No novo concerto, ter muitos
filhos não é precisamente uma evidência do favor divino, e não poder tê-los não
deve ser tido como maldição. Uma família grande pode tornar-se um pesadelo se os
filhos não forem devidamente criados e se não conhecerem à salvação
em Cristo. Não ter filhos pode ser uma bênção se a pessoa dedicar a sua vida e o
seu tempo à causa do Senhor (1 Co 7.7,8,32,33). Todos os filhos de crentes devem
ser considerados dádivas de Deus, e requerem dos pais uma criação
sábia e cristã. Só quando os pais e seus filhos aceitam, ensinam e seguem os
caminhos e mandamentos do Senhor é que desfrutarão a plena bênção de Deus (ver
Sl 128; ver o estudo
PAIS E FILHOS)
NOTAS DE SALMOS 130º
130.1 DAS PROFUNDEZAS A TI CLAMO. Aqueles que hoje sofrem, colhendo os frutos
amargos dos seus próprios pecados, podem clamar a Deus, certos de que Ele os
perdoará, sarará e os trará à comunhão com Ele mesmo. Deus
quer manifestar sua misericórdia a todos os atribulados, livrando-os da
escravidão do pecado para que conheçam seu amor, seu cuidado e sua bondade (v.
4; ver Mt 26.28 nota).
NOTAS DE SALMOS 132º
132.1-18 LEMBRA-TE... DE DAVI. Este salmo roga a Deus que abençoe os filhos de Davi ao reinarem sobre Israel (cf. 2 Sm 7.8-29; ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM DAVI). Esta bênção tornar-se-á uma realidade somente quando Deus habitar no seu templo e entre o seu povo (vv. 13-18)
132.17 ALI FAREI BROTAR A FORÇA DE DAVI. Os anseios desta oração nunca se
concretizaram nos reis da linhagem de Davi sobre Israel e Judá. Pelo fato de os
israelitas abandonarem o Senhor (cf. v. 12), Deus destruiu Jerusalém
e o templo, em 586 a.C. Os anseios dessa oração cumprir-se-ão somente em Jesus
Cristo, o excelso Filho de Deus, cujo Reino não terá fim (Lc 1.32,33; cf. Mt
1.1; Lc 1.68-79).
NOTAS DE SALMOS 133º
133.1 QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO! Este salmo expressa a mesma verdade espiritual que Jo 17, quando Jesus orou para que seus discípulos fossem alicerçados em amor, santidade e unidade. Ele sabia que o Espírito Santo não poderia operar entre eles, havendo divisões causadas por pecado e ambições egoístas (ver 1 Co 1.10-13; 3.1-3). Por outro lado, o fervente amor a Deus e ao próximo, aliado à santificação na verdade da Palavra de Deus, fará com que Ele esteja entre os seus e os unja (ver Jo 17.21 nota; Ef 4.3 nota)
NOTAS DE SALMOS 134º
134.1-3 QUE ASSISTIS NA CASA DO SENHOR TODAS AS NOITES. Este salmo fala de
adoração e intercessão a noite inteira na casa de Deus. Não deve o povo de Deus,
do novo concerto, ter idêntico interesse em cultos de vigília a
noite inteira, para adoração espiritual e intensa intercessão por um avivamento
na igreja e pela salvação dos perdidos?
NOTAS DE SALMOS 135º
135.1-21 LOUVAI AO SENHOR. Este chamado para louvar a Deus baseia-se em três
fatos: (1) Deus estabeleceu um relacionamento salvífico com Israel, mediante um
concerto com Ele (vv. 1-4; cf. Ex 19.5); (2) Deus é um Deus vivo e
ativo nos assuntos deste mundo e do seu povo (vv. 5-13); (3) Deus está perto do
seu povo e se compadece daqueles que o servem (v. 14).
NOTAS DE SALMOS 136º
136.1-26 PORQUE A SUA BENIGNIDADE É PARA SEMPRE. Este refrão, através do Sl
136, ensina-nos que a misericórdia e o amor de Deus são a base de todas as suas
obras a nosso favor e a origem de todas as nossas ações de
graças. Sua misericórdia abrange sua fidelidade e sua bondade.
NOTAS DE SALMOS 137º
137.9 DER COM ELES NAS PEDRAS. Quando os babilônios tomaram Jerusalém em 586 a.C., arrebatavam das mães seus nenês indefesos e os atiravam contra as paredes. Deus castigará a crueldade deles, fazendo-os ceifar aquilo que semearam (ver Is 13.16; Jr 23.2). A violência impiedosa que usaram contra os outros se voltará contra eles. Note duas coisas no tocante a esse clamor por justa retribuição:
(1) A retribuição divina recai principalmente sobre os adultos cruéis. São eles que sofrerão mais. Crianças inocentes, mortas em tempos de guerra ou de juizo divino, são recebidas por Deus. Deus somente atribui pecado a um indivíduo quando este rejeita a sua Lei escrita no coração humano, ou nas Sagradas Escrituras (ver 1 Sm 15.3 nota; Rm 5.12,14 notas; 7.9-11 nota).
(2) Embora o NT saliente o perdão aos inimigos e a oração por sua
salvação (Mt 5.43-48), o tempo virá no desfecho da história, em que o
Espírito Santo levará o seu povo a orar pela retribuição divina sobre os
insolentes, impenitentes e ímpios (ver Ap 6.10).
NOTAS DE SALMOS 139º
139.1-24 SENHOR, TU ME SONDASTE. Este salmo descreve vários aspectos dos atributos de Deus, principalmente sua onipresença e onisciência, aqui relacionados ao seu cuidado pelo seu povo (ver o estudo OS ATRIBUTOS DE DEUS). O Deus do céu e da terra criou-nos e nos conhece perfeitamente; Ele sempre está conosco, e seus pensamentos estão sempre voltados para nós em todas as situações
139.1-6 SENHOR, TU... ME CONHECES. Deus conhece todos os nossos pensamentos, motivos, desejos e temores interiores, bem como nossos hábitos e ações exteriores. Ele conhece tudo que fazemos, do começo ao fim do dia. Em tudo que fazemos, Ele nos cerca com o seu cuidado e impõe sua mão graciosa sobre nossa cabeça (v. 5).
139.7-12 PARA ONDE ME IREI DO TEU ESPÍRITO...? O filho de Deus não pode jamais ficar fora do alcance dos cuidados de Deus, da sua direção e da sua força sustentadora (ver o v. 10, a chave da compreensão do v. 7). Ele está conosco em todas as situações e em tudo quanto o presente e o futuro nos reservam.
139.13 ENTRETECESTE-ME NO VENTRE DE MINHA MÃE. Deus rege de modo criador e ativo o desenvolvimento da vida humana. Ele pessoalmente zela pela criancinha desde o momento da sua concepção. Sua atenção por um feto compreende um plano para a sua vida (ver a nota seguinte). Por essa razão, Deus tem o aborto de um nascituro como homicídio (ver Ex 21.22,23 nota).
139.16 NO TEU LIVRO TODAS ESTAS COISAS FORAM ESCRITAS. Deus não nos traz à esta vida sem um propósito.
(1) Provavelmente, a declaração sobre os dias que nos estão determinados refira-se ao nosso tempo de vida na terra, geralmente setenta ou oitenta anos (ver Sl 90.10), embora uma pessoa possa morrer antes disso (ver 55.23; Jó 22.16; Pv 10.27; Ec 7.17).
(2) O tempo mencionado neste salmo refere-se não somente aos dias de uma pessoa, mas também ao plano de Deus para nossa vida como um todo. No seu plano, Deus não está querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se (2 Pe 3.9; cf. 1 Tm 2.4). Portanto, a intenção de Deus é que aceitemos Jesus como nosso Senhor e Salvador e façamos a sua vontade numa vida dedicada a seu serviço.
139.17 QUÃO PRECIOSOS SÃO PARA MIM, Ó DEUS, OS TEUS PENSAMENTOS! O crente é confortado ao constatar que Deus sempre está a par das suas necessidades e tribulações e que Ele provê o nosso sustento, perdão, salvação e santificação. Conforme escreve o apóstolo Paulo: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam (1 Co 2.9).
139.21 NÃO ABORREÇO EU, Ó SENHOR, AQUELES QUE TE ABORRECEM? O salmista, ao meditar no grande amor de Deus por ele, corresponde com grande amor e lealdade ao seu Senhor. Ele aborrece aqueles que se opõem a Deus e que blasfemam do seu maravilhoso nome. Em profunda harmonia com Deus e sua causa, o salmista identifica-se com Ele a ponto de aborrecer o que Deus aborrece e amar o que Deus ama (ver Hb 1.9 nota). Ele lamenta e sofre por causa da iniqüidade e imoralidade ao seu redor (ver 2 Pe 2.7,8). Nós, também, que realmente conhecemos a salvação, amor e bondade do Senhor, não devemos ter dentro de nós nenhum amor pelo mundo e suas coisas (ver 1 Jo 2.15,16).
139.23,24 SONDA-ME, Ó DEUS. Esta é uma oração justa para todo o crente. Não
somente devemos aborrecer o mal no mundo (vv. 19-22), mas também admitir que em
nós possa haver algo que desagrade a Deus. Devemos estar
prontos a pedir que Deus nos submeta a qualquer prova que venha contribuir para
incrementar a sua obra santificadora em nós. Se abrigamos em nós algo
pecaminoso, devemos abandoná-lo, arrependidos (ver Cl 3.17 nota).
NOTAS DE SALMOS 140º
140.1-13 LIVRA-ME, Ó SENHOR, DO HOMEM MAU. O crente deve pedir que Deus não
somente o livre de pessoas más, como também do Maligno , i.e., Satanás. Este,
como nosso arquiinimigo, procura nos enlaçar e destruir (ver Mt
4.10 nota;
6.13 nota; ver o estudo
PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS)
NOTAS DE SALMOS 141º
141.4 NÃO INCLINES O MEU CORAÇÃO PARA O MAL. Quem ama ao Senhor deve orar para que Deus o guarde de desejar, falar ou praticar o mal (cf. Mt 6.13; Jo 14.15,21). O crente deve evitar toda parceria com iníquos e recusar participar das suas delícias , i.e., prazeres enganadores (ver Rm 1.32 nota; ver o estudo A SANTIFICAÇÃO)
141.5 FIRA-ME O JUSTO. Se desejarmos sinceramente agradar ao nosso Senhor,
aceitaremos bem qualquer repreensão que nos convencer de algo contrário à
santidade de Deus. Quando um justo fala claramente contra o pecado e o
liberalismo na igreja, deve ser apoiado, e não rejeitado (ver Pv 15.5,32; Jo
16.8; Ef 5.11; 2 Tm 4.2). Nossa atitude para com tais servos de Deus revela
nossa própria condição espiritual (ver 2 Tm 4.3,4 nota).
NOTAS DE SALMOS 142º
142.1-7 CLAMEI AO SENHOR. Este salmo procede de alguém grandemente
amargurado, envolto numa situação desesperadora. Embora o salmista esteja em
solidão, sem apoio ou solidariedade humana, o Senhor permanece como
seu refúgio, seu amigo e ajudador. O crente, em sofrimento, não deve manter
silêncio, mas clamar a Deus, pois dEle temos a promessa como nosso consolador e
socorro em tempo de necessidade (ver Jo 14.16-26; 2 Co 1.4,5).
NOTAS DE SALMOS 143º
143.1-12 Ó SENHOR, OUVE A MINHA ORAÇÃO. Este salmo, como o anterior, alude a um crente sob grande tribulação, sentindo que chegou ao limite das suas forças (vv. 3,4,7; cf. 104.29). Tudo quanto lhe resta é a esperança firme de que Deus o restaurará e o livrará da sua grande tribulação (vv. 10,11; ver a nota anterior)
NOTAS DE SALMOS 144º
144.1-15 BENDITO SEJA O SENHOR, MINHA ROCHA. Deus é uma rocha inabalável, fortaleza, escudo e libertador, para aquele que nEle se refugia (cf. Sl 140;143). Ele adestra as mãos do justo para a peleja e os seus dedos para a guerra, em todas as esferas do conflito espiritual (ver a nota seguinte).
144.1 ADESTRA AS MINHAS MÃOS... PARA A GUERRA. O salmista foi chamado a batalhar pela nação de Israel. Esta mensagem pode ser aplicada ao crente em Cristo, ao qual Deus convoca para a batalha espiritual contra Satanás, o mundo e a carne. Devemos estabelecer o reino de Deus proclamando o evangelho no poder do Espírito Santo, derrubando as fortalezas de Satanás e conduzindo o povo à salvação em Cristo (ver Ef 6.11-18 notas). A milícia que depender do poder de Deus e do seu adestramento, será vitoriosa.
144.5 Ó SENHOR... DESCE. Deus exercitou o salmista a confiar nEle para a peleja
e para qualquer tempo de crise (vv. 1,2). Porém, o salmista precisa continuar a
confiar em Deus para a batalha, porque ainda há muitos perigos a serem
enfrentados (v. 7). Uma vez salvo e batizado com o Espírito Santo, o crente
continua dependente de força e graça diárias de Deus para enfrentar as batalhas
da tentação e da luta espiritual que, os que seguem a Cristo, têm de travar.
Buscar a face de Deus por ajuda celestial é uma necessidade constante de todos
os cidadãos do Reino de Deus (Mt 6.33; Hb 7.25; 11.6).
NOTAS DE SALMOS 147º
147.6 O SENHOR ELEVA OS HUMILDES. A palavra humilde (hb. anawah) freqüentemente inclui a idéia de sofrimento, e refere-se àqueles que estão aflitos. Porque tais pessoas não conseguem dar conta sozinhas dos problemas e das responsabilidades da vida, clamam a Deus, com toda a humildade, pedindo sua ajuda e fortaleza.
(1) O Senhor eleva os humildes e lhes dá apoio. O salmista lhes assegura a ajuda de Deus e a vitória final (cf. 22.26; 25.9; 37.11).
(2)
Assim como Deus apoiava os humildes nos tempos do AT, Jesus ministra aos aflitos
e humildes no novo concerto (Mt 11.28-30; cf. Is 11.4; 29.19; Sf 2.3). (3) Posto
que Deus se deleite naqueles que têm espírito humilde, todos os
crentes devem orar com sinceridade por um espírito de humildade para que sejam
do seu agrado (Gl 5.23; Ef 4.2; Cl 3.12; Tt 3.2).
NOTAS DE SALMOS 149º
149.6 LOUVORES... E ESPADA DE DOIS FIOS, NAS SUAS MÃOS. Este versículo trata
da atividade dos justos, em duas áreas: a adoração e a guerra espiritual. Nosso
desejo de louvar a Deus deve estar acompanhado pelo desejo de
nos opormos agressivamente ao reino de Satanás e a todo o mal. O reino de Deus
nunca será totalmente consumado até que as forças hostis das trevas sejam
destruídas. Precisamos tomar posição contra os poderes do mal ao
vivermos uma vida justa pela fé, empunhando a espada do Espírito (ver Ef 6.11-18
notas). No fim dos tempos, participaremos, para o louvor de Deus, do seu
julgamento contra o mundo impenitente do anticristo (1 Co 6.2,3; Ap 18.20;
19.1-4,11-21).
NOTAS DE SALMOS 150º
150.1 LOUVAI AO SENHOR. O verdadeiro louvor a Deus não está confinado ao
santuário (vv. 1-2,6). Podemos louvar realmente a Deus somente quando virmos
toda a sua grandeza e bondade e nos relembrarmos com meditação de tudo
quanto Ele tem feito na criação e na redenção, bem como em nossa vida pessoal.
Sendo assim, o louvor fica sendo uma resposta poderosa do coração, expressando
alegria, gratidão e o desejo de comunhão com nosso Senhor. Além
de louvarmos a Deus com nossos cânticos e instrumentos no santuário, podemos
louvar a Deus com uma vida de amor e de alegria (1 Jo 4.19), com nossa fé em
Cristo (Jo 1.7), com a vitória sobre os poderes de Satanás (Ef 6.10-18),
com a fome espiritual pelo seu Reino e pela sua justiça (Mt 6.33), com a devoção
à sua Palavra (Sl 119), com o amor de Deus derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo (Rm 5.5), com a proclamação do seu evangelho (Rm 1.16)
e com a expectativa da sua volta iminente (2 Tm 4.8; Tt 2.13; ver o estudo
O
LOUVOR A DEUS)
FINAL DESTE LIVRO PARA RETORNAR CLIQUE NA SETA
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