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Esboço de Sofonias
Introdução (1.1)
I.O Julgamento e o Dia do Senhor (1.2—3.8)
A. Julgamento sobre a Terra (1.2,3)
B. Julgamento contra o Povo de Judá (1.4-18)
1. Descrição dos Pecados de Judá (1.4-9)
2. Advertência a Jerusalém (1.10-13)
3. O Grande Dia do Senhor (1.14-18)
C. Chamada ao Arrependimento (2.1-3)
D. Julgamento das Nações (2.4-15)
1. Os Filisteus (2.4-7)
2. Os Amonitas e Moabitas (2.8-11)
3. Os Etíopes (2.12)
4. Os Assírios (2.13-15)
E. Julgamento de Jerusalém (3.1-7)
1. Pecados de Jerusalém (3.1-4)
2. A Justiça Divina contra Jerusalém (3.5-7)
3. Julgamento de Toda a Terra (3.8)
II.A Salvação e o Dia do Senhor (3.9-20)
A. O Remanescente Restaurado e Jerusalém Purificada (3.9-13)
B. O Povo Jubiloso com Deus no Seu Meio (3.14-17)
C. Promessas Finais a Respeito da Restauração (3.18-20)
Autor:
Sofonias
Tema:
O Dia do Senhor
Data:
Cerca de 630 a.C.
Considerações Preliminares
Sofonias, cujo nome significa “o Senhor esconde”, era um tataraneto do rei
Ezequias. Ele profetizou durante o reinado de Josias (639-609 a.C.), o último
governante piedoso de Judá (1.1). Sua referência a Jerusalém como “este
lugar” (1.4), bem como a descrição minuciosa de sua topografia e de seus
pecados, indicam que residia na cidade. Como parente do rei Josias, tinha
imediato acesso ao palácio real. Conforme era de se esperar, suas profecias
focalizavam a palavra do Senhor endereçada a Judá e às nações.
Os pecados dos quais Sofonias acusava Jerusalém e Judá (1.4-13; 3.1-7) indicam
que ele profetizou antes do reavivamento e reformas promovidas por Josias.
Período este marcado pela iniqüidade dos reis que antecederam a Josias
(Manassés e Amom). Foi somente no décimo segundo ano do reinado de Josias (i.e.,
627 a.C.) que o rei empreendeu a purificação do povo com o banimento da
idolatria e a restauração do verdadeiro culto ao Senhor. Oito anos
mais tarde, ordenaria o conserto e a purificação do templo. Nesta ocasião, foi
descoberta uma cópia da Lei do Senhor (cf. 2 Rs 22.1-10). A descrição que
Sofonias faz das lamentáveis condições espirituais e morais de Judá deve ter
sido escrita por volta de 630 a.C. É provável que a pregação de Sofonias tenha
tido influência direta sobre o rei, inspirando-o em suas reformas. O ano de 630
a.C. é também indicado devido a ausência de referências, no livro de
Sofonias, à Babilônia, sendo esta uma potência reconhecida no cenário
internacional. Babilônia só começou a galgar uma posição de destaque com a
ascendência de Nabopolassar em 625 a.C. Mesmo assim, Sofonias profetizou a
destruição da grande Assíria, evento este ocorrido em 612 a.C., com a queda de
Nínive. Jeremias era um contemporâneo mais jovem de Sofonias.Propósito
O objetivo de Sofonias foi advertir Judá e Jerusalém quanto ao juízo divino
iminente e ameaçador. O juízo divino é aqui chamado de “o grande dia do Senhor”
(1.14). A aplicação imediata da palavra profética era que a apóstata Judá
receberia a justa retribuição por sua iniqüidade, o mesmo acontecendo com as
nações pagãs em derredor, alistadas nominalmente pelo profeta. O alcance
imediato da profecia aplica-se à igreja e ao mundo na conclusão da história.
Sofonias escreveu, também, para encorajar os fiéis com a mensagem de que Deus um
dia haveria de restaurar o seu povo. Judá, então, cantaria louvores ao Deus
justo que habita no meio do seu povo.
Visão Panorâmica
Na sua maior parte, o livro é uma advertência sóbria a respeito do dia do
castigo divino contra o pecado. Embora percebesse um castigo vindouro em escala
mundial, (1.2; 3.8), Sofonias focalizava especialmente o julgamento que
viria contra Judá (1.4-18; 3.1-7). Ele faz um apelo à nação para que se
arrependa e busque o Senhor em humildade antes que o decreto entre em vigor
(2.1-3). O arrependimento nacional ocorreu parcialmente durante o
reavivamento de Josias (627—609 a.C.).
Sofonias também profetizou o juízo vindouro contra cinco nações estrangeiras:
Filístia, Amom, Moabe, Etiópia e Assíria (2.4-15). Depois de dirigir sua atenção
aos pecados de Jerusalém (3.1-7), o profeta prediz um tempo em que
Deus reuniria, redimiria e restauraria o seu povo. Os fiéis gritariam de alegria
como verdadeiros adoradores do Senhor Deus, que estaria no meio deles como um
guerreiro vitorioso (3.9-20).
Características Especiais
Cinco aspectos caracterizam o livro de Sofonias. (1) É o único profeta que
apresenta uma lista considerável da sua linhagem, remontando quatro gerações até
o rei Ezequias. (2) Contém a revelação mais completa no AT a respeito
do “dia do Senhor”. (3) Demonstra que o povo de Deus precisa ser confrontado por
suas advertências, além de ser consolado com suas promessas. (4) Contém uma
doutrina bem desenvolvida a respeito do remanescente fiel, que
seria restaurado no dia da visitação do Senhor (3.9-20). (5) A revelação de
Sofonias a respeito do dia vindouro da ira de Deus, para os ímpios, e do grande
dia da salvação, para seu povo, contribuiu para a revelação do NT sobre o fim
dos tempos.
O Livro de Sofonias ante o NT
Jesus pode ter aludido a Sofonias duas vezes (1.2,3, cf. Mt 13.40-42; 1.15; cf.
Mt 24.29). Ambas as referências acham-se associadas à sua segunda vinda. Os
escritores do NT entendiam a mensagem de Sofonias a respeito do “dia
do SENHOR” como uma descrição dos eventos escatológicos que terão início na
grande tribulação e culminarão quando Jesus voltar para julgar os vivos e os
mortos (cf. 1.14 com Ap 6.17; 3.8 com Ap 16.1). Freqüentemente, o
NT refere-se à segunda vinda de Cristo e ao dia do juízo como “o Dia” (e.g., 1
Co 3.13; cf. 2 Tm 1.12,18; 4.8).
NOTAS DE SOFONIAS 1º
1.1 SOFONIAS. Sofonias profetizou durante o
reinado de Josias, rei de Judá (640-609 a.C). A nação achava-se envolvida com a
violência e a idolatria. Havia indiferença e zombaria para com o Senhor Deus. A
mensagem de Sofonias foi
entregue provavelmente antes do movimento da reforma promovida por Josias.
Talvez haja funcionado como a força motivadora que levou o rei a conclamar o
povo a renovar a obediência a Deus e à sua Lei (ver introdução).
1.2,3 INTEIRAMENTE CONSUMIREI TUDO. Sofonias começa, anunciando o juízo divino
que virá sobre o mundo todo. Pois a raça humana, de maneira genérica,
recusar-se-á a buscar o Senhor. Deus mesmo determinou um dia em que
destruirá todos os ímpios, bem como o próprio mundo. Será um tempo de aflição,
angústia, perturbação e ruína (v. 15; ver o estudo
A GRANDE TRIBULAÇÃO)
1.4 CONTRA JUDÁ. Judá, o povo de Deus nos dias de Sofonias, não demoraria em
experimentar a ira de Deus por haver se desviado do Senhor para adorar outros
deuses, e por haver se dedicado à violência, à corrupção e à traição (vv.
4-9).
1.5 SE CURVAM AO EXÉRCITO DO CÉU. Esta forma de idolatria grassa nos dias de
hoje. Muitos são os que buscam consolo e orientação por meio de sinais
astrológicos e horóscopos (cf. Dt 4.19).
1.5 OS QUE... JURANDO AO SENHOR. Muitos em Judá participavam doutras formas de
culto enquanto diziam adorar ao Senhor Deus. Tal mistura é idolátrica e
flagrantemente maligna. Deus não tolerará os que, embora se identifiquem
como seus seguidores, participam de atividades pagãs, pecaminosas e imorais. A
condenação espreita a todos os que se recusam a se dedicarem como santos ao
Senhor (ver o estudo
A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE)
1.7 O DIA DO SENHOR. Esta profecia aplica-se, em primeiro lugar, à destruição de
Judá pelos babilônios em 605 a.C. E, em segundo lugar, ao juízo divino a ser
aplicado em escala mundial contra todas as nações no fim dos tempos
(cf. Is 2.12; 13.6,9; Jr 46.10; Ez 13.5; 2.1; ver Jl 1.15 nota; Am 5.18 nota). O
último dia da ira ainda está por vir (Rm 2.5), e acha-se associado à segunda
vinda de Cristo (Mt 24.29-33; ver 1 Ts 5.2 nota).
1.12 O SENHOR NÃO FAZ BEM NEM FAZ MAL. Muitos em Judá tinham um conceito deísta
de Deus (i.e., de que Deus não está ativamente envolvido nos assuntos cotidianos
da humanidade). Acreditavam que Deus não castigaria o
pecado do povo. (1) Os que adotam tal atitude, descobrirão, com pavor, no dia do
juízo, que Deus os punirá por causa daqueles pecados que não abandonaram. (2)
Deus não está distante dos assuntos humanos, nem deixa de neles
envolver-se. Ele recompensará os que o buscam, e condenará os que dEle se
desviam para praticar o mal (ver Rm 2.5-11).
NOTAS DE SOFONIAS 2º
2.1-3 CONGREGA-TE Ó NAÇÃO. Sofonias já havia enunciado a iminência do dia da ira divina contra Judá. Dia este que não seria cancelado. A ocasião exata e a certeza do juízo já haviam sido determinadas. A nação teria de ser castigada em conseqüência de suas apostasias e pecados. Mesmo assim, Deus oferecia esperança aos que se arrependessem antes daquele dia. Os verdadeiramente justos seriam protegidos pelo Senhor no dia de sua ira (ver a nota seguinte).
2.3 BUSCAI O SENHOR... BUSCAI A JUSTIÇA, BUSCAI A MANSIDÃO. O profeta oferece esperança aos que já se haviam voltado ao Senhor. Exorta-os a aprofundar sua dedicação a Deus e aos seus caminhos. E o Senhor, quem sabe, haveria de protegê-los quando viesse castigar o povo. Os fiéis deviam buscar três coisas se quisessem experimentar o avivamento e novas bênçãos da parte do Senhor. Três coisas igualmente essenciais aos crentes de hoje.
(1) Buscar o próprio Deus. Seus corações deviam voltar-se a Ele com profundo desejo de conhecê-lo e amá-lo como seu Senhor e protetor segundo o concerto (cf. Jr 29.13).
(2) Buscar a justiça, conforme definida na Palavra de Deus, como sua maneira de vida (cf. Is 1.21; Am 5.24; Mt 6.33).
(3) Buscar a humildade, reconhecendo a própria insuficiência e necessidade em submeter-se a Deus (cf. Nm12.3; Sl 45.4; Pv 15.33).
2.4-15 GAZA SERÁ DESAMPARADA. Depois de advertir Judá, Sofonias profetiza o castigo divino que viria sobre as nações vizinhas, todas pecaminosas e idólatras.
2.10 ESCARNECERAM E SE ENGRANDECERAM CONTRA O POVO DO SENHOR. O mundo incrédulo ofende e zomba dos que são de Deus, e dedicam-se aos padrões retos e santos da sua Palavra.
(1) Semelhante tratamento é inevitável num mundo que está sob o controle de Satanás, é e dominado pelos que têm a mente obscurecida (cf. 2 Co 4.4; Ef 2.2,3; 4.18). O próprio Jesus sofreu zombaria e censuras enquanto se encontrava na terra (ver Mt 27.39-44; cf. Sl 69.10).
(2) A perseguição aos justos não durará para sempre. Deus determinou um dia
em que vindicará os que permaneceram leais aos seus caminhos. O justo castigo
ele reservou aos que zombam dos fiéis.
NOTAS DE SOFONIAS 3º
3.1-7 AI... DA CIDADE OPRESSORA! Depois de condenar as nações pagãs, Sofonias volta a atenção aos pecados de Jerusalém e do povo de Deus, por haverem se oposto a Deus e à sua Lei. A decadência moral penetrara em todos os níveis da sociedade, e o povo já não queria ouvir os profetas do Senhor.
3.3,4 SEUS PRÍNCIPES... JUÍZES... PROFETAS... SACERDOTES. Estas eram as quatro principais categorias de líderes em Judá. Deus os condenou por não serem santos e justos.
(1) Os príncipes e juízes pervertiam a Lei, e abusavam de seus cargos para obter dinheiro e propriedades.
(2) Os profetas alteravam a mensagem divina a fim de obter popularidade e a aprovação do povo.
(3) Os sacerdotes profanavam a casa de Deus ao violarem seus princípios e viverem vidas imorais.
(4) Devemos resistir aos líderes que toleram ou promovem o mundanismo e a imoralidade em nome de Deus. Em lugar deles, coloquemos líderes e leigos que preservem os padrões divinos. Estes jamais podem ser rebaixados a fim de acomodar os pecados de líderes profanos (ver o estudo QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR)
3.5 O SENHOR É JUSTO... NÃO COMETE INIQÜIDADE. Embora os seres humanos fracassem e caiam no pecado, Deus continuará justo. Tal verdade é inerente à sua natureza (ver estudo sobre OS ATRIBUTOS DE DEUS).
(1) O Senhor Deus é veraz, reto e justo em todos os seus caminhos (cf. Dt 32.4). Mantenhamos, pois, a fé na sua justiça infalível.
(2) Embora aconteçam-nos coisas que não conseguimos entender (ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS), permaneçamos convictos de que seu amor e fidelidade jamais hão de cessar. Ele opera em nossa vida o que é certo. Deus não pode falhar
3.9-20 PARA QUE TODOS INVOQUEM O NOME DO SENHOR. Sofonias passa, agora, a examinar o plano divino em redimir as nações depois de haverem sido estas purificadas pelo juízo. Um dia, as nações serão reconciliadas com Deus, e hão de invocá-lo e servi-lo. Estas promessas serão cumpridas durante o Milênio, quando Cristo estiver reinando sobre o mundo inteiro (ver Ap 20.4 nota).
3.10 DALÉM DOS RIOS DA ETIÓPIA. A Etiópia era uma das terras mais distantes de
Israel naqueles tempos. Além da Etiópia, as demais nações trarão oferendas a
Deus em Jerusalém (cf. Is 66.18,20).
3.11 NAQUELE DIA. Quando Deus levar as nações ao verdadeiro conhecimento, Ele
restaurará os infortúnios do seu próprio povo (v. 20).
3.14-17 REGOZIJA-TE E EXULTA. O povo de Deus deve regozijar-se por causa da sua salvação. A alegria do coração não é uma reação carnal; é uma reação sobrenatural, que resulta da atividade redentora em nossa vida. O regozijo vem-nos porque:
(1) somos perdoados e não mais castigados pelos nossos pecados (v. 15);
(2) nosso inimigo já foi derrotado, i.e., fomos libertados da escravidão de Satanás e do pecado (v. 15);
(3) Deus está conosco, e nos dá sua comunhão, graça e ajuda durante a nossa vida (vv. 15-17; cf. Hb 4.16); e
(4) somos objetos do grande amor e deleite de Deus (v. 17). Estas condições
prévias à exultação acham-se à disposição daqueles que têm pleno conhecimento do
que Deus tem feito em nosso favor mediante o seu Filho (ver Ef 1.17,18;
3.16-20). Nossa alegria chegará ao clímax no dia em que Deus manifestar
plenamente a sua glória e majestade na terra (cf. Is 35.1-10).
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