1 pedro

NOTAS DE 1 PEDRO

  CARTA  DE  1 PEDRO

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Esboço de 1 PEDRO


Saudações (1.1,2)


I. O Relacionamento entre o Crente e Deus (1.3–2.10)

A. Salvação pela Fé (1.3-12)

B. Santidade pela Obediência (1.13–2.11)

II. O Relacionamento entre o Crente e o Próximo (2.11–3.12)

A. Deveres Cívicos (2.11-17)

B. Deveres Domésticos (2.18–3.7)

1. Deveres dos Servos para com Seus Senhores (2.18-25)

2. Deveres das Esposas para com os Maridos (3.1-6)

3.     Deveres dos Maridos para com as Esposas (3.7)

C. Resumo dos Princípios Normativos do Relacionamento entre o Crente e o Próximo (3.8-12)

III. O Crente e o Sofrimento (3.13–5.11)

A. Perseverança ante o Sofrimento (3.13–4.11)

1. Por Causa da Bênção de Sofrer Injustamente Procedendo Bem (3.13-17)

2. Por Causa do Grandioso Exemplo de Cristo (3.18–4.6)

3. Por Causa da Urgência do Tempo do Fim (4.7-11)

B. Regozijo ante o Sofrimento (4.12-19)

1. Porque Testa a Realidade da Nossa Fé (4.12)

2. Faz-nos Compartilhar dos Sofrimentos de Cristo (4.13a, 14-16)

3. Prepara-nos para a Glória da sua Vinda (4.13b,17-19)

C.Exortações Ante o Sofrimento (5.1-11)

1. Aos Presbíteros — Pastorear o Rebanho (5.1-4)

2. Aos Jovens (5.5-11)

Conclusão (5.12-14)

Autor:
Pedro
Tema:
Sofrimento por Amor a Cristo
Data:
Cerca de 60-63 d.C.

 

Considerações Preliminares

Esta é a primeira de duas cartas no NT escritas pelo apóstolo Pedro (1.1; 2 Pe 1.1). Ele testifica que escreveu sua primeira carta com a ajuda de Silvano (cuja forma contracta em grego é Silas), como seu escriba (5.12). O grego
fluente de Silvano e seu estilo literário aparecem aqui, enquanto que, possivelmente, o grego menos esmerado de Pedro apareça na sua segunda epístola. O tom e o conteúdo de 1 Pedro combinam com o que sabemos a respeito de
Simão Pedro. Os anos que viveu em estreito convívio com o Senhor Jesus estão implícitos nas suas referências à morte de Jesus (1.11,19; 2.21-24; 3.18; 5.1) e à sua ressurreição (1.3,21; 3.21). Indiretamente, ele parece referir-se,
inclusive, às ocasiões em que Jesus lhe apareceu na Galiléia, depois da ressurreição (2.25; 5.2a; cf. Jo 21.15-23). Além disso, muitas semelhanças ocorrem entre esta carta e os sermões de Pedro registrados em Atos.
Pedro dirige esta carta aos “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas da Ásia Menor (1.1). Alguns destes, talvez hajam se convertido no dia de Pentecoste, ao ouvirem a mensagem de Pedro, e retornaram às suas respectivas
cidades levando a fé que acabavam de conhecer (cf.At 2.9,10). Estes crentes são chamados “peregrinos e forasteiros” (2.11), relembrando-lhes, assim, que a peregrinação cristã ocorre num mundo hostil a Jesus Cristo; mundo este,
do qual só podem esperar perseguição. É provável que Pedro escreveu esta carta em resposta a informes dos crentes da Ásia Menor sobre a crescente oposição a eles (4.12-16), ainda sem consentimento do governo (2.12-17).
Pedro escreveu de “Babilônia” (5.13). Isto pode referir-se literalmente à cidade de Babilônia, na Mesopotâmia, ou pode ser uma expressão figurada referente a Roma, o centro principal de oposição a Deus, no século primeiro.
Embora Pedro possa ter visitado alguma vez a grande colônia de judeus ortodoxos em Babilônia, é mais consentâneo entender, aqui, a presença de Pedro, Silas (5.12) e Marcos (5.13), juntos em Roma (Cl 4.10; cf. os comentários
de Pápias a respeito de Pedro e Marcos em Roma), no começo da década de 60, do que em Babilônia. Pedro escreveu mais provavelmente entre 60 e 63 d.C., certamente antes do terrível banho de sangue em Roma, ordenado por
Nero (64 d.C.).

Propósito

Pedro escreveu esta epístola de alegre esperança a fim de levar o crente a ver a perspectiva divina e eterna da sua vida terrestre e prover orientação prática aos cristãos que se encontravam sob o fogo do sofrimento entre os pagãos.
O cuidado de Pedro visava a evitar que os crentes não perturbassem, sem necessidade, o governo, e sim seguissem o exemplo de Jesus no sofrimento, sendo inocente, mas portando-se com retidão e dignidade.

Visão Panorâmica

1 Pedro começa lembrando os leitores (1) de que têm uma vocação gloriosa e uma herança celestial em Jesus Cristo (1.2-5), (2) de que sua fé e amor nesta vida estarão sujeitos a provas e purificação e que isso resultará em louvor,
glória e honra na vinda do Senhor (1.6-9), (3) de que essa grande salvação foi predita pelos profetas do AT (1.10-12), e (4) de que o crente deve viver uma vida santa, bem diferente do mundo ímpio ao seu redor (1.13-21). Os
crentes, escolhidos e santificados (1.2), são crianças em crescimento que precisam do puro leite da Palavra (2.1-3), são pedras vivas em que estão sendo edificadas como casa espiritual (2.4-10) e peregrinos, caminhando em terra
estranha (2.11,12); devem viver de modo honroso e humilde no seu trato com todas as pessoas durante a sua peregrinação aqui (2.13—3.12).
A mensagem preeminente de 1 Pedro diz respeito à submissão e a sofrer, perseverando na retidão, por amor a Cristo, de conformidade com o próprio exemplo dEle (2.18-24; 3.9—5.11). Pedro assegura aos fiéis que eles obterão o
favor e a recompensa de Deus ao sofrerem por causa da justiça. No contexto desse ensino do sofrimento por Cristo, Pedro ressalta os temas conexos da salvação, da esperança, do amor, da fé, da santidade, da humildade, do
temor a Deus, da obediência e da submissão.

Características Especiais

Cinco características principais vemos nesta epístola. (1) Juntamente com Hebreus e Apocalipse, sua mensagem gira em torno dos crentes sob a perspectiva de severa perseguição, por pertencerem a Jesus Cristo. (2) Mais do que
qualquer outra epístola do NT, contém instruções sobre o comportamento do cristão ante à perseguição e ao sofrimento injustos (3.9—5.11). (3) Pedro destaca a verdade de que o crente é estrangeiro e peregrino na terra (1.1;
2.11). (4) Muitos dos títulos do povo de Deus no AT são aplicados aos crentes do NT (e.g., 2.5,9,10). (5) Contém um dos trechos do NT de mui difícil interpretação: quando, onde e como Jesus “pregou aos espíritos em prisão, os
quais em outro tempo foram rebeldes... nos dias de Noé” (3.19,20).


 

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NOTAS DE 1 PEDRO 1º

1.2 A PRESCIÊNCIA DE DEUS. A presciência divina é o eterno amor e propósito de Deus para com o seu povo, a igreja (ver Rm 8.29 nota). Os "eleitos" são o conjunto dos verdadeiros crentes, escolhidos em harmonia com a resolução divina de redimir a igreja pelo "sangue de Jesus Cristo", em "santificação do Espírito" (ver o estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO). Todos os crentes devem participar da sua eleição, procurando diligentemente tornar mais firme sua vocação e eleição (ver 2 Pe 1.5,10 notas)

1.2 SANTIFICAÇÃO DO ESPÍRITO. Para um estudo da vida de santificação do cristão, ver o estudo A SANTIFICAÇÃO

1.3 NOS GEROU DE NOVO. Ver o estudo A REGENERAÇÃO

1.5 GUARDADOS NA VIRTUDE DE DEUS. Este versículo apresenta três verdades a respeito da segurança do crente, mensagem esta de especial relevância para os primeiros leitores da carta de Pedro, uma vez que muitos deles estavam passando por severas perseguições.

(1) Os crentes estão "guardados na virtude de Deus" contra todas as forças do mal, que ameaçam destruir sua vida e sua salvação em Cristo (2 Tm 4.18; Jd 24; cf Rm 8.31-39).

(2) A condição essencial necessária para a proteção de Deus é a "fé" (ver o estudo FÉ E GRAÇA). A proteção de Deus mediante a sua graça não opera de modo arbitrário. É somente mediante a fé que os crentes são protegidos por Deus, assim como é somente "por meio da fé" que os crentes são salvos (Ef 2.8). Deste modo, é nossa responsabilidade conservar uma fé viva em Cristo, como Senhor e Salvador, para termos a proteção contínua de Deus (v. 9; Jo 15.4,6; Cl 1.23; 2 Tm 3.14,15; 4.7; Ap 3.8,10).

(3) O alvo supremo da proteção divina do crente mediante a fé é a "salvação", aqui referida como a dimensão futura da nossa salvação, i.e., a obtenção da nossa herança no céu (v. 4) e a "salvação das almas" (v. 9)

1.7 A PROVA DA VOSSA FÉ. O tema do sofrimento sobressai em toda esta epístola (2.19-23; 3.14-17; 4.1-4,12-19; 5.10). Devemos regozijar-nos nas nossas muitas provações (v. 6), porque permanecendo fiéis a Cristo em meio a elas, isso purificará a nossa fé e resultará em louvor, glória e honra na vinda do Senhor Jesus. O Senhor considera nossa perseverança nas provações e nossa fé nEle preciosas e de valor inestimável por toda a eternidade.

1. 8 NÃO O HAVENDO VISTO, AMAIS. Deus considera a fé dos crentes, hoje, maior do que a daqueles que viram e ouviram Jesus pessoalmente, até mesmo depois da sua ressurreição. Os crentes de hoje, embora nunca o tenham visto, amam-no e crêem nEle. Conforme disse Jesus, há uma bênção especial para "os que não viram e creram" (Jo 20.29). Vivendo por fé, recebemos a alegria como um dom de Deus para nós (Sl 16.11; Jo 16.24; Rm 15.13; Gl 5.22).

1.11 O ESPÍRITO DE CRISTO... NELES. Nossa fé se baseia não somente na Palavra de Deus do NT, mas também na Palavra de Deus do AT. O Espírito Santo, através dos profetas, predisse os sofrimentos de Cristo e a glória que viria depois disso (e.g., Gn 49.10; Sl 22; Is 52.13-53.12; Dn 2.44; Zc 9.9,10; 13.7; cf. Lc 24.26,27; ver 2 Pe 1.21 nota; ver o estudo CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO). O Espírito Santo é aqui chamado "o Espírito de Cristo" porque Ele falava a respeito de Cristo, através dos profetas, e também Ele foi enviado da parte de Cristo (vv. 11,12; cf. Jo 16.7; 20.22; At 2.33)

1.12 PELO ESPÍRITO SANTO... PREGARAM. O mesmo Espírito que inspirou os profetas do AT (v. 11), inspirou a verdade do evangelho; assim, a mensagem do evangelho tem sua origem em Deus, e não nos seres humanos. No dia de Pentecoste, o mesmo Espírito que inspirou a verdade do evangelho, começou a dar poder a todos os crentes para proclamarem essa mensagem (At 1.8; 2.4).

1.14 NÃO VOS CONFORMANDO. Ver Rm 12.2 nota.

1.16 SEDE SANTOS. Deus é santo, e as qualidades de Deus devem ser as qualidades do seu povo. A idéia principal de santidade é a separação dos modos ímpios do mundo e dedicação a Deus, por amor, para o seu serviço e adoração (ver Lv 11.44 nota). A santidade é o alvo e o propósito da nossa eleição em Cristo (Ef 1.4); significa ser semelhante a Deus, ser dedicado a Deus e viver para agradar a Deus (Rm 12.1; Ef 1.4; 2.10; ver Hb 12.14 nota). É o Espírito de Deus que realiza em nós a santificação, que purifica do pecado nossa alma e nosso espírito, que renova em nós a imagem de Cristo e que nos capacita, pela comunicação da graça, a obedecer a Deus segundo a sua Palavra (Gl 5.16,22,23,25; Cl 3.10; Tt 3.5; 2 Pe 1.9). Para ensino adicional sobre a santidade como maneira de viver, ver o estudo A SANTIFICAÇÃO

1.17 AQUELE QUE JULGA. Ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE

1.17 ANDAI EM TEMOR. Ver At 5.11 nota; 9.31 nota; Rm 3.19 nota; Fp 2.12 nota.

1.18 RESGATADOS. Ver o estudo TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO

1.19 O PRECIOSO SANGUE DE CRISTO. As Escrituras deixam claro que a morte sacrificial de Cristo na cruz é a razão da redenção do crente, i.e., sua libertação da escravidão ao pecado (cf. Ef 1.7; ver Hb 9.14 nota).

1.22 AMAI-VOS ARDENTEMENTE UNS AOS OUTROS. Ver Jo 13.34,35 notas; Rm 12.10 nota.

1.25 A PALAVRA DO SENHOR PERMANECE PARA SEMPRE. A citação que Pedro faz de Is 40.8 indica que toda glória e realizações humanas, tais como a cultura, a ciência, a filosofia estão em constante mudança (cf. Sl 90.5-10; Tg 4.13-17), mas a Palavra de Deus permanece para sempre. Por isso, todos os projetos humanos e o pensamento do mundo atual precisam ser sempre julgados pela Bíblia, ao invés de a Bíblia ser julgada por eles. Aqueles que torcem a Palavra de Deus para conformá-la às tendências intelectuais e débeis padrões da sua geração, estão traindo a "palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (v. 23).

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 PEDRO 2º

2.2 DESEJAI... O LEITE RACIONAL, NÃO FALSIFICADO. Como filhos nascidos de Deus (1 Co 6.19; Gl 4.6), devemos desejar e ansiar pelo leite puro da Palavra de Deus (1.23-25). Um sinal seguro do nosso crescimento espiritual é um forte desejo de nos alimentar com a Palavra viva e permanente de Deus. Assim, devemos estar alerta quanto à perda de fome e sede pela Palavra de Deus, coisas estas que nossas atitudes erradas podem destruir (v. 1) e também não deixar que as preocupações, riquezas e prazeres desta vida sufoquem a vida espiritual (Lc 8.14; ver Mt 5.6 nota; 1 Co 15.2 nota).

2.5 SACERDÓCIO SANTO. No AT, o sacerdócio era restrito a uma minoria qualificada. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a Deus, em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com Deus (Ex 19.6; 28.1; 2 Cr 29.11). Agora, por meio de Jesus Cristo, todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6). Esse sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte.

(1) Todos os crentes têm acesso direto a Deus, através de Cristo (3.18; Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18).

(2) Todos os crentes têm a obrigação de viver uma vida santa (vv. 5,9; 1.14-17).

(3) Todos os crentes devem oferecer "sacrifícios espirituais" a Deus, inclusive:

(a) viver em obediência a Deus, sem conformar-se com o mundo (Rm 12.1,2);

(b) orar a Deus e louvá-lo (Sl 50.14; Hb 13.15; ver o estudo O LOUVOR A DEUS);

(c) servir com coração íntegro e mente disposta (1 Cr 28.9; Fp 2.17; Ef 5.1,2);

(d) praticar boas ações (Hb 13.16);

(e) contribuir com nossas posses materiais (Rm 12.13; Fp 4.18) e

(f) apresentar nossos corpos a Deus como instrumentos da justiça (Rm 6.13,19).

(4) Todos os crentes devem interceder e orar uns pelos outros e por todos (Cl 4.12; 1
Tm 2.1; Ap 8.3; ver o estudo A INTERCESSÃO).

(5) Todos os crentes devem proclamar a Palavra e orar pelo sucesso dela (v. 9; 3.15; At 4.31; 1 Co 14.26; 2 Ts 3.1; Hb 13.15)

2.9 A NAÇÃO SANTA. Os crentes são separados do mundo a fim de pertencerem totalmente a Deus (Cf. At 20.28; Tt 2.14) e de proclamarem o evangelho da salvação para a glória e louvor de Deus (cf. Ex 19.6; Is 43.20,21).

2.11 PEREGRINOS E FORASTEIROS. Nossa nova condição de possessão peculiar de Deus nos separa do povo deste mundo e nos faz peregrinos aqui. Vivemos numa terra à qual não pertencemos. Nossa verdadeira cidadania está no céu com Cristo (cf. Fp 3.20; Hb 11.9-16). Por sermos estrangeiros nesta terra, devemos abster-nos dos prazeres malignos deste mundo, que procuram destruir nossa alma (ver o estudo AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO)

2.13 SUJEITAI-VOS... A TODA AUTORIDADE. Ver Rm 13.1 nota.

2.21 TAMBÉM CRISTO PADECEU... PARA QUE SIGAIS AS SUAS PISADAS. A maior glória e privilégio para qualquer crente é sofrer por Cristo e pelo evangelho (ver Mt 5.10 nota). Sofrendo assim, o crente segue o exemplo de Cristo e dos apóstolos (Is 53; Mt 16.21; 20.28; At 9.16 nota; Hb 5.8).

(1) O cristão deve estar disposto a sofrer (4.1; 2 Co 11.23), i.e., participar dos sofrimentos de Cristo (4.13; 2 Co 1.5; Fp 3.10), e deve saber de antemão que o sofrimento fará parte do seu ministério (2 Co 4.10-12; cf. 1 Co 11.1).

(2) O sofrimento por Cristo é chamado sofrimento "segundo a vontade de Deus" (4.19), por amor do seu nome (At 9.16), pelo "evangelho" (2 Tm 1.8), "por amor da justiça" (3.14) e pelo "Reino de Deus" (2 Ts 1.5).

(3) Sofrer por Cristo é uma maneira de chegar à maturidade espiritual (Hb 2.10), de obter a bênção de Deus (4.14) e de ministrar vida ao próximo (2 Co 4.10-12). Compartilhar dos sofrimentos de Cristo é uma condição prévia para ser glorificado com Cristo (Rm 8.17) e de alcançar a "glória" eterna (Rm 8.18). Nesse sentido, o sofrimento pode ser considerado um dom precioso de Deus (Fp 1.29).

(4) O crente, ao viver por Cristo e pelo evangelho, não deve motivar o sofrimento, mas deve estar disposto a suportá-lo por devoção a Cristo.

2.24 LEVOU... NOSSOS PECADOS. Cristo carregou os nossos pecados na cruz (cf. Is 53.4,11,12), tornando-se nosso substituto, quando tomou sobre Si a penalidade dos nossos pecados (Jo 1.29; Hb 9.28; 10.10; ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO). O propósito da sua morte vicária foi livrar-nos totalmente da culpa, poder e influência do pecado. Cristo, pela sua morte, removeu nossa culpa e o castigo dos nossos pecados e proveu um caminho, mediante o qual pudéssemos voltar a Deus, conforme a sua justiça (Rm 3.24-26) e receber a graça de viver em retidão diante dEle (Rm 6.2,3; 2 Co 5.15; Gl 2.20). Pedro usa a palavra "sarados" ao referir-se à salvação e todos os seus benefícios (cf. Is 53.5; Mt 8.16,17)

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 PEDRO 3º

3.1 MARIDOS... SEJAM GANHOS. Pedro ensina como uma esposa deve agir a fim de ganhar para Cristo o seu marido não salvo.

(1) Ela deve ser submissa ao marido e reconhecer a sua liderança na família (ver Ef 5.22 nota).

(2) Ela deve conduzir-se de modo santo e respeitoso, com espírito manso e quieto (vv. 2-4; ver 1 Tm 2.13,15 notas).

(3) Ela deve esforçar-se para ganhar o marido para Cristo, mais pelo comportamento, do que por suas palavras.

3.3,4 ENFEITE EXTERIOR... BELEZA INTERIOR. Os adornos berrantes, exagerados e dispendiosos são contrários ao espírito modesto que Deus requer da parte das mulheres cristãs (ver 1 Tm 2.9 nota).

(1) O que muito importa para Deus nas mulheres cristãs é uma disposição mansa e quieta (cf. Mt 11.29; 21.5), que as leva a honrá-lo, ao dedicarem-se a ajudar o marido e a família a alcançar a vontade de Deus para as suas vidas.

(a) O adjetivo "manso" descreve uma atitude despretensiosa que se manifesta numa submissão amável e na solicitude pelo próximo (cf. Mt 5.5; 2 Co 10.1; Gl 5.23). (b) O adjetivo "quieto" refere-se à esposa não ser agitada e indelicada. Noutras palavras, Deus declara que a verdadeira beleza da mulher é questão de caráter, e não primeiramente de enfeites.

(2) As esposas cristãs de nossos dias devem ser fiéis a Cristo e à sua Palavra, num mundo dominado pelo materialismo, pelas modas dominantes, pelos direitos humanos, pela obsessão sexual e pelo desprezo aos valores do lar e da família.

3.7 VÓS, MARIDOS. Pedro menciona três coisas que o marido deve cuidar em relação a sua esposa.

(1) Devem demonstrar consideração e compreensão, convivendo com a esposa com amor e em harmonia com a Palavra de Deus (Ef 5.25-33; Cl 3.19).

(2) Devem demonstrar respeito como co-herdeiros da graça de Deus e da salvação. Isso quer dizer que as esposas devem ser honradas, sustentadas, ajudadas e protegidas, de conformidade com as suas necessidades. "Mais fraco", por certo se refere às forças físicas da mulher. O marido deve elogiar e estimar grandemente a esposa, à medida que ela procura amá-lo e ajudá-lo, segundo a vontade de Deus (vv. 1-6; ver Ef 5.23 nota).

(3) Devem evitar qualquer tratamento injusto e impróprio para com elas. Pedro indica que o marido que não usa de compreensão com a sua esposa e que não a honra como uma irmã em Cristo, prejudicará o seu relacionamento com Deus, criando uma barreira entre suas orações e Deus (cf. Cl 3.19).

3.10 AMAR A VIDA... VER OS DIAS BONS. Pedro cita Sl 34.12-16 para ressaltar que aquele que evita o mal, tanto nas palavras quanto nos atos e que busca a paz (Mt 5.37; Tg 5.12) terá

(1) uma vida cheia das bênçãos e do favor de Deus,

(2) a íntima presença de Deus com sua ajuda e graça (v. 12), e

(3) a resposta de Deus às suas orações (cf. Tg 5.16; 1 Jo 3.21,22).

3.15 SANTIFICAI A CRISTO, COMO SENHOR, EM VOSSOS CORAÇÕES. Pedro conclama o crente à reverência interior para com Cristo e à dedicação a Ele como Senhor, no sentido de sempre estarmos dispostos a defender a sua causa e a explicar o evangelho aos outros (cf. Is 8.13). Assim sendo, devemos conhecer a Palavra de Deus e a sua vontade, a fim de testemunhar corretamente de Cristo e levar outras pessoas a Ele (cf. Jo 4.4-26).

3.19 PREGOU AOS ESPÍRITOS. Os versículos 18-20 têm sido, de longa data, de difícil interpretação para os expositores da Bíblia.

(1) Uma das posições é que Cristo, depois da sua morte e ressurreição (v. 18), foi até os anjos aprisionados, que pecaram nos dias de Noé (v. 20; cf. 2 Pe 2.4,5) e lhes proclamou a sua vitória sobre a morte e Satanás (v. 22). Outra posição é que Cristo, pelo Espírito Santo, proclamou através da pregação de Noé (cf. 2 Pe 2.5), uma mensagem de advertência àquela geração desobediente, que agora está no Hades esperando o juízo final. Esta interpretação condiz melhor com o contexto bíblico, aludindo ao povo desobediente e perdido dos dias de Noé. Esta interpretação estaria em harmonia com a declaração de Pedro, que o Espírito de Cristo falou em tempos passados através dos profetas (2 Pe 1.20,21).

(2) Nem este texto, nem 1 Pe 4.6, ensina que os perdidos terão uma segunda oportunidade de salvação depois da morte. Depois da morte vem o juízo (ver Hb 9.27) e com ele o destino eterno da pessoa, sem qualquer mudança no seu estado (Lc 16.26).

3.21 COMO UMA VERDADEIRA FIGURA... VOS SALVA, BATISMO. O batismo em água tem a ver com a salvação, considerado como uma fiel expressão do nosso arrependimento, da nossa fé em Cristo e do nosso compromisso de deixar o mundo. Ele fala da nossa confissão e promessa de que pertencemos a Cristo e morremos e ressuscitamos com Ele (At 2.38,39; Rm 6.3-5; 10.9,10; Gl 3.27; Cl 2.12). Note a comparação com o dilúvio (v. 20): assim como a obediência de Noé às instruções de Deus, no tocante ao dilúvio, foi um testemunho da sua fé antes do dilúvio, assim também o passar pelas águas do batismo é um testemunho alusivo à nossa fé, como meio de salvação em Cristo; fé esta que tínhamos antes de sermos batizados.

 

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 PEDRO 4º

4.1 AQUELE QUE PADECEU. Aqueles que voluntariamente sofrem em prol da causa de Cristo, acham mais fácil resistir ao pecado e fazer a vontade de Deus. Estão unidos a Cristo e compartilham da sua cruz. Como resultado, a atração do pecado torna-se algo insignificante, ao passo que a vontade de Deus torna-se algo supremo (v. 2). Esse princípio espiritual é válido na vida de qualquer crente. Obedecer a Deus, mesmo que isso importe em sofrimento, zombaria, ou rejeição fortalecerá moral e espiritualmente o crente, que receberá da parte de Deus graça ainda maior (v. 14).

4.6 AOS MORTOS. Esta expressão deve ser entendida como uma alusão aos que ouviram o evangelho enquanto viviam na terra, porém agora mortos, quando Pedro escreveu. Ouviram o evangelho e creram, e, embora tenham morrido (i.e., "julgados segundo os homens na carne"), agora vivem com Deus. O versículo pode ser parafraseado assim: "o evangelho foi pregado àqueles que creram e posteriormente morreram, a fim de que tivessem a vida eterna com Deus".

4.7 ESTÁ PRÓXIMO O FIM DE TODAS AS COISAS. Devemos considerar a nossa vida presente, à luz da vinda iminente de Cristo e do fim do mundo (cf. Hb 10.25; Tg 5.8,9; 1 Jo 2.18). Para Pedro, isso nos importa os seguintes compromissos:

(1) orar a Deus com fervor todos os dias (ver At 10.9 nota; 12.5 nota; Cl 4.2,12 notas);

(2) amar uns aos outros com sinceridade e fervor de coração (v. 8; cf. 1.22; Mt 22.37-39; 1 Ts 4.9,10; 2 Pe 1.7);

(3) ser hospitaleiro e generoso com os necessitados (v. 9);

(4) servir aos demais crentes mediante os dons espirituais que nos foram concedidos pelo Espírito Santo (v. 10; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE);

(5) testemunhar de Cristo e servir a Deus no poder do Espírito Santo (v. 11; At 1.5-8);

(6) louvar a Deus (v. 11); e

(7) permanecer leal a Cristo no meio das provações (vv. 12-19)

4.12 A ARDENTE PROVA. O NT salienta o fato de que o crente fiel experimenta tribulações e aflições neste mundo ímpio, controlado por Satanás e hostil ao evangelho (ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS). Aqueles que se dedicam a Jesus Cristo com uma fé firme e leal, que andam segundo o Espírito e que amam a verdade do evangelho, experimentarão problemas e tristezas.

Na realidade, sofrer por amor à justiça é evidência de que nossa devoção a Cristo é genuína (cf. Mt 5.10-12; At 14.22; Rm 8.17,18; 2 Tm 2.12). Por essa razão, problemas na vida do crente podem ser um sinal de que ele está agradando a Deus e sendo-lhe fiel. As aflições freqüentemente acompanham o crente na sua luta espiritual contra o pecado, o mundo ímpio e Satanás (1.6-9; Ef 6.12).

Através de severas provas, o Senhor permite que o crente compartilhe do seu sofrimento e assim forma nele a excelência de caráter que Ele deseja (Rm 5.3-5; 2 Co 1.3-7; Tg 1.2-4). Quando você sofre e permanece fiel a Cristo, é considerado bem aventurado, porque sobre você "repousa o Espírito da glória de Deus" (ver v.14 nota; cf. 2.21 nota)

4.13 ALEGRAI-VOS... DE SERDES PARTICIPANTES DAS AFLIÇÕES DE CRISTO. É um princípio do reino de Deus que o sofrimento pela causa de Cristo faz aumentar a medida da alegria que o crente desfruta no Senhor (ver Mt 5.10-12; At 5.41; 16.25; Rm 5.3; Cl 1.24; Hb 10.34; ver a próxima nota). Daí, não se deve invejar os que sofrem pouco ou nada pelo Senhor.

4.14 O ESPÍRITO DA GLÓRIA E DE DEUS. Aqueles que sofrem por causa da sua lealdade a Cristo são bem-aventurados (cf. Mt 5.11,12; 1 Pe 3.14; 4.13), porque o Espírito Santo estará com eles de modo especial. Suas vidas estarão cheias da presença do Espírito Santo para neles operar, abençoá-los, ajudá-los e proporcionar-lhes um antegozo da glória do céu (cf. Is 11.2; Jo 1.29-34; 16.15; At 6.15).

4.17 QUE COMECE O JULGAMENTO PELA CASA DE DEUS. Ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE

 

 

 

 

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NOTAS DE 1 PEDRO 5º

5.2 APASCENTAI O REBANHO DE DEUS. Os pastores e dirigentes de igrejas têm a responsabilidade de cuidar dos crentes, de fazê-los discípulos, de alimentá-los com a Palavra e de protegê-los (ver o estudo DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA; OS PASTORES E SEUS DEVERES)

5.2 NEM POR TORPE GANÂNCIA. Pastores e dirigentes da igreja devem acautelar-se de dois pecados perigosos.

(1) A ambição por dinheiro (ver 1 Tm 3.3,8; Tt 1.7). O ensino do NT para quem administra a obra de Deus é que recebam sustento adequado da igreja (Lc 10.7; 1 Co 9.14; 1 Tm 5.17) e que se contentem com o que têm para si mesmos e para suas famílias. Nenhum pastor deve enriquecer-se em detrimento da obra de Deus. Aqueles que se deixam dominar por este desejo, ficam à mercê dos pecados da cobiça, da prevaricação e do furto. Por amor ao dinheiro, comprometem a Palavra de Deus, os padrões da retidão e os princípios do reino de Deus.

(2) A sede de poder. Aqueles que cobiçam o poder, dominarão aqueles a quem deveriam servir, pelo abuso excessivo da sua autoridade. Antes, o pastor deve conduzir a igreja, servindo de exemplo ao rebanho na sua devoção a Cristo, no serviço humilde, na perseverança, na retidão, na constância na oração e no amor à Palavra.

5.5 REVESTI-VOS DE HUMILDADE. A humildade deve ser o sinal distintivo de todo o povo de Deus. É a ausência de orgulho de si mesmo; a consciência das nossas fraquezas e a disposição de atribuir a Deus e aos outros o crédito por aquilo que estamos realizando ou que já alcançamos (cf. Mt 11.29; Fp 2.3,4; Cl 3.12). A palavra "cingir" (gr. egkomboomai) significa atar em si mesmo um pedaço de pano. Nos tempos do NT, os escravos atavam um pano branco ou avental às suas roupas, a fim de que os outros soubessem que eram escravos. A exortação de Pedro é que atemos em nós mesmos o "pano" da humildade, a fim de

(1) sermos identificados como crentes em Cristo, ao agirmos com humildade para com o próximo e

(2) recebermos a graça e ajuda de Deus (vv. 5-7). É possível que Pedro tivesse em mente a ação de Jesus, quando Ele se cingiu de uma toalha e lavou os pés dos discípulos (Jo 13.4,5).

5.7 ELE TEM CUIDADO DE VÓS. O cuidado que Deus tem com os problemas de cada um dos seus filhos é uma verdade enfatizada através da sua Palavra (ver Sl 27.10; 37.5; 40.17; 55.22; Mt 6.25-30; 10.29-31; 11.30; Fp 4.6 nota).
Todos os nossos temores, cuidados e preocupações devem ser prontamente lançados sobre o Senhor (cf. Sl 55.22; Lc 12.11,12; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA)

5.8 O DIABO, VOSSO ADVERSÁRIO. Quando o homem pecou, Satanás passou a ser o dominador do mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11). Ele domina o mundo inteiro (1 Jo 5.19), percorre a terra e comanda uma hoste de espíritos malignos, através dos quais ele escraviza e mantém cativos os que estão sem Cristo (Ef 2.2; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS).

Somente o crente em Cristo está liberto do seu poder (ver o estudo O REINO DE DEUS). Mesmo assim, como leão rugente, ele é uma ameaça aos crentes (Sl 22.13; Ez 22.25), e procura destruí-los, especialmente por meio do sofrimento (vv. 8-10). Ele destruirá espiritualmente todo aquele que abandona a proteção de Deus. Através da nossa fé no sangue de Cristo (Ap 12.11), da nossa luta espiritual no Espírito (Ef 6.11-18) e nossas orações a Deus (Mt 6.13), estamos plenamente equipados para derrotar as astutas ciladas de Satanás (Ef 6.11), resistir-lhe e ficar firmes na fé (v. 9). Maior é o que está em vós do que o que está no mundo (1 Jo 4.4)

 

 

 

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