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Notas de Daniel

  LIVRO  DE  DANIEL

 

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Esboço DANIEL


I. O Contexto Histórico de Daniel (1.1-21)

A. Daniel e Seus Amigos Deportados a Babilônia (1.1-7)

B. A Fidelidade de Daniel e dos Seus Amigos em Babilônia (1.8-16)

C. A Promoção de Daniel e Seus Amigos na Corte (1.17-21)

II. A Soberania de Deus sobre as Nações (21—7.28)

A. O Sonho Profético de Nabucodonosor e a Sua Interpretação por Daniel (2.1-49)

B. A Imagem de Ouro e a Fornalha de Fogo Ardente (3.1-30)

C. O Sonho Profético da Loucura de Nabucodonosor e o Seu Cumprimento (4.1-37)

D. A Festa de Belsazar e a Queda de Babilônia (5.1-31)

E. O Decreto de Dario e o Livramento de Daniel (6.1-28)

F. O Sonho Profético de Daniel sobre os Quatro Últimos Impérios Mundiais (7.1-28)

III. As Visões de Daniel sobre Israel (8.1—12.13)

A. A Visão do Carneiro, do Bode e da Ponta Pequena (8.1-27)

B. A Oração Intercessória de Daniel e a Visão das Setenta “Semanas” (9.1-27)

C. A Visão do Futuro de Israel (10.1—12.13)

1. A Revelação de Daniel e a Visitação Angelical (10.1—11.1)

2. Revelação Profética a Respeito da Pérsia e Grécia (11.2-4), Egito e Síria (11.5-35), e do Futuro Anticristo (11.36-45)

3. Revelação Profética de Outros Eventos do Tempo do Fim (12.1-13)

 

Autor:
Daniel
Tema:
A Soberania de Deus na História
Data:
Cerca de 536—530 a.C.

 

Considerações Preliminares

Daniel, cujo nome significa “Deus é meu juiz”, é tanto o personagem principal como o autor do livro que leva o seu nome. A autoria de Daniel não somente é declarada explicitamente em 12.4 como também é subentendida pelas
numerosas referências autobiográficas nos caps. 7—12. Jesus atribui o livro ao “profeta Daniel” (Mt 24.15), quando cita Dn 9.27.
O livro relata eventos a partir da primeira invasão de Jerusalém por Nabucodonosor (605 a.C.) até ao terceiro ano de Ciro (536 a.C.) (10.1). O contexto histórico do livro está vinculado a Babilônia, durante o cativeiro babilônico de
Judá de setenta anos de duração profetizado por Jeremias (cf. Jr 25.11). Daniel era certamente adolescente por ocasião dos eventos do cap. 1, e octagenário, quando teve as visões dos caps. 9—12. Supõe-se que ele viveu até
cerca de 530 a.C., quando teria concluído o livro na última década de sua vida (cf. João e o livro de Apocalipse). Os críticos modernos que consideram o livro de Daniel como espúrio, e do século II a.C.,orientam-se pelo seu
próprio raciocínio filosófico desvirtuado, e não pelos fatos reais.
Quase toda informação que se tem do profeta Daniel procede deste livro (cf. Ez 14.14,20). Possivelmente Daniel era descendente do rei Ezequias (cf. 2 Rs 20.17,18; Is 39.6,7). Ele era de família culta, da classe alta de Jerusalém
(1.3-6), porquanto Nabucodonosor não escolheria jovens estrangeiros de classe inferior para sua corte real (1.4,17). O êxito de Daniel em Babilônia atribui-se à sua integridade de caráter, aos seus dons proféticos e às intervenções
de Deus que resultaram no seu acesso rápido a posições de destaque e de responsabilidade na corte (2.46-49; 6.1-3)
Cronologicamente, Daniel é um dos últimos profetas do AT. Somente Ageu, Zacarias e Malaquias vêm depois dele na seqüência do ministério profético do AT. Foi contemporâneo de Jeremias, porém, mais jovem que este. Tinha
provavelmente a mesma idade de Ezequiel.

Propósito

Há duplo propósito no livro de Daniel: (1) dar ao povo do concerto do AT a certeza de que o juízo de seu cativeiro entre as nações gentias não seria permanente; e (2) legar ao povo de Deus, no decurso da sua história, as visões
proféticas da soberania de Deus sobre as nações, e do triunfo final do seu reino na terra. Este duplo propósito é demonstrado no decorrer do livro, nas vidas de Daniel e dos seus três amigos, e na mensagem e ministério proféticos de
Daniel. O livro afirma que as promessas de Deus, de preservar e restaurar o seu povo, são tão firmes como o reino messiânico vindouro que durará para sempre.

Visão Panorâmica

O conteúdo de Daniel é uma associação de autobiografia, história e profecia. Sua forma literária é apocalíptica, significando que sua mensagem profética é a revelação de Deus: (1) através de visões, sonhos e simbolismo; (2) visando
encorajar o povo de Deus durante um período crítico da história; e (3) para uma concepção da esperança de Israel no tocante ao triunfo final do reino de Deus e da sua justiça na terra (ver a introdução ao livro de Apocalipse).
O livro divide-se, naturalmente, em três partes. (1) O cap. 1 é escrito em hebraico, e abarca o contexto histórico do livro. (2) Os caps. 2—7, a partir de 2.4, foram escritos em aramaico, e descrevem a elevação e queda de quatro
poderosos reinos mundiais sucessivos, seguindo-se o estabelecimento do reino de Deus como reino eterno (principalmente caps. 2 e 7). Esses capítulos destacam a soberania de Deus sobre os assuntos dos seres humanos e das
nações, e sua intervenção neles ao descreverem: (a) a ascensão de Daniel a uma posição de destaque na corte de Nabucodonosor (cap. 2); (b) o Filho de Deus na fornalha de fogo com os três amigos de Daniel (cap. 3); (c) a
loucura temporária de Nabucodonosor como castigo divino (cap. 4); (d) o desempenho de Daniel no banquete de Belsazar, declarando o fim do reino babilônico (cap. 5); (e) o livramento milagroso de Daniel na cova dos leões (cap.
6) e (f) a visão dos quatro reinos mundiais sucessivos julgados pelo “Ancião de dias” (cap. 7). (3) Nos caps. 8—12, Daniel volta a escrever em hebraico, e expõe revelações surpreendentes e visitações angelicais da parte de Deus a
respeito (a) do povo judeu sob o futuro domínio gentio (caps. 8—11); (b) do período de setenta “semanas” proféticas como tempo determinado por Deus para a cumprimento da missão do Messias a favor de Israel (cap. 9); e (c)
do livramento final de Israel de todas as tribulações no fim dos tempos (cap. 12).
As mensagens proféticas de Daniel abrangem duas dimensões: (1) o futuro próximo e (2) o futuro distante, se bem que ambas as dimensões freqüentemente se mesclam. Por exemplo: nos capítulos 8 e 11, Daniel profetiza acerca do
tipo do futuro Anticristo, a saber, Antioco IV Epifânio, que profanou o templo em Jerusalém, em 160 a.C., e ao mesmo tempo profetizou a respeito do Anticristo dos fins dos tempos (8.23-26; 11.36-45; cf. Ap 13.1-10). Esta
interação entre esses dois tipos de futuro caracteriza a profecia bíblica de modo geral, e Daniel, em particular. Deus revela a Daniel que a profecia para o futuro remoto é uma mensagem oculta até o “tempo do fim” (12.4,9). Nesse
tempo, o povo de Deus o buscará com discernimento, com pureza e sabedoria para obter compreensão assim como o fez Daniel (12.3,10).

Características Especiais

Oito características principais assinalam o livro de Daniel. (1) É o mais breve dos quatro profetas maiores, e o mais lido e estudado de todos os profetas do AT. (2) Nos trechos proféticos do NT, Daniel é mais freqüentemente citado
ou aludido do que qualquer outro livro do AT. (3) É o “apocalipse” do AT e, como o de Apocalipse do NT, revela grandes temas proféticos de vital importância para a igreja do tempo do fim. (4) Contém o resumo profético mais
detalhado de toda a história final do AT. É a única profecia do AT que estabelece a data do primeiro advento de Cristo (9.24-27). (5) Revela mais a respeito do seu autor humano do que qualquer outro escrito profético do AT (com
a possível exceção de Jeremias). Note-se que Daniel era um homem assinalado por grande integridade de caráter, sabedoria profética e esforçado na oração e no jejum. (6) Contém o melhor exemplo de intercessão pela restauração
do povo de Deus baseada nas inspiradas promessas da Palavra de Deus (ver cap. 9, baseado em Jr 25.11-16; 29.7,10-14). (7) As histórias de Daniel e dos seus amigos estão entre as mais queridas na Bíblia (especialmente caps. 3
e 6). (8) O episódio da “escritura na parede” durante o banquete de Belsazar é muitíssimo conhecido por toda parte.

O Livro de Daniel ante o NT

A influência de Daniel no NT vai muito além das cinco ou seis vezes que o livro é citado diretamente. Muito da história e da profecia de Daniel reaparece nos trechos proféticos dos Evangelhos, das Epístolas e do Apocalipse. A
profecia de Daniel a respeito do Messias vindouro contém uma descrição dEle como (1) a “grande pedra” que esmagaria os reinos do mundo (2.34,35,45); (2) o Filho do homem, a quem o Ancião de dias daria o domínio, a glória e
o reino (7.13,14); e (3) “o Messias, o Príncipe” que viria e seria tirado (9.25,26). Alguns intérpretes crêem que a visão de Daniel, em 10.5-9, trata-se de uma aparição do Cristo pré-encarnado (cf. Ap 1.12-16).
Daniel contém numerosos temas proféticos plenamente desenvolvidos no NT: e.g., a grande tribulação e o anticristo, a segunda vinda de nosso Senhor, o triunfo do reino de Deus, a ressurreição dos justos e dos ímpios e o Juízo
Final. As vidas de Daniel e dos seus três amigos evidenciam o ensino neotestamentário da separação pessoal do pecado e do mundo, i.e., viver no mundo incrédulo sem, porém, participar do seu espírito e dos seus modos (1.8; 3.12;
6.18; cf. Jo 7.6,15,16,18; 2 Co 6.14—7.1).
 

 

 

 


 

 


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NOTAS DE DANIEL 1º

N do E - O Xerxes (gr.) aqui mencionado é o mesmo que Assuero (hb.), esposo de Ester (Et 1.1). A história chama-o Xerxes, enquanto a Bíblia chama-o Assuero.
 

1.4 QUE TIVESSEM HABILIDADE PARA VIVER NO PALÁCIO DO REI. Quando Deus permitiu a Nabucodonosor a vitória sobre Jeoaquim em 605 a.C., o monarca babilônico levou alguns dos vasos do templo e também alguns escolhidos dentre os príncipes e nobres. Depois da destruição de Nínive, sete anos antes, o império babilônico começou a crescer tão rapidamente que não dispunha de número suficiente de babilônios cultos para a cúpula governamental. Por isso, Nabucodonosor levou para Babilônia jovens saudáveis de boa aparência e de alto nível cultural a fim de ensinar-lhes a cultura e a língua dos caldeus (i.e., babilônios) e, assim, torná-los úteis no serviço real. Entre eles estavam Daniel e seus três amigos.

1.7 O CHEFE DOS EUNUCOS LHES PÔS OUTROS NOMES. Para Daniel e seus amigos ingressarem no serviço do rei, precisavam ter a cidadania babilônica, que lhes foi concedida com seus nomes babilônicos. Ao jovem príncipe Daniel ("Deus é meu Juiz") deram o nome de Beltessazar ("Bel [deus principal da Babilônia] proteja sua vida"); a Hananias ("o SENHOR é gracioso") chamaram Sadraque ("Servo de Áku", i.e., o deus-lua); a Misael ("Quem é igual a Deus?") chamaram Mesaque ("a sombra do príncipe" ou "quem é este?"); a Azarias ("o SENHOR ajuda") chamaram Abede-Nego ("Servo de Nego", i.e., o deus da sabedoria ou a estrela da manhã). Agora, como cidadãos de Babilônia, passaram a desempenhar funções oficiais. Apesar de receberem nomes pagãos, esses judeus resolveram permanecer fiéis ao único Deus verdadeiro (ver a nota seguinte).

1.8 DANIEL ASSENTOU NO SEU CORAÇÃO NÃO SE CONTAMINAR. O ambiente moral de Babilônia era totalmente pagão. Bem sabemos que o ensino que transmitiam a Daniel e aos seus amigos, em Babilônia, geralmente contradizia os retos ensinos da lei de Deus. O mesmo alimento e vinho servidos ao rei Nabucodonosor também eram servidos a eles alimento e vinho que, por certo, eram antes dedicados a ídolos. Comer tal alimento era, para eles, desobediência à Lei de Deus; beber tal vinho significava entorpecer suas mentes. (1) Daniel resolveu desde o início não se contaminar. Não abriria mão de suas convicções, mesmo se tivesse que pagar com a vida por isso. Note-se que Daniel não tinha agora a presença dos seus pais para orientá-lo nas suas decisões; mas seu amor a Deus e à sua lei achavam-se de tal modo arraigados nele desde a infância, que ele somente desejava servir ao Senhor de todo coração (ver Dt 6.7 nota; ver o estudo PAIS E FILHOS). (2) Aqueles que resolvem permanecer fiéis a Deus, enfrentando a tentação, receberão forças para permanecerem firmes por amor ao Senhor. Por outro lado, aqueles que antes não tomam a decisão de permanecer fiéis a Deus e à sua Palavra, terão dificuldade para resistir ao pecado ou evitar conformar-se com os caminhos do mundo

1.12 EXPERIMENTA... OS TEUS SERVOS DEZ DIAS. Daniel e seus amigos eram alvos da atenção especial do rei, que poderia irar-se com o funcionário da corte se este atendesse o pedido de Daniel. Daí, a recusa do funcionário (v. 10). Daniel não discutiu; pelo contrário, com graça e dignidade, foi ter com o "despenseiro" (v. 11) que servia a comida, e lhe propôs uma dieta experimental de dez dias.

1.17 DEUS DEU O CONHECIMENTO E A INTELIGÊNCIA EM TODAS AS LETRAS E SABEDORIA. Visto que os quatro jovens eram dedicados a Deus, o Senhor empenhou-se em assisti-los. Se o crente se esforça para ser fiel a Deus em tudo, pode ficar certo de que Deus será com Ele, e lhe dará a ajuda e a graça necessárias para que ele execute a sua vontade.

1.20 EM TODA MATÉRIA DE SABEDORIA... O REI... OS ACHOU DEZ VEZES MAIS DOUTOS DO QUE TODOS. No exame final, Daniel e seus amigos estavam saudáveis e confiantes diante do rei. Permaneceram fiéis ao Senhor e, por sua demonstração de sabedoria e conhecimento, testemunharam do poder do Deus de Israel.
1.21 ATÉ AO PRIMEIRO ANO DO REI CIRO. Esta data (539 a.C.) dar-se-ia sessenta e seis anos depois da deportação de Daniel para Babilônia. Isto é, Daniel ainda vivia quando os primeiros exilados voltaram a Judá, em 538 a.C., após o cativeiro babilônico, posto que ele estava vivo em 537 a.C. (cf. 10.1).

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 1º

2.1 TEVE NABUCODONOSOR UNS SONHOS. O rei ficou grandemente perturbado quanto aos seus sonhos, e julgou, por certo, que os deuses queriam comunicar-lhe alguma coisa. Portanto, convocou os adivinhos para lhe revelarem o sonho e o respectivo significado.

2.4 EM SIRÍACO. Até ao versículo anterior, o livro de Daniel está escrito em hebraico. A partir de 2.4 muda para siríaco (i.e., o aramaico), que era o idioma das transações comerciais e da diplomacia naquele tempo. O uso do aramaico em Daniel vai até ao final do cap. 7. Os caps. 8-12 retornam ao hebraico.

2.5 O QUE FOI ME TEM ESCAPADO. O rei compreendeu a importância do seu sonho e decidiu submeter a um teste os sábios de Babilônia. Se pudessem contar-lhe o sonho (do qual, provavelmente, lembrava-se muito bem), saberia que eles lhe dariam a interpretação correta. Se não conseguissem contar-lhe o sonho juntamente com a sua interpretação, o rei destruiria a todos eles.

2.16 DANIEL... PEDIU AO REI QUE LHE DESSE TEMPO. Daniel e seus três amigos, sendo recém-formados, não foram chamados perante o rei juntamente com os outros sábios, mas o decreto da matança também os incluía. Daniel foi ter com o rei, e pediu tempo para interpretar o sonho; tempo para orar e para receber o auxílio divino. Daí, os quatro jovens buscaram ao Senhor em intensa oração e aguardaram a sua revelação.

2.19-23 DANIEL LOUVOU O DEUS DO CÉU. O primeiro pensamento de Daniel após o Senhor revelar-lhe o sonho e a sua interpretação foi louvar ao Senhor por sua bondade e poder. Expressões espontâneas de louvor a Deus são típicas daqueles que verdadeiramente o amam e o servem.

2.28-30 HÁ UM DEUS NOS CÉUS, O QUAL REVELA OS SEGREDOS. Daniel não reivindicou nenhum mérito pessoal por revelar ao rei o sonho e sua interpretação. Devemos tomar cuidado para nunca aceitar mérito e louvor por aquilo que Deus faz através de nós (cf. Dt 8.11-20). Porque Daniel foi humilde, franco e honesto no tocante a Deus, Nabucodonosor pôde demonstrar a apropriada atitude em reconhecer o Deus de Daniel (v. 47).

2.37,38 TU ÉS A CABEÇA DE OURO. Nabucodonosor era a cabeça de ouro, que representava o império neobabilônico (605-539 a.C.). Depois da sua morte, o império começou de imediato a desintegrar-se.

2.39 REINO, INFERIOR AO TEU. O reino babilônico seria seguido por um reino inferior, representado pelo peito e braços de prata (v. 32), este reino seria o império medo-persa fundado por Ciro (539 a.C.). Um terceiro reino, simbolizado pelo ventre e coxas de cobre, representava o império grego fundado por Alexandre Magno (330 a.C.).

2.40 O QUARTO REINO SERÁ FORTE COMO FERRO. O reino de ferro (v. 33) representa o império romano, que teve seu início cerca de 67 a.C. e dominou o mundo numa amplitude que nenhum império dantes o fizera.

2.41-43 FERRO E... BARRO... FORTE... FRÁGIL. Os pés de ferro e barro provavelmente representam os estados nacionalistas que vieram a existir na área do ex-império romano a partir da sua queda. Alguns deles têm sido fortes e de longa duração; outros são frágeis, e outros fragmentaram-se seguidamente.

2.44,45 UM REINO QUE NÃO SERÁ JAMAIS DESTRUÍDO. No sonho, uma pedra cortada sem mãos (i.e., sobrenaturalmente) da montanha feriu a imagem nos pés. Não somente foram destruídos os pés, como também todo o ouro, a prata, o cobre, o ferro e o barro transformaram-se em pó, e o vento levou tudo para longe. (1) Quando Babilônia sucumbiu ante os medo-persas, a maneira de ser desta última coalização permaneceu como parte da mesma imagem. A mesma realidade aplica-se à Grécia e Roma, e continua a mesma aplicação aos estados nacionalistas modernos. Todos são parte do mesmo sistema mundial. Daí, ainda haver atualmente a astrologia babilônica, a ética medo-persa, a arte e filosofia gregas e a idéia romana de que se pode obter a paz mediante o poderio militar. Diante do sonho de Nabucodonosor, a presente ordem mundial com a sua filosofia de vida e valores deve desaparecer completamente para que o reino de Cristo seja plenamente estabelecido aqui. (2) A pedra tornou-se um reino que encheu toda a terra (v. 35). Este quinto reino é o reino de Deus, estabelecido por Jesus, o Messias. Ele encherá a terra inteira e se estenderá até aos novos céus e a nova terra (cf. Ap 21.1). É certo que a presente ordem mundial não durará para sempre, mas o reino de Deus, sim, durará para sempre (cf. 2 Pe 3.10-13).

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 3º

3.1 O REI... FEZ UMA ESTÁTUA DE OURO. Nabucodonosor pode ter consumado esse ato orgulhoso por saber, segundo a revelação recebida por Daniel (2.37,38), que ele era a cabeça de ouro da estátua que vira no seu sonho.
Nabucodonosor acabara de galgar o poder e, sem dúvida, estava procurando usar a religião a fim de consolidar as muitas províncias que anexara ao seu império. Exigiu a adoração da imagem como meio de granjear a lealdade a si mesmo. Não foi ele o primeiro líder mundial a usar a religião com propósitos políticos ou de auto-exaltação, nem será o último.

3.2 A CONSAGRAÇÃO DA ESTÁTUA. Mediante o pedido de Daniel, os seus três amigos foram nomeados pelo rei para cargos de responsabilidade na administração de Babilônia, porém Daniel servia na corte do rei (2.49). É possível que Daniel não estivesse presente à grande reunião em que o rei ordenara aos altos funcionários do império que se prostrassem e adorassem a imagem de ouro. É possível que ele estivesse viajando pelas províncias, naquela ocasião, a serviço do rei, ou que suas responsabilidades não tivessem afinidade com as mencionadas neste versículo.

3.12 A TEUS DEUSES NÃO SERVEM. A Bíblia ensina que o crente deve obedecer, honrar e orar em favor dos governantes (Rm 13.1-7; 1 Tm 2.1,2; 1 Pe 2.13-17), porém, nosso primeiro dever é para com Deus. Quando obedecemos ao primeiro e maior mandamento - amar ao único Deus verdadeiro de todo o "teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu poder, e de todo o teu pensamento" (Dt 6.5; Mt 22.37,38) - não podemos adorar, nem honrar qualquer falso deus ou qualquer imagem que represente um deus.

3.17,18 NOSSO DEUS... É QUE NOS PODE LIVRAR... E, SE NÃO... Nem as insinuações enciumadas dos caldeus nem as terríveis ameaças do rei Nabucodonosor amedrontaram os três jovens a transigirem quanto às suas convicções pessoais. Muito pelo contrário, deram testemunho destemido e decidido da sua lealdade ao único Deus verdadeiro. Sua esperança e fé estavam firmados naquele que é o nosso refúgio e fortaleza (Sl 46.1; 56.4). Tinham a fé que não somente confia em Deus, mas que também o obedece, sejam quais forem as conseqüências. Assim como muitos dos grandes santos da Bíblia, os três amigos de Daniel foram grandemente provados quanto à sua fé.

3.24,25 E O ASPECTO DO QUARTO É SEMELHANTE AO FILHO DOS DEUSES. O quarto homem pode ter sido um anjo ou uma manifestação pré-encarnada de Cristo para proteger os três amigos de Daniel e para estar com eles num momento de grande provação. Note-se que o significado dos nomes hebraicos dos três jovens correspondem ao livramento que Deus lhes deu. "O SENHOR é gracioso" (Hananias); e "o SENHOR ajuda" (Azarias). O aspecto do quarto homem no fogo era de um "semelhante a Deus" (Misael; ver 1.7 nota).

3.30 SADRAQUE, MESAQUE E ABEDE-NEGO. Estes três homens, que permaneceram fiéis a Deus, mesmo a custo de suas vidas, servem de recriminação contra o liberalismo moral e espiritual dos que se aproveitam das influências e costumes da atualidade como desculpa à sua conduta mundana. Deus não aceita o raciocínio de que podemos fazer algo simplesmente porque "todos fazem o mesmo". Devemos pedir decididamente a Deus que ponha uma determinação firme em nosso coração de sermos fiéis a Ele e à sua Palavra malgrado as conseqüências.

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 4º

4.1-3 OS SINAIS E MARAVILHAS.  Nabucodonosor dá testemunho da grandeza e do poder de Deus. Chegou a esta conclusão depois da sua experiência humilhante de loucura descrita neste capítulo.

4.9 PRÍNCIPE DOS MAGOS. A expressão "magos" (hartumaya), na realidade, refere-se aos sábios escribas que copiavam e entendiam as mais antigas escritas cuneiformes. Alguns desses homens utilizavam fórmulas mágicas. O rei, no entanto, reconhecia que o conhecimento de Daniel e a sua capacidade eram sobrenaturais e não resultado de leitura de tradições pagãs antigas.

4.10 UMA ÁRVORE. Para o simbolismo que Daniel viu nessa árvore, ver v. 22.

4.16 SEJA-LHE DADO CORAÇÃO DE ANIMAL; E PASSEM SOBRE ELE SETE TEMPOS. Neste ponto, o quadro muda de uma árvore derribada para um ser vivo. Este ser perderia seu próprio coração (i.e., sua mente, ou poderes de raciocínio) e receberia o coração e a mente de animal. Essa perda de raciocínio duraria "sete tempos" (lit. "sete estações"), expressão que talvez signifique três anos e meio, visto que em Babilônia só se contavam duas estações, verão e inverno.

4.17 O ALTÍSSIMO TEM DOMÍNIO SOBRE OS REINOS DOS HOMENS. O rei precisava saber que o Senhor Deus é Todo-poderoso e que pode pôr a quem Ele quiser sobre os reinos do mundo.

4.27 DESFAZE OS TEUS PECADOS PELA JUSTIÇA. O fato de Daniel chamar o rei ao arrependimento indica que o terrível juízo da parte de Deus poderia ser evitado. Se Nabucodonosor abandonasse seus pecados e vivesse retamente, tendo misericórdia dos pobres e aflitos, aos quais ele mesmo oprimira, Deus não executaria o que fora revelado no sonho.

4.34-37 TORNOU-ME A VIR O MEU ENTENDIMENTO. Sete é o número da perfeição, de modo que, no fim das sete estações, o raciocínio de Nabucodonosor voltou. Ele não somente compreendeu o transtorno porque passou, como também reconheceu o poder, a grandeza e a soberania do Deus de Daniel, o Senhor Deus de Israel e Judá.

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 1º

5.1 BELSAZAR DEU UM GRANDE BANQUETE. O brilhante reinado de Nabucodonosor durou quarenta e quatro anos. Depois da sua morte, a glória de Babilônia entrou em declínio. Embora o império durasse mais vinte e dois anos, debilitou-se por revoluções e -homicídios. Os últimos reis babilônicos foram Nabonido e seu filho mais velho, Belsazar, que governaram juntos como co-regentes.

5.2 NABUCODONOSOR, SEU PAI. "Pai" é usado aqui no sentido geral de ancestral ou antecessor, e não do pai, no sentido natural.

5.3 TROUXERAM OS UTENSÍLIOS DE OURO... DO TEMPLO. Belsazar com os seus grandes, ao beberem nos vasos sagrados do Senhor em honra aos deuses pagãos de Babilônia, afrontaram o único Deus verdadeiro e provocaram juízo contra si mesmos (vv 22-24).

5.22 TU... NÃO HUMILHASTE O TEU CORAÇÃO, AINDA QUE SOUBESTE DE TUDO ISSO. Daniel recordou a Belsazar como Deus humilhou Nabucodonosor. Embora Belsazar soubesse desse evento trágico, não deu importância à sua lição. Ele, ao profanar os vasos santos do Senhor, cometeu um ato de afronta deliberada contra o Deus vivo. Poucas pessoas aprendem as lições da história.

5.26 MENE: CONTOU DEUS O TEU REINO E O ACABOU. "MENE" foi escrito duas vezes pela mão, pois tinha um sentido duplo: "numerado" e "provado". A interpretação por Daniel foi muito clara: Deus provou o reino de Babilônia, achou-o em falta e, por isso, contou os seus dias.

5.27 TEQUEL: PESADO FOSTE NA BALANÇA E FOSTE ACHADO EM FALTA. A expressão "em falta" aqui significa "defeituoso" ou "de má qualidade". Belsazar foi pesado na balança do céu e achado gravemente defeituoso segundo o padrão divino de medição.

5.28 PERES: DIVIDIDO FOI O TEU REINO, E DEU-SE AOS MEDOS E AOS PERSAS. Note-se que o versículo 25 diz em aramaico uparsin. O u significa "e"; e parsin é o plural de peres (ver v. 28), o qual tem dois significados: "divisão" e "Pérsia". Significava a divisão do reino de Babilônia e sua tomada pelos persas e os medos.

5.30 NAQUELA MESMA NOITE, FOI MORTO BELSAZAR. Tanto os escritos babilônicos como os persas indicam que quando o exército medo-persa aproximou-se de Babilônia, o povo escancarou os portões para acolhê-lo sem resistência. Talvez somente Belsazar tenha sido morto. Um pouco mais tarde, Ciro entrou na cidade e foi saudado como o libertador da tirania de Nabonido e de Belsazar.

5.31 DARIO, O MEDO, OCUPOU O REINO. É possível que "Dario" seja um título que Ciro adotou ao assumir o governo de Babilônia. Também pode ser outro nome de Gubaru, a quem Ciro nomeou como seu subalterno, e que continuou a reinar em Babilônia por algum tempo depois de sua morte.

 

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 6º

6.3 O REI PENSAVA CONSTITUÍ-LO SOBRE TODO O REINO. Daniel era o principal dos três administradores que ajudavam Dario no governo do império. Por causa do "espírito excelente" em Daniel, que incluía uma inteligência extraordinária, o rei planejou dar-lhe um cargo acima de todos os outros administradores e príncipes, ou sátrapas. Foi pela bondade de Deus que, Daniel, aos oitenta anos de idade, ainda tinha a mente vigorosa, e aptidões claras (cf. Moisés, Calebe e Josué aos oitenta anos de idade - Ex 7.7; Dt 34.7; Js 14.10,11; 24.29).

6.7 TODOS OS PRÍNCIPES... TOMARAM CONSELHO. Com inveja de Daniel, por causa da sua promoção, funcionários seus tramaram uma conspiração com base na sua fidelidade à lei do seu Deus. Combinaram juntos convencer Dario a baixar um decreto, ao qual eles sabiam que Daniel não iria obedecer. Esta desobediência forçaria o rei a ordenar a pena de morte. A lealdade irrestrita de Daniel a Deus e à sua palavra é um bom exemplo para todos os crentes.
Devemos proceder com integridade e nos esmerar no trabalho, mesmo em situações as mais difíceis, sem transigir quanto às nossas convicções bíblicas. Desta maneira, Deus será honrado.

6.10 DANIEL... ORAVA, E DAVA GRAÇAS. O decreto do rei não intimidou Daniel, nem fê-lo mudar seus hábitos de oração. Suas janelas permaneciam abertas em direção a Jerusalém, onde antes existira o templo (cf. 2 Cr 6.21).
Embora soubesse do perigo, Daniel não permitiu que nada o impedisse de fazer suas orações diante de Deus (cf. Fp 4.6). De igual modo, o crente não deve permitir que nada o faça negligenciar suas orações e devoções diárias a Deus.

6.17 UMA PEDRA... FOI POSTA SOBRE A BOCA DA COVA. A cova dos leões era subterrânea, tendo uma abertura na parte superior. Uma pedra grande cobria a abertura, e o selo do rei significava que a cova não podia ser aberta sem a sua autorização. Daniel, por ser íntegro (v. 4) e ter um "espírito excelente" (v. 3),era admirado pelo rei, que também honrava o seu Deus. Por isso, quando o rei cumpriu à risca o seu decreto, manifestou a esperança de que Deus livraria Daniel (v. 16). Possivelmente ele ouvira falar do livramento que Deus concedera aos três amigos de Daniel, no caso da fornalha de fogo ardente (3.6,23-29).


6.23 NENHUM DANO SE ACHOU NELE, PORQUE CRERA NO SEU DEUS. O rei procurou encorajar Daniel a crer no seu Deus (v. 16), mas sua atitude na manhã seguinte não demonstrava confiança de que Daniel estivesse vivo (v. 20).
Mas o anjo de Deus fechou a boca dos leões diante do profeta fiel, e este estava são e salvo. Este livramento levou Dario a dar testemunho do poder do Deus que é maior do que o poder dos leões (vv. 26,27). Note-se também que o significado do nome de Daniel, "Deus é meu juiz", cumpriu-se na própria experiência do profeta. Ele foi vindicado pelo Senhor, e considerado justo por sua decisão de não se contaminar, para manter a pureza da lei de Deus (cap. 1) e por sua fidelidade na oração (cap. 6).

 

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 7º

7.1 TEVE DANIEL... UM SONHO E VISÕES. As palavras "sonho" e "visão", às vezes, têm emprego revezável na Bíblia. Daniel interpretou sonhos proféticos de outros; Deus também deu ao próprio Daniel sonhos e visões maravilhosos.
Agora Daniel tinha provavelmente setenta anos de idade. Sonhos proféticos e visões são também manifestações características do povo de Deus nos últimos dias, quando o ministério do Espírito Santo manifesta-se plenamente entre os crentes (cf. Jl 2.28; At 2.16 nota; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE)

7.3 QUATRO ANIMAIS GRANDES... SUBIAM DO MAR. Alguns escritores atuais explicam que essas bestas representam nações dos tempos do fim. A maioria dos expositores bíblicos, no entanto, interpretam essa visão como um paralelo do sonho de Nabucodonosor no cap. 2 (ver 2.37-43 notas), revelando as características animalescas dos reinos. (1) O leão, um símbolo do régio poder, representa o império neobabilônico. A águia, rainha das aves, pode representar especificamente o poderio do rei Nabucodonosor, e o arrancamento das asas representa o que aconteceu ao monarca (cap. 4). (2) O urso, que se eleva de um lado, representa o império medo-persa, com a Pérsia dominando a Média. As três costelas na sua boca representam suas conquistas de Babilônia, Lídia e Egito. (3) O leopardo, animal possante e veloz, com suas quatro asas, representa o império grego de Alexandre e suas rápidas conquistas. As quatro cabeças são os quatro reinos que surgiram do seu império, quando Alexandre morreu, dividido que foi entre seus quatro principais generais: Lisímaco (que ficou com a Trácia e a Bitínia), Cassandro (que ficou com a Grécia e a
Macedônia), Seleuco (que ficou com a Babilônia e a Síria), e Ptolomeu (que ficou com a Palestina, Egito e Arábia). (4) O quarto animal, espantoso e terrível, e com dentes de ferro, representa o império romano, equivalente ao final da imagem do cap. 2, inclusive os dez dedos dos pés.

7.8 A PONTA PEQUENA. A ponta (ou chifre) pequena simboliza o último governante da terra - o anticristo (1 Jo 2.18), o homem do pecado (2 Ts 2.3,8), a besta que abate três dos dez reis (vv. 11,24; Ap 13.7; 19.19,20). Ele guerreará contra os santos de Deus, vencê-los-á (vv. 21,22,25) e falará palavras contra Deus (v. 25). Quando vier o "Ancião de dias" (v. 9), os santos possuirão o reino (vv. 22,27; cf. Ap 11.15-18; 20.4-6); o anticristo será destruído (vv. 11,26) e lançado no fogo ardente (Ap 19.20).

7.9 UM ANCIÃO DE DIAS SE ASSENTOU. "Ancião de dias" é outra maneira de reconhecer que Deus é o Eterno, é aquele que Abraão reconhecia como "o Juiz de toda a terra" (Gn 18.25). Deus é retratado julgando todos os povos e todos os reinos no fim dos tempos. A descrição de Deus neste versículo também revela a sua santidade ("sua veste era branca como a neve"), a sua majestade ("o cabelo da sua cabeça como a limpa lã") e a sua justiça como fogo ardente ("o seu trono, chamas de fogo; e as rodas dele, fogo ardente").

7.13 VINHA... UM COMO O FILHO DO HOMEM. Este ser majestoso apresenta-se diante de Deus Pai como uma pessoa separada e distinta dEle, a fim de receber um reino eterno que jamais será dado a outros (conforme os reinos precedentes). As "nuvens do céu" são provavelmente nuvens de glória (cf. Ex 40.34,38; At 1.9,11; 1 Ts 4.17; Ap 1.7), uma indicação de que se trata do Filho divino (Mt 26.64), nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Lc 21.27; Jo 1.51).

7.17 SÃO QUATRO REIS... DA TERRA. "Da terra" não contradiz declaração "do mar" (v. 3), posto que, na Bíblia, o mar simboliza os povos ou nações da terra (cf. Ap 13.1).

7.18 OS SANTOS... RECEBERÃO O REINO. (Ver Mt 5.3,10). O reino pertence ao Filho do Homem (vv. 13,14), mas os santos (aqui provavelmente se incluem os santos de todos os tempos) compartilham do seu governo (cf. Ap 3.21). Os santos são assim chamados:

(1) porque, no seu relacionamento com o Deus santo, são santificados por sua santa presença; e

(2) porque se separaram do mundo corrupto e se dedicaram ao serviço e adoração a Deus.


7.24,25 SE LEVANTARÁ OUTRO [REI]. É a "ponta pequena" (ver v. 8 nota), que aparecerá depois das dez pontas (dez reinos ou nações), i.e., no fim desta presente era, na área do antigo império romano. A ponta pequena, aqui, difere da ponta pequena de 8.9, que provém do reino grego e representa Antíoco Epifânio, uma figura do anticristo. A ponta pequena do presente texto provém da besta romana e subjuga três reinos pela força; os demais reinos parecem delegar seus poderes a ele. Ele profere blasfêmia contra o Altíssimo, i.e., o Ancião de dias, Deus Pai (cf. 2 Ts 2.4). Ele destruirá os santos, mediante perseguições, enquanto tentará mudar os "tempos" (datas para adoração religiosa especial) e as leis de Deus. Continuará a perseguir os santos durante um período de três anos e meio até ser destruído (cf. 9.27; Ap 11.2,3; 12.11; 13.5). Tudo isso serve para identificar a ponta pequena com a primeira besta do livro de Apocalipse (ver Ap 13), que é comumente chamado o anticristo (ver os estudos A GRANDE TRIBULAÇÃO, e O PERÍODO DO ANTICRISTO).
 

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 8º

8.1 NO ANO TERCEIRO. O "ano terceiro" é 551 a.C. A partir deste versículo, o restante do livro de Daniel está escrito em hebraico (cf. 2.4 nota).

8.3 UM CARNEIRO... O qual tinha duas pontas. Este carneiro representa o império medo-persa (ver v. 20).

8.5 UM BODE. O bode que vem do ocidente é o império grego, e a sua ponta notável representa Alexandre Magno (ver vv. 21,22), que morreu precocemente no auge do seu poder. Logo a seguir, seu império foi dividido entre seus generais (ver 7.3 nota).

8.9 UMA PONTA MUI PEQUENA. De uma das pontas do bode brotou uma ponta pequena; uma alusão a Antíoco Epifânio, que em 168 a.C. colocou uma imagem do deus grego Zeus no templo, e sacrificou um porco no altar (ver vv. 23-25). Judas Macabeu, mais tarde, retomou Jerusalém e reconsagrou o templo e o altar (165 a.C.).

8.14 E O SANTUÁRIO SERÁ PURIFICADO. A purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Cada par de "tardes e manhãs" representa um dia literal (ver v. 26 que se refere à mesma contagem do tempo). Assim, o período decorrido foi de 1.150 dias.

8.16 GABRIEL, DÁ A ENTENDER A ESTE. Gabriel (lit. "Poderoso de Deus" ou "Deus mostrou-se poderoso") é um dos mais destacados anjos, e também aparece a Daniel em 9.21, a Zacarias em Lc 1.19 e à virgem Maria em Lc 1.26 (ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR)

8.23 UM REI, FEROZ DE CARA. O termo "fim" provavelmente refere-se ao período final dos quatro reinos que surgiram do império de Alexandre (ver v. 5 nota). Logo, o rei de cara feroz trata-se de Antíoco Epifânio, que tipifica o anticristo. A referência à "tarde e manhã" (v. 26; ver v. 14 nota) indica que o período refere-se a Antíoco.
 

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 9º

9.2 SETENTA ANOS. Jeremias profetizara que a restauração de Israel começaria dentro de setenta anos (Jr 25.11,12; 29.10-14). Os setenta anos estavam quase no fim, e não havia indício do retorno e da restauração prometidos. Daniel, portanto, ficou muito aflito. Fica claro, por este versículo, que Daniel aguardava um cumprimento literal da profecia de Jeremias. De modo geral, deve-se interpretar as profecias literalmente, a não ser que o contexto evidencie tratar-se de profecia ou visão simbólicas. Mesmo neste caso, os símbolos representam realidades históricas (cf. 7.3 nota; 8.3,5 notas).

9.5 PECAMOS. Daniel não se acomodou para esperar passivamente o cumprimento da restauração prometida (ver a nota anterior). Pelo contrário, começou a interceder, de todo coração, com jejum e súplicas (v. 3) pelo cumprimento da palavra de Deus. Daniel começou a orar, com intercessão, reconhecendo a grandeza de Deus, que suscita reverente temor, o seu amor fiel e sua misericórdia para com aqueles que o amam e o obedecem (v. 4). A seguir, fez confissão do pecado, identificando-se com o povo de Israel que pecara contra Deus e se rebelara contra Ele (vv. 5-16). Pediu a restauração de Jerusalém, não por causa de qualquer mérito seu, ou de Israel, mas "por amor do Senhor" (9.17-19).
Quando Deus respondeu, demonstrou sua grande misericórdia e compaixão amorosa como o Deus que, realmente, cumpre as suas promessas.

9.24 SETENTA SEMANAS. Esta profecia de Daniel a respeito de Israel e da Cidade Santa é fundamental para os últimos tempos. A palavra traduzida por "semanas" significa, aqui, uma unidade numérica de sete anos; portanto, "setenta semanas" equivalem a um período de 490 anos. Seis coisas específicas seriam realizadas em favor de Israel durante os 490 anos.

(1) A expiação da iniqüidade efetuada pela morte expiatória de Jesus.

(2) O "fim dos pecados". Israel (i.e., o remanescente) voltará para Deus e viverá em retidão (ver Rm 11.26 nota; ver o estudo ISRAEL NO PLANO DIVINO PARA A SALVAÇÃO).

(3) A extinção da "transgressão", i.e., a transgressão nacional da incredulidade cessará (cf. Jr 33.7,8; Ez 37.21-23).

(4) Um governo de "justiça eterna" terá início (cf. Is 59.2-21; Jr 31.31-34).

(5) As profecias terão seu pleno cumprimento e também seu término (cf. At 3.19-21). (6) Jesus Cristo ungido Rei (cf. Ez 21.26,27)

9.25 SETE SEMANAS E SESSENTA E DUAS SEMANAS. Deus revelou a Daniel que sessenta e nove períodos de sete anos, somando portanto 483 anos, transcorreriam entre a data da ordem para reconstruir Jerusalém e a vinda do Messias, o Ungido. Certos expositores da Bíblia diferem de opinião quanto ao tempo exato em que os 483 anos começaram. Alguns concluem que foi em 538 a.C., quando Ciro promulgou em favor dos exilados judeus, porém esse decreto visava à reedificação do templo, e não da cidade. É mais provável que a data inicial seja 457 a.C., o ano em que Esdras voltou a Jerusalém e começou a reedificar a cidade (Ed 4.12,13,16; ver 4.11,23 notas); neste caso, os 483 anos terminaram em 27 d.C., que foi aproximadamente o ano em que Jesus começou seu ministério.


9.26 SERÁ TIRADO O MESSIAS. Depois das "sete semanas" (v. 25) e mais as "sessenta e duas semanas", i.e., um total de sessenta e nove semanas (483 anos), duas coisas aconteceriam.

(1) O Messias seria "tirado", ou crucificado (cf. Is 53.8).

(2) O "povo do príncipe, que há de vir", destruiria Jerusalém e o templo. O "povo" refere-se ao exército romano, que destruiu Jerusalém em 70 d.C. (ver Lc 21.20 nota). O "príncipe" refere-se ao Anticristo no fim dos tempos.

(3) Note que a destruição de Jerusalém não ocorreu imediatamente após a crucificação de Cristo. Portanto, há um hiato de tempo entre o final das sessenta e nove semanas e o início da septuagésima semana. Os exegetas concluem que esse período de tempo corresponda ao período da igreja.


9.27 ELE FIRMARÁ UM CONCERTO... POR UMA SEMANA. O estabelecimento do concerto entre "o príncipe, que há de vir" (v. 26) e Israel marca o início da septuagésima semana, os últimos sete anos da presente era. Aqui, a Bíblia ensina o seguinte:

(1) O príncipe que fará o concerto com Israel é o anticristo, mas ainda camuflado naquela ocasião (cf. 2 Ts 2.3-10; 1 Jo 2.18). O Anticristo certamente negociará um tratado de paz entre Israel e seus inimigos no tocante à disputa territorial (11.39).

(2) Na metade dos sete anos (i.e., após três anos e meio), o príncipe romperá seu concerto com Israel, declarar-se-á Deus, apoderar-se-á do templo em Jerusalém, proibirá a adoração ao Senhor (cf. 2 Ts 2.4) e assolará a Palestina. Reinará por três anos e meio (Ap 11.1,2; 13.4-6; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO).

(3) A importância profética da "abominação" da desolação será conhecida somente pelos santos de Deus (12.10,11). Jesus disse que os crentes devem estar atentos a esse sinal determinante, pois assinalará o começo da contagem regressiva de três anos e meio até à sua vinda em glória (ver Mt 24.15). Os crentes do período da tribulação, por sua atenção a esse sinal, poderão perceber quão próxima estará a volta de Cristo (Mt 24.33; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO). A vinda do Messias (2 Ts 2.8; Ap 19.11-20) ocorrerá no fim dos sete anos, i.e., o segundo período de três anos e meio. O Apocalipse confirma esta cronologia ao declarar duas vezes que o Anticristo (i.e., "a besta") terá poder somente durante quarenta e dois meses (Ap 11.1,2; 13.4-6). Daniel declara mais tarde, outra vez, que haverá um período de três anos e meio ("um tempo... tempos, e metade de um tempo") entre o começo da grande tribulação e o seu fim (12.7).

(4) Nos três anos e meio destinados ao anticristo, Jerusalém continuará a ser pisada pelos gentios (Ap 11.2).

(5) A "abominação desoladora" é o sinal inconfundível de que a grande tribulação já começou (12.11; Mt 24.15-21; cf. Dt 4.30,31; Jr 30.5-7; Zc 13.8,9).

(6) A tribulação e o domínio do anticristo terminarão quando Cristo vier com poder e glória para julgar os ímpios (Mt 25.31-46), para destruir o anticristo e para começar seu reino milenar (Jr 23.5,6; Mt 24.27,30)

9.27 SOBRE A ASA DAS ABOMINAÇÕES VIRÁ O ASSOLADOR. Cristo referiu-se à visão de Daniel quando disse: "Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel... " (Mt 24.15). Estas palavras de
Jesus podem referir-se à futura destruição do templo de Jerusalém pelo Anticristo (cf. 2 Ts 2.3,4; Ap 13.14,15; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO)
 

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 10º

10.5 UM HOMEM VESTIDO DE LINHO. Daniel foi visitado por um ser celestial, certamente um anjo, pois ele mencionou que o príncipe da Pérsia (i.e., um anjo maligno) resistiu-lhe, e que ele teve a ajuda de Miguel (o visitante celestial) (ver v. 13 nota).

10.11 HOMEM MUI DESEJADO. A glória e o reverente temor da visão exauriram as forças de Daniel. Então, a mão de um anjo tocou-o e o ergueu até que ele ficou de joelhos, tendo as mãos apoiadas no chão. Daniel fortaleceu-se quando este anjo o chamou de "homem mui desejado", e lhe disse: "Não temas" (v. 12). Deus ama o mundo inteiro (Jo 3.16), mas Ele corresponde de modo especial ao amor e à fidelidade de pessoas que, como Daniel, são seus servos de verdade. Quem é fiel a Deus não precisa ter medo quando Deus lhe fala.

10.13 O PRÍNCIPE DO REINO DA PÉRSIA SE PÔS DEFRONTE DE MIM. Enquanto Daniel orava e jejuava, estava sendo travada uma batalha espiritual de grande magnitude.

(1) O "príncipe da Pérsia" estava impedindo que Daniel recebesse do anjo a mensagem de Deus. Por causa desse conflito, Daniel teve que esperar vinte e um dias para receber a revelação. Esse "príncipe da Pérsia" não era um potentado humano, mas um anjo satânico. Só foi derrotado quando Miguel, o príncipe de Israel (v. 21), chegou para ajudar o anjo. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (12.1) demonstrou sua superioridade (cf. Ap 12.7-12).

(2) Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que são travadas na esfera espiritual a nosso favor. Note que Deus já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação satânica retardou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2 Co 2.11), deve perseverar na oração (cf. Lc 18.1-8; ver Ef 6.11,12 notas; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS)


10.20 O PRÍNCIPE DOS PERSAS... O PRÍNCIPE DA GRÉCIA. Há demônios poderosos designados para atuar sobre as nações do mundo a fim de se oporem às forças de Deus e promoverem a iniqüidade e a incredulidade entre os
habitantes da terra.
 

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 11º

11.2 E, AGORA, TE DECLARAREI A VERDADE. Essa "verdade" é uma profecia que descreve em linhas gerais os eventos conducentes à ascensão de Antíoco Epifânio, o governante grego que profanou o templo (vv. 2-35). A Pérsia teria mais três reis: Cambises (530-522 a.C.), Pseudo-Esmérdis ou Gaumata (522 a.C.) e Dario I (522-486 a.C.). A seguir, um quarto rei, Xerxes (486-465 a.C.), o qual lutaria contra a Grécia. Com a menção da Grécia (o reino seguinte), nada mais é dito da Pérsia, embora esta tenha continuado como potência mundial por mais algum tempo.

11.3 UM REI VALENTE. O rei poderoso que se levantaria era Alexandre Magno (336-323 a.C.), que morreu no auge do poder. Seu reino, ao invés de passar aos seus herdeiros, foi dividido entre os seus quatro principais generais (v. 4; ver 7.3 nota).

11.5 O REI DO SUL. Este primeiro rei do Sul é Ptolomeu I, Sóter, do Egito (323-285 a.C.). O "príncipe" (ou chefe militar) aqui mencionado é Seleuco I, Nicátor (311-280 a.C.).

11.6 A FILHA DO REI DO SUL. Depois de vários anos, Berenice, filha de Ptolomeu II, o Filadelfo, do Egito (285-246 a.C.), casou-se com Antíoco II, o Teos (261-246 a.C.), o rei do Norte que se divorciou de Laodicéia para casar-se com Berenice. Em 246 a.C., Ptolomeu II morreu; logo a seguir, Laodicéia assassinou Berenice, Antíoco e o filho deles.

11.7-9 RENOVO... PREVALECERÁ. O "renovo" é o irmão de Berenice, Ptolomeu III, Evérgetes do Egito (246-221 a.C.). Ele derrotou o rei do Norte, Seleuco II, Calínico (246-226 a.C.). Ptolomeu III entrou na "fortaleza" (provavelmente Antioquia da Síria) e levou para o Egito tanto as imagens sírias como as egípcias que o rei persa, Cambises, tomara quando conquistou o Egito em 525 a.C. Ptolomeu III voltou ao Egito com muitos despojos, mas absteve-se de efetuar novos ataques contra Seleuco.

11.10-12 SEUS FILHOS INTERVIRÃO. Os dois filhos de Seleuco II foram Seleuco III, Cerauno (226-223 a.C.) e Antíoco III, o Grande (223-187 a.C.). Antíoco III foi derrotado por Ptolomeu IV, Filopátor (221-203 a.C.), com a perda de quase 10.000 soldados sírios perto da fortaleza de Ráfia, no sul da Palestina.

11.16 NA TERRA GLORIOSA. Antíoco III atacou o Egito em 200 a.C., mas foi subjugado pelo rei do Sul, Ptolomeu V, Epifânio (203-181 a.C.); Antíoco, a seguir, então reuniu forças e conquistou "a cidade forte" (v. 15; i.e., a cidade bem fortificada de Sidom). Em 197 a.C., Antíoco já tinha subjugado a "terra gloriosa", a Palestina.

11.19 TROPEÇARÁ, E CAIRÁ. Anos depois, Antíoco III fez um tratado de paz com o Egito (194 a.C.) e deu sua filha Cleópatra I em casamento a Ptolomeu V. A seguir, Antíoco III avançou para o Norte, mas foi derrotado em Magnésia, na Ásia Menor, em 190 a.C. Posteriormente (187 a.C.) procurou saquear um templo pagão na província de Elimais, e morreu na tentativa.

11.20 SERÁ QUEBRANTADO. O assassinato de Seleuco IV, Filopátor (187-175 a.C.), foi tramado pelo seu ministro de finanças, Heliodoro.

11.21 UM HOMEM VIL. Este capítulo relata os fatos conducentes ao surgimento do "homem vil", Antíoco IV, Epifânio (175,164 a.C.), irmão de Seleuco IV. Usurpou o trono que por direito pertencia a Demétrio, o jovem filho de Seleuco IV. Antíoco ( a "ponta mui pequena" de 8.9-14,23-25) levou a efeito várias campanhas contra o Egito. Assassinou o "príncipe do concerto" (uma profecia sobre o assassinato do sumo sacerdote Onias, em 170 a.C., v. 22). Seus tratados com outras nações eram eivados de intriga e engano. Apoiou Ptolomeu Filométor contra Ptolomeu Evérgetes por motivos egoístas. Atacava de improviso cidades ricas em tempo de paz (v. 24). Seus ataques contra o Egito foram bem-sucedidos porque os que deviam ajudar o Egito não o fizeram, e Antíoco regressou à Síria com grandes riquezas (vv. 25-28).

11.28 O SEU CORAÇÃO SERÁ CONTRA O SANTO CONCERTO. Antíoco nutria um grande ódio dos judeus e da santa lei de Deus. Estava convicto de que a língua e a cultura gregas eram superiores a qualquer outra língua e cultura, e também odiava os judeus porque a religião deles era exclusivista. Cerca de 168 a.C., invadiu o Egito outra vez, mas os "navios de Quitim" (v. 30; i.e., Chipre) comandados pelo cônsul romano Laenas derrotaram-no, e ele retirou-se para o seu país. Ele, então, procurou vingar-se da sua frustração, opondo-se aos judeus, embora alguns destes o apoiassem. Esses judeus apóstatas convidaram Antíoco a introduzir entre eles a cultura e a religião gregas (v. 30). Antíoco marchou contra Jerusalém, sacrificou um porco no altar do templo, proibiu os sacrifícios diários requeridos pela lei de Deus, e colocou no lugar santo uma imagem do deus grego, Zeus; esse altar a Zeus é "a abominação desoladora" do v. 31, que prefigura outra abominação que, segundo Jesus profetizou, ocorrerá nos últimos dias da presente era (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO)

11.32 O POVO QUE CONHECE AO SEU DEUS SE ESFORÇARÁ. Certos judeus apostataram e apoiaram Antíoco, mas Deus sempre teve um remanescente fiel entre os judeus nos tempos do AT (ver 1 Rs 19.18; ver Is 16.13 nota; 10.20 nota). Agora, Deus também tinha um remanescente que permanecia leal a Ele. Antíoco continuou a perseguir os judeus fiéis, que sob a liderança de Judas Macabeu, da família sacerdotal hasmoneana, opuseram forte resistência mediante uma luta armada, tipo guerrilha, que desgastou Antíoco e o obrigou a abandonar a peleja. Então, os sacerdotes purificaram o templo e acenderam novamente suas lâmpadas, evento este que os judeus ainda hoje comemoram como a Festa da Hanukkah. Deus ainda não terminou seu trabalho com os judeus (ver v. 35). Um processo de purificação continua para com eles até os tempos do fim

11.36-45 ESSE REI... SE ENGRANDECERÁ. As profecias deste versículo não se enquadram no caso de Antíoco. A menção do "fim do tempo" (vv. 35,40) indica que esta profecia tem a ver com um futuro distante, a saber, fim dos tempos, e com o personagem a quem Antíoco tipifica: o anticristo (ver 7.8 nota; 9.27 nota). O anticristo será um governante ditador que se proclamará maior do que Deus, e que falará "coisas incríveis" (blasfêmias) contra o Deus verdadeiro. Ele prosperará por algum tempo, e assim terá cumprimento esta profecia.

11.45 VIRÁ AO SEU FIM. O anticristo prosperará por algum tempo, mas logo haverá batalhas com o "rei do Sul" e o "rei do Norte" (v. 40), batalhas essas que culminarão com a de Armagedon, onde ele será aniquilado pela espada que sai da boca de Cristo (i.e., por sua Palavra) e lançado no lago de fogo (Ap 19.20).

 

 

 

 

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NOTAS DE DANIEL 12º

12.1 UM TEMPO DE ANGÚSTIA. Daniel profetiza um tempo de angústia para Israel em cumprimento a Jr 30.7 (ver também Mt 24.15,21; Ap 6.17), todavia o propósito de Deus é livrar os que pertencem ao seu povo, cujos nomes estão escritos "no livro" (i.e., no "livro da vida", ver Fp 4.3; Ap 3.5; 21.27). Esses colocaram sua fé, em definitivo, em Jesus como seu Messias, Salvador e Senhor.

12.2 MUITOS... RESSUSCITARÃO. Este versículo contém a referência mais clara do AT à ressurreição dos justos e dos ímpios (cf. Jó 19.25,26; Sl 16.10; Is 26.19) e revela que há dois, e somente dois, destinos para toda a humanidade. Jesus mostra que há duas ressurreições distintas (Jo 5.28,29).

12.3 OS ENTENDIDOS... RESPLANDECERÃO. Os sábios, conforme a descrição que deles faz o AT, são os fiéis de Deus. Demonstram sua sabedoria, não somente pela sua maneira de viver, mas também pela influência da sua vida e testemunho, pois levam muitos a uma vida de retidão. Resplandecerão porque serão transformados, e a glória de Deus se refletirá neles e através deles.

12.4 SELA ESTE LIVRO. Daniel recebe a ordem de selar o livro. As profecias do livro não são para os dias do profeta, mas para os tempos do fim, para despertar os que viverem nos tempos do fim. Daniel, a seguir, observa dois anjos, um em cada lado do rio (Hidéquel), e um deles pergunta quanto tempo falta para o fim. O homem vestido de linho branco (cf. 10.5,6) jura por Deus que o tempo seria de três anos e meio, uma provável referência à segunda metade da septuagésima "semana" de anos (ver 9.27 nota).

12.10 OS SÁBIOS ENTENDERÃO. Foi dito aqui a Daniel que a plena compreensão da sua profecia só ocorrerá no tempo do fim. Nesse tempo, alguns serão purificados mediante provações; estes serão os sábios que entenderão (v. 10). Não haverá ímpio ou rebelde entre eles. Também haverá uma "abominação desoladora" (v. 11; cf. Mt 24.15; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO), seguida de um período de 1.290 dias. Isso corresponde aos últimos três anos e meio da tribulação, acrescidos de quarenta e cinco dias. Há uma bem-aventurança para aqueles que perseverarem até o fim de 1.335 dias (v. 12). O significado desses dias não foi revelado a Daniel, mas essa visão nos mostra que haverá um espaço de tempo entre a batalha de Armagedom e o completo estabelecimento do reino milenar.
 

 

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