2reis

Notas de 2 Reis

  LIVRO  DE  2º REIS

 

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Esboço


I. O Reino Dividido: Israel e Judá (1.1 — 17.41)

A. Continuação do Reinado de Acazias (Israel) (1.1-18; cf. 1 Rs 22.51-53)

B. Reinado de Jorão (Israel) (2.1—8.15)

1. Transição Profética de Elias para Eliseu (2.1-25)

2. Uma Análise de Jorão (3.1-3)

3. Jorão Derrota Moabe (3.4-27)

4. O Ministério Milagroso de Eliseu (4.1—8.15)

C. Reinado de Jorão (Judá) (8.16-24)

D. Reinado de Acazias (Judá) (8.25-29)

E. Reinado de Jeú (Israel) (9.1—10.36)

1. Jeú Ungido por Eliseu (9.1-10)

2. Jeú e Seu Expurgo Sangrento de Israel (9.11—10.36)

F. Reinado de Atalia (Judá) (11.1-16)

G. Reinado de Joás (Judá) (11.17—12.21)

H. Reinado de Joacaz (Israel) (13.1-9)

I. Reinado de Jeoás (Israel) (13.10-25)

J. Reinado de Amazias (Judá) (14.1-22)

K. Reinado de Jeroboão II (Israel) (14.23-29)

L. Reinado de Azarias (Judá) (15.1-7)

M. Reinado de Zacarias (Israel) (15.8-12)

N. Reinado de Salum (Israel) (15.13-15)

O. Reinado de Menaém (Israel) (15.16-22)

P. Reinado de Pecaías (Israel) (15.23-26)

Q. Reinado de Peca (Israel) (15.27-31)

R. Reinado de Jotão (Judá) (15.32-38)

S. Reinado de Acaz (Judá) (16.1-20)

T. Reinado de Oséias (Israel) (17.1-41)

1. Análise e Prisão de Oséias (17.1-4)

2. Colapso Final de Israel (17.5-23)

3. Cativeiro de Israel e Repovoamento da Terra (17.24-41)

II. O Reino Único: Judá Depois do Colapso de Israel (18.1—25.21)

A. Reinado de Ezequias (18.1—20.21)

1. Avivamento e Reforma (18.1-8)

2. Sumário da Queda de Israel e Libertação de Judá por Deus, de Duas Invasões Assírias (18.9—19.37)

3. Enfermidade e Cura de Ezequias (20.1-11)

4. A Insensatez e Morte de Ezequias (20.12-21)

B. Reinado de Manassés (21.1-18)

C. Reinado de Amom (21.19-26)

D. Reinado de Josias (22.1—23.30)

1. Avivamento e Reforma (22.1—23.25)

2. Adiada a Ira de Deus sobre Judá, Mas Não Evitada, e a Morte de Josias (23.26-30)

E. Reinado de Joacaz (23.31-33)

F. Reinado de Jeoaquim (23.34—24.7)

G. Reinado de Joaquim (24.8-16)

H. Reinado de Zedequias (24.17—25.21)

1. Queda de Jerusalém (25.1-7)

2. Destruição do Templo e dos Muros da Cidade (25.8-10, 13-17)

3. Deportação Final do Povo para Babilônia (25.11-21)

III. Epílogo (25.22-30)

 

Autor:
Desconhecido
Tema:
Reis de Israel e de Judá
Data:
Cerca de 560-550 a.C.

 

Considerações Preliminares

Os livros de 1 e 2 Reis são, no original, um tratado indiviso, portanto, as informações contidas na introdução a 1 Reis são importantes aqui. 2 Reis retoma a história do declínio de Israel e Judá, a partir de cerca de 852 a.C. Narra as
duas grandes calamidades nacionais que conduziram à queda dos reinos de Israel e de Judá: (1) a destruição da capital de Israel, Samaria, e a deportação de Israel à Assíria em 722 a.C.; e (2) a destruição de Jerusalém e a
deportação de Judá para Babilônia em 586 a.C. 2 Reis abarca os últimos 130 anos da história de Judá, que teve 345 anos de duração. A grande instabilidade política de Israel (i.e., as dez tribos do Norte) é notória nas suas
constantes mudanças de reis (dezenove) e de dinastia (nove) em 210 anos, em comparação com os vinte reis e uma dinastia (com breve interrupção) de Judá, em 345 anos. Muitos dos profetas literários do AT ministraram durante o
período decorrido em 2 Reis. Eles relembravam, advertiam e exortavam os reis concernente às suas responsabilidades diante de Deus como seus representantes teocráticos. Amós e Oséias profetizaram em Israel, ao passo que Joel,
Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias profetizavam em Judá. Nos livros desses profetas, temos importantes revelações históricas e teológicas que não se acham em 2 Reis, no tocante ao declínio moral das duas
nações.

Propósito

O propósito de 2 Reis é o mesmo que o de 1 Reis (ver a introdução a 1 Reis). Em resumo: o propósito original era propiciar ao povo hebreu, especialmente os exilados em Babilônia, uma interpretação e compreensão profética da
sua história durante a monarquia dividida, para que não repetissem os pecados dos seus antepassados.

Visão Panorâmica

A história de 2 Reis abrange duas épocas principais: (1) a história dos dois reinos antes da queda de Israel (as dez tribos) em 722 a.C. (1—17), e (2) a história de Judá depois da derrocada de Israel até à queda da própria nação de
Judá em 586 a.C. (18—25). Por um lado, Israel teve uma sucessão ininterrupta de reis que faziam “o que era mau aos olhos do SENHOR” (e.g., 3.2). Em 2 Reis, é patente que em meio à terrível apostasia de Israel, Deus levantava
profetas poderosos tais como Elias e Eliseu para conclamar a nação e seus respectivos dirigentes a voltar a Deus e ao seu concerto (1—9).
Por outro lado, em Judá, às vezes, havia alívio quando entre seus reis ímpios, surgiam alguns piedosos, como Ezequias (18—21) e Josias (22—23), que se esforçavam para levar a nação de volta a Deus. Todavia, esses reis não
conseguiram levar o povo a abandonar de modo permanente a prática prevalecente da idolatria, da imoralidade e da violência. Depois da morte de Josias (cap. 23), o deslize de Judá em direção à destruição foi rápido e culminou no
saque de Jerusalém por Nabucodonosor em 586 a.C. (cap. 25).

Características Especiais

Cinco fatos principais caracterizam 2 Reis. (1) Destaca (assim como também 1 Reis) a importância dos profetas e da sua mensagem revelada como o meio principal de Deus transmitir sua mensagem aos reis e ao povo de Israel e
Judá — e.g., Elias e Eliseu (1—13), Jonas (14.25), Isaías (19.1-7, 20-34) e Hulda (22.14-20). (2) Destaca o ministério milagroso de Eliseu no decurso de boa parte da primeira metade do livro (2—13). (3) Apenas dois reis em
todo Israel e Judá tiveram plena aprovação como fiéis a Deus e ao povo: Ezequias (18.1—20.21) e Josias (22.1—23.29). (4) Revela que líderes ímpios acabam levando seu povo à ruína e ilustra o princípio perpétuo de que “a
justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Pv 14.34). (5) Contém muitas narrativas bíblicas bem conhecidas, como a ascensão de Elias ao céu num redemoinho (cap. 2), a ressurreição do filho da sunamita por
Eliseu (cap. 4), a cura de Naamã (cap. 5), o ferro do machado que flutuou na água (cap. 6), a morte violenta de Jezabel conforme Elias profetizara (cap. 9), os grandes avivamentos no reinado de Ezequias (cap. 18) e Josias (cap.
23), e a grave enfermidade de Ezequias e sua cura (cap. 20).

Paralelo entre o livro de 2 Reis e o NT

2 Reis deixa claro que o pecado e infidelidade dos reis de Judá (i.e., os descendentes de Davi) resultaram na destruição de Jerusalém e do reino davídico. Não obstante, o NT deixa também claro que Deus, na sua fidelidade, cumpriu
sua promessa segundo o concerto, feita a Davi, através de Jesus Cristo, “o Filho de Davi” (Mt 1.1; 9.27-31; 21.9), cujo reinado e reino não terão fim (Lc 1.32,33; cf. Is 9.7).

 

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NOTAS DE 2° REIS 1º

1.8 UM HOMEM VESTIDO DE PÊLOS. Esta descrição de Elias destaca o seu manto felpudo, de pele de ovelha, cabra, ou de pêlo de camelo, que era um distintivo do cargo profético a partir de Eliseu, inclusive João Batista (Zc 13.4; Mt 3.4; Hb 11.37). O cinto largo de couro que Eliseu usava, era do tipo normalmente usado pelos pobres. O modo do profeta vestir-se era um sinal de indiferença pela ostentação materialista da classe rica (cf. Is 20.2; Mt 11.7,8).

1.10 FOGO DESCEU DO CÉU. O rei e seus soldados, em rebelião contra Deus e sua palavra, tentaram prender Elias. Fogo desceu diretamente da parte de Deus (v. 12), como um julgamento contra Acazias, que obstinadamente persistia em opor-se a Deus e ao seu profeta.

 

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NOTAS DE 2° REIS 2º

2.3 FILHOS DOS PROFETAS. Os filhos dos profetas (ver 1 Rs 20.35 nota) pelo que parece, concentravam-se em três locais principais: Gilgal, Betel e Jericó (2.3,5,15; 4.38). Deus, por certo, enviou Elias a esses locais a fim de encorajá-los pela última vez e lhes anunciar que Eliseu seria o seu novo dirigente (vv. 1,15).

2.9 PORÇÃO DOBRADA DE TEU ESPÍRITO. O termo "porção dobrada" não significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias; refere-se, antes, ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. Deus atendeu ao pedido de Eliseu, sabendo que o jovem profeta estava disposto a permanecer fiel a Ele, apesar de toda a apostasia espiritual, moral e doutrinária a seu redor.

2.11,12 UM CARRO DE FOGO, COM CAVALOS DE FOGO. Elias foi levado ao céu assim como Enoque (Gn 5.24), sem experimentar a morte.

(1) O traslado milagroso de Elias ao céu foi o selo divino da aprovação com destaque, da obra, caráter e ministério desse profeta. Elias permanecera em tudo fiel à palavra de Deus no decurso de todo o seu ministério. Até ao último momento, vivera em prol da honra de Deus, tomara posição firme contra o pecado e a idolatria de um povo apóstata e despertara o remanescente fiel de Israel.  Teve uma comitiva magnífica para conduzi-lo em triunfo ao céu.

(2) A trasladação de Enoque e de Elias assemelha-se ao arrebatamento futuro do povo fiel de Deus, à segunda vinda de Cristo (1 Ts 4.16,17).

2.23 ZOMBAVAM DELE. Alguns supõem que esses rapazes, que zombavam de Eliseu, faziam parte de um bando organizado que se opunha ao seu ministério. Embora a palavra hebraica na'ar seja termo genérico para "rapaz" e seja freqüentemente aplicada a jovens maiores (cf. Gn 22.5; 41.12), o texto hebraico aqui é na'arim qatanim ("rapazes pequenos"). Os moços de mais idade estariam, sem dúvida, ocupados nos campos. Mas, como acontece ainda hoje, esse forasteiro entrando na aldeia, atraiu um grupo de meninos, que talvez tinham ouvido seus pais rirem da notícia que Elias subira ao céu, possivelmente dizendo: Se Eliseu afirma isso, que então ele mostre como é feito e que ele, o velho calvo, suba também. Essa zombaria contra o profeta era um desdém pelo seu Senhor (cf. Ez 16.8; At 5.4).

2.24 E OS AMALDIÇOOU NO NOME DO SENHOR. Para desagravar a honra do Senhor, Eliseu pronunciou contra eles um julgamento divino, formulado na lei da bênção e da maldição, segundo o concerto (Lv 26.21,22; Dt 30.19). O próprio Deus julgou aquelas crianças degeneradas, enviando-lhes duas ursas (Gl 6.7). O julgamento em Betel foi uma advertência a Israel de que as maldições de Deus segundo o concerto seriam a sua parte, se aquele povo persistisse em rebeldia contra Deus (Dt 30.15-20). Note que as ursas feriram as crianças mas, segundo parece, não as mataram.
 

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NOTAS DE 2° REIS 3º

3.15 TANGENDO O TANGEDOR. Tratava-se de um harpista. A música da harpa ajudou a afastar toda distração e incredulidade do ambiente em torno de Eliseu, predispondo seu espírito a receber a revelação da parte do Senhor.

3.27 SEU FILHO PRIMOGÊNITO... E O OFERECEU EM HOLOCAUSTO. O rei de Moabe matou seu filho primogênito como oferenda ao deus Quemos (1 Rs 11.7), tentando conseguir desse falso deus, ajuda para o seu exército na batalha. Tal sacrifício humano era, na realidade, um sacrifício a Satanás e seus demônios (ver o estudo A IDOLATRIA E SEUS MALES). "As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios" (1 Co 10.20). A Pedra Moabita que os arqueólogos descobriram, confirma que o rei de Moabe realmente perpetrou esse ato abominável

3.27 HOUVE GRANDE INDIGNAÇÃO EM ISRAEL. Os exércitos de Israel bateram em rápida retirada. A ira do exército moabita que veio sobre Israel resultou presumivelmente do sacrifício humano oferecido aos poderes demoníacos ocultos em Quemos (ver a nota anterior). Conclui-se que ocorre liberação de poder na esfera espiritual, mediante sacrifício de sangue tanto para o bem, mediante o sangue de Cristo, quanto para o mal, como no sacrifício maligno mencionado aqui. É bem possível que sacrifícios de sangue oferecidos aos demônios, os incitem a lutar com mais furor contra as forças espirituais do Senhor (Ef 6.12).
 

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NOTAS DE 2° REIS 4º

4.1 UMA MULHER... DOS FILHOS DOS PROFETAS. Os atos milagrosos de Eliseu, registrados no cap. 4, apresentam verdades espirituais surpreendentes. A narrativa da viúva com seus dois filhos revela que Deus cuida dos seus fiéis quando estão em necessidade e aflição. A viúva com os filhos representam o povo de Deus quando estão em abandono e opressão. Tanto no AT como no NT, a compaixão pelos necessitados e o cuidado por eles são evidência da fé genuína em Deus e da verdadeira piedade (Ex 22.22-24; Dt 10.18; 14.29; Jó 29.12; Tg 1.27; ver o estudo O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS)

4.8 INDO... A SUNÉM, HAVIA ALI UMA MULHER RICA... A narrativa dessa sunamita rica contém três episódios-chaves.:

(1) Deus abençoou essa mulher fiel, dando-lhe um filho (vv. 8-17).

(2) Deus a submeteu a uma prova severa quando permitiu que esse filho lhe fosse tirado (vv. 18-21).

(3) Deus restaurou a vida do filho, quando ela se manteve firme na promessa que Deus lhe fizera (vv. 22-37).
Muitas vezes, Deus permite que seus fiéis enfrentem provações e aflições inexplicáveis (cf. Hb 11.17-40; Jó 1-2), mas posteriormente derrama sobre eles o amor, a graça e a compaixão, à medida que se mantêm firmes nEle, pela fé (Sl 25.10; Rm 8.28; Hb 11.6).

4.21 HOMEM DE DEUS. Eliseu era conhecido pelo povo de todas as camadas como "o homem de Deus" (e.g., 4.9,16,22,25,27,40; 5.8; 6.6,9,10; 7.18; 8.4,8,11). O mais alto tributo que se pode prestar a um pastor é ser ele conhecido como um "homem de Deus". Seguem-se cinco características desse "homem de Deus".

(1) Mantinha comunhão íntima e constante com Deus. Conhecia a Deus e era conhecido por Ele.

(2) Era um homem santo, totalmente separado da lassidão religiosa e moral dos seus dias e dedicado ao Senhor Deus de Israel.

(3) Sentia, como Deus, os pecados do povo do concerto e se opunha à maré de idolatria e de apostasia em Israel.

(4) O Espírito do Senhor estava sobre ele e o capacitava a falar com autoridade espiritual, como representante de Deus e a
proclamar com fidelidade a palavra do Senhor.

(5) Como profeta de grande estatura espiritual e de muitos dons, seu ministério foi confirmado por Deus com milagres e poderosos sinais.

4.38-44 HAVIA FOME NAQUELA TERRA. Essas duas narrativas sobre os "filhos dos profetas" ilustram a verdade de que "os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, para livrar a sua alma da morte e para os conservar vivos na fome" (Sl 33.18,19). Quem permanece fiel à Palavra de Deus, permanece sob os cuidados especiais do Senhor (cf. Mc 16.18).

4.39 A APANHAR ERVAS. Bem diferente da vida abastada dos ricos, o modo de vida dos "filhos dos profetas" (ver 1 Rs 20.35 nota) era simples, compreendendo serviço fiel e abnegação (2 Co 4.7-12; 6.4-10).

4.42 TROUXE AO HOMEM DE DEUS... PRIMÍCIAS. Certamente, o homem de Baal-Salisa não quis dar sua oferta aos sacerdotes e levitas corruptos (1 Rs 12.28-31). Pelo contrário, sendo um homem piedoso, trouxe sua oferta aos verdadeiros profetas do Senhor; aos que eram fiéis à sua palavra e aos preceitos do concerto.
 

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NOTAS DE 2° REIS 5º

5.1 NAAMÃ. A história de Naamã demonstra a providência de Deus (vv. 1-14), seu poder e sua graça redentores (vv. 15-19) e seu juízo contra o pecado (vv. 20-27). A narrativa destaca a verdade de que a graça e a salvação divinas não se limitavam a Israel, mas que Ele queria compadecer-se dos não-israelitas e levá-los a conhecer o único Deus verdadeiro (ver Lc 4.18,19; 25-27).
5.10 LAVA-TE... NO JORDÃO. Eliseu mandou Naamã lavar-se nas águas turvas do rio Jordão como uma simples demonstração de humildade e de obediência. Além disso, ao fazer assim, Naamã acharia impossível atribuir a sua cura aos seres humanos ou a meios naturais. Tanto os israelitas, quanto os sírios sabiam que o Jordão não poderia curar lepra. Naamã precisava saber que a cura provinha milagrosamente da graça e do poder de Deus, mediante a palavra do seu profeta.

5.13 LAVA-TE E FICARÁS PURIFICADO. Este trecho, juntamente com muitos outros do AT, aponta profeticamente para Jesus Cristo, o prometido Messias de Deus. Para uma análise sobre o assunto, ver o estudo: CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO.

5.15 EM TODA A TERRA NÃO HÁ DEUS, SENÃO EM ISRAEL. É surpreendente que Naamã, embora sendo estrangeiro, foi milagrosamente liberto da lepra e convertido ao Deus verdadeiro, enquanto que muitos leprosos, em Israel, permaneceram na sua impureza. O próprio Cristo referiu-se a Naamã (Lc 4.27) a fim de ressaltar que quando o povo de Deus desobedece à sua Palavra, Ele tira deles o seu reino e suscita outros para experimentarem a sua salvação, justiça e seu poder (Mt 8.10-13; 23.37-39).

5.16 NÃO TOMAREI. Deus não atende os necessitados por um preço estipulado; se assim fosse, somente seria atendido quem pudesse pagar. Por conseguinte, Eliseu achava injusto tirar proveito daquilo que Deus fizera através dele (cf. Mt 10.8; 2 Co 2.17). A cura de Naamã foi um ato misericordioso de Deus, que nenhuma soma de dinheiro poderia retribuir. Agora, Naamã devia servir somente a Deus por toda sua vida (v. 17).

5.20 HEI DE... TOMAR DELE ALGUMA COISA. Geazi, servo de Eliseu, tinha um coração cobiçoso e, daí, intentou desvirtuar o ato gracioso de Deus, visando proveito próprio material. Nas suas transgressões, ele traiu Eliseu, mentiu a Naamã e a Eliseu e desonrou o nome de Deus. O NT refere-se a pessoas semelhantes, que mercadejam a Palavra de Deus (2 Co 2.17 ARA). Existem, infelizmente, obreiros que procuram enriquecer e acumular riquezas materiais através da proclamação do sangue derramado de Cristo, oferecendo salvação aos perdidos, cura aos enfermos, ou aconselhamento aos que estão em crise. Os tais se aproveitam da Palavra de Deus e mercantilizam a sua misericórdia, transformando as "riquezas incompreensíveis de Cristo" (Ef 3.8) em "tesouros do Egito" (Hb 11.26).
 

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NOTAS DE 2° REIS 6º

6.5 O FERRO. A história do ferro do machado que perdeu-se na água é uma ilustração da solicitude e cuidado de Deus num caso que talvez pareça insignificante. Um ferro de machado, naqueles dias, era uma ferramenta muito cara, e esse pobre homem ficou aflito ao pensar na sua responsabilidade pela ferramenta emprestada. O milagre serviu:

(1) para mostrar ao homem em aperto, que Deus é compassivo;

(2) demonstrar o poder de Deus operando através do profeta e, assim, confirmar ainda mais a sua autoridade e ministério e

(3) aumentar a fé dos jovens profetas que estavam com Eliseu (cf. vv. 1-7).

6.16,17 MAIS SÃO OS QUE ESTÃO CONOSCO DO QUE OS QUE ESTÃO COM ELES. Existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, que estão ativos na vida do povo de Deus (Gn 32.1,2; Sl 91.11; 34.7; Is 63.9). Desse ocorrido podemos assimilar vários princípios:

(1) Não somente Deus está a favor do seu povo (Rm 8.31), como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de Deus (v. 17; Sl 34.7; ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR).

(2) Todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para Deus livrá-los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do reino de Deus (cf. Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais ( Hb 1.14).

(3) Os espíritos ministradores de Deus não estão distantes mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de Deus e agindo em favor deles (At 7.55-60; 1 Co 4.9; Ef 3.10; 1 Tm 5.21).

(4) A verdadeira batalha no reino de Deus não é contra a carne e o sangue. É uma batalha espiritual "contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Ef 6.12; cf. Ap 12.7-9; ver Ef 6.11 nota).

(5) Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (vv. 16-20; Ef 6.18,19; ver Mt 9.38 nota)

6.28 TEU FILHO, PARA QUE HOJE O COMAMOS. Porque Israel perdera a fé e se afastara da confiança em Deus, segundo o concerto; seu povo cometia atos horríveis contra seus próprios filhos durante um período de fome severa. Um dos resultados principais do repúdio a Deus e à sua Palavra é a perda do amor e da afeição à família (cf. Dt 28.15,53-57).
 

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NOTAS DE 2° REIS 7º

7.1 UMA MEDIDA DE FARINHA... POR UM SICLO. Eliseu profetizara que a falta de alimentos chegaria brevemente ao fim e que seus preços cairiam, até chegar ao normal (cf. v. 16).

7.16 CONFORME A PALAVRA DO SENHOR. Por meio do evento registrado neste capítulo, os israelitas compreenderam que "a palavra do Senhor" era realmente a verdade, e que Deus, na sua misericórdia, salvara a nação apóstata, da calamidade, para que se arrependesse e voltasse a Ele; e que a incredulidade e a recusa em obedecer a palavra de Deus resultaria em mais castigos (vv. 2,17-20).

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NOTAS DE 2° REIS 8º

8.1 O SENHOR CHAMOU A FOME. Deus enviou uma fome contra Israel como castigo pela apostasia da nação (cf. Dt 11.16,17; 28.38-40). O texto não diz quando a fome ocorreu, embora pareça ter sido antes do castigo de Geazi (v. 5; 5.27) e depois da ressurreição do filho da sunamita (v. 1; 4.32-37; essa é provavelmente a mesma fome referida em 4.38).

8.2 E LEVANTOU-SE A MULHER. Porque a mulher demonstrou ter fé sincera, e porque permaneceu fiel ao profeta de Deus num período de apostasia geral (4.8-37), o Senhor ajudou-a na hora da necessidade (cf. Mt 10.41; Ap 3.10).

8.11,12 E CHOROU O HOMEM DE DEUS. Numa visão, pelo Espírito de revelação, Eliseu viu que Hazael se tornaria rei da Síria e que cometeria terríveis atrocidades contra Israel (vv. 12,13). Eliseu chorou pelo sofrimento de Israel devido a sua apostasia. Como verdadeiro homem de Deus, ele sentiu profundo pesar por Deus, agora desprezado pelo seu povo. Também sentiu pesar pelo próprio povo, que agora ia sofrer castigos pesados pelos seus pecados. De modo semelhante, Jesus chorou por Jerusalém (Lc 19.41) e Paulo, pela igreja (At 20.28-31). As palavras de Eliseu não justificam a futura crueldade de Hazael, mas meramente descrevem as práticas selvagens de seres humanos depravados em tempos de guerra (cf. Is 13.15; Os 10.14).
 

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NOTAS DE 2° REIS 9º

9.7 FERIRÁS A CASA DE ACABE. Anos antes, Elias profetizara a destruição completa dos descendentes de Acabe (1 Rs 21.19-24).

9.8 TODA A CASA DE ACABE PERECERÁ. Deus suscitou a queda da casa de Acabe, por sua determinação obstinada e impenitente de prosseguir na idolatria e apostasia, vindo a corromper a totalidade da nação de Israel (cf. Rm 2.5,6). O justo juízo de Deus contra a casa de Acabe (cap. 10), contra Jorão, filho de Acabe (vv. 22-26; ver 1 Rs 21.19) e contra Jezabel, esposa de Acabe (vv. 30-37) é uma evidência de que não escaparão do juízo de Deus todos aqueles que induzem seu povo ao caminho do mal. As Escrituras ensinam claramente que Deus retribuirá cada pessoa segundo as suas obras (Rm 2.6; cf. 2 Tm 4.14), e que haverá "tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal" (Rm 2.9).

9.25 LANÇA-O NO... CAMPO DE NABOTE. Acabe e Jezabel, pais de Jorão, tinham espoliado barbaramente a Nabote, apossando-se da sua propriedade (1 Rs 21.1-24). Agora, o cadáver do filho deles foi lançado naquele mesmo campo. Os pecados cometidos pelos pais podem produzir uma funesta colheita na vida dos filhos, muito depois da morte daqueles.
 

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NOTAS DE 2° REIS 10º

10.1 JEÚ ESCREVEU CARTAS. Jeú desafiou os funcionários do governo de Samaria a elegerem um rei dentre os filhos de Acabe, para então enfrentarem as conseqüências de um conflito com ele mesmo (vv. 1-4). Os chefes, no entanto, ficaram aterrorizados com tal guerra psicológica, e juraram lealdade a Jeú. Passaram, então, a obedecer as ordens de Jeú para matar os descendentes de Acabe (vv. 5-8).

10.28 JEÚ DESTRUIU A BAAL. Jeú fora escolhido por Deus para destruir a dinastia idólatra de Acabe (cf. vv. 30; 9.6-10). Inclusa na sua chamada estava a missão de erradicar o baalismo, uma religião extremamente vil e cruel, praticante de fornicação, embriaguez e sacrifícios humanos (vv. 18-28; ver Jz 2.13 nota). A destruição total da casa de Acabe e da religião de Baal era um ato de misericórdia para com os israelitas. Se as duas coisas tivessem continuado, a medida da iniqüidade de Israel teria rapidamente descido a um nível moral e espiritual tão baixo, que não escaparia de um juízo arrasador.

10.31 NÃO TEVE CUIDADO DE ANDAR... NA LEI DO SENHOR. Jeú, embora fosse zeloso pelo Senhor, não o servia de todo o coração. Permitiu, por motivos políticos, a adoração dos bezerros de ouro (v. 29), e pouco se interessava pela lei de Deus. Por isso, a reforma espiritual que Deus pretendera para Israel foi prejudicada por uma falha de liderança que envolvia ambições pessoais e amor ao poder. Grandes avivamentos espirituais de renovação da igreja, visando reconduzi-la aos padrões bíblicos, cessam, quando ambições, interesses humanos e egoístas tomam o lugar dos propósitos de Deus. Devido Jeú servir a Deus por motivos pervertidos pelo egoísmo carnal, e não por sincero zelo pela verdade e justiça, Deus posteriormente julgou a sua casa (cf. Os 1.4).
 

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NOTAS DE 2° REIS 11º

11.1 ATÁLIA... DESTRUIU TODA A DESCENDÊNCIA REAL. Atália, foi o único regente não davídico da história de Judá. Seu reinado de terror sobre Israel durou seis anos. Essa filha do casal ímpio, Acabe e Jezabel, casara-se com Jorão, filho do rei Josafá de Judá. Quando o rei Acazias (9.27), filho único de Jorão e Atália, foi morto no expurgo que Jeú fez na casa de Acabe numa visita ao norte, a traiçoeira Atália assumiu o trono de Judá e tentou eliminar da sucessão todos os descendentes de Davi, inclusive todos os seus próprios netos. Mas Jeoseba, esposa do sumo sacerdote Joiada, escondeu o filho menor de Acazias, chamado Joás, e assim preservou a linhagem davídica, da qual nasceria o Messias (vv. 2,3; 2 Sm 7.11,16; 1 Rs 8.25; cf. Mt 1.8,9).

11.4 JOIADA. Joiada, marido de Jeoseba, era sumo sacerdote do Senhor durante o reinado de Atália, no Reino do Sul (v. 2; 2 Cr 22.11). Liderou a derrubada de Atália (2 Cr 23), colocou Joás no trono, e orientou-o na devoção e lealdade ao Senhor (v.12; 2 Cr 23.11). A atuação de Joiada preservou a linhagem messiânica. Foi ele, com efeito, que orientou o jovem rei Joás na renovação do concerto entre o Senhor e o seu povo, e na extinção da religião de Baal (vv. 17,18).
 

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NOTAS DE 2° REIS 12º

12.2 JOÁS. Enquanto o sumo sacerdote Joiada foi seu conselheiro, Joás serviu ao Senhor. Morto Joiada, Joás abandonou o Senhor e começou a servir aos ídolos (2 Cr 24.17,18). Multiplicou seus pecados ao mandar assassinar Zacarias, filho de Joiada, que o repreendera por ter abandonado o Senhor (2 Cr 24.20-22). Como justa recompensa, Joás foi morto por seus próprios servos, por cometer esse assassinato (v. 20; 2 Cr 24.25; ver a nota seguinte). Joás começou bem como rei, mas terminou arruinado espiritualmente (Mt 24.13; Gl 3.3; Ap 2.10).

12.20 FERIRAM JOÁS. A conspiração contra Joás ocorreu por ele rejeitar ao Senhor, começar a adorar outros deuses e matar o sumo sacerdote Zacarias (2 Cr 24.17-22,25).

 

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NOTAS DE 2° REIS 13º

13.14 ELISEU ESTAVA DOENTE. Eliseu, através de quem Deus realizara muitos milagres grandiosos, morreu de uma doença fatal. A realidade nos ensina que grandes homens de fé, às vezes morrem de doença, inclusive aqueles que antes exerceram um ministério de cura divina. Entre as conseqüências da queda de Adão e de Eva estão a enfermidade e a morte; ninguém está isento delas.

13.14 CARROS DE ISRAEL E SEUS CAVALEIROS! O rei Joás reconheceu que o Deus de Eliseu era o verdadeiro defensor de Israel (cf. 2.12). Joás sabia com certeza que a força e a proteção de Israel findariam com a morte de Eliseu. Em qualquer tempo que faltar a palavra profética para o povo de Deus, a decadência espiritual e a apostasia sem dúvida vão surgir (Jr 21-22; ver o estudo DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA).

13.17,18 PARA O ORIENTE... A FLECHA. O ato de atirar uma flecha para o oriente (i.e., a área dominada pela Síria, 10.32,33) era uma predição simbólica que Israel se livraria da opressão da Síria. Era um sinal de que Deus guardaria Israel. Ao bater no chão com as flechas apenas três vezes, o rei Joás demonstrou que não tinha zelo, dedicação e fé necessários para o Senhor cumprir sua promessa. Daí, ele não derrotaria completamente os sírios (v. 19).

13.21 TOCANDO [O MORTO] OS OSSOS DE ELISEU, REVIVEU. Eliseu morreu e foi sepultado, mas mesmo lá na sua sepultura, Deus manifestou o seu poder e deu testemunho do caráter de Eliseu como o profeta que vivifica (4.32-37; 1 Rs 17.17-24). Este milagre sugere que a influência de uma pessoa que anda com Deus não cessa automaticamente com a sua morte, mas que depois disso poderá ser um manancial de vida espiritual para os outros (Jo 12.24; 2 Co 4.11,12).


 

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NOTAS DE 2° REIS 14º

14.1 AMAZIAS. Esse rei começou bem, porém, mais tarde caiu na idolatria (2 Cr 25.14), porque não tinha "coração inteiro" (2 Cr 25.2), i.e., não resolvera de uma vez por todas fazer a vontade de Deus, a todo custo. Uma coisa essencial à perseverança na fé é o propósito inabalável de permanecer fiel a Deus e aos seus mandamentos até o fim da nossa vida nessa terra, independente do que possa nos acontecer (Fp 3.8-16).

14.25 RESTABELECEU OS TERMOS DE ISRAEL. Israel readquiriu terras e seus habitantes atingiram grande prosperidade material durante o reinado de Jeroboão II (cf. Am 6.4-6; Os 12.8). No entanto, os profetas Amós e Oséias, que ministraram a Israel durante o seu reinado, perceberam claramente que a prosperidade de Israel estava construída sobre alicerces combalidos, e predisseram em termos bem claros a ruína iminente de Israel. Na realidade, a prosperidade que vicejava durante o reinado de Jeroboão II contribuiu para o liberalismo espiritual, a degeneração moral, a injustiça social e a apostasia da religião, coisas estas que levaram Israel à ruína,
cerca de vinte e oito anos depois (ver v. 26 nota).

14.25 JONAS. Jonas, filho de Amitai, é o bem conhecido profeta que foi engolido por um enorme peixe, e que levou aos assírios a mensagem divina do arrependimento (Jn 1.1,17; 3.1-10). Viveu e profetizou durante o reinado de Jeroboão II, sendo contemporâneo dos profetas Oséias e de Amós.

14.26 VIU O SENHOR A MISÉRIA DE ISRAEL. Deus, por compaixão do seu povo, usou Jeroboão para socorrer Israel (vv. 26,27).

(1) Mesmo assim, a bondade de Deus não levou os israelitas ao arrependimento. O período da prosperidade de Israel foi também um período de corrupção espiritual, moral e social. Tanto Amós quanto Oséias (ver v. 25 nota) falam de um povo vivendo afundado na depravação. Luxo, orgia, imoralidade, injustiça, violência e fraude de todas as formas era o dia-a-dia do povo (Am 2.6-8; 3.9; 5.11-13; 6.4-7). Desse período da história de Israel, Oséias escreveu: "não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra. Só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios" (Os 4.1,2).

(2) Esse foi um período doloroso, tanto para Deus, como para seus profetas (Os 1.1,2; 3.1-5; 11.1-12). Os profetas falavam, mas Israel não queria escutar. Por isso, o Senhor fez com que ele fosse "transportado da sua terra à Assíria" (17.23).
 

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NOTAS DE 2° REIS 15º

15.1 AZARIAS. Azarias, também chamado Uzias (2 Cr 26), foi rei de Judá por cinqüenta e dois anos (v. 2). No próprio ano em que ele morreu, Deus chamou o profeta Isaías como mensageiro para Judá e Israel (Is 6; ver 2 Cr 26, para mais pormenores a respeito da vida de Azarias).

15.5 O SENHOR FERIU O REI. Azarias foi ferido de lepra porque:

(1) desobedeceu a Deus ao usurpar a função de sacerdote, e

(2) devido ao seu orgulho, não quis arrepender-se do seu pecado de presunção (2 Cr 26.16-21).
15.16 AS MULHERES GRÁVIDAS FENDEU. Alguns dos reis de Israel cometeram as mais bárbaras atrocidades (cf. Is 13.18; Os 10.14; 13.16; Am 1.13). Além do mais, Deus predissera que os reis de Israel levariam o povo de Deus à apostasia (1 Sm 8.7; 10.19). A esta altura, Israel se tornara tão iníquo que sua ruína e destruição eram iminentes (ver a nota seguinte).
15.29 E OS LEVOU PARA A ASSÍRIA. Essa invasão executada por Tiglate-Pileser III, da Assíria (733 a.C.) representava a primeira fase do cativeiro de Israel no exílio. Os habitantes das regiões setentrional e oriental de Israel foram deportados para a Mesopotâmia (cf. 16.5-9; 2 Cr 28.16-21; Is 7.1-17). Esse começo do fim do Reino do Norte resultou do castigo divino pelo pecado ininterrupto de Israel. Samaria, a capital do Reino do Norte, foi capturada onze anos mais tarde (17.6).
 

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NOTAS DE 2° REIS 16º

16.3 A SEU FILHO FEZ PASSAR PELO FOGO. No reinado de Acaz, Judá entrou num período obscuro de caos e degeneração espirituais. A apostasia atingiu tal proporção que o próprio rei realizou a prática religiosa pagã de sacrificar seus filhos no fogo, aos deuses pagãos (cf. Lv 18.21; 2 Cr 28.3; Jr 19.5).

16.9 ASSÍRIA SUBIU CONTRA DAMASCO. Ver a profecia de Amós a respeito da tomada de Damasco pelos assírios (Am 1.3-5; cf. Is 8.4; 17.1).
 

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NOTAS DE 2° REIS 17º

17.6 O REI DA ASSÍRIA... TRANSPORTOU A ISRAEL PARA A ASSÍRIA. Em 722 a.C., depois de 210 anos de idolatria, de rebeldia espiritual e de corrupção moral, Deus decretou a queda final e o exílio de Israel (i.e., as dez tribos do Reino do Norte). O avanço implacável do mal entre o povo de Deus, chegara ao ponto culminante irreversível. Transbordara sua medida de iniqüidade. O recurso único de Deus foi aplicar um julgamento, que dissolveu a nação; restou apenas um remanescente crente e fiel para presenciar o cumprimento das promessas de Deus (cf. Rm 9.27).

17.7 OS FILHOS DE ISRAEL PECAREM CONTRA O SENHOR, SEU DEUS. Nos versículos 7-41, o Espírito Santo cita as razões teológicas e morais por que Deus levou a efeito a ruína do seu povo redimido segundo o concerto e o removeu de diante da sua face (v. 18).

(1) Os israelitas esqueceram-se do amor e da graça de Deus, manifestos na sua redenção do Egito (v. 7).

(2) Serviam aos deuses dos povos pagãos em derredor, imaginando que obteriam sucesso, bem-estar e orientação (vv. 7,12,17; ver Cl 3.5 nota).

(3) Adotaram os costumes e modos de vida do mundo ímpio (vv. 8-11,15-17).

(4) Rejeitaram os profetas de Deus com sua mensagem de retidão (vv. 13-15; cf. At 7.51).

(5) Rebelaram-se abertamente contra a revelação escrita de Deus e seu concerto (vv. 13-16).

(6) Entregaram-se ao espiritismo e a todos os tipos de imoralidade (vv. 9.15-17). Essa mensagem adverte a todo o povo de Deus do novo concerto (1 Co 10.1-12). Deus removerá do seu reino todos aqueles (tanto indivíduos como igrejas) que deixarem de permanecer fielmente na sua Palavra e no seu amor. Os resultados de abandonar a Deus são o castigo, a ruína, o sofrimento e a rejeição final (cf. Ap 2.5; 3.15,16).

17.8 ANDARAM NOS ESTATUTOS DAS NAÇÕES. Israel aceitou, com facilidade, os modos e padrões de vida dos povos que não conheciam a Deus. Embora a separação entre Israel e as demais nações fosse uma das exigências fundamentais de Deus para o seu povo (Lv 18.3,30; Dt 12.29-31; 18.9-14), Israel, muito pelo contrário, foi adotando os costumes pagãos daquelas nações em derredor (ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE). Conformar-se com o modo mundano de viver é um dos grandes perigos que o povo de Deus enfrenta em cada geração e cultura (Rm 12.2).

17.13 OS PROFETAS. Israel rejeitou os profetas de Deus, os quais censuravam energicamente o pecado e demandavam arrependimento e obediência à palavra do Senhor (cf. Jz 6.8-10; 1 Rs 13.1-3; 14.6-16; cf. At 7.51-53). Rejeitaram os ministérios de Elias, de Eliseu, de Amós, de Oséias e doutros profetas. A recusa em ouvir e obedecer à Palavra de Deus, aliada ao repúdio à mensagem profética contra o pecado e o mal são sinais inconfundíveis de apostasia (ver 2 Tm 4.3,4 nota).

17.16 E SE PROSTRARAM PERANTE TODO O EXÉRCITO DO CÉU. Os israelitas adoravam as divindades astrais e outros deuses, porque criam que eles lhes proporcionariam uma vida melhor, i.e., mais prosperidade, abundância, saúde, prazer, bem-estar e segurança (ver Jz 2.13 nota). Por essa razão, Paulo chama a "avareza" de idolatria (ver Cl 3.5 nota); Jesus declara que buscar prosperidade e riqueza como o alvo principal da vida, e ao mesmo tempo, servir a Deus são coisas incompatíveis (Mt 6.24; Ef 5.5).

17.18 A TRIBO DE JUDÁ. O Reino do Sul consistia em a tribo de Judá, parte das tribos de Benjamim e de Simeão, e alguns membros das dez tribos de Israel que tinham migrado para o Reino do Sul a fim de adorarem a Deus em Jerusalém (ver 2 Cr 19.4; 30.1,10,11,25,26; 34.5-7; 35.17,18). Dessa maneira, o povo de Judá tornou-se aquele através do qual continuou o concerto que Deus
fizera com o povo hebreu. Note que descendentes das tribos de Israel estavam presentes na Palestina nos tempos do NT (At 26.7; cf. Lc 2.36; Fp 3.5; Tg 1.1).

17.24 E TOMARAM A SAMARIA EM HERANÇA. O rei da Assíria trouxe cativos estrangeiros para habitarem "nas cidades da Samaria" (i.e., a totalidade do Reino do Norte), a fim de destruir qualquer nacionalismo que ainda restasse. Casamentos mistos entre os israelitas deixados e os estrangeiros trazidos à terra de Israel, resultaram no povo chamado "samaritano". O resultado foi uma mistura de tradições religiosas e culturais estrangeiras com os costumes e a fé dos hebreus (vv. 29-33). Já nos tempos do NT, no entanto, muitos samaritanos tinham deixado seus modos pagãos e tinham nutrido uma fé baseada exclusivamente no Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). Jesus testemunhou a uma mulher samaritana, quando falou da imperfeição das tradições samaritanas (Jo 4.4-26). Posteriormente, muitos samaritanos tornaram-se crentes em Cristo através do ministério de Filipe (At 8.5-25).

 

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NOTAS DE 2° REIS 18º

18.5 NO SENHOR... CONFIOU. Trata-se do rei Ezequias. Depois de relatar a queda de Samaria e do Reino do Norte, o escritor volta à história de Judá (o Reino do Sul), partindo do reinado do bom rei Ezequias. Ele foi um dos melhores reis de Judá, por causa da sua confiança em Deus e sua dependência dEle. Ezequias confiava plenamente no Senhor, guardava seus mandamentos (vv. 3-6) e exortava o povo a desviar-se do pecado e a voltar-se para Deus (2 Cr 30.6-9). No começo do seu reino, reparou e purificou a casa do Senhor, reintegrou os sacerdotes e levitas ao seu ministério, e restaurou a celebração da festa da Páscoa (2 Cr 29.3; 30.5). Procurou, com todo empenho, destruir todos os altares e altos idólatras em Judá (v. 4). Ver caps. 19,20; 2 Cr 29-32 e Is 36-39 para mais detalhes do reinado de Ezequias.

18.7 E SE REVOLTOU CONTRA O REI DA ASSÍRIA. Nesse período da história de Judá, o Reino do Sul também caiu sob o domínio da Assíria, sendo-lhe exigido pagar um tributo anual. Ezequias coligou-se a uma conspiração internacional contra a Assíria e recusou-se a continuar pagando tributo. O resultado dessa tentativa de independência está registrado em 18.13-19.37.

18.13 CIDADES FORTES DE JUDÁ E AS TOMOU. Em 701 a.C., o rei Senaqueribe da Assíria, reagiu à rebelião de Judá, com a captura de muitas das suas cidades importantes. Seus anais indicam que ele tomou quarenta e seis cidades muradas de Judá.
Ezequias, não vendo qualquer solução, caso continuas-se a resistir, submeteu-se a Senaqueribe, apresentou desculpas e esvaziou o tesouro nacional de Judá, a fim de pagar a multa sobre o tributo, imposta pela Assíria (v. 14-16).

18.30 NEM TAMPOUCO VOS FAÇA EZEQUIAS CONFIAR NO SENHOR. Por alguma razão não esclarecida, o rei Senaqueribe da Assíria voltou a invadir Judá, à frente de um grande exército e sitiou Jerusalém (v. 17). Os generais assírios procuraram intimidar Ezequias e toda Jerusalém, menosprezando o Senhor Deus e zombando da confiança que o povo tinha nEle. Essa blasfêmia contra Deus resultou numa intervenção do anjo do Senhor, na qual foram mortos 185.000 soldados do exército de Senaqueribe, e Judá foi liberto (19.6-37; 2 Cr 32.21,22; Is 37.14-20,33-38).
 

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NOTAS DE 2° REIS 19º

19.1 EZEQUIAS... ENTROU NA CASA DO SENHOR. Ezequias tinha grande confiança em Deus (18.5). Enfrentando a ameaça dos assírios (18.17-37) e, indignado com a zombaria do rei assírio contra o Senhor (18.30-35), buscou a Deus e rogou a Isaías que orasse por Jerusalém e pelo remanescente do povo de Deus (vv. 2-4).

19.15 E OROU EZEQUIAS. Ezequias tomou a carta atrevida de Senaqueribe, exigindo a rendição de Jerusalém, abriu-a diante do Senhor e orou fervorosamente. Quando as aflições atingirem nossa vida e as circunstâncias parecerem incontroláveis, devemos fazer exatamente como Ezequias entrar na presença de Deus, em oração fervorosa e confiante. Deus tem prometido que livrará os seus das mãos dos inimigos e que não permitirá que aconteça nada fora da sua vontade (Mt 6.25-34). Permanecendo em Deus, com fé e confiança, teremos sua paz como guarda dos nossos corações e mentes (Fp 4.6,7).

19.19 ASSIM, SABERÃO TODOS... QUE SÓ TU ÉS O SENHOR DEUS. A oração de Ezequias, para que prevaleça a glória de Deus e que seus caminhos e propósitos na história sejam conservados, manifesta o mais alto desejo de todos os que amam o Senhor. Assim também Moisés (Ex 32.12; Nm 14.13-16; Dt 9.26-29) e Davi (Sl 59.13; 83.18) expressaram esse mesmo desejo nas suas orações.
Nós, como crentes, devemos nos identificar com Deus, de tal maneira que nosso interesse principal seja preservar a sua reputação e honra (cf. Jo 17.4-6). Nossa petição principal deve ser: "Santificado seja o teu nome" (Mt 6.9).

19.35 O ANJO DO SENHOR. Esse livramento milagroso de Judá, dos assírios, é um dos grandes casos de livramento, da história do AT, e é registrado nada menos que três vezes nas Escrituras (vv. 35,36; 2 Cr 32.21,22; Is 37.36). O reino mais poderoso da terra lutava contra a pequenina nação de Judá. Quando a derrota parecia inevitável, Deus interveio e livrou o seu povo. Na sua misericórdia, Deus manifestou a sua disposição de renovar o concerto e ser o Deus protetor de Judá, se o povo pusesse nEle a sua confiança.
 

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NOTAS DE 2° REIS 20º

20.1 MORRERÁS. Ver Is 38.1 nota.
20.5 OUVI A TUA ORAÇÃO... EU TE SARAREI. Ver Is 38.5 nota.
20.11 FEZ VOLTAR A SOMBRA DEZ GRAUS. Ver Is 38.8 nota.
20.17 SERÁ LEVADO PARA BABILÔNIA. A predição de Isaías, sobre o exílio de Judá em Babilônia, cumpriu-se cerca de 115 anos mais tarde, quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, destruiu Jerusalém, saqueou o país e o templo de todas as suas riquezas e levou o povo de Judá em cativeiro para Babilônia (24.10-13; 2 Cr 33.11; Dn 1.1-3).

 

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NOTAS DE 2° REIS 21º

21.10 OS PROFETAS. É provável que Isaías ainda exercesse o ministério profético nos tempos de Manassés. O profeta devia ser, entre outras coisas, uma voz em defesa da retidão, quando o povo de Deus passou a adotar os padrões do mundo (ver o estudo O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO)

21.14 DESAMPARAREI O RESTO DA MINHA HERANÇA. Nesse período, Judá passou a ser o enfoque da história da redenção, pois constituía o núcleo único do povo eleito de Deus. Como ocorreu no Reino do Norte, um grande número dos habitantes de Judá adorou deuses falsos, rejeitando assim a salvação que Deus lhes preparara. Somente quem persevera na fé genuína tem a certeza de que faz parte do povo eleito de Deus (ver o estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO)

21.17 QUANTO AO MAIS DOS ATOS DE MANASSÉS. Ver 2 Cr 33.1-19 para um relato de outros eventos afins, inclusive o arrependimento de Manassés no fim da sua vida.

 

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NOTAS DE 2° REIS 22º

22.1 JOSIAS. Josias foi o último dos reis justos de Judá. Já em tenra idade (aos dezesseis anos) começou a buscar o Senhor com toda dedicação (2 Cr 34.3) e, quatro anos mais tarde, começou a expurgar de Judá a religião falsa (2 Cr 34.3,4). Enquanto o templo estava sendo restaurado, Hilquias achou o livro da Lei escrito por Moisés (2 Cr 34.15). Surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de Deus, e todo o país experimentou uma renovação espiritual (23.1-30). Os profetas Jeremias, Sofonias e Habacuque  ajudaram Josias no seu esforço de reconciliar o povo com Deus; quanto à condição espiritual do povo nos tempos de Josias, ver Jr 1-12; Hc 1.2-4; Sf 1.1.

22.3 NO ANO DÉCIMO-OITAVO DO REI JOSIAS. A dedicação de Josias ao Senhor revela que um jovem (Josias estava com vinte e seis anos nessa ocasião) pode ser dedicado ao Senhor e à sua causa, assim como, ou ainda mais, do que muitos adultos.

22.8 O LIVRO DA LEI. O "livro da lei" que Hilquias achou, tratava-se da lei que fora dada "pelas mãos de Moisés" (2 Cr 34.14); era, sem dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco primeiros livros da Bíblia (cf. 23.25; Dt 31.24-26). Essa descoberta dá testemunho da mão providente e soberana de Deus, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de Deus escrita é indestrutível (Is 40.8).

22.13 IDE E CONSULTAI AO SENHOR. Josias queria saber se os pecados de Judá tinham chegado a um ponto em que o juízo divino seria inevitável.

(1) Através da profetisa Hulda, Deus disse que seu povo, em breve, seria, sim, entregue na mão dos seus inimigos (vv. 14-17). Noutras palavras, quando o povo de Deus persiste no pecado, atinge um ponto em que o castigo é inevitável.

(2) Por um excessivo número de anos, o povo de Deus, i.e., os israelitas, "zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve" (2 Cr 36.16). O avivamento espiritual por intermédio de Josias apenas adiou a destruição iminente de Judá, mas não pôde evitá-la (vv. 18-20; 23.24-27).


22.19 TEU CORAÇÃO SE ENTERNECEU, E TE HUMILHASTE. Josias agradou a Deus porque se humilhara perante o Senhor. Humilhar-se diante de Deus é uma das condições primordiais para sermos renovados e recebermos a sua graça. Humilhar-se diante de Deus, abrange:

(1) aceitarmos o castigo que Deus nos aplica, como justo e de conformidade com o que merecemos (v. 13);

(2) saber que nós, sem a graça de Deus, somos escravos do pecado e da iniqüidade e que dependemos de Deus para toda prática do bem (cf. Pv 3.7; Rm 12.3; 1 Co 1.4); (3) ter o coração quebrantado diante de Deus, devido às lastimáveis fraquezas espirituais do ser humano (Sl 51.17; cf. Lv 26.40,41; Nm 12.3; 2 Cr 12.5,6; Pv 22.4); (4) temer a Palavra de Deus com toda sinceridade (v. 11; 2 Cr 34.18,19).
 

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NOTAS DE 2° REIS 23º

23.4 E OS QUEIMOU. As reformas religiosas de Josias observam o princípio bíblico de que o arrependimento de pecados é condição essencial para um real avivamento. Sempre que há arrependimento verdadeiro, pecados específicos são reconhecidos, falsos irmãos são disciplinados, práticas mundanas são abandonadas e os padrões de santidade são restaurados. Falar da necessidade de avivamento e arrependimento na igreja sem incluir mudança de atitude, significa que não há propósito real de mudança no coração e na maneira de viver do povo.

23.25 E ANTES DELE NÃO HOUVE REI SEMELHANTE. Josias é descrito aqui como o mais fiel e consagrado de todos os reis que já tinham reinado sobre o povo de Deus, inclusive o próprio Davi (ver 2 Sm 12.7-15). Em termos da dedicação pessoal a Deus e fidelidade à sua Palavra, Josias foi o maior de todos os reis (cf. 18.5; Dt 6.5; Jr 22.15,16).

23.26 O SENHOR SE NÃO DEMOVEU... DA SUA GRANDE IRA. Apesar da liderança moral de Josias e do avivamento e reformas espirituais que ele promoveu, Judá como nação se arruinara a tal ponto que sua recuperação nacional, geral e duradoura já não seria possível. A condenação de Judá foi apenas adiada (ver Jr 11; 13.27), pois tanto o povo como os sacerdotes tinham um coração maligno. Por isso, depois da morte de Josias, rapidamente a nação degenerou-se espiritual e moralmente, e Deus teve de destruir o Reino do Sul em apenas vinte e dois anos mais tarde.
 

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NOTAS DE 2° REIS 24º

24.1 NABUCODONOSOR, REI DE BABILÔNIA. Nabucodonosor, o poderoso monarca do império neo-babilônico, reinou de 605-562 a.C. Em 605 ele invadiu a Palestina e levou consigo para Babilônia certo número de reféns de Judá. Aí começou o cativeiro de Judá, de setenta anos de duração, predito por Jeremias (Jr 25.11,12). Jeremias, Ezequiel e Daniel profetizaram durante o reinado de Nabucodonosor. A destruição e o cativeiro de Judá por Nabucodonosor ocorreram em três fases. (1) Em 605 a.C., o rei Joaquim foi aprisionado; posto a ferros e conduzido a Babilônia, com os oficiais da corte e também Daniel e seus três amigos hebreus. Os tesouros do templo foram também levados (vv. 1-7; Dn 1.1-7; 2 Cr 36.6,7). (2) Em 597 a.C., Jerusalém foi novamente invadida, e, desta vez, o rei Jeoaquim, juntamente com o restante dos tesouros do templo, e 10.000 homens, foi transportado para Babilônia (vv. 14-16), estando entre eles o profeta Ezequiel. (3) Em 586 a.C., os babilônios invadiram Jerusalém pela última vez; quando então destruíram a cidade e o templo. O rei Zedequias, com todos os seus súditos, exceto alguns dos mais pobres, foram deportados para Babilônia (25.1-12; Jr 52.29).

24.1 BABILÔNIA. Babilônia, também chamada o Império Neobabilônico, suplantou a supremacia da Assíria e dominou o mundo, entre 605 e 539 a.C. O Império Babilônico durou cerca de setenta anos, os mesmos setenta anos do cativeiro de Judá. Babilônia, por sua vez, foi conquistada pelo rei Ciro da Pérsia (539 a.C.), o qual autorizou os judeus a voltarem à sua pátria (2 Cr 36.22,23; Esdras 1.1-4).

24.2 CONFORME A PALAVRA DO SENHOR. O cativeiro do Reino do Sul, em Babilônia, fora predito 150 anos antes (Is 6.11,12; 39.6). Jeremias predisse que ele duraria setenta anos (Jr 25.11,12).

24.3 TIROU DE DIANTE DA SUA FACE. A derrocada de Judá foi o castigo divino contra um povo obstinado e impenitente, que continuou nos pecados terríveis de Manassés. (1) A apostasia chegara ao seu extremo. Os sacerdotes e profetas falavam mentiras (Jr 5.31; 6.13). Ganância e trapaça (Jr 6.13), imoralidade e prostituição (Jr 5.8,9), injustiça e violência (Jr 6.7), repúdio à Palavra de Deus (Jr 8.9,10) e infidelidade (Jr 9.2,3) caracterizavam o modo de vida do povo. (2) O severo castigo que Deus impôs ao seu povo do AT, serve de advertência aos crentes de hoje. Se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará aqueles que foram enxertados
no seu lugar, caso se conformem com o mundo e com um viver pecaminoso (ver Rm 11.18-25).

24.20 E ZEDEQUIAS SE REVOLTOU CONTRA O REI DE BABILÔNIA. Zedequias rebelou-se, em parte porque os falsos profetas anunciavam uma mensagem favorável, de que Deus destruiria Babilônia, e não Judá. A mensagem de Jeremias, apesar de impopular, afirmava o contrário que Deus submeteria seu povo rebelde, ao domínio de Babilônia. A mensagem de Jeremias cumpriu-se, e assim ficou demonstrado que ele era um verdadeiro profeta do Senhor (cf. Dt 18.21,22; ver o estudo O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO)
 

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NOTAS DE 2° REIS 25º

25.1 LEVANTARAM CONTRA ELA TRANQUEIRAS EM REDOR. O cerco contra Jerusalém começou em 588 a.C. e durou dezoito meses (vv. 1-3). Suas calamidades estão descritas em Lm 2.20,21; 4.3-20; 5.2-15; Ez 5.10. Um terço do povo morreu de fome e de peste, ao passo que outro terço foi morto pela espada (Ez 5.12; ver também 24.1,2 Jr 38.17-19; 39.1; 52.4;).

25.7 E AOS FILHOS DE ZEDEQUIAS DEGOLARAM. Zedequias, o filho mais jovem de Josias, reinou durante onze anos. Afastou-se da fé do seu pai justo e, freqüentemente, perseguia o profeta Jeremias. Zedequias poderia ter evitado as tragédias que lhe sobrevieram, se tivesse dado ouvidos a Jeremias (Jr 38.14-28). Semelhantemente, se uma igreja com os seus membros não der ouvidos a um pastor piedoso, ela corre o risco de se ver destruída, e seus membros escravizados pela iniqüidade do mundo.

25.21 E JUDÁ FOI LEVADO PRESO PARA FORA DA SUA TERRA. Quando Judá foi levado para o cativeiro, o reino político terrestre de Davi chegou ao fim. Mas, a despeito da destruição da nação, permaneceu a promessa concernente aos descendentes de Davi (2 Sm 7.14-16; ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM DAVI). Deus continuou os preparativos para a vinda do Filho de Davi, o Cristo, cujo reino não teria fim (Lc 1.33). Por meio do Descendente Messiânico de Davi, Deus finalmente constituiria "a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido" (1 Pe 2.9)
 

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