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Esboço NEEMIAS
I. Reconstrução dos Muros de Jerusalém, Dirigida por Neemias (1.1—7.73)
A. Intercessão de Neemias por Jerusalém (1.1—2.8)
1. A Causa da Sua Intercessão (1.1-4)
2. O Conteúdo da Sua Intercessão Diante de Deus (1.5-11)
3. O Resultado da Sua Intercessão Diante do Rei Artaxerxes (2.1-8)
B. A Viagem de Neemias a Jerusalém Como Governador (2.9-20)
C. Neemias Dirige a Reconstrução dos Muros (3.1—7.4)
1. Os Construtores (3.1-32)
2. A Oposição (4.1—6.14)
a. Escárnio (4.1-6)
b. Conspiração (4.7-23)
c. Extorsão (5.1-19)
d. Conivência (6.1-4)
e. Difamação (6.5-9)
f. Traição (6.10-14)
3. A Conclusão da Obra (6.15—7.4)
D. O Registro do Remanescente (7.5-73)
II. Avivamento em Jerusalém Liderado por Esdras (8.1—10.39)
A. Leitura Pública da Palavra de Deus e Celebração da Festa dos Tabernáculos
(8.1-18)
B. Jejum e Reconhecimento dos Pecados Cometidos e Sua Confissão Pública (9.1-37)
C. Um Concerto de Obediência (9.38—10.39)
III. Neemias Promove a Reforma da Nação (11.1—13.31)
A. Distribuição Habitacional do Remanescente (11.1—12.26)
B. Dedicação dos Muros (12.27-47)
C. Reformas no Segundo Mandato de Neemias (13.1-31)
Autor:
Esdras e Neemias (?)
Tema:
Reedificação dos Muros de Jerusalém
Data:
Cerca de 430 — 420 a.C.
Considerações Preliminares
O livro de Neemias encerra a história do AT, ocasião em que os expatriados
judeus foram autorizados a retornarem a seu país, estando
cativos na Babilônia. Juntamente com o livro de Esdras (com o qual forma um só
livro no AT hebraico; ver a introdução ao livro de
Esdras), Neemias relata os três retornos dos exilados a Jerusalém. Esdras trata
de fatos dos dois primeiros retornos (538 a.C.; 457 a.C.),
e Neemias, de fatos ligados ao terceiro (444 a.C.). Enquanto o enfoque de Esdras
recai na reconstrução do templo, o de Neemias recai
na reconstrução dos muros de Jerusalém. Os dois livros frisam a importância da
renovação espiritual e da consagração a Deus e à sua
Palavra.
Neemias, um contemporâneo de Esdras, servia na corte de Artaxerxes I (rei da
Pérsia), como copeiro, quando soube que os exilados
que já se encontravam em Judá, estavam sob opróbrio e os muros de Jerusalém
continuavam em ruínas. Depois de orar em favor da
triste condição de Jerusalém, Neemias recebeu uma munificente autorização do rei
Artaxerxes para viajar a Jerusalém como governador,
e reedificar os muros da cidade. Como líder dinâmico ele motivou seus
compatriotas a reedificar todo o muro em apenas cinqüenta e
dois dias, apesar da ferrenha oposição. Serviu como governador por doze anos.
Depois de um breve retorno à Pérsia, exerceu um
segundo mandato de governador de Judá (cf. 2.1; 13.6,7a).
Esdras, o sacerdote, auxiliou Neemias na promoção do avivamento e renovação
espiritual do remanescente que voltara. É possível que
Neemias tenha ajudado Esdras a escrever esse livro. A historicidade do livro de
Neemias é confirmada por documentos antigos
descobertos em 1903, chamados Papiros de Elefantina, que mencionavam Sambalate
(2.19), Joanã (12.23), e a substituição de Neemias
como governador em cerca de 410 a.C.
Propósito
Este livro foi escrito (1) como o epílogo da história pós-exílica de Judá,
iniciada no livro de Esdras, e (2) para demonstrar o que Deus
fez em favor do remanescente judeu através da liderança piedosa de Neemias e
Esdras durante a terceira etapa da restauração
pós-exílica.
Visão Panorâmica
Os caps. 1—7 narram o desempenho de Neemias como governador e como responsável
pela reedificação dos muros de Jerusalém. O
cap. 1 revela a profunda espiritualidade de Neemias como homem de oração.
Estando a serviço do rei da Pérsia, foi informado da triste
situação de Jerusalém e começou zelosamente a interceder em oração, pedindo que
Deus interviesse em favor da cidade e dos seus
habitantes. O cap. 2 descreve como Deus usou Artaxerxes para nomear Neemias como
governador de Jerusalém, e como este chegou
ali. Os caps. 3.1—7.1 revelam a liderança corajosa, sábia e decisiva de Neemias
ao mobilizar Jerusalém para reconstruir seus muros, e
isto em apenas cinqüenta e dois dias, a despeito de forte oposição dentro e fora
da cidade.
A segunda metade do livro descreve (1) a restauração espiritual que teve lugar
entre os habitantes de Jerusalém, liderada por Esdras, o
sacerdote (8 —10), e (2) certos problemas nacionais abordados por Neemias
(11—13). De muita importância para a renovação
espiritual do povo, foram a leitura pública da Lei de Deus, o arrependimento do
pecado e uma nova resolução do remanescente no
sentido de ter em memória o seu concerto com Deus e de cumpri-lo. O último
capítulo trata de reformas que Neemias iniciou durante
seu segundo período de governo (cap. 13).
Características Especiais
Cinco características principais destacam-se no livro de Neemias. (1) Registra
os últimos eventos da história judaica do AT, antes do
período intertestamentário. (2) Fornece o contexto histórico de Malaquias, o
último livro do AT, posto que Neemias e Malaquias foram
contemporâneos. (3) Neemias é um excelente modelo bíblico de um líder crente no
governo: um homem de sabedoria, convicção,
coragem, integridade a toda prova, fé firme, compaixão pelos oprimidos, e
possuidor de ricos dons de liderança e organização. Durante
todos os seus anos como governador, Neemias foi um homem justo, humilde, isento
de cobiça, abnegado e que não se corrompeu pela
sua posição ou poder. (4) Neemias é um dos exemplos mais notáveis do AT de um
líder que ora (cf. também Daniel). Umas onze vezes,
o registro descreve Neemias dirigindo-se a Deus em oração ou intercessão (e.g.,
1.4-11; 2.4; 4.4, 9; 5.19; 6.9, 14; 13.14, 22, 29, 31).
Foi um homem que executou tarefas que pareciam impossíveis, por causa da sua
total dependência de Deus. (5) O livro ilustra de modo
claro o fato de que a oração, o sacrifício, o trabalho árduo e a tenacidade
operam em conjunto na realização de uma visão dada por
Deus.
O Livro de Esdras Ante o NT
Este livro registra o cumprimento de todos os passos básicos da restauração do
judaísmo pós-exílico, passos estes necessários à vinda de
Cristo no início da era do NT. Teve lugar a reconstrução de Jerusalém e do
templo, a restauração da lei, a renovação do concerto e a
devida preservação da linhagem davídica. Exteriormente, tudo estava em condição
para a vinda do Messias (cf. Dn 9.25). O período
retratado em Neemias termina com a esperança profética de que o Senhor em breve
viria ao seu templo (Ml 3.1). O NT começa com o
cumprimento dessa expectativa e esperança pós-exílica.
NOTAS DE NEEMIAS 1º
1.1 NEEMIAS. Neemias partiu da Pérsia para Jerusalém em 444 a.C., como governador de Judá. Isto ocorreu treze anos após a chegada de Esdras a Jerusalém. Neemias veio incumbido pelo rei da Pérsia para reconstruir o muro de Jerusalém e fortificar a cidade (2.7,8). Apesar de muita oposição, Neemias completou o muro em cinqüenta e dois dias (6.15). Era um homem capaz, corajoso, perseverante e de oração (ver 2.4 nota). Ele também cooperou com Esdras, para levar a efeito a renovação espiritual do povo (cap. 8).
1.4 CHOREI... E ESTIVE JEJUANDO E ORANDO. Neemias tinha grande solicitude pelo
seu povo e pela obra de Deus em Judá. Durante
quatro meses (cf. v. 1 com 2.1), derramou seu coração diante de Deus, em jejum e
oração, com muitas lágrimas, por causa do problema que
afligia o povo de Deus em Jerusalém e em Judá (cf. At 20.31). Sua oração incluiu
a confissão de pecados (vv. 6,7), súplica a Deus para Ele
cumprir a sua própria palavra (v. 8; cf. Lv 26.40-45; Dt 30.1-6), seu zelo pela
glória e propósitos de Deus (vv. 5-8) e intercessão incessante
pelos filhos de Israel (v. 6).
1.11 DÁ-LHE GRAÇA PERANTE ESTE HOMEM. "Este homem" era Artaxerxes, rei da Pérsia
(2.1). Neemias orou para que Deus lhe
concedesse graça perante o rei, para o bem dos judeus. Quando precisarmos de
alguma coisa doutra pessoa, devemos primeiramente
apresentar diante de Deus aquilo que estamos precisando. Deus pode comover o
coração e a mente de líderes influentes, para cumprirem a
vontade divina (ver Et 4.16; Pv 21.1).
NOTAS DE NEEMIAS 2º
2.4 ENTÃO, OREI. O primeiro impulso de Neemias sempre era orar. Antes de responder à pergunta do rei, sussurrou uma oração a Deus, pedindo ajuda e sabedoria. Isto é apenas uma das muitas ocasiões registradas neste livro, em que Neemias invocou espontaneamente a Deus (cf. 4.4,5,9; 5.19; 6.9,14; 13.14,22,29,31). (1) Neste caso, Neemias estando em pé diante do rei, apenas teve tempo para clamar a Deus, do íntimo do seu coração. Nas emergências, não há tempo para longas orações. A curta oração de Neemias chegou a Deus, porque fora precedida de quatro meses de oração e jejum. "Vale a pena estar com a oração em dia". (2) O hábito de orar freqüentemente durante o dia, abre caminho para um fluxo maior da graça, ajuda e sabedoria de Deus, na vida do crente. O esquecimento da nossa dependência de Deus e da necessidade da sua presença conosco durante o dia todo, limitará a operação do Espírito Santo em nossa vida (ver Ef 6.18; 1 Ts 5.17).
2.8 A BOA MÃO DE DEUS SOBRE MIM. A mão do Senhor sobre Neemias significava para ele, pelo menos, cinco coisas.
(1) Estava compartilhando dos propósitos de Deus (cap. 1).
(2) Deus o estava guiando claramente (v. 12). (3) Deus estava lhe concedendo sua graça e auxílio (v. 18; cf. Hb 4.16).
(4) Deus estava com ele, fazendo-o prosperar e ser bem-sucedido na obra de Deus (v. 20; ver Lc 24.50 nota).
(5) Sentia renovada coragem e fé em Deus (4.14,20).
2.12 NÃO DECLAREI A NINGUÉM O QUE O MEU DEUS ME PÔS NO CORAÇÃO PARA FAZER.
Embora Neemias tivesse chegado como
governador, com plena autoridade do Império Persa, não fez nada durante três
dias e nem contou a ninguém os planos que Deus lhe confiara.
Sem dúvida, ele estava esperando em Deus, ao invés de precipitar-se, confiando
na sua própria capacidade (ver Is 40.29-31). Passou, então,
a fazer uma inspeção cautelosa e cuidadosa nos danos causados nos muros pelos
samaritanos (ver Esdras 4.23,24 notas) e, por certo,
calcular as despesas (Lc 14.28-30). É muito importante observar que, em vez de
criticar os judeus pelos seus problemas e tristezas, ele queria
ver esses problemas como eles os viam. Daí, ele nada falar, enquanto não
compreendesse a situação segundo a sua perspectiva, sentindo o
que eles sentiam.
2.19 ZOMBARAM DE NÓS. Os fiéis de Deus constantemente enfrentam o escárnio e a zombaria, pelo fato de, a cada dia, procurarem viver uma vida de retidão entre os que não conhecem a Deus. O mundo continuamente despreza os padrões morais do cristão e zomba da sua dedicação a Cristo. Nossa confiança e nossa resposta devem ser as mesmas de Neemias o Deus dos céus nos ajudará e por fim vindicará os justos (v. 20; ver Ap 2.7, nota; 21.1-7 notas).
2.20 DEUS... NOS FARÁ PROSPERAR. Em todas as questões relacionadas com o reino de Deus, o sucesso começa com Ele. Neemias começou a reedificar os muros da cidade porque sabia que era essa a vontade de Deus; por isso, estava plenamente confiante que Deus lhe faria vitorioso nessa obra. Em toda a obra de Deus, é da sua vontade que os fiéis sejam cooperadores com Ele (cf. Fp 2.12,13). O cap. 4 revela três fatores de sucesso que implicam esforço da nossa parte:
(1) "o coração do povo se inclinava a trabalhar" (4.6);
(2) o povo trabalhava em atitude de oração e vigilância (4.9); e
(3) o povo demonstrava
coragem, determinação e fé ante a oposição do inimigo (4.14).
Quando o muro de Jerusalém foi terminado em cinqüenta e dois dias, até mesmo os
inimigos dos judeus tiveram de reconhecer que essa obra
fora concluída com a ajuda de Deus (6.15,16). Deus sempre cumpre a sua parte
quando os fiéis cumprem a sua, com fé perseverante.
NOTAS DE NEEMIAS 4º
4.1 SAMBALATE... ESCARNECEU DOS JUDEUS. Os inimigos do pequeno remanescente dos judeus opunham-se à reconstrução dos muros de Jerusalém. Neemias e o povo foram alvos de zombaria (vv. 1-6), de ameaça de uso da força (vv. 7-9), de desânimo (v. 10) e o medo (vv. 11-14). Este capítulo revela como se pode vencer a oposição à obra de Deus.
(1) A zombaria foi vencida pela oração e determinação (vv. 4-6).
(2) A ameaça da força foi vencida pela oração e apropriadas medidas de segurança (vv. 7-9; ver Mc 14.38; Ef 6.18).
(3) O desânimo e o medo foram vencidos pela fé dos dirigentes piedosos, pelo seu incentivo e seus preparativos para resistirem ao inimigo (vv. 12-18; ver Ef 6.11 nota).
4.4 CAIA O SEU OPRÓBRIO SOBRE A SUA CABEÇA. A oração de Neemias contra o inimigo era impelida por sua fé em Deus e por seu amor à obra de Deus e ao seu povo (cf. Jr 18.23; Ap 6.10). É sempre certo orar para que Deus combata seus inimigos ou converta os corações daqueles que tentam destruir a sua obra ou prejudicar os seus filhos.
4.20 O NOSSO DEUS PELEJARÁ POR NÓS. Quando empreendemos a obra de Deus com
verdadeira fé e humildade, com o alvo de glorificar
a Deus e estender o seu reino, usando as armas do Espírito (ver 2 Co 10.4 nota),
podemos ter a certeza de que não importa quantas sejam as
dificuldades, Deus pelejará por nós.
NOTAS DE NEEMIAS 5º
5.1 FOI... GRANDE O CLAMOR DO POVO. O cap. 5 trata das injustas desigualdades econômicas entre o povo judeu.
(1) Os ricos, i.e., a nobreza e os magistrados (v. 7) oprimiam os pobres, obrigando-os a penhorar suas propriedades para conseguirem dinheiro para comprar alimento. Nalguns casos, os pobres eram forçados a entregar seus filhos como escravos a fim de não morrerem de fome (vv. 1-5). Indignado, Neemias lutou contra essas injustiças (v. 6) e levou os transgressores ao arrependimento e à correção (vv. 12,13).
(2) O pecado da cobiça, que leva a pessoa a tirar proveito do próximo em tempos de calamidade, revela a profunda depravação da natureza humana. Deus julgará semelhantes injustiças perpetradas entre as pessoas (cf. Pv 28.27; ver Cl 3.25 nota; ver o estudo O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS)
5.6 MUITO ME ENFADEI. Esta expressão refere-se à ira de Neemias contra a injustiça e a iniqüidade. Sua ira era justa. A inexistência de tal ira indica indiferença ante o sofrimento dos inocentes e necessitados (ver Lc 19.45 nota).
5.15 POR CAUSA DO TEMOR DE DEUS. Porque Neemias temia a Deus, não usava sua autoridade para tirar proveito do povo, conforme tinham feito outros dirigentes antes dele. O temor de Deus no crente, fá-lo consciente da sua responsabilidade perante o Senhor e faz-nos evitar, inclusive práticas disfarçadas, como manipular ou defraudar o seu povo.
5.18 DE TODO O VINHO. Nos tempos do AT, havia vinho de toda espécie vinhos novos
e velhos, simples e mistos alguns, diretos da uva;
outros, fervidos e concentrados; alguns, doces e espessos como o mel; alguns,
misturados com água e outros, misturados com substâncias
entorpecentes. Desses vinhos, alguns eram fermentados, outros não (ver Pv 23.30
nota; ver o estudo
O VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO
TESTAMENTO, e
O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1)e
(2))
NOTAS DE NEEMIAS 6º
6.3 ESTOU FAZENDO UMA GRANDE OBRA. O povo de Deus precisa ter a devida visão
da grandeza da obra para qual Ele os chama.
Mesmo que a tarefa ou contribuição, como indivíduos, pareça simples ou de pouca
importância, nós, coletivamente como o povo de Deus,
estamos "fazendo uma grande obra". Neemias manteve-se firme no seu objetivo de
reconstruir os muros, não permitindo que nem amigos, nem
inimigos desviassem a sua atenção da obra, até que a terminasse. Uma grande
visão, unida a uma fé inabalável, leva a efeito a realização do
propósito de Deus para nossa vida e para nossa geração.
6.12 CONHECI QUE... NÃO ERA DEUS QUEM O ENVIARA. Todos que declaram ser mensageiros de Deus devem ser examinados e provados, se de fato são homens de Deus. Há os que se apresentam como crentes, afirmando que estão empreendendo um ministério determinado por Deus quando, na realidade, os tais buscam apenas glória e prosperidade para si mesmos. O povo de Deus precisa de discernimento para julgar o caráter pessoal e a lealdade a Deus e aos seus padrões, de todos que se apresentam como porta-vozes de Deus (ver o estudo FALSOS MESTRES)
6.14 PROFETAS QUE PROCURARAM ATEMORIZAR-ME. Neemias sofreu um ataque por parte dos falsos irmãos que, embora afirmassem que trabalhavam para honrar a Deus, na realidade, estavam aliados aos inimigos de Deus. Essa traição a Deus e ao seu reino, por falsos crentes, é uma das piores aflições que os fiéis servos de Deus, às vezes, têm que suportar (ver At 20.28-31; 2 Co 11.26).
6.15 ACABOU-SE, POIS, O MURO. A construção do muro terminou
(1) porque Deus estava com o seu povo (2.20; 4.15,20);
(2) porque o povo tinha um dirigente corajoso, dedicado e decidido, Neemias, que dependia exclusivamente de Deus como sua proteção e fonte de poder (vv. 3,9; 5.14-19); e
(3) porque o povo se dispôs a trabalhar (4.6) e a seguir seu líder, dedicando-se com denodo à tarefa, até completá-la.
NOTAS DE NEEMIAS 7º
7.2 HOMEM FIEL E TEMENTE A DEUS. O princípio bíblico na escolha de obreiros
para a obra de Deus é o de indicar aqueles que
são perseverantes na fidelidade a Deus e à sua Palavra e que demonstram um santo
temor quanto a evitar o pecado e suas
conseqüências (ver os estudos
QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR, e
ENSINO BÍBLICO
PARA O CRENTE)
NOTAS DE NEEMIAS 8º
8.1 TODO O POVO SE AJUNTOU. Os caps. 8-10 descrevem um dos maiores avivamentos do AT e apontam vários princípios fundamentais para um avivamento e renovação espirituais. O avivamento e a renovação, procedem exclusivamente de Deus. Os instrumentos que o propiciam são: a Palavra de Deus (vv. 1-8), a oração (v. 6), a confissão de pecados (cap. 9), um coração quebrantado e contrito (v. 9), renúncia às práticas pecaminosas da sociedade contemporânea (9.2) e renovação do compromisso de andar segundo a vontade de Deus e de fazer da Palavra de Deus o nosso viver (10.29).
8.3 ESTAVAM ATENTOS AO LIVRO DA LEI. O avivamento teve início mediante um autêntico retorno à Palavra de Deus e um esforço decisivo para a compreensão da sua mensagem (v. 8). Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da lei (vv. 3,18). Uma das principais evidências de um avivamento bíblico entre o povo de Deus é a grande fome de ouvir e ler a Palavra de Deus.
8.6 INCLINARAM-SE E ADORARAM O SENHOR. Este capítulo da Bíblia descreve um dos maiores cultos de adoração ao Senhor, de todos os tempos. Deus deseja a adoração do seu povo e o conclama a adorá-lo continuamente (cf. Sl 29.2; 96.9; ver o estudo ADORAÇÃO A DEUS).
8.7 ENSINAVAM AO POVO NA LEI. Por meio de Esdras e dos levitas, vemos o que deve acontecer sempre que a Palavra de Deus for ministrada aos fiéis. Muitos dos que voltaram do exílio, já não entendiam o hebraico, uma vez que o seu idioma era agora o aramaico. Por isso, quando as Escrituras eram lidas em hebraico, um grupo de homens dedicados fazia a interpretação para o aramaico, de tal maneira que os fiéis pudessem compreendê-las a aplicá-las à sua vida. Deste modo, o povo se regozijou "porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber" (v. 12). A Palavra como revelação divina, o arrependimento, o avivamento espiritual e a alegria estão todos potencialmente presentes; eles serão desencadeados pelo Espírito Santo, através de mensageiros ungidos que proclamem a Palavra de Deus, com clareza, poder e convicção.
8.9 TODO O POVO CHORAVA, OUVINDO AS PALAVRAS DA LEI. Quando o povo ouviu e entendeu a Palavra de Deus, todos experimentaram uma profunda convicção do pecado e da culpa.
(1) Os trechos da lei que continham uma clara revelação da condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos estes que falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou desobediência do povo à Palavra de Deus.
(2) Nos avivamentos, o choro, quando acompanhado de profundo arrependimento (cf. cap. 9), é um sinal da operação do Espírito Santo (ver João 16.8 nota). Sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo resulta em perdão divino e alegria da salvação (ver v. 10 nota; Mt 5.4).
8.10 COMEI AS GORDURAS, E BEBEI AS DOÇURAS. Os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados até ficarem muito doces e espessos, como mel ou geléias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos (ver 5.18 nota).
8.10 A ALEGRIA DO SENHOR É A VOSSA FORÇA. A proclamação da Palavra de Deus, juntamente com um propósito sincero de obedecer aos seus ensinos, resultará em verdadeira alegria na alma. Essa "alegria do SENHOR" vem da nossa reconciliação com Deus e da presença do Espírito em nossa vida. É mantida pela certeza de que fomos perdoados em Cristo e restaurados à comunhão com Deus, e que agora vivemos em harmonia com a sua vontade (vv. 10-13; cf. Lc 7.50). Essa alegria age
(1) como um forte para nos guardar das aflições e tentações de todos os dias (cf. Sl 119.165; Gl 5.22; Fp 4.4); e
(2) como poder e motivação para perseverarmos
na fé até ao fim.
NOTAS DE NEEMIAS 9º
9.2 A GERACÃO DE ISRAEL SE APARTOU... FIZERAM CONFISSÃO DOS SEUS PECADOS. Os atos registrados neste capítulo demonstram que o arrependimento dos judeus era profundo e duradouro. Continuavam buscando a Deus, jejuando, humilhando-se diante dEle, confessando a sua dependência espiritual e separando-se daquilo que ofendia a Ele (vv. 1-3).
9.6-37 TU SÓ ÉS SENHOR. Os temas principais dessa notável oração são: (1) o empenho gracioso de Deus em providenciar a redenção e a salvação a Israel, e (2) a má receptividade de Israel quanto a esse amor divino, no decurso da história da nação. Esses temas aparecem muitas vezes no AT (ver Dn 9.3-19; Am 2.9-12; Mq 6.1-8; cf. Lc 13.34).
9.17 DEUS... CLEMENTE E MISERICORDIOSO. Nosso misericordioso Senhor está pronto a acolher de volta aqueles que o abandonaram e que pecaram contra as suas leis, tão logo se arrependam. Ao mesmo tempo, Ele é paciente e longânimo com as faltas e fraquezas de seus filhos, sempre que a vontade manifesta deles for segui-lo sem reservas e obter vitória total contra o pecado, Satanás e o mundo (ver o estudo A SANTIFICAÇÃO).
9.20 E DESTE O TEU BOM ESPÍRITO, PARA OS ENSINAR. O Espírito Santo nos guia à verdade e aos retos caminhos do Senhor (ver Jo 14.17 nota; 16.13 nota; Rm 8.5-14 nota).
9.30 PROTESTASTE...PELO TEU ESPÍRITO, PELO MINISTÉRIO DOS TEUS PROFETAS. Uma
obra principal do Espírito Santo no
AT foi a de repreender o povo de Deus e denunciar o seu pecado através dos seus
santos profetas. Segundo o novo concerto, o
Espírito continua a convencer as pessoas, do pecado (ver Jo 16.8,13 notas; ver o
estudo
DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA)
NOTAS DE NEEMIAS 10º
10.29 CONVIERAM... NUM JURAMENTO. O avivamento liderado por Esdras (8-10) conduziu a um firme compromisso do povo obedecer à vontade de Deus. O povo, uma vez dedicado, assim se manifestou:
(1) servirem fielmente ao Senhor, segundo os seus mandamentos (v. 29);
(2) conservarem-se puros e separados do mundo (vv. 30,31; cf. Tg 1.27); e
(3) sustentarem a obra de Deus, dando seu tempo, dinheiro e bens (vv. 32-39).
NOTAS DE NEEMIAS 13º
13.3 APARTARAM DE ISRAEL TODA MISTURA. Os estrangeiros pagãos foram rejeitados em Israel, para que assim houvesse uma barreira entre o povo de Deus e as práticas iníquas dos incrédulos.
(1) Para se compreender a vontade de Deus aqui, precisamos considerar a tendência inata do seu povo, de conformar-se com os costumes, prazeres e maneira de viver do mundo.
(2) Portanto, um requisito essencial para o povo de Deus ser santo, é permanecer separado do procedimento, padrões e costumes ímpios da nossa sociedade e tomar posição firme contra as influentes e populares manifestações do espírito deste mundo. Se os crentes se omitirem terão a perda da presença de Deus e das bênçãos que Ele reservou para nós (ver Rm 12.2 nota; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE)
13.7 VIM A JERUSALÉM. Neemias voltou à Pérsia e esteve ausente de Jerusalém por algum tempo (vv. 6,7). Ao chegar de regresso a Jerusalém, Neemias descobriu que os judeus tinham negligenciado a sua dedicação moral e espiritual a Deus. O cap. 13 registra vários desses fracassos espirituais.
13.7 O MAL QUE ELIASIBE FIZERA. Tobias, o amonita, juntamente com Sambalate,
o governador de Samaria, já em ocasião anterior, tinham zombado dos judeus,
quando da edificacção dos muros de Jerusalém (2.10,19). Agora, porém, casara-se
com uma mulher de família sacerdotal aparentada com Eliasibe, o sumo sacerdote.
Em consideração, o próprio Eliasibe remodelou e mobiliou uma grande moradia na
área do templo, para Tobias. Quando Neemias viu essa profanação, ardeu com justa
indignação e jogou fora os pertences de Tobias e os móveis luxuosos que Eliasibe
colocara ali para ele. Neemias estava indignado porque tal profanação da casa de
Deus era uma afronta à santidade de Deus. As igrejas atuais, que permitem
atividades que prejudicam o reino de Deus, devem tomar nota disso.
13.12 ENTÃO, TODO O JUDÁ TROUXE OS DÍZIMOS. Neemias restaurou a totalidade do
culto no templo, juntamente com os ministérios dos levitas e cantores. Agora, os
fiéis podiam trazer suas ofertas, pondo-as no próprio aposento que Eliasibe
tinha cedido a Tobias. O povo fica mais disposto a dar o dízimo quando percebe
que a adoração a Deus traz bênçãos. Foi por volta desse período que Deus
suscitou Malaquias, cujas admoestações acentuavam a bênção de Deus para os
dizimistas fiéis (Ml 3.10). Trazer o dízimo sempre foi primeiro um caso de
bênção, mais do que de lei (ver o estudo
DÍZIMOS E OFERTAS). Bem antes de Deus ter promulgado a sua Lei no monte
Sinai, Abraão foi abençoado por Melquisedeque de tal forma que lhe deu o dízimo
de tudo quanto possuía (Gn 14.19,20). O crente cheio do Espírito Santo tem muito
prazer em dar e compartilhar, como faziam os crentes da igreja primitiva (At
2.44,45; 4.34-37; 11.28-30).
13.17 PROFANANDO O DIA DE SÁBADO. O povo de Deus permitiu aqui que seus interesses comerciais e a busca de coisas materiais destruíssem sua obediência ao mandamento de Deus, no tocante ao dia de descanso. Os crentes do NT devem sempre tomar cuidado contra a tentação de deixar que a busca de riquezas e sucesso suplante seu desejo de honrar e adorar a Deus, como Ele estabeleceu. Devemos buscar "primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça" (Mt 6.33; ver 12.1 nota).
13.25 CONTENDI COM ELES. Há ocasiões em que os dirigentes, se realmente são
servos de Deus, precisam ter ira santa contra o mal e adotar medidas drásticas
para corrigir uma situação maléfica que surja. Usar de brandura e mansidão,
quando há desrespeito público e cínico ante a vontade de Deus, pelos membros da
igreja, passa a ser fraqueza e transigência. A correção aplicada por Neemias
demonstra um zelo por Deus semelhante ao de Cristo, quando Ele tomou um chicote
para expulsar os vendilhões do templo de Jerusalém (Mt 21.12,13; Jo 2.13-16;
ver
Lc 19.45 nota).
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