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NOTAS DE JOÃO

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Esboço de JOÃO


O Prólogo do Verbo (1.1-18)


I. Apresentação de Cristo a Israel (1.19-51)

A. Por João Batista (1.19-36)

B. Aos Primeiros Discípulos (1.37-51)

III. Os Sinais e Sermões de Cristo Diante de Israel e a Sua Rejeição (2.1—12.50)

A. A Revelação de Cristo a Israel (2.1— 11.46)

1.Primeiro Sinal: A Água Transformada em Vinho (2.1-11)
                Interlúdio (2.12)

2.Testemunho Inicial aos Judeus em Jerusalém (2.13-25)
                Festa em Jerusalém (Páscoa) (2.23-25)

3. Primeiro Sermão: O Novo Nascimento e a Nova Vida (3.1-21)
                Interlúdio: João Batista e Jesus (3.22—4.3)

4. Segundo Sermão: A Água da Vida (4.4-42)
                Interlúdio na Galiléia (4.43-45)

5.Segundo Sinal: Curando o Filho do Régulo (4.46-54)
                Festa em Jerusalém (5.1)

6.Terceiro Sinal: Curando o Paralítico em Betesda no Sábado (5.2-18)

7. Terceiro Sermão: A Filiação Divina de Cristo (5.19-47)

8. Quarto Sinal: Alimentando os Cinco Mil (6.1-15)

9. Quinto Sinal: Andando sobre o Mar (6.16-21)

10.Quarto Sermão: O Pão da Vida (6.22-59)

11. Seleção dos Discípulos (6.60-71)
                Interlúdio (7.1)

12. Festa em Jerusalém (Tabernáculos) (7.2-36)

13.Quinto Sermão: O Espírito Vivificante (7.37-52)
          A Mulher Encontrada em Adultério (7.53—8.11)

14.Sexto Sermão: A Luz do Mundo (8.12-30)

15.Controvérsia com os Judeus (8.31-59)

16.Sexto Sinal: Curando o Cego de Nascença (9.1-41)

17. Sétimo Sermão: O Bom Pastor (10.1-21)
          Festa em Jerusalém (Festa da Dedicação — 10.22-42)

18. Sétimo Sinal: A Ressurreição de Lázaro (11.1-46)

B.Cristo é Rejeitado por Israel (11.47—12.50)

III. Cristo e o Começo do Povo do Novo Concerto (13.1—20.29)

A. A Última Ceia (13.1—14.31)

1.A Lavagem dos Pés dos Discípulos e a Conversação Subseqüente (13.1-38)

2. Jesus, o Caminho ao Pai (14.1-31)

A. A Última Ceia (13.1—14.31)

B. Sermão sobre a Videira Verdadeira e as Bênçãos da União com Cristo
            (15.1—16.33)

C. Oração por Si Mesmo e pelo Povo do Novo Concerto (17.1-26)

D. O Servo Sofredor (18.1—19.42)

1.A Prisão (18.1-12)

2.O Julgamento pelos Judeus (18.13-27)

3.O Julgamento pelos Romanos (18.28—19.16)

4.A Crucificação (19.17-37)

5.O Sepultamento (19.38-42)

E. O Senhor Ressurreto (20.1-29)

 

O Propósito do Autor (20.30,31) 

O Epílogo (21.1-25)

 

Autor:
João
Tema:
Jesus, o Filho de Deus
Data:
80-95 d.C.

 

Considerações Preliminares

O Evangelho segundo João é ímpar entre os quatro Evangelhos. Relata muitos fatos do ministério de Jesus na Judéia e em Jerusalém que não se acham nos Sinóticos, e revela mais a fundo o mistério da sua pessoa. O autor
identifica-se indiretamente como o discípulo “a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7, 20). O testemunho dos primórdios do cristianismo, bem como a evidência interna deste Evangelho, evidenciam João, o filho de Zebedeu,
como o autor. João foi um dos doze apóstolos originais de Cristo, e também um dos três mais chegados a Ele (Pedro, Tiago e João).
Segundo testemunhos muito antigos, os presbíteros da igreja da Ásia Menor pediram ao venerável ancião e apóstolo João, residente em Éfeso, que escrevesse este “Evangelho espiritual” para contestar e refutar uma perigosa heresia
concernente à natureza, pessoa e deidade de Jesus, propagada por um certo judeu de nome Cerinto. O Evangelho segundo João continua sendo para a igreja uma grandiosa exposição teológica da “Verdade”, como a temos
personalizada em Jesus Cristo.

Propósito

João deixa claro o propósito do seu Evangelho, em 20.31, a saber: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Alguns manuscritos gregos deste Evangelho apresentam,
nesta passagem, formas verbais distintas para “crer”. Uns contêm o aoristo subjuntivo (“para que comecem a crer”); outros contêm o presente do subjuntivo (“para que continuem crendo”). No primeiro caso, João teria escrito para
convencer os incrédulos a crer em Jesus Cristo e serem salvos. No segundo caso, João teria escrito para consolidar os fundamentos da fé de modo que os crentes continuassem firmes, apesar dos falsos ensinos de então, e assim
terem plena comunhão com o Pai e o Filho (cf. 17.3). Estes dois propósitos são vistos no Evangelho segundo João. Contudo, o peso do Evangelho no seu todo favorece o segundo caso como sendo o propósito predominante.

Visão Panorâmica

O quarto Evangelho apresenta evidências cuidadosamente selecionadas no sentido de Jesus ser o Messias de Israel e o Filho encarnado (não adotado) de Deus. As evidências comprobatórias incluem: (1) sete sinais (2.1-11;
4.46-54; 5.2-18; 6.1-15; 6.16-21; 9.1-41; 11.1-46) e sete sermões (3.1-21; 4.4-42; 5.19-47; 6.22-59; 7.37-44; 8.12-30; 10.1-21), pelos quais Jesus revelou claramente sua verdadeira identidade; (2) sete declarações “Eu sou”
(6.35; 8.12; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1) mediante as quais Jesus revelou figuradamente aquilo que Ele é como redentor da raça humana; e (3) a ressurreição corpórea de Jesus como o sinal supremo e a prova máxima de que Ele
é o “Cristo, o Filho de Deus” (20.31).
João contém duas divisões principais. (1) Os caps. 1—12 tratam da encarnação e do ministério público de Jesus. Apesar dos sete sinais convincentes de Jesus, dos seus sete grandiosos sermões e das suas sete majestosas
declarações “Eu sou”, os judeus o rejeitaram como seu Messias. (2) Uma vez rejeitado pelo Israel do antigo pacto, Jesus passou (13–21) a considerar seus discípulos como o núcleo do novo concerto (i.e., a igreja que Ele fundou).
Estes capítulos incluem a última ceia de Jesus (13), seus últimos sermões (14–16) e sua oração final com seus discípulos (17). O novo concerto se iniciou e se estabeleceu pela sua morte (18,19) e ressurreição (20,21).

Características Especiais

Oito características ou ênfases principais destacam o Evangelho segundo João. (1) Jesus como “o Filho de Deus”. Do prólogo do Evangelho, com sua sublime declaração: “vimos a sua glória” (1.14), até à sua conclusão na confissão
de Tomé: “Senhor meu, e Deus meu!” (20.28), Jesus é Deus, o Filho encarnado. (2) A palavra “crer” ocorre 98 vezes, equivalente a receber a Cristo (1.12). Ao mesmo tempo, esse “crer” requer do crente uma total dedicação a Ele,
e não apenas uma atitude mental. (3) “Vida eterna” em João é um conceito-chave, referindo-se não tanto a uma existência sem fim, mas à nova qualidade de vida que provém da nossa união com Cristo, a qual resulta tanto na
libertação da escravidão do pecado e dos demônios, como em nosso crescimento contínuo no conhecimento de Deus e na comunhão com Ele. (4) Encontro de pessoas com Jesus. Temos neste Evangelho 27 desses encontros
individuais assinalados. (5) O ministério do Espírito Santo, pelo qual Ele capacita o crente, comunicando-lhe continuamente a vida e o poder de Jesus após sua morte e ressurreição. (6) A “verdade”. Jesus é a verdade; o Espírito
Santo é o Espírito da verdade, e a Palavra de Deus é a verdade. A verdade liberta (8.32); purifica (15.3). Ela é a antítese da natureza e atividade de Satanás (8.44-47, 51). (7) A importância do número sete neste Evangelho: sete
sinais, sete sermões e sete declarações “Eu sou” dão testemunho de quem Jesus é (cf. a proeminência do número “sete” no livro de Apocalipse, do mesmo autor). (8) O emprego doutras palavras de destaque como: “luz”, “palavra”,
“carne”, “amor”, “testemunho”, “conhecer”, “trevas” e “mundo”.


 

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NOTAS DE JOÃO 1º

1.1 O VERBO. João começa seu Evangelho denominando Jesus de "o Verbo" (gr. Logos). Mediante este título de Cristo, João o apresenta como a Palavra de Deus personificada e declara que nestes últimos dias Deus nos falou através do seu Filho (cf. Hb 1.1). As Escrituras declaram que Jesus Cristo é a sabedoria multiforme de Deus (1 Co 1.30; Ef 3.10,11; Cl 2.2,3) e a perfeita revelação da natureza e da pessoa de Deus (Jo 1.3-5, 14,18; Cl 2.9). Assim como as palavras de um homem revelam o seu coração e mente, assim também Cristo, como "o Verbo", revela o coração e a mente de Deus (14.9; ver o estudo A PALAVRA DE DEUS). João nos apresenta três características principais de Jesus Cristo como "o Verbo".

(1) O relacionamento entre o Verbo e o Pai. (a) Cristo preexistia "com Deus" antes da criação do mundo (cf. Cl 1.15,19). Ele era uma pessoa existente desde a eternidade, distinto de Deus Pai, mas em eterna comunhão com Ele. (b) Cristo era divino ("o Verbo era Deus"), e tinha a mesma natureza do Pai (Cl 2.9; ver Mc 1.11 nota).

(2) O relacionamento entre o Verbo e o mundo. Foi por intermédio de Cristo que Deus Pai criou o mundo e o sustenta (v. 3; Cl 1.17; Hb 1.2; 1 Co 8.6). (3) O relacionamento entre o Verbo e a humanidade. "E o Verbo se fez carne" (v. 14). Em Jesus, Deus tornou-se um ser humano com a mesma natureza do homem, mas sem pecado. Este é o postulado básico da encarnação: Cristo deixou o céu e experimentou a condição da vida e do ambiente humanos ao entrar no mundo pela porta do nascimento humano (ver Mt 1.23 nota)

1.2 NO PRINCÍPIO COM DEUS. Cristo não foi criado; Ele é eterno, e sempre esteve em comunhão amorosa com o Pai e com o Espírito Santo (ver Mc 1.11 nota sobre a Trindade).

1.4 VIDA... A LUZ DOS HOMENS. Cristo é a personificação da genuína e verdadeira vida (cf. 14.6; 17.3). Sua vida era a luz para todos, i.e., a verdade de Deus, sua natureza, propósito e poder tornam-se disponíveis a todos por meio dEle (8.12; 12.35,36,46).

1.5 A LUZ RESPLANDECE NAS TREVAS. A luz de Cristo brilha num mundo mau e pecaminoso controlado por Satanás. A maior parte do mundo não aceita sua vida, nem sua luz; mesmo assim "as trevas não a compreenderam", i.e., não prevaleceram contra ela.

1.9 ALUMIA A TODO HOMEM. Cristo ilumina toda pessoa que ouve o seu evangelho, concedendo-lhe certa medida de compreensão e graça para que essa pessoa possa livremente escolher, aceitar ou rejeitar a mensagem. Além da luz de Cristo, não há outra mediante a qual possamos conhecer a verdade e sermos salvos.

1.10 O MUNDO NÃO O CONHECEU. O "mundo" se refere à totalidade da sociedade organizada e que age independente de Deus, da sua Palavra e do seu governo. O mundo nunca concordará com Cristo; permanecerá indiferente ou hostil a Cristo e ao seu evangelho, até o final dos tempos (ver Tg 4.4). O mundo é o grande oponente do Salvador na história da salvação (cf. Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17; 4.5).

1.12 FILHOS DE DEUS. O homem tem o poder -(o direito) de se tornar filho de Deus somente se crer no nome de Cristo. Quando ele o recebe, nasce de novo e é feito filho de Deus (3.1-21). Portanto, nem todas as pessoas são "filhos de Deus" no sentido bíblico.

1.12 CRÊEM. É importante notar que João nunca emprega o substantivo "fé" (gr. pistis). Entretanto, emprega o verbo "crer" (gr. pisteuo) 98 vezes. Para João, a fé salvífica é, pois, uma atividade; algo que as pessoas realizam. A verdadeira fé não é crer e confiar de modo estático em Jesus e na sua obra redentora, mas uma dedicação amorosa e abnegada que continuamente nos aproxima dEle como Senhor e Salvador (cf. Hb 7.25).

1.12 RECEBERAM... CRÊEM. Este versículo retrata claramente como a fé salvífica é tanto um ato instantâneo como uma atitude da vida inteira. (1) Para alguém se tornar filho de Deus, deve "receber" (gr. elabon, de lambano) a Cristo. O tempo pretérito do aoristo aqui denota um ato definido de fé. (2) Após este ato de fé, de receber a Cristo como Salvador, deve haver da parte do pecador uma ação contínua de crer. O verbo "crer" (gr. pisteuosin, de pisteuo) é um particípio presente ativo, indicando a necessidade da perseverança no crer. A fé genuína precisa continuar após o ato inicial da pessoa aceitar a Cristo para que ela seja salva. "Aquele que perseverar até ao fim será salvo" (Mt 10.22; 24.12,13; Cl 1.21-23; Hb 3.6, 12-15).

1.13 NASCERAM... NEM DA VONTADE DA CARNE. Esta passagem mostra que Deus não tinha obrigação de prover salvação para o homem mediante a morte de Cristo. Na provisão da salvação, Deus não teve outra compulsão senão o seu próprio amor e compaixão. A iniciativa em prover a salvação do perdido pecador, parte de Deus.

1.14 O UNIGÊNITO DO PAI. O termo "unigênito" não significa que Cristo foi um ser criado. Pelo contrário, a declaração refere-se ao seu relacionamento exclusivo com o Pai, i.e., ao fato de Ele ser o Filho de Deus desde toda a eternidade. Aqui temos a sua filiação em relação ao Deus trino (1.1,18; 3.16,18; ver Mc 1.11 nota).
1.14 E O VERBO SE FEZ CARNE. Cristo, o Deus eterno, tornou-se humano (Fp 2.5-9). NEle se uniram a humanidade e a divindade. De modo humilde, Ele entrou na vida e no meio-ambiente humanos com todas as limitações das experiências humanas (cf. 3.17; 6.38-42; 7.29; 9.5; 10.36).

1.17 GRAÇA E A VERDADE. Os que viveram sob a Lei do AT, experimentaram uma certa medida de graça, conforme se vê na fé de alguns (Gn 5.24; 7.1; 15.6), e nas promessas de perdão (Ex 34.6,7; Lv 5.17,18). Agora, através de Cristo, a graça e a verdade estão disponíveis no mais alto grau (Rm 5.17-21). A verdade já não está oculta nas prefigurações como era o caso dos sacrifícios. "Graça sobre graça" (v. 16) significa que a graça e o poder de Deus são mais e mais outorgados aos que crêem e correspondem a essa graça. Graça é o poder, a presença e a bênção de Deus que experimentam os que recebem a Cristo (ver o estudo FÉ E GRAÇA). A salvação não é fruto do nosso empenho em guardar a lei, mas do Espírito Santo e da graça de Deus que regenera nosso espírito e nos recria segundo a imagem de Cristo

1.29 O CORDEIRO DE DEUS. Jesus é o Cordeiro provido por Deus para ser sacrificado em lugar dos pecadores (cf. Ex 12.3-17; Is 53.7; ver o estudo A PÁSCOA). Pela sua morte, Jesus fez plena provisão para a remoção da culpa e do poder do pecado e abriu o caminho para Deus a todos neste mundo

1.33 BATIZA COM O ESPÍRITO SANTO. A palavra "com" é uma tradução da preposição grega 'en' e pode ser traduzida "por", "com" ou "em". Por isso, uma tradução alternativa seria "o que batiza no Espírito Santo", assim como "batizar com água" pode ser melhor traduzido "batizar em água". Todos os evangelhos enfatizam que Jesus é "o que batiza com [em] o Espírito Santo" (1.33; Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16). Este batismo seria o sinal e a marca dinâmica dos seguidores de Jesus. O Espírito Santo seria derramado sobre eles a fim de poderem levar a efeito sua obra salvífica em todo o mundo (cf. At 1.8). O propósito de Jesus nesta dispensação é continuar batizando no Espírito (ver Mt 3.11 nota; At 2.39 nota).

1.51 VEREIS O CÉU ABERTO. Jesus alude a si mesmo como a escada, através da qual a revelação de Deus vem ao mundo (cf. Gn 28.12; ver também Lc 5.24 nota, sobre a expressão "Filho do Homem").

 

 

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NOTAS DE JOÃO 2º

2.3 VINHO. A palavra "vinho" (gr. oinos) no NT é um termo genérico e pode referir-se ao vinho fermentado, ou não (ver os estudos O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1)e (2)). O sentido de oinos deve ser determinado pelo contexto e pela probabilidade moral

2.3 NÃO TÊM VINHO. Em contraste com a posição exposta a seguir, alguns acreditam que, tanto o vinho fornecido neste casamento como o vinho feito por Jesus, eram embriagantes se consumidos em grande quantidade. Se aceita esta tese, as implicações disto, dadas a seguir, devem ser reconhecidas e também aceitas:

(1) Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados.

(2) Segundo, Maria, mãe de Jesus, estaria lastimando a falta de bebida embriagante e estaria pedindo que Jesus fornecesse aos convidados, já embriagados, mais vinho fermentado.

(3) Terceiro, Jesus estaria produzindo, a fim de atender à vontade de sua mãe (v. 3), de 600 a 900 litros de vinho embriagante (vv. 6-9) mais do que suficiente para manter todos os convidados totalmente bêbados.

(4) Quarto, Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu primeiríssimo "milagre" a fim de manifestar "a sua glória" (v. 11) e de levar as pessoas a crerem nEle como o Filho justo e santo de Deus. Não é possível evitar as implicações supras da tese em questão. Alegar que Jesus produziu e usou vinho alcoólico, não somente ultrapassa os limites das normas exegéticas, como também nos leva a um conflito com os princípios morais embutidos no contexto geral do ensino da Escritura. Fica claro que, à luz da natureza de Deus, da justiça de Cristo, da sua amorável solicitude pela humanidade, do bom caráter de Maria, as implicações da posição de que o vinho de Caná estava fermentado são blasfemas. Não se pode adotar uma interpretação que envolva tais afirmações e contradições. A única explicação plausível e crível é que o vinho produzido por Jesus, a fim de manifestar a sua glória, era o suco puro e não embriagante da uva. Além disso, o "vinho inferior", inicialmente fornecido pela pessoa encarregada das bodas, também com toda probabilidade não era inebriante (para um exame adicional deste assunto, ver o estudo O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (2))

2.10 VINHO BOM. De conformidade com vários escritores antigos, o vinho "bom" era o vinho mais - doce, vinho este que podia ser bebido livremente e em grandes quantidades sem causar danos (i.e., vinho cujo conteúdo de açúcar não fora destruído através da fermentação). O vinho "inferior" era aquele que fora -diluído com muita água.

(1) O escritor romano Plínio afirma expressamente que o "vinho bom", chamado sapa, não era fermentado. Sapa era suco de uva fervido até diminuir um terço do seu volume a fim de aumentar seu sabor doce (IV.13). Ele escreve noutro trecho que "os vinhos são mais benéficos quando toda a sua potência é removida através do coador" (Plínio, História Natural, XIV.23-24). Plínio, Plutarco e Horácio sugerem que o melhor vinho era o do tipo "inofensivo".

(2) Os documentos rabínicos afirmam que alguns rabinos recomendavam o vinho fervido. O Mishna dos judeus diz: "O rabino Yehuda permite-o (o vinho fervido como oferta alçada), porque a fervura o melhora". (3) É notável que o adjetivo grego traduzido "bom" (v. 10), não seja agathos, mas kalos, que significa "moralmente excelente ou apropriado".

2.10 BEBIDO BEM. A expressão "bebido bem" provém da palavra grega methusko, que tem dois significados:

(1) estar ou ficar bêbado, e

(2) estar farto ou satisfeito (sem referência à embriaguez). Aqui devemos entender methusko como o segundo destes dois significados.

(a) Seja como for traduzido este texto, ele não pode ser usado em defesa da tese de que nessa festa de casamento foi bebido vinho fermentado. Neste texto, o mestre-sala simplesmente cita um princípio geral, próprio de qualquer festa de casamento, sem considerar o tipo de bebida que foi então servido.

(b) Não devemos, de modo algum, dar a entender que Jesus participou de uma festa de bebedeiras, nem que contribuiu para isso (ver 2.3 nota; ver também o estudo O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (2))

2.15 LANÇOU TODOS FORA DO TEMPLO. Ver Lc 19.45 nota.

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 3º

3.3 NASCER DE NOVO. Para um exame da doutrina bíblica da regeneração (nascer de novo), ver o estudo A REGENERAÇÃO

3.5 NASCER DA ÁGUA. Jesus certamente se referia à obra purificadora do Espírito Santo no novo nascimento. Em Tt 3.5, Paulo fala da "lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo".

3.8 O VENTO... DO ESPÍRITO. Assim como o vento, embora invisível, é identificado por sua atividade e pelo seu sonido, assim também o Espírito Santo é observado pela sua atividade sobre os nascidos de novo e pelo seu efeito sobre eles.

3.16 DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA. João 3.16 revela o coração e o propósito de Deus para com a humanidade.

(1) O amor de Deus é suficientemente imenso para abranger todos os homens, i.e., "o mundo" (cf. 1 Tm 2.4).

(2) Deus "deu" seu Filho como oferenda na cruz por nossos pecados. A expiação procede do coração amoroso de Deus. Não foi algo que Ele foi obrigado a fazer (1 Jo 4.10; Rm 8.32).

(3) Crer (gr. pisteuo) inclui três elementos principais:

(a) plena convicção de que Cristo é o Filho de Deus e o único Salvador do perdido pecador;

(b) comunhão com Cristo pela nossa auto-submissão, dedicação e obediência a Ele (cf. 15.1-10; ver 14.21 nota; Jo 15.4 nota);

(c) plena confiança em Cristo de que Ele é capaz e também quer conduzir o crente à salvação final e à comunhão com Deus no céu (ver o estudo FÉ e GRAÇA.

(4) "Perecer" é a quase sempre esquecida palavra em 3.16. Ela não se refere à morte física, mas à pavorosa realidade do castigo eterno no inferno (Mt 10.28 nota).

(5) "Vida eterna" é a dádiva que Deus outorga ao homem quando este nasce de novo (ver o estudo A REGENERAÇÃO). "Eterna" expressa não somente a perpetuidade da nova vida, mas também a qualidade desta vida, como a de Deus; uma vida que liberta o homem do poder do pecado e de Satanás, e que o afasta daquilo que é puramente terreno para que ele conheça a Deus (cf. 8.34-36; ver 17.3 nota)

3.19 AMARAM MAIS AS TREVAS DO QUE A LUZ. Uma característica fundamental dos ímpios é que eles amam às trevas, i.e., seu prazer está no pecado e na imoralidade (Rm 1.18-32; 2 Tm 3.2-5; Fp 3.19; 2 Pe 2.12-15). O cristão verdadeiro, ao contrário, ama a justiça e aborrece a iniqüidade (Hb 1.9), e se entristece quando prevalecem as ações perversas dos ímpios (1 Co 13.6). Não tem prazer nos passatempos sensuais, nem na prática da conduta pecaminosa, tão abertamente manifesta  na sociedade atual (Sl 97.10; Pv 8.13; Rm 12.9; ver 2 Pe 2.8 nota; Ap 2.6 nota).

3.34 NÃO LHE DÁ DEUS O ESPÍRITO POR MEDIDA. Ver Mt 3.16 e Lc 3.22, notas sobre a unção de Jesus com o Espírito Santo; ver o estudo JESUS E O ESPÍRITO SANTO

3.36 AQUELE QUE NÃO CRÊ. A palavra grega traduzida por "não crê" é apeitheo e significa "desobedecer" ou "não se sujeitar a"; é contrastada com "aquele que crê" (gr. pisteuo) no começo do versículo. Para João, incredulidade significa "não obedecer ao Filho". A fé e a obediência são duas palavras cujas idéias são freqüentemente intercambiáveis (comparar Rm 1.8 com 16.19; 1 Ts 1.8; ver também Rm 15.18). O evangelho chega até nós como uma dádiva gratuita (Rm 5.15,16; 6.23), mas uma vez aceito, não nos deixa livres para fazermos aquilo que queremos. Ele requer que entremos no caminho da salvação ordenado por Deus e que nos sujeitemos à justica de Deus (Rm 10.3, ver 1.5 nota; ver o estudo FÉ E GRAÇA)

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 4º

4.7 MULHER DE SAMARIA. A conversa que Jesus teve com a mulher de Samaria revela sua dedicação ao propósito de seu Pai celeste, bem como seu próprio desejo de conduzir essa pessoa à vida eterna. A paixão consumidora de Jesus era salvar os perdidos (ver Lc 15; cf. Pv 11.30; Dn 12.3; Tg 5.20), alvo este que lhe era infinitamente mais importante que a comida e a bebida (v. 34). Devemos seguir o exemplo de Jesus. Ao nosso redor há pessoas dispostas a ouvir a Palavra de Deus. Devemos falar-lhes da sua necessidade espiritual e de Jesus, que pode satisfazer essa necessidade.

4.14 ÁGUA A JORRAR PARA A VIDA ETERNA. Em João 4.14, a "água" dada por Cristo significa a vida espiritual (Is 12.3). Para usufruir dessa água viva é necessário que a pessoa a "beba" (ver 7.37). Esse "beber" não é um ato único e momentâneo, mas sim um beber progressivo ou repetido. A palavra "beba" (gr. pineto, derivado de pino) está no presente do imperativo e representa uma ação progressiva ou repetida. Para beber da água da vida, necessário é estar junto à fonte da água viva que é o próprio Cristo. Ninguém pode continuar bebendo da água da vida, estando distanciado da fonte. Tal pessoa torna-se o que Pedro descreve como "fontes sem água" (2 Pe 2.17).

4.23 ADORARÃO... EM ESPÍRITO E EM VERDADE. Jesus ensina várias coisas neste versículo.

(1) "Em espírito" indica o nível em que ocorre a adoração verdadeira. Devemos comparecer diante de Deus com total sinceridade e num espírito [ou disposição de ânimo] dirigido pela vida e atividade do Espírito Santo.

(2) "Verdade" (gr. aletheia) é uma característica de Deus (Sl 31.5; Rm 1.25; 3.7; 15.8), encarnada em Cristo (14.6; 2 Co 11.10; Ef 4.21), intrínseca no Espírito Santo (14.17; 15.26; 16.13). Por isso, a adoração deve ser prestada de conformidade com a verdade do Pai que se revela no Filho e se recebe mediante o Espírito. Aqueles que propõem um tipo de adoração que ignora a verdade e as doutrinas da Palavra de Deus desprezam no seu todo o único alicerce da verdadeira adoração.


4.24 VERDADE. Porque Cristo é a verdade (1.14; 5.31; 14.6; Lc 4.25; 9.27; 12.44), viver em união com Ele requer a verdade (1 Co 5.8; Ef 4.25). Alegar ter comunhão com Cristo e ter a salvação sem, porém, viver e falar de acordo com a verdade, é estar enganado (1 Jo 1.6). Quem não tem a verdade, revela a real condição do seu coração (8.44; At 5.3); os tais se opõem a Deus e permanecem fora do reino dos céus (Ap 21.8,27; 22.15; cf. Ap 14.5). O mentiroso pertence à "sinagoga de Satanás" (Ap 3.9).

4.35 VEDE AS TERRAS. Ver Mt 9.37 nota.

4.36 FRUTO PARA A VIDA ETERNA. Quem leva os outros à fé salvífica em Jesus Cristo está fazendo algo de relevância eterna. Um dia, virá a regozijar-se no céu por causa daqueles que foram salvos graças a seus esforços, orações e testemunho. Ao mesmo tempo, deve compreender que sua obra é muitas vezes fruto do trabalho de outros (v. 38). Tudo quanto fazemos na obra de Deus é em grande parte resultado do labor sacrificial anterior de Cristo e dos seus fiéis.

4.48 SINAIS E MILAGRES. Embora os sinais e milagres sejam uma obra autêntica do reino de Deus, nossa fé não deve concentrar-se neles, mas sim em Cristo, do qual eles dão testemunho (ver o estudo O REINO DE DEUS). Devemos crer em Jesus Cristo, porque Ele é o Filho de Deus, nosso Senhor e Salvador. Jesus precisa ser adorado e honrado por causa do seu amor, misericórdia, santidade e caráter justo, e não apenas por causa daquilo que Ele pode fazer em nosso favor no campo físico ou material. Sinais, milagres e maravilhas devem nos levar a uma dedicação profunda ao Senhor e a termos uma maior fé, assim como o milagre descrito aqui motivou essas coisas na vida daquele régulo (vv. 50-53)


 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 5º

5.5 TRINTA E OITO ANOS. A enfermidade desse homem já durava 38 anos. Ele experimentara uma prolongada frustração por não ter recebido a sua cura, apesar de continuamente confiar em Deus. Finalmente, um dia foi curado. Foi em grande parte, pela longa duração do sofrimento desse homem, que Jesus com sua grande compaixão decidiu ajudá-lo. Nunca devemos perder a esperança de que o momento de Deus agir em nosso favor logo chegue.

5.9 AQUELE HOMEM FICOU SÃO. Normalmente, Jesus curava em resposta à fé das pessoas. No presente caso, porém, Ele não exigiu nenhuma fé; o homem foi curado exclusivamente mediante a palavra de Jesus. Ainda hoje, pessoas podem ser curadas, segundo o propósito de Deus, mesmo não demonstrando fé em Cristo. A Bíblia ensina que há três condições quanto a fé para cura:

(1) a fé daquele que está sendo curado (Mt 9.27-29);

(2) a fé doutras pessoas em prol do sofredor (Mt 8.5-10; cf. 17.15-20; Tg 5.14-16); e

(3) a fé daquele que tem a unção para curar (1 Co 12.9).

5.14 NÃO PEQUES MAIS. Jesus conclama a todos os que professam ter fé em seu nome a cessarem de viver pecando. Aqueles que forem verdadeiramente salvos não viverão na prática do pecado. Embora não seja perfeito, nem incapaz de evitar sempre o pecado, o crente genuíno entregará a sua vida a Cristo de tal maneira que, mediante o poder do Espírito Santo, o pecado já não será a característica de sua vida (1 Pe 1.5; 1 Jo 3.6,9). O que Jesus espera de quem nasceu de novo contrasta frontalmente com os que enfatizam que o crente continuará a pecar diariamente por pensamentos, palavras e obras.

5.16 PERSEGUIRAM JESUS. A essa altura do seu evangelho, João começa a mostrar que, apesar dos milagres de Jesus, e até mesmo por causa deles, os líderes religiosos se lhe opunham tenazmente.

5.18-24 FAZENDO-SE IGUAL A DEUS. Jesus faz várias declarações espantosas aqui:

(1) Deus é seu Pai de um modo único e exclusivo;

(2) Ele mantém unidade, comunhão e autoridade com Deus (vv. 19,20);

(3) Ele tem o poder de dar a vida e de ressuscitar os mortos (v. 21);

(4) Ele tem o direito de julgar a todos (v. 22); (5) Ele tem o direito às honras divinas (v. 23); e (6) Ele tem o poder de dar a vida eterna (v. 24).

5.24 OUVE... CRÊ. Jesus descreve aquele que tem a vida eterna, e que não entrará em condenação, como aquele que "ouve... e crê". "Ouve" (do grego akouon, de akouo) e "crê" (gr. pisteuon, de pisteuo) são gerúndios que enfatizam ação contínua (i.e., "quem está ouvindo e crendo"). Portanto, o "ouvir" e o "crer" não são atos de um único momento, mas de ação continuada. Jesus afirma que a nossa atual possessão da vida eterna depende de uma fé viva no presente, e não de uma decisão de fé feita nalgum tempo passado (ver 1.12 nota; 4.14 nota).

5.24 NÃO ENTRARÁ EM CONDENAÇÃO. "Condenação" (gr. krisis) é usada aqui no sentido da condenação à morte eterna. O crente não será condenado com o mundo (1 Co 11.32). Aqui não se refere à futura prestação de contas do cristão; ao seu julgamento no tocante à sua fidelidade à graça de Deus que lhe foi concedida enquanto estava na terra (ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE)

5.26 DEU... AO FILHO TER VIDA EM SI MESMO. A própria natureza de Cristo é uma fonte de vida eterna. Fonte esta inerente nEle. Deus, no entanto, não concedeu ao crente a capacidade de ter a vida eterna em si mesmo. Temos vida somente à medida em que temos comunhão com Cristo; i.e., Cristo vivendo em nós, mediante uma fé viva (ver 15.4 notas; Gl 2.20).

5.29 OS QUE FIZERAM O BEM. O julgamento ou "condenação", segundo as Escrituras, é sempre à base das obras. Isto porque as obras da pessoa são uma manifestação da sua fé e da condição do seu íntimo. Isto significa que o crente será julgado, para fins de galardão, não pela sua profissão de fé em Cristo, mas pela vida que viveu (Rm 2.6-10; 14.12; Mt 12.36,37; 16.27; 2 Co 5.10; Ef 6.8; Cl 3.25; Ap 2.23; 20.12; 22.12; 1 Co 3.13-15).

5.29 A RESSURREIÇÃO DA VIDA. O NT não ensina que haverá uma única, geral e simultânea ressurreição para todos os mortos.

(1) O NT fala da ressurreição de muitos "santos", que ocorreu logo depois da ressurreição de Cristo (Mt 27.52,53); de uma ressurreição geral, que ocorrerá por ocasião do arrebatamento da igreja, por Cristo (1 Co 15.51,52; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA); de uma "primeira ressurreição" (ver Ap 20.6 nota), e de uma ressurreição que ocorrerá mil anos depois da "primeira ressurreição" de Ap 20.6 (i. é., depois do reino milenar de Cristo na terra, Ap 20.4).

(2) É possível que "a primeira ressurreição" inclua a ressurreição de todos os crentes, antes do reino milenar de Cristo (Ap 20.4-6). Assim sendo, a ressurreição mencionada em Ap 20.4-6 completaria a "primeira ressurreição"

5.44 RECEBENDO HONRA UNS DOS OUTROS. Aqueles que pertencem à fé salvadora não serão motivados por elogio e admiração dos outros. Seu objetivo será agradar ao Pai Celeste. Quem se acostuma a receber honra dos outros, faz de si um ídolo e a si mesmo se exclui do reino de Deus. Quem busca o louvor dos outros mais do que o de Deus, nega o evangelho de Cristo e impossibilita a obra da fé (cf. Rm 2.29; 1 Ts 2.6).

5.47 SE NÃO CREDES NOS SEUS ESCRITOS. Este trecho é importante porque revela o conceito de Cristo sobre o AT. Ele tinha plena certeza de que Moisés escrevera o Pentateuco. A lição de que os judeus necessitavam naqueles dias é a mesma que necessitamos hoje, i.e., quem não crê na inspiração e na veracidade dos escritos do AT, também não crerá nem se submeterá à autoridade das palavras de Jesus e demais escritos do NT, que dão testemunho dEle (ver At 24.14 nota, sobre o conceito do apóstolo Paulo sobre o AT; ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS)
 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 6º

6.2 SINAIS. (1) Milagres (neste versículo chamados sinais), são:

(a) operações de origem e caráter sobrenaturais (gr. dunamis; At 8.13; 19.11); e

(b) podem ser um sinal distintivo ou marca (gr. semeion) da autoridade divina (Lc 23.8; At
4.16,30,33).

(2) Os propósitos dos milagres no reino de Deus são pelo menos três:

(a) dar testemunho de Jesus Cristo, autenticando a veracidade da sua mensagem e comprovando a sua identidade como o Cristo de Deus (2.23; 5.1-21;
10.25; 11.42);

(b) expressar o amor compassivo de Cristo (At 10.38; Mc 8.2; Lc 7.12-15);

(c) evidenciar a era da salvação (Mt 11.2ss.), a vinda do reino de Deus (ver o estudo O REINO DE DEUS) e a invasão do domínio de Satanás por Deus (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS).

(3) As Escrituras afirmam que os milagres vão continuar durante toda a época da igreja.

(a) Jesus enviou seus discípulos para pregar a Palavra e operar milagres (Mt 10.7,8; Mc 3.14,15; ver Lc 9.2 nota);

(b) Jesus declarou que todos aqueles que nEle cressem mediante a pregação do Evangelho realizariam as obras que Ele realizava e obras ainda maiores do que aquelas (14.12; Mc 16.15-20);

(c) o livro de Atos fala, repetidas vezes, da operação de milagres na vida dos crentes (At 3.1ss. 5.12. 6.8; 8.6ss. 9.32ss. 15.12; 20.7ss.). Esses seriam os "sinais?? que seguiriam e que confirma-riam a pregação do evangelho (At 4.29,30; 14.3; Rm 15.18,19; 2 Co 12.12; Hb 2.3,4; 1 Co 2.4,5);

(d) os dons de cura e o poder para operar milagres fazem parte dos dons que o Espírito quer conceder à igreja no decurso desta presente era (1 Co 12.8ss.28; Tg 5.14,15; ver o estudo SINAIS DOS CRENTES).

(4) Observemos que, conforme o ensino do NT, falsos mestres e pregadores também realizam sinais e prodígios (ver os estudos A GRANDE TRIBULAÇÃO e FALSOS MESTRES)


6.5 ALIMENTANDO OS CINCO MIL. Ver Mt 14.19 nota.

6.15 JESUS ORA A SÓS. Ver Mt 14.23 nota.

6.20 NÃO TEMAIS. Ver Mt 14.27 nota.

6.35 EU SOU O PÃO DA VIDA. "Eu sou o pão da vida" é a primeira das sete declarações ". Eu sou" proferidas por Jesus, e contidas no Evangelho segundo João. Cada uma delas ressalta um aspecto importante do ministério pessoal de Jesus.

As outras são:

"Eu sou a luz do mundo" (8.12),

"Eu sou a porta" (10.9),

"Eu sou o bom Pastor" (10.11,14),

"Eu sou a ressurreição e a vida" (11.25),

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida" (14.6),

"Eu sou a videira" (15.1,5).

A declaração "Eu sou o pão da vida" informa-nos que Cristo é o sustento que nutre a nossa vida espiritual.

6.37 DE MANEIRA NENHUMA O LANÇAREI FORA. Jesus promete receber de coração todos os que se chegam a Ele com arrependimento e fé. Os que assim vêm a Jesus, fazem-no em resposta à graça de Deus que lhes foi concedida (ver o estudo FÉ E GRAÇA)

6.39 A VONTADE DO PAI. É importante compreender o relacionamento entre a vontade de Deus e a responsabilidade humana.

(1) Não é da vontade de Deus que nenhum crente caia da graça (cf. Gl 5.4) e seja depois excluído da presença de Deus. Não é, tampouco, da sua vontade que alguém pereça (2 Pe 3.9), nem que deixe de vir ao conhecimento da verdade e ser salvo (1 Tm 2.4).

(2) Há, no entanto, muita diferença entre a perfeita vontade de Deus e a sua vontade permissiva (ver o estudo A VONTADE DE DEUS). Deus não anula a responsabilidade do homem arrepender-se e crer, mesmo que isso signifique que sua perfeita vontade não é realizada (ver Lc 19.41, nota sobre Jesus chorando sobre Jerusalém).

(3) O desejo de Deus, de que todos os que crêem sejam salvos no último dia, não os isenta da responsabilidade de obedecer à sua voz e de segui-lo (10.27; 14.21). Jesus orou, na noite em que foi traído, dizendo de seus discípulos: "Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição", i.e., aquele que tomou o rumo da perdição eterna (17.12)

6.44 O PAI... TROUXER. O Pai atrai as pessoas a Jesus, mediante o Espírito Santo. Sua obra de "atrair" abrange todos, conforme diz Jesus: "todos atrairei a mim" (12.32). Essa atração, no entanto, não é irresistível, uma vez que pode ser rejeitada (ver Mt 23.37, "e tu não quiseste").

6.54 COME A MINHA CARNE E BEBE O MEU SANGUE. Esta expressão de Jesus revela que recebemos vida espiritual crendo em Cristo e tendo parte nEle e nos benefícios redentores da sua morte na cruz (Rm 3.24,25; 1 Jo 1.7).
Destaca, ainda, a verdade que continuamos a ter vida espiritual à medida que permanecemos no Cristo vivo e na sua Palavra. Compare o versículo 53 com o 63, onde Ele diz: "as palavras que eu vos disse são espírito e vida".
Participamos de Cristo, portanto, à medida que temos fé nEle e aceitamos a sua Palavra em atitude de oração.

(1) Jesus é a Palavra ("Verbo") viva (1.1-5). A Bíblia é a Palavra escrita (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Jesus é o "pão da vida" (v.35) e em Mt 4.4 Ele disse: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus". Portanto, comemos a sua carne ao receber e obedecer à Palavra de Deus (v. 63).

(2) Somos salvos pela graça de Deus e pelo poder regenerador do Espírito Santo, primeiramente por ouvir e aceitar a Palavra (1.12; At 2.41). Continuamos salvos e participantes da graça divina, recebendo continua-mente a Palavra de Deus; lendo-a, obedecendo-a e absorvendo-a, em nosso espírito (1 Tm 4.13-16; Tg 1.21). Tendo isto em vista, é fatal o abandono da comunhão com Cristo ou com sua Palavra.

6.64 SABIA, JESUS DESDE O PRINCÍPIO. Isto pode significar que Jesus sabia quando Judas começou a desviar-se da sua fé original e quando planejou traí-lo. Judas tinha o mesmo livre-arbítrio que os outros onze discípulos. Ele foi a princípio um crente em Jesus e um amigo familiar da sua confiança (13.18; Sl 41.9), conforme demonstra o fato de Cristo ter revelado confiança total em Judas (2.23,24; Mt 10.1-15).

Posteriormente, Judas se desviou (At 1.25) pela sua própria escolha. Ele não foi obrigado a trair Jesus. A traição a Jesus foi profetizada somente quanto à sua ocorrência, mas não quanto ao seu praticante. A pessoa específica que trairia a Cristo não estava predestinada desde a eternidade. O afastamento e o desvio de Judas para ficar com os inimigos de Jesus e a conseqüente tragédia que se seguiu, deve servir de advertência a todo seguidor de Cristo, no sentido de não rejeitar as admoestações do Espírito a respeito da amizade com o mundo e o afastamento de Cristo (Hb 10.29; 11.25; Tg 4.4).

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 7º

7.2 FESTA DOS TABERNÁCULOS. A "Festa dos Tabernáculos" comemorava as jornadas de Israel depois do Êxodo, i.e., sua peregrinação no deserto, morando em tabernáculos (ou tendas), sob os cuidados de Deus (ver Lv 23.34-43 nota; Zc 14.16-19).

7.7 O MUNDO ODEIA A CRISTO. Jesus era odiado pelo mundo porque Ele proclamava que todos que estão separados de Deus são decaídos, pecadores e -egoístas por natureza (cf. 2.14-16; 3.19,20; 5.30-47). No decurso de todo o seu ministério, Jesus denunciou expressamente a injustiça, a crueldade e a imoralidade dos homens. Esse testemunho constante e direto de Cristo no tocante à pecaminosidade humana, contradiz os pregadores farisaicos, que pregam um "evangelho positivo", i.e., destituído da exigência bíblica do arrependimento e da retidão de vida.

7.17 SE ALGUÉM QUISER FAZER A VONTADE DE DEUS. Jesus declara que a verdadeira fé salvífica e o conhecimento experimental dos seus ensinos requerem um desejo sincero de a pessoa fazer a vontade de Deus. Crer é estar decidido a obedecer (ver o estudo FÉ E GRAÇA)

7.18 BUSCA A SUA PRÓPRIA GLÓRIA. Jesus ressalta um critério da máxima importância para testar se um pregador é ou não um homem de Deus: ele busca a sua própria glória ou o progresso da causa do Senhor? Ao avaliar um pastor, note se sua pregação engrandece a ele mesmo ou a Cristo.

7.38 RIOS DE ÁGUA VIVA. Quando o crente recebe o dom do Espírito Santo, passa a ter uma vida transbordante no Espírito. A seguir, essas "águas vivas correrão" para os outros com a mensagem sanadora de Cristo (10.10; 14.12; 15.5; ver também Sl 46.4; Is 32.15; 44.3; 58.11; Jr 31.12; Ez 47.1-12; Jl 3.18; Zc 14.8).

7.38 COMO DIZ A ESCRITURA. Jesus citava a Escritura para ratificar o que dizia, porque a Sagrada Escritura é a própria Palavra do seu Pai e, portanto, a autoridade suprema da sua vida. A Escritura é, também, a única autoridade suprema do cristão. Somente Deus tem o direito de determinar a regra de fé do homem e seus padrões de conduta, e quis exercer essa autoridade revelando ao homem sua verdade num livro chamado Bíblia. A Bíblia, por ser a Palavra e a mensagem de Deus, exerce a mesma autoridade que o próprio Deus exerceria se fosse falar-nos diretamente (ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS).

(1) A Escritura divinamente inspirada é a autoridade final do crente. Idéias humanas, tradições eclesiásticas ou humanas, profecias na igreja e supostas novas revelações ou doutrinas, tudo deve ser testado pelo padrão das Sagradas Escrituras. Tudo isso jamais terá autoridade em si, acima das Escrituras ou coexistente com elas (cf. Mc 7.13; Cl 2.8; 1 Pe 1.18,19; Is 8.20).

(2) Professar lealdade igual ou maior a qualquer autoridade além de Deus (como revelado em Cristo) e da sua Palavra inspirada é afastar-se da fé cristã e do senhorio de Cristo. Afirmar que qualquer pessoa, instituição, credo ou igreja possui autoridade religiosa igual à revelação inspirada de Deus, ou maior do que ela, equivale a idolatria. Se, portanto, alguém não submete suas crenças e sua doutrina à autoridade da revelação apostólica do NT, coloca-se fora do cristianismo bíblico e da salvação em Cristo

7.39 JESUS AINDA NÃO TER SIDO GLORIFICADO. Trata-se de uma referência à glória de Cristo na cruz (ver 12.23,24). O Espírito não pode ser concedido na sua plenitude, enquanto o caso do pecado não for resolvido. O termo "Espírito", aqui, diz respeito à totalidade da obra do Espírito Santo no crente, tanto a regeneração (20.22) como o batismo no Espírito (At 2.4).

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 8º

8.7 AQUELE QUE ESTÁ SEM PECADO. Estas palavras não devem ser tidas como uma justificativa de recusa do julgamento do pecado dentro da igreja, ou para tratar com leviandade o fracasso moral de cristãos professos. Agir assim é deturpar a atitude bíblica para com o pecado entre o povo de Deus.

(1) O modo da igreja tratar os pecadores inconversos que estão fora dela e seu modo de tratar os que, estando dentro dela, vivem em pecado e desobediência a Cristo, são duas situações diferentes.

(2) As Escrituras ensinam que o pecado cometido por aqueles que estão dentro da igreja não deve ser tolerado (Ap 2.20), mas, sim, tratado com repreensão e reprovação severas (Lc 17.3; 1 Co 5.1-13; 2 Co 2.6-8; Ef 5.11; 2 Tm 4.2; Tt 1.13; 2.15; Ap 3.19; ver Mt 13.30 nota sobre disciplina eclesiástica).

8.11 NEM EU TE CONDENO. A atitude de Jesus para com essa mulher revela seu propósito redentor para a humanidade (3.16). Ele não a condena como pessoa indigna do perdão, mas a trata com bondade, clemência e paciência, para levá-la ao arrependimento. Há salvação para ela, uma vez que renuncie ao adultério e volte para seu próprio marido (cf. Lc 7.47).

(1) Seria, no entanto, mais do que blasfêmia dizer que estas palavras de Cristo mostram que Ele considera trivial o pecado de adultério e a indescritível mágoa e miséria que ele provoca para os pais e seus filhos.

(2) O que Cristo ofereceu a essa mulher foi a salvação e o livramento da sua vida de pecado (v. 11). A condenação e a ira de Jesus seriam a porção futura, caso ela recusasse a arrepender-se e ingressar no reino de Deus (Rm 2.1-10).

8.12 EU SOU A LUZ DO MUNDO. Jesus é a luz verdadeira (1.9). Ele remove as trevas e o engano, iluminando o caminho certo para Deus e a salvação. (1) Todos que seguem a Jesus são libertos das trevas do pecado, do mundo e de Satanás. Os que ainda andam nas trevas não o seguem (cf. 1 Jo 1.6,7). (2) "Quem me segue" é um gerúndio contendo a idéia de seguir continuamente. Jesus, na realidade, disse "seguir-me continuamente". Ele reconhecia somente o discipulado perseverante (ver 8.31 nota).

8.31 SE VÓS PERMANECERDES NA MINHA PALAVRA. Jesus nunca encorajou seus discípulos a porem sua confiança numa fé ou experiência passadas. É somente quando "vós permanecerdes na minha palavra", que é possível ter a certeza da salvação (c.f. 15.6 nota; Lc 21.19).

8.32 A VERDADE VOS LIBERTARÁ. No contexto da existência e conhecimento humanos, muitas coisas são verdadeiras. Há, no entanto, uma só verdade que libertará as pessoas do pecado, da destruição e do domínio de Satanás a verdade de Jesus Cristo, que se acha na Palavra de Deus. Seguem-se algumas observações a respeito desta verdade:

(1) As Escrituras, especialmente a revelação original de Cristo e dos apóstolos do NT, dão testemunho da verdade que nos liberta do pecado, do mundo e do poder demoníaco (ver Ef 2.20 nota).

(2) Não é necessário mais revelações de "verdades" para completar o evangelho de Cristo, ou para torná-lo mais adequado.

(3) A verdade salvífica é revelada da parte de Deus somente "pelo seu Espírito" (1 Co 2.10); não procede de nenhuma pessoa, nem da sabedoria humana (1 Co 2.12,13).

8.36 VERDADEIRAMENTE, SEREIS LIVRES. O não-salvo é escravo do pecado (v. 34; Rm 6.17-20). Escravizado pelo pecado e por Satanás, é forçado a viver segundo as concupiscências da carne e os desejos de Satanás (Ef 2.1-3).

(1) O verdadeiro crente, salvo em Cristo com a graça acompanhante do Espírito Santo que nele habita, é liberto do poder do pecado (Rm 6.17-22; 8.1-17). Quando tentado a pecar, ele agora tem o poder de agir de conformidade com a vontade de Deus. Está livre para tornar-se servo de Deus e da justiça (Rm 6.18-22).

(2) A libertação da escravidão do pecado é um critério seguro para o crente professo testar e comprovar se a vida eterna habita nele com a sua graça regeneradora e santificadora. Quem vive como escravo do pecado, ou nunca experimentou o renascimento espiritual pelo Espírito Santo, ou experimentou a regeneração espiritual, mas cedeu ao pecado e voltou à morte espiritual, a qual leva à escravidão do pecado (Rm 6.16,21,23; 8.12,13; ver 1 Jo 3.15 nota).

(3) Não se quer dizer com isso que os crentes estão livres da guerra espiritual contra o pecado. Durante nossa vida inteira, teremos de lutar constantemente contra as pressões do mundo, da carne e do diabo (ver Gl 5.17 nota; Ef 6.11,12 notas). A plena liberdade da tentação e da atração do pecado terá lugar somente com a redenção completa, quando da nossa morte, ou na volta de Cristo para buscar os seus fiéis. O que Cristo nos oferece agora é o poder santificador da sua vida, mediante o qual aqueles que seguem o Espírito são libertos dos desejos e paixões da carne (Gl 5.16-24) e capacitados a viverem como santos e inculpáveis diante dEle, em amor (Ef 1.4).

8.42 SE DEUS FOSSE O VOSSO PAI. Aqui, Jesus declara um princípio fundamental da salvação, a saber, a evidência de sermos verdadeiros filhos de Deus (i.e., nascidos de novo da parte de Deus) está na nossa demonstração de amor a Jesus. Então, devemos manifestar uma fé sincera e obediente. Do contrário, é falsa a afirmação de sermos filhos de Deus (vv. 31,42; 10.2-5,14,27,28; 14.15,21).

8.44 É MENTIROSO E PAI DA MENTIRA. A mentira é uma destacada característica do diabo. Ele é a fonte geradora de toda a falsidade (Gn 3.1-6; At 5.3; 2 Ts 2.9-11; Ap 12.9). É um pecado totalmente contrário à mente de Deus, que é a verdade (Ap 19.11). A indiferença para com o pecado da mentira é um dos sintomas mais claros da impiedade de uma pessoa. Tal pessoa ainda não nasceu do Espírito (3.6) e está sob a in-fluência de Satanás, como seu pai espiritual (ver 4.24 nota; Ap 22.15 nota).
 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 9º

9.3 PARA QUE SE MANIFESTEM NELE AS OBRAS DE DEUS. Jesus corrige a crença errônea dos discípulos de que toda doença grave ou calamidade é resultado de algum pecado. Às vezes, a enfermidade realmente resulta de algum pecado grave (5.14), mas nem sempre. Noutros casos, a aflição é permitida por causa de um propósito divino, i.e., para demonstrar a misericórdia, o amor e o poder de Deus. Freqüentemente, neste mundo, os bons sofrem e os maus não (cf. Sl 73.1-14; ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS)

9.4 A NOITE VEM. O termo "dia" refere-se à vida, ao passo que "noite" refere-se à morte. Passamos uma só vez por este mundo; se não fizermos aqui o que devemos e podemos fazer para Deus e para o próximo, não teremos outra oportunidade.

9.34 EXPULSARAM-NO. Uma das melhores coisas que aconteceu ao cego de nascença foi a sua exclusão de sua religião anterior. Se lhe fosse permitido permanecer na sinagoga, teria corrido o perigo de voltar aos caminhos tradicionais do judaísmo e, aos poucos, alienar-se de Cristo e do evangelho. Hoje, a mesma coisa pode acontecer aos que são salvos em Cristo, mas que pertencem à igrejas mornas ou à organizações religiosas sem fundamento bíblico. Se permanecerem numa tal igreja, ou sistema, poderão perder o interesse pelo verdadeiro cristianismo bíblico e voltar aos maus caminhos da sua vida anterior. O melhor é largarmos o que não é de Deus, para que Cristo se aproxime de nós plenamente (vv. 35-38).

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 10º

10.1 JESUS, O BOM PASTOR. O sermão de Jesus a respeito do Bom Pastor (vv. 1-30) retrata-o como o verdadeiro Pastor e Governante do seu povo, contrastando com todos os falsos pastores. Para um melhor entendimento deste capítulo, o leitor deve ler os seguintes trechos do AT que condenam os falsos pastores: Is 56.9-12; Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11. Nos versículos 7-18, Jesus aplica a si mesmo os versículos 2-5.

10.9 EU SOU A PORTA. Quem entrar por meio de Cristo será "salvo", i.e., terá vida eterna e abundante (v. 10), tudo quanto necessita para ser liberto do pecado, da culpa e da condenação. Jesus é a única porta da salvação; não há salvação senão por Ele (At 4.12).

10.11 EU SOU O BOM PASTOR. Jesus declara que Ele é o bom Pastor prometido nas profecias (ver Sl 23.1 nota; Is 40.11 nota; Ez 34.23 nota; 37.24).

(l) Esta metáfora de Jesus como o Bom Pastor ilustra o cuidado terno e devotado que Ele tem por seu povo. É como se Ele dissesse: "Eu sou, para com todos aqueles que crêem em mim, o que um bom pastor é para as suas ovelhas: cuidadoso, vigilante e amoroso".

(2) A característica de Cristo como o Bom Pastor é que Ele morreu por suas ovelhas. É isso que, de modo ímpar, ressalta a Cristo como Pastor. É a morte de Cristo na cruz que salva suas ovelhas (Is 53.12; Mt 20.28; Mc 10.45). Cristo é aqui chamado o "Bom Pastor"; em Hb 13.20 é chamado o "grande Pastor"; e em l Pe 5.4, o "Sumo Pastor".

(3) O ministro do evangelho que ocupa esta posição apenas como meio de vida, ou de obter honrarias, é o "mercenário" referido nos versículos 12,13. O verdadeiro pastor cuida de suas ovelhas. O falso pastor pensa em primeiro lugar em si mesmo e na sua posição diante dos homens.

10.14 CONHEÇO AS MINHAS OVELHAS. O conhecimento que Deus tem dos seus filhos e seu amor por eles incluem sua afeição pessoal, fidelidade e cuidado providencial constante. O crente está gravado nas palmas das suas mãos (Is 49.14-17 nota). Ele nunca está esquecido por Deus. Nunca há um só momento em que os olhos de Deus deixam de vigiar o crente para o seu bem (cf. Ex 33.17; Jr 1.5; ver Mt 10.31 nota; Rm 8.28 nota; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA)

10.27 AS MINHAS OVELHAS OUVEM A MINHA VOZ. Aqueles que realmente são ovelhas de Cristo obedecem à sua voz e o seguem; estão em comunhão constante com o pastor. "Ouvir" e "seguir" estão no tempo presente, denotando atividade habitual. O Pastor dá vida eterna aos que o seguem. Aqueles que se desgarram do Pastor e se recusam ouvir a sua voz e segui-lo, demonstram que não são suas ovelhas (15.1-6).

10.28 NUNCA HÃO DE PERECER. Aqui temos uma preciosa promessa dada a todos que são ovelhas de Cristo. Nunca perecerão, i.e., nunca serão eternamente banidos da presença, nem do amor de Deus e nenhum poder nem circunstância neste mundo os separará do seu Pastor divino (cf Rm 8.35-39). Há, com certeza, segurança e proteção, até mesmo para as ovelhas mais fracas, se seguirem e ouvirem o Bom Pastor (ver a nota anterior).

10.34 SOIS DEUSES? Esta declaração de Jesus não ensina, em hipótese alguma, que os crentes devem considerar-se deuses. A Bíblia afirma, pelo contrário, que aqueles que se declaram deuses serão condenados por Deus. O Senhor declara: "Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de debaixo deste céu" (Jr 10.11).

(1) A expressão "sois deuses" foi dita por Deus em relação aos governantes corruptos de Israel que julgavam com injustiça, demonstravam parcialidade com os iníquos e tratavam com crueldade as crianças (Sl 82.1-6). Tais governantes, que se julgavam deuses, sofreriam o juízo divino e morreriam (Sl 82.7).

(2) Declarar-se deus é o pecado que caracterizará o Anticristo na sua manifestação (ver 2 Ts 2.4; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO)
 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 11º

11.4 ENFERMIDADE... PARA GLÓRIA DE DEUS. A enfermidade entre o povo de Deus nunca resultará na morte como estado final. A morte, por fim, será destruída pela ressurreição para a vida (vv. 25,26). A verdade conclusiva é que aqueles que crêem em Cristo nunca morrerão (v. 26; ver o estudo A MORTE)

11.5 JESUS AMAVA A MARTA, E A SUA IRMÃ, E A LÁZARO. Aqui temos uma família que tinha uma dedicação genuína e forte a Jesus (v.2), que desfrutava de íntima comunhão com Ele (Lc 10.38-42), e que era especialmente amada por Ele (vv. 3-5). Apesar disso, Lázaro experimentou tristeza, aflição, enfermidade e morte. Hoje, essas aflições podem atingir os crentes fiéis a Deus; os seus escolhidos (ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS). As igrejas terão as Marias que perseveram em amorosa devoção ao Senhor; as Martas fiéis nas boas obras e os Lázaros que sofrem e morrem. Famílias desse tipo talvez exclamem: "Até quando te esquecerás de mim, Senhor?" (Sl 13.1; cf. Mt 27.46; Ap 6.10). Jesus declara que a demora dEle não é falta de amor, misericórdia, ou de compaixão e sim para a glória de Deus (v. 4) e do seu reino e para o sumo bem eterno dos que sofrem (vv. 15.23-26, 40-44)

11.6 FICOU AINDA DOIS DIAS. Jesus adiou sua ida para ir ver a família que amava (v. 6), a fim de fortalecer a fé, tanto deles, como dos discípulos, e para fazer-lhes um bem maior. Inicialmente, os atos de Jesus aparentemente indicam que Ele não estava interessado, nem compadecido pelo sofrimento deles. Não era nada disto, pois João destaca repetidas vezes que Jesus amava a família e compartilhava da sua tristeza (vv. 3,5,35). Jesus tinha um cronograma e um propósito diferentes daquilo que eles queriam. O cronograma e a vontade de Deus, quanto às nossas provações ou aflições, talvez sejam diferentes do nosso desejo. Deus nos atende de conformidade com a sua sabedoria e amor.

11.25,26 EU SOU A RESSURREIÇÃO. Para quem crê em Jesus, a morte física não é um fim trágico. É, pelo contrário, a admissão à vida eterna e abundante, e, à comunhão com Deus. "Viverá" refere-se à ressurreição; "nunca morrerá" (v. 26) significa que o crente terá um corpo novo, imortal e incorruptível (1 Co 15.42-54), que não poderá morrer, nem deteriorar-se (cf. Rm 8.10; 2 Co 4.16; ver o estudo A RESSURREIÇÃO DO CORPO)

11.33 MOVEU-SE MUITO EM ESPÍRITO. Este trecho revela o coração e os sentimentos de Jesus ao presenciar a dor e o sofrimento causados por todo tipo de males no mundo.

(1) O termo traduzido "comoveu-se profundamente" (gr. embrimaomai) geralmente denota ira. Isto significa que Jesus foi tomado de profunda tristeza e ira por causa de todo sofrimento causado pela morte, por Satanás e pelo pecado. Sua alma encheu-se, não de fria despreocupação, mas de ira contra o mal na sua luta em prol da salvação do homem (ver 11.35 nota; 2.14-16; Mt 23.13 nota; Mt 21.12,13; Mc 11.15,17; Lc 19.45,46).

(2) No caso do crente, da mesma forma, um dos sinais mais evidentes da obra de Deus na sua vida é que ele começa a ver como o pecado tem causado tanta desgraça, mágoa e sofrimento no mundo (cf. Gn 3.16-19; Rm 5.12). Ao mesmo tempo, o crente passará a sentir no coração a compaixão pelos sofredores e a repulsa pelo
pecado. O crente fiel não poderá, de modo algum, ter prazer no pecado (ver Rm 1.32 nota; 2 Ts 2.12 nota; Hb 1.9 nota).

11.35 JESUS CHOROU. Neste pequeno versículo da Bíblia, está revelado o profundo pesar de Deus pelas tristezas do seu povo. O verbo "chorou" (gr. dakruo), indica que, a princípio, Jesus derramou lágrimas e a seguir pranteou em silêncio. Que esse fato seja um consolo para todos aqueles que sofrem. Cristo sente por você o mesmo pesar que Ele sentiu pelos parentes de Lázaro. Ele ama você de igual modo. E note-se que este versículo faz parte do livro da Bíblia que mais ressalta a divindade de Jesus. Aqui vemos Jesus, o Deus feito homem, i.e., o próprio Deus, chorando. Deus realmente tem amor profundo, emotivo e compassivo por você e pelos outros (Lc 19.41).

11.44 O DEFUNTO SAIU. O milagre da ressurreição de Lázaro foi um sinal indicador de que Jesus é a ressurreição e a vida. Foi uma demonstração daquilo que Deus fará com todos os crentes que morreram, pois eles, também, ressuscitarão dentre os mortos (14.3; 1 Ts 4.13-18). Esse milagre foi, ainda, o acontecimento culminante que levou os líderes judaicos a decidir que Jesus deveria morrer (11.45-53).

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 12º

12.3 MARIA... UNGIU OS PÉS DE JESUS. O ato de Maria ungir os pés de Jesus foi um grande sacrifício, pois o seu ungüento ou perfume era muito caro. Ela sabia que dentro em breve terminaria a sua oportunidade de expressar devoção a Jesus; então, aproveitou a oportunidade que teve. Sua fé no Senhor e sua devoção a Ele oferecem o melhor exemplo do que Deus deseja da parte dos crentes. Foi por isso que Jesus declarou que aquele gesto de amor seria mencionado onde quer que o evangelho fosse pregado (ver Mt 26.13 nota).

12.12 A ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS. Ver Mc 11.9 nota; Lc 19.28 nota.

12.23 O FILHO DO HOMEM... GLORIFICADO. Jesus fala da sua morte na cruz em termos de glorificação e não de tragédia. Diz aos discípulos que o caminho da frutificação passa pelo sofrimento e morte (v. 24).

12.25 QUEM, NESTE MUNDO, ABORRECE A SUA VIDA. Aborrecer a própria vida, aqui, significa a atitude de valorizar os interesses celestiais e espirituais muito acima dos desta terra. Os seguidores de Cristo dão pouca importância aos prazeres, filosofias, sucessos, valores, alvos ou métodos do mundo. Os tais obterão a "vida eterna", pois não existe nada tão precioso neste mundo que eles não deixem por amor ao Senhor (Mt 16.24,25; Mc 8.34,35).

12.26 SE ALGUÉM ME SERVE. A fé em Jesus envolve um compromisso pessoal de segui-lo, guardar os seus ensinos e estar onde Ele estiver. Seguir a Cristo inclui o negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz (ver Mc 8.34, nota sobre o significado de tomar nossa cruz).

12.31 SERÁ EXPULSO O PRÍNCIPE DESTE MUNDO. A palavra "expulso" refere-se ao fato de que, por meio da morte e da ressurreição de Cristo, Satanás foi vencido e tudo que lhe diz respeito. Sua derrota final ocorrerá quando ele for lançado para sempre no lago de fogo (Ap 20.10). Neste tempo presente, Satanás ainda está ativo, e atualmente é o governante ou "príncipe deste mundo" (14.30; 16.11; 2 Co 4.4; cf. Ef 2.2). Este fato revela seu poder e autoridade aqui no mundo. Ele usa as coisas do mundo contra Cristo e a igreja. É por isso que somos ensinados que "a amizade do mundo é inimizade contra Deus" (Tg 4.4; ver também 1 Jo 2.15,16).

12.32 TODOS ATRAIREI A MIM. A graça de Deus não é exclusivista, i.e., como se fosse para algumas pessoas e outras não. Alguns, no entanto, por causa do seu amor ao pecado, anulam a graça de Deus com próprias decisões e ações (ver Mt 23.37).

12.39 NÃO PODIAM CRER. Aqueles homens não podiam crer, porque suas decisões no tocante a Jesus produziram o seu endurecimento da parte de Deus. O evangelho nunca deixa inalterada a pessoa que se recusa a ouvir, arrepender-se e crer. O apóstolo Paulo diz que Israel foi afastado ("quebrado") por causa da sua incredulidade (Rm 11.20; cf. Sl 95.8; Hb 3.8). Mesmo assim, o endurecimento não foi permanente para cada indivíduo naquela nação. Todo aquele que cria, recebia a vida eterna (vv. 44-50). Na realidade, muitos em Israel chegaram a crer depois do Pentecoste (At 2.41).

12.43 AMAVAM MAIS A GLÓRIA DOS HOMENS. Muita gente, para agradar o próximo e ter sua aprovação, sacrifica sua fé, suas convicções e age contrariamente à sua consciência. Os tais estão prontos para juntar-se à maioria (cf. Dn 11.32,34) e ficar ao lado da opinião dos grandes ou das massas. Como pode o crente obter vitória sobre o receio dos homens e o desejo de reconhecimento da parte deles? É pela nossa fé (1 Jo 5.4); a fé que vê a Deus, a Cristo, o céu, o inferno, o juízo e a eternidade, como realidades básicas (Ef 3.16-19; Rm 1.20; Hb 11). Professar o cristianismo e, ao mesmo tempo, amar a glória dos homens mais do que a glória de Deus, é flagrante hipocrisia.

12.50 VIDA ETERNA. Ver 17.3 nota.

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 13º

13.5 LAVAR OS PÉS DOS DISCÍPULOS. O ato comovente de Jesus haver lavado os pés dos discípulos teve lugar na última noite da sua vida terrena. Ele assim fez (1) para demonstrar a seus discípulos quanto os amava;

(2) para prefigurar o sacrifício de si mesmo na cruz; e

(3) para comunicar a seus discípulos a verdade de que Ele os estava chamando para servirem uns aos outros em humildade. A ânsia de grandeza tinha sempre in-quietado os discípulos (Mt 18.1-8; 20.20-27; Mc 9.33-37; Lc 9.46-48). Cristo queria que eles percebessem que o desejo de ser o primeiro ? ser maior e receber mais honra que outros crentes ? é contrário ao espírito do seu Senhor (ver Lc 22.24-30 nota; Jo 13.12-17, 1 Pe 5.5).

13.8 SE EU TE NÃO LAVAR. Estas palavras falam da purificação espiritual do pecado mediante a cruz! Sem tal purificação ninguém pode pertencer a Cristo (1 Jo 1.7)

13.14 LAVAR OS PÉS UNS OS OUTROS. A igreja primitiva parece ter seguido o exemplo de Jesus, obedecendo literalmente à sua admoestação, de humildemente lavar os pés uns dos outros, com amor. Por exemplo, em 1 Tm 5.10, Paulo declara que as viúvas não deviam ser sustentadas pela igreja, sem preencherem certos requisitos. Um desses era: "se lavou os pés aos santos".

13.22 SEM SABEREM DE QUEM ELE FALAVA. É importante notar que em nenhum momento os discípulos perceberam a infidelidade de Judas. Ele encobrira muito bem a sua hipocrisia. Ainda hoje, na igreja, há quem exteriormente pareça justo, mas, interiormente, não tem fé nenhuma em Cristo e nem devoção a Ele (ver o estudo FALSOS MESTRES)

13.26 O BOCADO MOLHADO. O ato de Jesus dar o pedaço de pão molhado a Judas era, sem dúvida, um apelo final para este abandonar seu pecado. Judas, no entanto, recusou-se a mudar de idéia, e Satanás entrou nele (v. 27; ver Lc 22.3 nota).

13.34 AMEIS UNS AOS OUTROS. O cristão é exortado a amar de um modo especial a todos os outros cristãos verdadeiros, quer sejam membros da sua igreja e da sua persuasão teológica, quer não.

(1) Isso significa que o crente deve saber distinguir os cristãos verdadeiros daqueles cuja confissão de fé é falsa, observando a sua obediência a Jesus Cristo e sua lealdade às Sagradas Escrituras (5.24; 8.31; 10.27; Mt 7.21; Gl 1.9 nota).

(2) Isso significa que quem possui uma fé viva em Jesus Cristo e é leal à Palavra inspirada e inerrante de Deus, conforme tal pessoa a compreende, e que resiste ao espírito modernista e mundano predominante em nossos tempos, é meu irmão em Cristo e merece meu amor, consideração e apoio especiais.

(3) Amar a todos os cristãos verdadeiros, inclusive os que não pertencem à minha igreja, não significa transigir ou acomodar minhas crenças bíblicas específicas nos casos de diferenças doutrinárias. Também não significa querer promover união denominacional.

(4) O cristão nunca deverá transigir quanto à santidade de Deus. É essencial que o amor a Deus e à sua vontade, conforme revelados na sua Palavra, controlem e orientem nosso amor ao próximo. O amor a Deus deve sempre ocupar o primeiro lugar em nossa vida (ver a próxima nota; Mt 22.37,39 nota).

13.35 CONHECERÃO QUE SOIS MEUS DISCÍPULOS. O amor (gr. agape) deve ser a marca distintiva dos seguidores de Cristo (1 Jo 3.23; 4.7-21). Este amor é, em suma, um amor abnegado e sacrificial, que visa ao bem do próximo (1 Jo 4.9,10). Por isso, o relacionamento entre os crentes deve ser caracterizado por uma solicitude dedicada e firme, que vise altruisticamente a promover o sumo bem uns dos outros. Os cristãos devem ajudar uns aos outros nas provações, evitar ferir os sentimentos e a reputação uns dos outros e negar-se a si mesmos para promover o mútuo bem-estar (cf 1 Jo 3.23; 1 Co 13; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22; 2 Ts 1.3; Gl 6.2; 2 Pe 1.7).
 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 14º

14.2 NA CASA DE MEU PAI. "Na casa de meu Pai" é claramente uma referência ao céu, porque Jesus para lá precisava "ir", para nos preparar lugar (cf. Mt 6.9; Sl 33.13,14, Is 63.15). Deus tem um celeste lar onde há "muitas moradas", e para as quais a "família de Deus", ora vivendo na terra, (Ef 2.19) será trasladada; "não temos aqui cidade permanente" (Hb 13.14).

14.3 VIREI OUTRA VEZ. (1) Tão certamente como Cristo subiu ao céu, Ele voltará para levar seus seguidores para si mesmo, conduzindo-os à casa do Pai (ver 14.2 nota; cf. 17.24), o lugar que lhes está preparado. Esta era a esperança dos crentes dos tempos do NT, e de igual modo, a de todos os crentes de hoje. O propósito supremo da volta do Senhor é ter os crentes com Ele para sempre (ver o estudo A RESSURREIÇÃO DO CORPO e O ARREBATAMENTO DA IGREJA).

(2) A expressão "vos levarei para mim mesmo" fala da esperança futura de todos os crentes vivos naquele momento, quando então serão "arrebatados juntamente com eles nas nuvens a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (1 Ts 4.17). (3) A vinda de Cristo para buscar os seus fiéis, livra-los-á da futura "hora da provação" que sobrevirá ao mundo (ver Lc 2.36-38 nota; Ap 3.10 nota; 1 Ts 1.10 nota; 5.9)

14.12 OBRAS MAIORES. O propósito e o desejo de Jesus é que seus seguidores façam as mesmas obras que Ele fazia.

(1) As obras "maiores" incluem tanto a conversão de pessoas a Cristo, como a operação de milagres. Este fato é demonstrado nas narrativas de Atos (At 2.41,43; 4.33; 5.12), e na declaração de Jesus em Mc 16.17,18 (ver o estudo SINAIS DOS CRENTES).

(2) A razão porque os discípulos poderão fazer obras maiores é que Jesus foi para seu Pai e enviou o poder do Espírito Santo (v. 16; 16.7; At 1.8; 2.4), e atende as orações feitas em seu nome (v. 14). As obras dos discípulos serão "maiores" em número e em alcance

14.13 PEDIRDES EM MEU NOME. A oração em nome de Cristo abrange pelo menos duas coisas:

(1) orar em harmonia com sua pessoa, caráter e vontade;

(2) orar com fé em Cristo, na sua autoridade e com o fim de glorificar tanto o Pai como o Filho (At 3.16). Orar realmente em nome de Jesus equivale a dizer que Ele ouvirá qualquer oração como Ele mesmo oraria. Não há limite para o poder da oração quando ela é dirigida a Jesus ou ao Pai com fé e conforme a sua vontade (ver Mt 17.20 nota).

14.16 EU ROGAREI AO PAI. Jesus rogou ao Pai que enviasse o Consolador, mas somente àqueles que o amam sinceramente e que se dedicam à sua Palavra. Jesus emprega o tempo presente em "Se me amardes"(v. 15), ressaltando assim uma atitude contínua de amor e de obediência.

14.16 O CONSOLADOR. Jesus chama o Espírito Santo de "Consolador". Trata-se da tradução da palavra grega parakletos, que significa literalmente "alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar". É um termo rico de sentido, significando Consolador, Fortalecedor, Conselheiro, Socorro, Advogado, Aliado e Amigo. O termo grego para "outro" é, aqui, allon, significando "outro da mesma espécie", e não heteros, que significa outro, mas de espécie diferente. Noutras palavras, o Espírito Santo dá prosseguimento ao que Cristo fez quando na terra.

(1) Jesus promete enviar outro Consolador. O Espírito Santo, pois, faria pelos discípulos, tudo quanto Cristo tinha feito por eles, enquanto estava com eles. O Espírito estaria ao lado deles para os ajudar (cf. Mt 14. 30,31), prover a direção certa para suas vidas (v. 26), consolar nos momentos difíceis (v. 18), interceder por eles em oração (Rm 8.26,27; cf. 8.34) e permanecer com eles para sempre.

(2) A palavra parakletos é aplicada ao Senhor Jesus em 1 Jo 2.1. Jesus, portanto, é nosso Ajudador e Intercessor no céu (cf. Hb 7.25) enquanto que o Espírito Santo é nosso Ajudador e Intercessor, habitando em nós, aqui na terra (Rm 8.9,26; 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; 2 Tm 1.14).

14.17 HABITA CONVOSCO E ESTARÁ EM VÓS. Cristo declara que o Espírito Santo habitava agora com os discípulos, e lhes promete que futuramente Ele estaria "em vós". A promessa do Espírito Santo para habitar nos fiéis cumpriu-se depois da ressurreição de Cristo, quando Ele assoprou sobre eles e disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo" (ver Jo 20.22 nota). A seguir, Cristo lhes ordenou a aguardarem uma outra experiência no Espírito Santo, que lhes daria grande poder para testemunhar. "Mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias... recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós" (At 1.5,8; 2.4, para a operação do Espírito Santo na regeneração do pecador, ver o estudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS).

14.17 O ESPÍRITO DA VERDADE. O Espírito Santo é chamado "O Espírito da verdade" (15.26; 16.13; cf. 1 Jo 4.6; 5.6), porque Ele é o Espírito de Jesus, que é a verdade (18.37), instrui quanto à verdade, expõe a mentira (At 5.1-9) e guia o crente em toda a verdade (16.13). Aqueles que querem sacrificar a verdade em favor da unidade, do amor, ou outra qualquer razão, negam o Espírito da verdade, que os tais alegam ter. A igreja que abandona a verdade, abandona a seu Senhor. O Espírito Santo não será conselheiro dos que são indiferentes à fé ou a seu compromisso com a verdade. Ele vive somente nos que adoram ao Senhor "em espírito e em verdade" (4.24).

14.18 VOLTAREI PARA VÓS. Jesus se revela ao crente obediente mediante o Espírito Santo, que torna conhecida a presença pessoal de Jesus na, e com a pessoa que o ama (v. 21). O Espírito nos torna conscientes da presença de Jesus e da realidade do seu amor, bênção e socorro. Essa é uma das suas missões principais. É mediante o Espírito Santo que Cristo vive no crente, que por esta razão deve expressar amor, adoração e dedicação a Deus.

14.21 AQUELE QUE TEM OS MEUS MANDAMENTOS. Guardar os mandamentos de Cristo não é uma questão de opção para quem quer ter a vida eterna (3.36; 14.21,23; 15.8-10,14; Lc 6.46-49, Tg 1.22; 2 Pe 1.5-11; 1 Jo 2.3-5).

(1) A nossa obediência a Cristo, embora nunca perfeita, deve porém ser real. Ela é um aspecto essencial da fé salvífica que brota do nosso amor a Ele. O amor a Cristo é o alicerce da verdadeira obediência (vv. 15,21,23,24; ver Mt 7.21 nota). Sem amor a Cristo, o esforço humano de guardar seus mandamentos torna-se legalismo.

(2) À pessoa que ama a Cristo e se esforça por guardar de modo correto os seus mandamentos, Ele promete amor, graça, bênçãos especiais e sua real presença no seu interior (cf. v. 23).

14.23 FAREMOS NELE MORADA. Os que amam sinceramente a Jesus e obedecem às suas palavras experimentarão a presença imediata e o amor do Pai e do Filho. O Pai e o Filho vêm aos crentes através do Espírito Santo (ver v. 18 nota). Deve-se notar que o amor do Pai por nós depende de amarmos a Jesus e de sermos leais à sua Palavra.

14.24 QUEM NÃO ME AMA. Quem não observa os ensinos de Cristo, não o ama pessoalmente e quem não o ama não tem a verdadeira fé salvífica (1 Jo 2.3,4). Dizer que uma pessoa permanece salva, mesmo quando deixa de amar a Cristo e passa a viver uma vida de imoralidade, blasfêmia, crueldade, homicídio, bebedeira, feitiçaria etc., contradiz de modo direto esses e outros ensinos de Jesus a respeito do amor, da obediência e da presença do Espírito Santo em nós.

14.26 O ESPÍRITO SANTO. O Consolador é identificado aqui como o "Espírito Santo". Para o crente do NT, o aspecto mais importante do Espírito não é a sua grandeza, nem é o seu poder (At 1.8), mas a sua santidade. Seu caráter santo manifestado na vida dos crentes, é o que mais importa (cf. Rm 1.4; Gl 5.22-26).

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 15º

15.1 EU SOU A VIDEIRA VERDADEIRA. Nesta parábola ou alegoria, Jesus se descreve como "a videira verdadeira" e aqueles que se tornaram seus discípulos, como "os ramos". Ao permanecerem ligados nEle como a fonte da vida, frutificam. Deus é o lavrador que cuida dos ramos, para que dêem fruto (vv. 2,8). Deus espera que todo crente dê fruto (ver a próxima nota).

15.2 TODA VARA. Jesus fala de duas categorias de varas: infrutíferas e frutíferas. (1) As varas que cessam de dar fruto são as que já não têm em si a vida que provém da fé perseverante em Cristo e do amor a Ele. A essas varas o Pai tira, i.e., Ele as separa da união vital com Cristo (cf. Mt 3.10). Quando cessam de permanecer em Cristo, Deus passa a julgá-las e a rejeitá-las (v. 6). (2) As varas que dão fruto são as que têm vida em si por causa da sua perseverante fé e amor para com Cristo (ver o estudo AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO). A essas varas o Pai "limpa", poda, a fim de ficarem mais frutíferas. Isso quer dizer que Ele remove de suas vidas qualquer coisa que desvia ou impede o fluxo vital de Cristo. O fruto é o caráter cristão, como qualidades, que no crente glorifica a Deus, mediante sua vida e seu testemunho (ver Mt 3.8; 7.20; Rm 6.22; Gl 5.22,23; Ef 5.9; Fp 1.11)

15.4 ESTAI EM MIM. Quando uma pessoa crê em Cristo e recebe o seu perdão, recebe a vida eterna e o poder de estar ou permanecer nEle. Tendo esse poder, o crente precisa aceitar sua responsabilidade quanto à salvação e permanecer em Cristo. Assim como a vara só tem vida enquanto a vida da videira flui na vara, o crente tem a vida de Cristo somente enquanto esta vida flui nele pela sua permanência em Cristo. A palavra grega aqui é 'meno', que significa "continuar", "permanecer", "ficar", "habitar". As condições mediante as quais permanecemos em Cristo são:

(1) conservar a Palavra de Deus continuamente em nosso coração e mente, tendo-a como o guia das nossas ações (v. 7);

(2) cultivar o hábito da comunhão constante e profunda com Cristo, a fim de obtermos dEle forças e graça (v. 7); (3) obedecer aos seus mandamentos e permanecer no seu amor (v. 10) e amar uns aos outros (vv. 12,17); (4) conservar nossa vida limpa, mediante a Palavra, resistindo a todo pecado, ao mesmo tempo submetendo-nos à orientação do Espírito Santo (v. 3; 17.17; Rm 8.14; Gl 5.16-18; Ef 5.26; 1 Pe 1.22)

15.6 SERÁ LANÇADO FORA, COMO A VARA. A alegoria da videira e das varas deixa plenamente claro que Cristo não admitia que "uma vez na videira, sempre na videira". Pelo contrário, Jesus nessa alegoria faz aos seus discípulos uma advertência séria, porém amorosa, mostrando que é possível um verdadeiro crente abandonar a fé, deixar Jesus, não permanecer mais nEle e por fim ser lançado no fogo eterno do inferno (v. 6).

(1) Temos aqui o princípio fundamental que rege o relacionamento salvífico entre Cristo e o crente, a saber: que nunca é um relacionamento estático, baseado exclusivamente numa decisão ou experiência passada. Trata-se, pelo contrário, de um relacionamento progressivo, à medida que Cristo habita no crente e comunica-lhe sua vida divina (ver 17.3 nota; Cl 3.4; 1 Jo 5.11-13).

(2) Três verdades importantes são ensinadas nesta passagem.

(a) A responsabilidade de permanecer em Cristo recai sobre o discípulo (ver v. 4 nota). É esta a nossa maneira de corresponder ao dom da vida e ao poder divinos concedidos no momento da conversão.

(b) Permanecer em Cristo resulta em Jesus continuar a habitar em nós (v. 4a); frutificação do discípulo (v. 5); sucesso na oração (v. 7); plenitude de alegria (v. 11). (c) As conseqüências do crente deixar de permanecer em Cristo são a ausência de fruto (vv. 4,5), a separação de Cristo e a perdição (vv. 2a,6).

15.7 PEDIREIS TUDO O QUE QUISERDES. O segredo de resposta divina à nossa oração é permanecer em Cristo. O princípio que Cristo ensina aqui é que, quanto mais perto o homem vive de Cristo, pela meditação, estudo das Escrituras e comunhão com Ele, tanto mais suas orações estarão em harmonia com a sua natureza e as suas palavras e, portanto, mais eficazes serão essas orações (ver 14.13 nota; 15.4 nota; também Sl 66.18; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ)

15.9,10 PERMANECEI NO MEU AMOR. O crente deve viver na atmosfera do amor de Cristo. Jesus, a seguir, declara que isso se dá quando guardamos os seus mandamentos.

15.16 PARA QUE VADES E DEIS FRUTO. Todos os cristãos são escolhidos "do mundo" (v. 19) para "dar fruto" para Deus (vv. 2,4,5,8). Essa frutificação se refere (1) às virtudes espirituais tais como as mencionadas em Gl 5.22,23 - amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (cf. Ef 5.9; Cl 1.10; Hb 12.11; Tg 3.18); e (2) à conversão a Cristo, doutras pessoas (4.36; 12.24).

15.20 TAMBÉM VOS PERSEGUIRÃO. Enquanto os seguidores de Cristo estiverem neste mundo, serão odiados, perseguidos, caluniados e rejeitados por amor a Ele. O mundo é o grande opositor de Cristo e do seu povo no decurso da história.

(1) O verdadeiro crente deve compreender que o mundo - inclusive as falsas igrejas e organizações religiosas - sempre se oporá a Deus e aos princípios do seu reino; assim, o mundo continuará sendo até ao fim, o inimigo e perseguidor dos crentes fiéis (Tg 4.4; ver Mt 5.10 nota).

(2) A razão por que os crentes sofrem é por serem basicamente diferentes; não são do mundo e foram escolhidos do meio "do mundo" (v. 19). Os valores, padrões e modo de viver dos fiéis, entram em conflito com os métodos iníquos da sociedade perversa em meio à qual vivem. Recusam qualquer transigência com os padrões ímpios, e, em contrário a isso, apegam-se às "coisas que são de cima e não nas que são da terra" (Cl 3.2).

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 16º

16.2 EXPULSAR-VOS-ÃO DAS SINAGOGAS. Aqui, Jesus não está falando da perseguição da parte dos pagãos, mas da oposição e hostilidade da parte das nossas próprias autoridades religiosas e congregações religiosas. A referência anterior que Jesus fez ao ódio que o mundo tem aos crentes (15.18,19), por certo inclui esses líderes religiosos. (1) Todos os crentes professos ou igrejas infiéis aos ensinos de Jesus e à revelação apostólica segundo o NT, ou que não procuram manter-se separados dos corruptos sistemas de vida da sociedade, pertencem a este mundo (cf. 1 Jo 4.5,6). (2) Esses supostos crentes professos adotam valores tão diferentes do verdadeiro evangelho neotestamentário que, quando perseguem ou matam os autênticos seguidores de Cristo, acham que estão servindo a Deus.

16.7 SE EU FOR, EU O ENVIAREI. Fica claro que o derramamento pentecostal do Espírito Santo ocorrerá somente depois de Cristo voltar para o céu (cf. At 2.33; ver o estudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS). O derramamento do Espírito no dia de Pentecoste iniciou plenamente a dispensação do Espírito Santo.

16.8 CONVENCERÁ O MUNDO. Quando o Espírito Santo vier, i.e., por ocasião do Pentecoste (ver 16.7 nota; At 2.4), sua obra principal no tocante ao testemunho e à proclamação do evangelho, será a de "convencer" do pecado. Este termo "convencer" (gr. elencho) significa "expor", "reprovar", "refutar" e "convencer" (do pecado).

(1) A obra de convicção realizada pelo Espírito Santo opera em três aspectos em relação ao pecador:

(a) O pecado. O Espírito Santo desmascara e reprova a incredulidade e o pecado, a fim de despertar a consciência da culpa e da necessidade de perdão. Isto, constantemente, leva o pecador ao arrependimento genuíno e à conversão a Jesus como Salvador e Senhor (At 2.37,38). A convicção não somente desmascara o pecado, como também torna claro quais serão os resultados pavorosos se os culpados persistirem na prática do mal. Uma vez convicto, necessário é que o pecador faça sua escolha.

(b) A justiça. O Espírito Santo convence os homens de que Jesus é o santo Filho de Deus que os torna conscientes do padrão divino da justiça em Cristo. Esse padrão divino da justiça é confrontado contra o pecado e a pessoa recebe poder para vencer o mundo (At 3.12-16; 7.51-60; 17.31; 1 Pe 3.18).

(c) O juízo. Trata-se da obra do Espírito ao convencer os homens da derrota de Satanás na cruz (12.31; 16.11), do juízo atual do mundo por Deus (Rm 1.18-32), do juízo futuro de todos os homens (Mt 16.27; At 17.31; 24.25; Rm 14.10; 6.2; 2 Co 5.10; Jd 14).

(2) A obra do Espírito de convencer do pecado e da justiça e do juízo será manifestada em todos os crentes verdadeiramente cheios do Espírito. Cristo, cheio do Espírito (Lc 4.1), testificou ao mundo "que as suas obras são más" (ver 7.7; 15.18) e chamava os homens ao arrependimento do pecado (Mt 4.17). João Batista, "cheio do Espírito Santo" desde seu nascimento (ver Lc 1.15 nota), expunha os pecados do povo judaico (ver Mt 11.7 nota; Lc 3.1-20) e Pedro, "cheio do Espírito Santo" (At 2.4), convencia os corações de 3.000 pecadores, ao pregar o arrependimento e o perdão dos pecados (At 2.37-41).

(3) Esse trecho deixa bem claro que qualquer pregador ou igreja que não expõe publicamente o pecado, nem a responsabilidade do pecador, nem o conclama ao arrependimento e à retidão bíblica, não procede do Espírito Santo. Em 1 Co 14.24,25 declara explicitamente que a presença de Deus na congregação é reconhecida pela manifestação do pecado do infiel (i.e., os segredos do seu coração), pela sua conseqüente convicção (v. 24) e pela sua salvação (v. 25).

16.13 ELE VOS GUIARÁ EM TODA A VERDADE. A obra do Espírito Santo quanto a convencer do pecado não concerne somente ao incrédulo (vv. 7,8), mas também ao crente e à igreja, ensinando, corrigindo e guiando na verdade (Mt 18.15; 1 Tm 5.20; Ap 3.19).

(1) O Espírito Santo falará ao crente concernente ao pecado, a justiça de Cristo e ao julgamento da maldade com vistas a:

(a) conformar o crente a Cristo e aos seus padrões de justiça (cf. 2 Co 3.18);

(b) guiá-lo em toda verdade (v. 13); e (c) glorificar a Cristo (v. 14). Deste modo, o Espírito Santo opera no crente para reproduzir no seu viver a vida santa de Cristo.

 (2) Se o crente cheio do Espírito Santo rejeita a sua direção e sua operação de convencer do pecado, e se o crente não mortifica as obras da carne mediante o Espírito Santo, morrerá espiritualmente (Rm 8.13a). Somente os que recebem a verdade e são "guiados pelo Espírito de Deus" são filhos de Deus (Rm 8.14), e assim podem continuar na plenitude do Espírito Santo (ver Ef 5.18 nota). O pecado arruína a vida espiritual e igualmente a plenitude do Espírito Santo no crente (Rm 6.23; 8.13; Gl 5.17; cf. Ef 5.18; 1 Ts 5.19).

16.14 HÁ DE RECEBER DO QUE É MEU. O Espírito toma o que é de Cristo e o revela ao crente. Isto quer dizer que Ele lança mão da presença, amor, perdão, redenção, santificação, vida, poder, dons espirituais, cura e de tudo o mais que nos pertence pelo nosso relacionamento com Cristo mediante a fé e torna reais estas bênçãos em nossa vida. Por meio do Espírito, Jesus volta a nós para nos revelar seu amor, graça e comunhão pessoal (cf. 14.16-23). O Espírito opera em nós para despertar e aprofundar nossa consciência da presença de Jesus em nossa vida e atrai nosso coração a Ele em fé, amor, obediência, comunhão, adoração e louvor (ver o estudo JESUS E O ESPÍRITO SANTO)

16.27 O MESMO PAI VOS AMA. O Pai ama todas as pessoas (3.16). Mas também é verdade que Ele tem um amor familiar especial àqueles que, por meio de Jesus, estão reconciliados com Ele e o amam e permanecem leais a Ele em meio às tribulações deste mundo (v. 33). Nosso amor a Jesus leva o Pai a nos amar. Amor corresponde ao amor.

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 17º

17.1 É CHEGADA A HORA; GLORIFICA A TEU FILHO. O cap. 17 contém a oração final de Jesus por seus discípulos. Este texto revela os desejos e anseios mais profundos de nosso Senhor por seus seguidores, tanto naquela ocasião como agora. Além disso, esta oração é um exemplo inspirado pelo Espírito de como todo pastor deve orar por seu povo e como todo pai deve orar por seus filhos. Ao orarmos pelos que estão sob nossos cuidados, nossos propósitos principais devem ser:

(1) para que conheçam intimamente a Jesus Cristo e à sua Palavra (vv. 2,3,17,19; ver v. 3 nota);

(2) para que Deus os preserve do mundo, da apostasia, de Satanás, do mal e das falsas doutrinas (vv. 6,11,14-17);

(3) para que tenham continuamente a alegria de Cristo (v. 13);

(4) para que sejam santos em pensamento, ações e caráter (ver v. 17 nota);

(5) para que sejam um (vv. 11, 21, 22, ver v. 21 nota);

(6) para que levem outros a Cristo (vv. 21,23);

(7) para que perseverem na fé e, finalmente, habitem com Cristo no céu (v. 24);

(8) para que permaneçam constantemente no amor e na presença de Deus (v. 26).

17.3 A VIDA ETERNA. A vida eterna é mais do que a existência sem fim. É uma qualidade especial de vida que o crente recebe à medida que ele compartilha da vida de Deus por meio de Cristo. Isso permite ao crente um crescente conhecimento de Deus em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. No NT, a vida eterna é descrita como:

(1) Uma realidade presente (5.24; 10.27,28; 17.3). A possessão atual da vida eterna requer uma fé viva. A vida eterna não é obtida e mantida meramente por meio de um ato de arrependimento e fé ocorrido no passado (ver 5.24 nota ).  Abrange, também, união e comunhão constante e viva com Cristo (1 Jo 5.12). Não existe vida eterna à parte dEle (10.27,28; 11.25,26; 1 Jo 5.11-13).

(2) Uma esperança futura. A vida eterna está associada à vinda de Cristo para levar os seus fiéis (ver 14.3 nota; cf. Mc 10.30; Tt 1.2; 3.7; 2 Tm 1.10), e depende do viver no Espírito (Rm 8.12-17; Gl 6.8).

17.6 GUARDARAM A TUA PALAVRA. A oração de Cristo pela proteção, pela alegria, pela santificação, pelo amor e pela união, refere-se somente àqueles que pertencem a Deus (v. 6), que creram em Cristo (v. 8), que se separaram do mundo (vv. 14-16) e que guardam a Palavra de Cristo e crêem nos seus ensinos (vv. 6,8).

17.17 SANTIFICA-OS NA VERDADE. Santificar significa tornar santo, separar. Jesus ora na noite da véspera da sua crucificação, para que seus discípulos sejam um povo santo, separados do mundo e do pecado, para adorar a Deus e servi-lo. Devem separar-se para estarem perto de Deus, para viverem para Ele e para serem semelhantes a Ele. Essa santificação vem pela dedicação à verdade revelada pelo Espírito da verdade (cf. 14.17; 16.13). A verdade é tanto a Palavra viva de Deus (ver 1.1), como a revelação da Palavra escrita de Deus (ver o estudo A SANTIFICAÇÃO)

17.19 ME SANTIFICO A MIM MESMO. Jesus se "santifica" separando-se exclusivamente para cumprir a vontade de Deus, i.e., morrer na cruz. Jesus sofreu no Calvário a fim de que seus seguidores pudessem separar-se do mundo e se dedicarem a Deus (ver Hb 13.12).

17.21 PARA QUE TODOS SEJAM UM. A união em favor da qual Jesus orou não era a união de igrejas e organizações,

mas a espiritual, baseada na permanência em Cristo (v. 23);

amor a Cristo (v. 26);

separação do mundo (vv. 14-16);

santificação na verdade (vv. 17-19);

receber a verdade da Palavra e crer nela (vv. 6,8,17);

obediência à Palavra (v. 6);

e o desejo de levar a salvação aos perdidos (vv. 21,23).

Faltando algum desses fatores, não pode haver a verdadeira unidade que Jesus pediu em oração.

(1) Jesus não ora para que seus seguidores "se tornem um", mas para que "sejam um". Trata-se do subjuntivo presente e significa "continuamente ser um". União essa que se baseia no relacionamento que todos eles têm com o Pai e o Filho, e na mesma atitude basilar que têm para com o mundo, a Palavra e a necessidade de alcançar os perdidos (cf. 1 Jo 1.7). (2) Intentar criar uma união artificial por meio de reuniões, conferências ou organização centralizada, pode resultar num simulacro da própria união em prol da qual Jesus orou. Ele tinha em mente algo muito mais do que "reuniões de unificação", i.e., de união artificial. É uma união espiritual de
coração, propósito, mente e vontade dos que estão totalmente dedicados a Cristo, à Palavra e à santidade (ver Ef 4.3 nota).

17.22 A GLÓRIA QUE A MIM ME DESTE. A "glória" de Cristo foi sua vida de serviço abnegado e sua morte na cruz a fim de redimir a raça humana. Semelhantemente, a "glória" do crente é o caminho do serviço humilde e de carregar a sua cruz (cf. Lc 9.23 nota). A humildade, a abnegação, o serviço e a disposição de sofrer por Cristo, garantirão a verdadeira unidade dos crentes, que levará à glória verdadeira (ver o estudo A GLÓRIA DE DEUS)


 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 18º

18.11 O CÁLICE. Ver Mt 26.39, nota sobre o cálice de tristeza de Cristo.

18.12 PRENDERAM A JESUS, E O MANIETARAM. Ver Mt 26.57, nota sobre a ordem dos eventos a partir da prisão de Cristo, até a sua crucificação.

18.17,25,27 PEDRO NEGA A CRISTO. Ver notas sobre Mc 14.50; 14.71; Lc 22.62.

18.28,29 JESUS DIANTE DE PILATOS. Ver Mt 27.2 nota; Lc 23.1 nota.

18.36 MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO. No tocante à natureza verdadeira do reino ou governo de Cristo e do seu propósito redentor atual, três considerações cabem aqui:

(1) O que o reino de Jesus não é. Ele "não é deste mundo". Sua origem não está no mundo, nem visa a dominar o sistema deste mundo. Jesus não veio estabelecer nenhuma teocracia político-religiosa, nem exercer o domínio do mundo. Ele declarou que se tivesse vindo para estabelecer um reino político na terra, seus servos peleja-riam. Mas não se trata disso. Daí, seus seguidores não se servirem de meios terrenos para estabelecer seu reino.

Não recorrem à guerra (cf. Mt 26.51,52), nem a revoltas, para promoverem os princípios de Cristo na terra. Não se aliam a partidos políticos, grupos de pressão social, ou organizações seculares, para estabelecer o reino de Deus. Eles recusam-se a fazer da cruz uma plataforma de poder para controlar a sociedade. Suas armas não são carnais (2 Co 10.4 ).

O reino de Deus não será imposto pela espada nem pela força. Seus seguidores estarão armados somente com armas espirituais (Ef 6.10-18). Isso não significa, porém, que os discípulos de Jesus são indiferentes aos postulados divinos por um governo pautado na justiça e paz e que penalize os malfeitores. Os cristãos devem levar uma "palavra profética" ao Estado, no tocante às suas responsabilidades morais diante de Deus.

(2) O que o reino de Jesus é. O reino de Cristo é o seu senhorio nas vidas e nos corações de todos aqueles que ouvem a verdade e lhe obedecem (v. 37). "O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17). Ele enfrenta as forças espirituais de Satanás com armas espirituais (ver Mt 12.28; Lc 11.20; At 26.18; Ef 6.12).

O papel da igreja é o de um servo de Jesus Cristo, não o de um governante do mundo atual. A força da igreja não procede do mundo, mas da cruz; seu sofrimento e rejeição pelo mundo é a sua glória (2 Co 3.7-18). Somente quando a igreja renuncia ao poder do mundo, recebe o poder de Deus. A igreja enfrenta hoje a mesma escolha: só quando ela perde sua própria vida neste mundo, ela achar-se-á em Deus (ver o estudo O REINO DE DEUS).

(3) O que o reino de Jesus será. No futuro, o reino e o governo de Cristo serão o novo céu e a nova terra. Isto ocorrerá depois da sua vinda a este mundo para julgar as nações, para aniquilar o Anticristo, governar a terra por mil anos e a seguir confinar Satanás no seu destino final, no lago de fogo (Ap 19.11-20.15)

18.37 DAR TESTEMUNHO DA VERDADE. Uma parte essencial da missão terrena de Jesus foi dar testemunho da verdade e fazer o povo conhecê-la, i.e., dar seu testemunho encarnado do Pai e da verdade revelada do seu evangelho, segundo as Escrituras. É de estranhar que alguns pastores, hoje, transigem com a verdade e a sã doutrina, confundem o sentido claro das Escrituras e promovem união sacrificando a fé bíblica. Tais pastores erram por tolerar a falsa doutrina e por não fazerem distinção entre o bem e o mal, a verdade e o erro. Em nome do amor e do liberalismo, rejeitam esse propósito da vinda de Cristo ao mundo. É justamente a verdade que as igrejas nunca devem sacrificar (cf. 17.8,17; 2 Ts 2.10).

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 19º

19.1 E O AÇOITOU. Quanto aos pormenores do método do açoitamento romano, ver Mt 27.26 nota.

19.4 NÃO ACHO NELE CRIME ALGUM. Ver Lc 23.14 nota.

19.11 PODER... TE NÃO FOSSE DADO. Jesus afirma que todo o poder e autoridade secular existem somente dentro dos limites permitidos por Deus (cf. Dn 4.34,35; Rm 13.1). O pecado de Pilatos consistiu na capitulação à multidão por causa da sua conveniência política. O pecado de Israel foi maior rejeitou o seu Messias.

19.14 À HORA SEXTA. João diz que o julgamento estava chegando ao fim "quase à hora sexta". Marcos todavia diz que Jesus foi crucificado na "hora terceira" (Mc 15.25). Esta aparente contradição vem do fato de João empregar o método romano de contar as horas, ao passo que Marcos empregou o método judaico. O dia romano começava à meia-noite; o judaico, ao levantar do sol.

19.16 ENTREGOU-LHO, PARA QUE FOSSE CRUCIFICADO. Ver Lc 23.25 nota.

19.17 LEVANDO... A SUA CRUZ. Ver Mt 27.31 nota.

19.18 ONDE O CRUCIFICARAM. Quanto ao comentário da crucificação de Jesus, ver Mt 27.35 nota.

19.26 MULHER, EIS AÍ O TEU FILHO. Até mesmo na agonia da sua morte, Jesus é solícito pelo bem-estar da sua mãe. Indica "o discípulo a quem Ele amava" (certamente João) para cuidar dela. Assistir os familiares necessitados é uma responsabilidade do crente enquanto viver. Aqui está a ênfase da responsabilidade dos filhos para com os pais.

19.29 VINAGRE. O termo grego traduzido por "vinagre" é oxos, que quer dizer vinho azedo. Nossa palavra "vinagre" vem do francês vin (=vinho) e aigre(=azedo), i.e., "vinho azedo". O vinagre vem do álcool pela formação de ácido acético.
Jesus ao tomar vinagre, cumpriu a profecia de Sl 69.21: "na minha sede me deram a beber vinagre".

19.30 ESTÁ CONSUMADO. O sofrimento e a agonia de Jesus, ao prover a redenção da humanidade caída, chegaram ao fim e a sua obra da redenção fora consumada. Ele suportara o castigo dos nossos pecados e abrira o caminho da salvação para todos (cf. Mt 27.50 nota; Lc 23.46 nota).

19.41 UM SEPULCRO NOVO. O sepulcro tinha sido lavrado na rocha maciça (Mc 15.46). É provável que seu tamanho fosse suficiente para uma pessoa entrar nele, sendo, porém, baixa a sua entrada (20.11). Depois de colocar o corpo de Jesus no túmulo, José rolou uma grande pedra para fechar a entrada (Mt 27.60).

 

 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 20º

20.9 ERA NECESSÁRIO QUE RESSUSCITASSE. Ver Mt 28.6, nota sobre a importância da ressurreição de Cristo e Lc 24.6, nota sobre a confirmação da ressurreição de Cristo.

20.16 JESUS APARECE PRIMEIRO A MARIA. A primeira pessoa a quem Jesus aparece depois da ressurreição é a Maria Madalena. Ela não foi uma pessoa de notável destaque nos evangelhos. Mesmo assim, Jesus lhe aparece em primeiro lugar, antes de se revelar a alguns dos principais dos discípulos. Através dos tempos, Jesus manifesta a sua presença e amor de modo especial aos "menores". O povo especial de Deus consiste de desconhecidos, que, como Maria na sua tristeza, mantêm amor e devoção inabaláveis ao seu Senhor.

20.17 NÃO ME DETENHAS. Certamente Jesus queria dizer que Ele não subiria agora para seu Pai e que Maria ainda teria a oportunidade de vê-lo. Enquanto isso, Ele tinha algo para ela fazer.

20.22 RECEBEI O ESPÍRITO SANTO. Para um amplo exame desse importante versículo no tocante à nossa regeneração e batismo no Espírito Santo, ver o estudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS

20.23 A QUEM PERDOARDES OS PECADOS. Ver Mt 16.19 nota.

20.28 SENHOR MEU, E DEUS MEU. As Escrituras declaram que Jesus é Deus. Este é o alicerce da fé cristã e da máxima importância para a nossa salvação. Se Cristo não fosse Deus, não poderia ter feito a expiação pelos pecados do mundo. A divindade de Jesus Cristo é demonstrada pelos seguintes fatos:

(1) Os nomes divinos são atribuídos a Ele, nas Escrituras:

(a) Deus (Jo 20.28; Hb 1.8; Rm 9.5; Tt 2.13; Is 9.6);

(b) o Filho de Deus (5.25; Mt 16.16,17; 8.29; 27.40,43; Mc 14.61,62; Lc 22.70);

(c) o Primeiro e o Último (Ap 1.17; Is 41.4);

(d) o Santo (At 3.14; Os 11.9);

(e) o Senhor (At 9.17; Lc 2.11; At 4.33; 16.31);

(f) Senhor de todos e Senhor da glória (At 10.36; 1 Co 2.8; Sl 24.8-10).

(2) Culto divino é prestado a Cristo (5.23; 13.13; 20.28; Mt 14.33; Lc 5.8) e orações lhe são dirigidas (1 Co 1.2; 2 Co 12.8,9; At 7.59).

(3) Funções divinas são atribuídas a Cristo:

(a) Criador do universo (1.3; Cl 1.16; Hb 1.8,10; Ap 3.14);

(b) preservador de todas as coisas (Hb 1.3; Cl 1.17);

(c) perdoador dos pecados (Mc 2.5,10; Lc 7.48-50);

(d) doador da vida ressurreta (5.28,29; 6.39-44);

(e) juiz de todos os homens (5.21-23; 2 Tm 4.1; Mt 25.31-46; At 17.31);

(f) doador da salvação (5.24-26; 6.47; 10.28; 17.2).

(4) O NT atribui a Cristo declarações do AT referentes a Jeová. Compare Sl 102.24-27 com Hb 1.10-12; Jr 17.10 com Ap 2.23; Is 8.13,14 com 1 Pe 2.7,8; Sl 23.1 com Jo 10.11; Ez 34.11,12 com Lc 19.10.

(5) O nome de Jesus Cristo está associado com o de Deus Pai (14.1,23; 2 Co 13.13; Mt 28.19; Rm 1.7; Cl 2.2; 1 Ts 3.11 ; Tg 1.1; Ap 5.13; 7.10; Jl 2.32; At 2.21). (6) Sua impecabilidade e sua santidade dão testemunho da sua divindade (Lc 1.35; 2 Co 5.21).

(7) Foi declarado Filho de Deus pela sua ressurreição (Rm 1.4). Estas provas conclusivas da divindade de Cristo significam que o crente deve portar-se diante de Cristo, exatamente da mesma maneira que se porta diante de Deus Pai. O crente deve crer nEle, reverenciá-lo e adorá-lo, orar a Ele, servi-lo e amá-lo (ver também 1.1 nota; Mc 1.11 nota sobre a Trindade).
 

 

 

 

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NOTAS DE JOÃO 21º

21.1 MANIFESTOU-SE JESUS OUTRA VEZ. Ver Mt 28.9, nota sobre as aparições de Cristo ressurreto.

21.3 VOU PESCAR. O plano dos discípulos de irem pescar não significa que estavam abandonando sua dedicação a Cristo e a sua vocação de pregar o evangelho. Sabiam que Jesus ressuscitara da sepultura, mas não sabiam o que fazer naquele momento específico. Ainda não tinham recebido a ordem de esperar em Jerusalém até que o Espírito Santo viesse sobre eles com grande poder (At 1.4,5). Pescar era uma necessidade, pois esses homens ainda precisavam ganhar o sustento para eles e as suas famílias.

21.6 LANÇAI A REDE À DIREITA DO BARCO. É essencial recebermos orientação do Senhor em todo o nosso trabalho. Sem a presença de Cristo e sem sua mão orientadora, aquilo que fazemos torna-se um fracasso total e um esforço inútil.

21.7 CINGIU-SE COM A TÚNICA. Trata-se de uma roupa externa. A expressão "estava nu", neste versículo, significa "em trajes menores", i.e., uma espécie de tanga ou túnica leve, sem mangas.

21.15 AMAS-ME? A pergunta mais importante que Pedro já teve de responder foi se ele tinha amor devotado ao seu Senhor.

(1) Aqui, "amor" traduz duas palavras diferentes em grego. A primeira, agapao, significa o amor inteligente e com propósito; sobretudo, da mente e da vontade. A segunda, phileo, envolve a afeição calorosa e natural das emoções e, portanto, um amor mais pessoal e afetivo. Com o emprego dessas duas palavras, Jesus indica que o amor de Pedro não deve ser somente da vontade, mas também do coração; amor este que brota tanto da determinação, quanto do afeto pessoal.

(2) A pergunta que Jesus dirigiu a Pedro é a sua grande pergunta para todos os crentes. Todos nós devemos ter amor e devoção pessoal e de coração a Jesus (14.15; 16.27; Mt 10.37; Lc 7.47; 1 Co 16.22; 2 Co 5.14; Gl 5.6; Ef 6.24; Tg 1.12; 1 Pe 1.8; Ap 2.4).

21.16 APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. A descrição que Jesus faz dos crentes, como cordeiros (v. 15) e ovelhas (v. 16), subentende três coisas:

(1) Precisamos de cuidados pastorais contínuos.

(2) Precisamos alimentar-nos constantemente da Palavra.

(3) Posto que as ovelhas tendem a desgarrar-se para o perigo, precisamos de orientação, proteção e correção, repetidamente.


21.17 AMAS-ME?... APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus considera o nosso amor por Ele como a qualificação básica para o serviço cristão. Outras qualificações são necessárias (1 Tm 3.1-13), mas o amor a Cristo e ao próximo é indispensável (cf. 1 Co 13.1-3).

21.18 ESTENDERÁS AS MÃOS. Estas palavras referem-se ao tipo de morte com que Pedro glorificaria a Deus. Segundo a tradição, Pedro foi crucificado em Roma, no reinado de Nero, aproximadamente na mesma data do martírio de Paulo (cerca de 67/68 d.C.), e que, mediante seu próprio pedido, foi crucificado de cabeça para baixo, porque se considerava indigno de ser crucificado da mesma maneira que seu Senhor.
 

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