eclesiastes

Notas de Eclesiastes

  LIVRO  DE  Eclesiastes
 

 

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Esboço
Eclesiastes


Título (1.1)

I. Introdução: A Inutilidade Geral da Vida Natural (1.2-11)

II. A Inutilidade de uma Vida Egocêntrica (1.12-2.26)

A. A Insuficiência da Sabedoria e Filosofia Humanas (1.12-18)

B. A Banalidade dos Prazeres e Riquezas (2.1-11)

C. A Transitoriedade das Grandes Realizações (2.12-17)

D. Injustiça Associada ao Trabalho Esforçado (2.18-23)

E. Conclusão: O Real Prazer em Viver Está Somente em Deus (2.24-26)

III. Reflexões Diversas sobre as Experiências da Vida (3.1—11.6)

A. Concernentes às Coisas Criadas (3.1-22)

1. Há um Tempo para Tudo (3.1-8)

2. A Beleza da Criação (3.9-14)

3. Deus é o Juiz de Todos (3.15-22)

B. Experiências Vãs da Vida Natural (4.1-16)

1. Opressão (4.1-3)

2. Trabalho Competitivo (4.4-6)

3. Não Ter Amigos (4.7-12)

4. Rejeitar Conselhos (4.13-16)

C. Advertências a Todos (5.1—6.12)

1. Reverência na Presença do Senhor (5.1-7)

2. O Acúmulo de Bens (5.8-20)

3. Vida e Morte do Ser Humano (6.1-12)

D. Provérbios Diversos a Respeito da Sabedoria (7.1—8.1)

E. Sobre a Justiça (8.2—9.12)

1. Obediência ao Rei (8.2-8)

2. Transgressão e Castigo (8.9-13)

3. Justiça Verdadeira (8.14-17)

4. Justiça, Afinal, para Todos (9.1-7)

5. O Papel da Fé (9.8-12)

F. Mais Provérbios Variados sobre a Sabedoria (9.13—11.6)

IV. Admoestações Finais (11.7—12.14)

A. Regozijar-se na Juventude (11.7-10)

B. Lembrar-se de Deus na Juventude (12.1-8)

C. Apegar-se a um só Livro (12.9-12)

D. Temer a Deus e Guardar Seus Mandamentos (12.13,14)

 

Autor:
Salomão
Tema:
A Nulidade da Vida à parte de Deus
Data:
Cerca de 935 a.C.

 

Considerações Preliminares

O título deste livro no AT hebraico é koheleth (derivado de kahal, “reunir-se”). Literalmente, significa, “aquele que reúne uma assembléia e lhe dirige a palavra”. Este termo ocorre sete vezes no livro (1.1,2,12; 7.27; 12.8-10) e é
geralmente traduzido por “pregador” ou “mestre”. A palavra correspondente no grego da Septuaginta é ekklesiastes, e dela deriva o título “Eclesiastes” em português. A obra inteira, portanto, é uma série de ensinos por um orador
público bem conhecido.
Crê-se, geralmente, que o autor é Salomão, embora seu nome não apareça no livro, como em Provérbios (e.g.,Pv 1.1; 10.1; 25.1) e em Cantares (cf 1.1). Vários trechos, no entanto, sugerem a sua autoria. (1) O autor identifica-se
como filho de Davi, que reinou em Jerusalém (1.1,12). (2) Faz alusão a si mesmo como o governante mais sábio do povo de Deus (1.16) e como o escritor de muitos provérbios (12.9). (3) Seu reino tornou-se conhecido por causa
das riquezas e grandeza (2.4-9). Tudo isso encaixa-se na descrição bíblica do rei Salomão(cf. 1 Rs 2.9; 3.12; 4.29-34; 5.12; 10.1-8). Além disso, sabemos que Salomão, vez por outra, reunia uma assembléia e discursava diante
dela (e.g., 1 Rs 8.1). A tradição judaica atribui o livro a Salomão. Por outro lado, o fato de seu nome não aparecer declaradamente em Eclesiastes (apesar de sê-lo nos seus dois outros livros) pode sugerir que outra pessoa auxiliou
na compilação do livro. Deve-se considerar que o livro é de Salomão, mas que por certo foi compilado posteriormente na sua forma atual, por outra pessoa, assim como ocorreu com certas partes do livro de Provérbios (cf. Pv 25.1).
Liturgicamente, o livro de Eclesiastes é um dos cinco rolos da terceira parte da Bíblia Hebraica, os Hagiographa (“Escritos Sagrados”), cada um dos quais era lido em público anualmente numa das festas sagradas judaicas. Eclesiastes
era assim lido na Festa dos Tabernáculos.

Propósito

Segundo a tradição judaica, Salomão escreveu Cantares quando jovem; Provérbios, quando estava na meia-idade, e Eclesiastes, no final da vida. O efeito conjunto do declínio espiritual de Salomão, da sua idolatria e da sua vida
extravagante, deixou-o por fim desiludido, com os prazeres desta vida e o materialismo, como caminho da felicidade. Eclesiastes registra suas reflexões negativistas a respeito da futilidade de buscar felicidade nesta vida, à parte de
Deus e da sua Palavra. Ele teve riquezas, poder, honrarias, fama e prazeres sensuais, em grande abundância, mas no fim, o resultado de tudo foi o vazio e a desilusão: “vaidade de vaidades! É tudo vaidade” (1.2). Seu propósito
principal ao escrever Eclesiastes pode ter sido compartilhar com o próximo, especialmente os jovens, antes de morrer, seus pensamentos e seu testemunho, a fim de que outros não cometessem os mesmos erros que ele cometera.
Revela de uma vez por todas, a total futilidade do ser humano considerar bens materiais e conquistas pessoais como os reais valores da vida. Embora os jovens devam desfrutar da sua juventude (11.9,10), o mais importante é que se
dediquem ao seu Criador (12.1) e que decidam temer a Deus e guardar os seus mandamentos (12.13,14). Esse é o único caminho que dá sentido à vida.

Visão Panorâmica

É difícil fazer uma análise precisa de Eclesiastes. Sem muito trabalho, nenhum esboço consegue um bom ordenamento de todos os versículos ou parágrafos deste livro. Em certo sentido, Eclesiastes parece uma seleção de trechos do
diário pessoal de um filósofo, nos seus últimos anos, com suas desilusões. Começa com uma declaração do tema predominante: a vida no seu todo é vaidade e aflição de espírito (1.1-14). O primeiro grande bloco de matéria do livro
é estritamente autobiográfico; Salomão aborda os fatos principais da sua vida altamente egocêntrica, envolta em riquezas, prazeres e sucessos materiais (1.12—2.23). A vida “debaixo do sol” (expressão que ocorre vinte e nove
vezes no livro) é a vida segundo o conceito do homem incrédulo, caracterizada pela injustiça, incertezas, mudanças inesperadas no setor das riquezas e justiça falha. Salomão consegue divisar o verdadeiro alvo da vida somente
quando olha “para além do sol”, para Deus. Viver somente para a busca do prazer terreno é mediocridade e estultícia; a juventude é demasiadamente breve e fugaz para ser esbanjada insensatamente. O livro termina, mandando os
jovens lembrarem-se de Deus na sua juventude, para não chegarem à idade avançada com amargos lamentos e triste incumbência de prestar contas a Deus por uma vida desperdiçada.

Características Especiais

Cinco características principais destacam Eclesiastes. (1) É um livro nitidamente pessoal, no qual o autor freqüentemente emprega o pronome pessoal “eu”, ao longo dos dez primeiros capítulos. (2) Sob o negativismo subjacente do
autor, o livro revela que a vida, à parte de Deus, é incerta e repleta de vaidade (a palavra “vaidade” ocorre no livro trinta e sete vezes). Salomão observa em atitude negativista os vários paradoxos e inquietações da vida (ver, e.g.,
2.23 e 2.24; 8.12 e 8.13; 7.3 e 8.15). (3) A essência dos conselhos de Salomão no livro está nos seus dois últimos versículos: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (12.13,14). (4) O
estilo literário do livro é irregular; seu vocabulário e sintaxe são dos mais difíceis no hebraico do AT e não se encaixam bem em nenhum período específico da literatura hebraica. (5) Contém a alegoria mais pitoresca da Bíblia, alusiva
à pessoa quando envelhece (12.2-7).

O Livro de Eclesiastes ante o NT

Possivelmente, apenas um texto de Eclesiastes é citado no NT (7.20 em Rm 3.10, sobre a universalidade do pecado). Todavia, não deixa de haver várias e possíveis alusões: Ec 3.17; 11.9; 12.14, em Mt 16.27; Rm 2.6-8; 2 Co
5.10; 2 Ts 1.6,7; Ec 5.15, em 1 Tm 6.7. A conclusão do autor, quanto à futilidade da busca de riquezas materiais, Jesus a reiterou quando disse: (1) que não devemos acumular tesouros na terra (Mt 6.19-21,24); e (2) que é
estultícia alguém ganhar o mundo inteiro e perder a própria alma (Mt 16.26). O tema de Eclesiastes, de que a vida, à parte de Deus, é vaidade e nulidade, prepara o caminho para a mensagem do NT, a da graça: o contentamento, a
salvação e a vida eterna, nós os obtemos como dádiva de Deus (cf. Jo 10.10; Rm 6.23).
De várias maneiras este livro preparou o caminho para a revelação do NT, no sentido inverso. Suas freqüentes referências à futilidade da vida, e à certeza da morte, preparam o leitor para a resposta de Deus sobre a morte e o juízo,
i.e., a vida eterna por Jesus Cristo. Salomão, como o homem mais sábio do AT, não conseguiu respostas satisfatórias para os seus problemas da vida através de prazeres egoístas, riqueza e acúmulo de conhecimentos. Portanto,
deve-se buscar a resposta nAquele de quem o NT afirma que “é mais do que Salomão” (Mt 12.42), i.e., em Jesus Cristo, “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.3).
 

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NOTAS DE  Eclesiastes   1º

1.2 É TUDO VAIDADE. Este versículo expressa o tema de Eclesiastes, i.e., todos os empreendimentos humanos na terra não têm sentido nem propósito quando realizados à parte da vontade de Deus, fora da comunhão com Ele e da sua obra de amor em nossa vida. O livro também salienta que a própria criação está sujeita à vaidade e à corrupção.

(1) O autor procura aniquilar as falsas esperanças que o povo deposita num mundo totalmente secular. Seu empenho é que o ser humano perceba as sérias realidades do mal, da injustiça e da morte, e que reconheçam que a vida, à parte de Deus, não tem sentido e nem pode levar à verdadeira felicidade.

(2) A solução ao problema está na fé e na confiança em Deus; é isto que dá sentido à vida; que dá real prazer em viver. Devemos atentar para além das coisas terrenas, i.e., para as celestiais, a fim de obtermos esperança, alegria e paz (3.12-17; 8.12,13; 12.13,14).

1.5-11 E NASCE O SOL. A terra parece prosseguir no seu caminho predeterminado sem indicar qualquer mudança. O ser humano não pode buscar na natureza, sentido para a sua existência terrena, nem pode, na terra, obter plena satisfação.

1.9 NADA HÁ NOVO DEBAIXO DO SOL.Este versículo não quer dizer que não ocorrem novas invenções, mas somente que não há nenhum novo tipo de atividade. As aspirações, propósitos e desejos da raça humana permanecem os mesmos.

1.12-18 EU, O PREGADOR... INFORMAR-ME COM SABEDORIA. O ser humano não consegue descobrir, por si só, qualquer propósito na vida, nem consegue utilizar os recursos produzidos pelo homem para endireitar o que está errado no mundo (v. 15). A solução consiste em algo superior à sabedoria humana, à filosofia ou idéias humanas. Trata-se da sabedoria que vem do alto (Tg 3.17), "a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos" (1 Co 2.7).

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   2º

2.1-11 O PRAZER... E EIS QUE TUDO ERA VAIDADE. Salomão relata como ele experimentou o prazer, as riquezas, e as recreações culturais na busca da satisfação e do prazer. Porém, nada disso lhe proporcionou real felicidade a insatisfação em seu viver continuou (v. 11). Somente em Deus e na sua vontade pode o ser humano encontrar paz, satisfação e alegria permanentes.

2.12-17 DA SABEDORIA... DA DOIDICE. Salomão observou que viver sabiamente na terra é vantajoso por algum tempo, pois o sábio tem menos problemas do que o tolo. Com a morte, porém, todas as vantagens ficam nulas. Logo, a sabedoria terrena não tem valor permanente, no sentido estrito.

2.18-23 EU ABORRECI TODO O MEU TRABALHO. O trabalho humano, se não for dedicado a Deus, não tem valor permanente (ver Cl 3.23 nota). Até mesmo os bens que o ser humano deixa na terra depois da morte, pode ser levianamente esbanjado por outra pessoa.

2.24-26 VEM DA MÃO DE DEUS. O escritor deste livro chega a duas conclusões:

(1) comer, beber e trabalhar - enfim, todas as atividades da vida - podem trazer satisfação apenas se a pessoa vive a sua vida para Deus. Somente Deus capacita o ser humano a ter prazer na vida, e

(2) Ele concede verdadeira sabedoria, conhecimento e alegria aos que o agradam mediante a fé (cf. 3.12,13,22; 5.18-20; 8.15; 9.7). Devemos, portanto, entender que a vida é um dom de Deus e que devemos confiar nEle para que o seu propósito se realize em nós (ver Fp 2.13 nota).
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   3º

3.1-8 TUDO TEM O SEU TEMPO DETERMINADO. Deus tem um plano eterno que inclui os propósitos e atividades de toda pessoa na terra. O crente deve entregar-se a Deus como sacrifício vivo, deixar que o Espírito Santo leve a efeito o plano de Deus em sua vida e ter cuidado para não se afastar da vontade de Deus, e assim perder a oportunidade quanto ao propósito divino para a sua vida (ver Rm 12.1,2 notas).

3.11 PÔS O MUNDO NO CORAÇÃO DELES. Nesta passagem, "mundo" é a tradução do hebraico 'olam, que significa "eternidade", com raras exceções. No coração do ser humano, Deus gravou o anseio inato pelas coisas eternas. O ser humano busca valores eternos já aqui nesta vida, na sua imanente percepção de viver para sempre. Portanto, a vida material, coisas seculares e prazeres deste mundo nunca satisfarão plenamente o ser humano.

3.13 UM DOM DE DEUS. Poder desfrutar da vida e vivê-la sabiamente é uma dádiva de Deus, que usufruímos somente quando deveras andamos segundo os seus caminhos, em obediência a Ele como nosso Senhor e Deus. Deste modo, Deus nos dispensa alegria em tudo que empreendemos.

3.16,17 IMPIEDADE. Neste mundo, a perfeita execução dos propósitos de Deus é prejudicada pela injustiça e iniqüidade. Mas, neste texto temos a certeza de que Deus, no seu tempo aprazado, julgará os ímpios e recompensará os justos (cf. Rm 2.5-11).

3.19 ASSIM MORRE O OUTRO. Biologicamente, o ser humano morre como os animais, i.e., o cessar da vida física. Esse fato demonstra a fragilidade do corpo humano, e deve nos conduzir ao temor de Deus e à sua obediência (12.13).

 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   4º

4.1 ELES NÃO TINHAM NENHUM CONSOLADOR. Olhando em volta para um mundo que rejeitava os caminhos de Deus, Salomão via opressão por toda parte. Via também que os oprimidos não tinham ajuda. Hoje continua a haver muita opressão no mundo mas há consolo à disposição do homem, porque nosso Deus é "o Deus de toda consolação" (2 Co 1.3). Deus Pai consolava os seus, nos antigos tempos, quando nEle confiavam (Sl 86.17; Is 51.3,12), Jesus ministrava consolo e cura quando esteve na terra (Mt 9.22), e o Espírito Santo nos foi prometido por Jesus, como "outro Consolador" (Jo 14.16). O preceito bíblico para os crentes também é que eles consolem uns aos outros (2 Co 1.4).

4.4-8 MELHOR É UMA MÃO CHEIA COM DESCANSO DO QUE AMBAS AS MÃOS CHEIAS COM TRABALHO E AFLIÇÃO. Diligência no trabalho e aprimoramento profissional são muitas vezes motivados por mera competição com o próximo e por concorrência egoísta. Tais motivações são autodestrutivas (vv. 4-6). Deus quer, antes, que primemos pela moderação, fazendo boas obras, tendo uma maneira de viver santa e sossegada e cooperando uns com os outros (vv. 9,10).


4.9-12 MELHOR É SEREM DOIS DO QUE UM. O companheirismo tem muitas vantagens, pois Deus não nos criou para vivermos isolados uns dos outros (Gn 2.18). Todos nós precisamos do amor, da ajuda e do apoio dos amigos, dos familiares e dos irmãos na fé (At 2.42). Mesmo assim, tudo isso é insuficiente sem a comunhão diária com Deus Pai, com o Filho e com o Espírito Santo (1 Co 1.9; 2 Co 13.13; Fp 2.1; 1 Jo 1.3,6,7).

4.13-16 TAMPOUCO OS DESCENDENTES SE ALEGRARÃO DELE. Este contraste entre um jovem sábio e um rei velho e insensato, que rejeita conselhos, demonstra quão lastimável é quando um governante torna-se arrogante e fica sem condições de ser líder e servo do seu povo (v. 13).
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   5º

5.1 GUARDA O TEU PÉ, QUANDO ENTRARES NA CASA DE DEUS. Deve-se estar com reverência na casa de Deus, e não com desrespeito. Prepare-se espiritualmente antes de adentrar a casa de Deus, e assim esteja em condições de ouvir a voz de Deus e de obedecê-la.

5.4-6 O QUE VOTARES, PAGA-O. Voto é uma forma de promessa solene diante de Deus, que deve ser cumprida. É melhor deixar de fazer determinado voto, do que fazer e não cumpri-lo. O crente neotestamentário ao participar da Ceia do Senhor (ver 1 Co 11.20 nota), está também fazendo um voto de viver em santidade e dedicado a Deus. Buscar os prazeres do pecado depois de fazer tal voto a Deus, atrai a si ira e juízo, pois significa que aquele voto era realmente mentiroso. Mentir a Deus pode resultar em castigo severo (e.g., Ananias e Safira, ver At 5.1-11).

5.8 E HÁ MAIS ALTOS DO QUE ELES. Salomão, ao notar de novo a opressão dos pobres e a injustiça a prevalecer, relembra aos opressores que Deus é o juiz supremo. Ele está sobre todos, e Ele enunciará o veredicto final no dia do julgamento.

5.10-17 O QUE AMAR O DINHEIRO NUNCA SE FARTARÁ DE DINHEIRO. O dinheiro e a abundância de bens terrenos não dão, por si, sentido à vida e, portanto, não podem promover a verdadeira felicidade. Geralmente, o trabalhador honesto, ao chegar à sua casa depois de um dia normal de trabalho, dorme tranqüilo, enquanto o rico não consegue conciliar o sono, temeroso que alguma calamidade, ou falha de sua parte, arruíne tudo o que tem. Mas, mesmo sem qualquer prejuízo, o rico nada levará consigo ao morrer. É de lastimar que tantas pessoas trabalhem tanto para enriquecer, quando o principal é acumular tesouros no céu (Mt 6.19-21).

5.18-20 GOZAR DO SEU TRABALHO, ISSO É DOM DE DEUS. Quando no trabalho que Deus nos concedeu, ganhamos de modo honesto, além do necessário para cobrir nossas necessidades, devemos reconhecer que recebemos de Deus uma dádiva para ser usada na ajuda ao próximo e para a promoção da causa de Deus na terra.
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   6º

6.2 MAS DEUS NÃO LHE DÁ PODER PARA DAÍ COMER. Uma pessoa pode ter tudo que deseja para gozar a vida, e não poder fazê-lo. O desfrute daquilo que alguém possui deve ser conforme o seu correto relacionamento com Deus. Se formos dedicados a Deus e ao seu reino, Ele nos fará desfrutar das suas bênçãos materiais.

6.3-6 AINDA QUE VIVESSE DUAS VEZES MIL ANOS. A morte em idade jovem é lamentável; mas também uma vida longa não é garantia de que a pessoa desfrutará daquilo que Deus lhe deu. Uma vida cheia de aflição leva a pessoa a desejar que tivesse morrido ao nascer e assim não sofrer tanto (cf. Jó 3). À luz da eternidade, o que importa é que vivamos para Deus (cf. 12.13,14).

6.10 NÃO PODE CONTENDER COM O QUE É MAIS FORTE DO QUE ELE. Nosso Deus Onipotente conhece todas as coisas e sabe tudo acerca dos seres humanos. Quão tolo seria o contender com Ele! O ser humano freqüentemente nem sabe o que é melhor para si; como também não sabe como serão as coisas após sua morte. Quanto melhor é confiar em Deus e viver humildemente para Ele!
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   7º

7.1 MELHOR É A BOA FAMA DO QUE O MELHOR UNGÜENTO. A boa fama significa mais do que uma boa posição social; trata-se da verdadeira integridade de caráter, tal pessoa exerce uma mais duradoura influência no caráter do próximo do que aquela cuja preocupação é somente posição social.

7.1 O DIA DA MORTE. O dia da morte do crente é melhor do que o dia do seu nascimento, pois marca o início de uma vida muito melhor, junto a Deus (2 Co 5.1-10; Fp 1.21-23; ver o estudo A MORTE)

7.2-6 MELHOR É A TRISTEZA DO QUE O RISO. Salomão contrasta o efeito benéfico da tristeza e do sentimento causados por uma sábia repreensão, com as risadas inconvenientes e as piadas levianas dos tolos. Uma repreensão oportuna e apropriada pode provocar tristeza, mas geralmente ela leva ao arrependimento a pessoa que a recebe. Uma advertência a tais pessoas sobre os fatos da vida real pode causar um tipo de tristeza que é melhor do que o riso e os divertimentos.

7.8-14 ATENTA PARA A OBRA DE DEUS. Salomão nos conclama a perseverar no atingimento dos alvos ditados por Deus (cf. Fp 3.13,14), percorrendo o caminho que Ele traçou, seja áspero ou suave. Quando o crente assim faz, Deus opera através dele, o qual se regozija na prosperidade e aprende a confiar em Deus na adversidade. Como o apóstolo Paulo, devemos aprender a estar contentes - quer na abundância, quer na necessidade (Fp 4.12).

7.16 NÃO SEJAS DEMASIADAMENTE JUSTO, NEM DEMASIADAMENTE SÁBIO. Este versículo deve ser interpretado à luz de Pv 3.7: "Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal". Aqueles que dependerem das suas boas obras para a salvação, e aqueles que se julgam sábios em si mesmos, acabarão se arruinando. O homem necessita da justiça que procede de Deus para regenerar seu coração, e igualmente, da verdadeira sabedoria da parte do Espírito Santo, para compreender a Palavra de Deus.

7.20-22 NÃO HÁ HOMEM JUSTO SOBRE A TERRA, QUE FAÇA BEM E NUNCA PEQUE. Este versículo não contradiz a declaração de Deus sobre a retidão de Jó (ver Jó 1.8; 2.3); pelo contrário, exprime a verdade de que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23; cf. 3.10-18).

7.23-28 DISSE: SABEDORIA ADQUIRIREI; MAS ELA AINDA ESTAVA LONGE DE MIM. Os que buscam a verdadeira sabedoria somente através do seu raciocínio, não a encontrarão. O empecilho aqui, provém da "mulher" do versículo 26, que é a personificação da sedução da imoralidade e da iniqüidade. Ela é exatamente o inverso da mulher como personificação da sabedoria, em Pv 8.1-4. Os pecadores não conseguem encontrar a verdadeira sabedoria porque estão dominados pela iniqüidade, mas os que agradam a Deus mediante a fé e a obediência obtém a sabedoria divina e se libertam da escravidão do pecado.

 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes  8º

8.2 OBSERVA O MANDAMENTO DO REI. O rei representa, aqui, o governo humano, instituído que foi por Deus. Governantes, quando servos de Deus, motivam o povo a viver em retidão. A Palavra de Deus nos ordena a obedecer às leis justas do governo (ver Rm 13.1 nota; Tt 3.1; 1 Pe 2.13-18).

8.13 AO ÍMPIO NÃO IRÁ BEM. No mundo, comumente parece que o mal triunfa e que os pecadores escapam ilesos, sem castigo (cf. Sl 73). Deus, porém, nos assegura que chegará o dia do justo castigo dos malfeitores.

8.17 VI TODA A OBRA DE DEUS, QUE O HOMEM NÃO PODE ALCANÇAR. Salomão reconheceu que, por mais sábio que o homem for, não consegue pela sua sabedoria explicar todas as obras de Deus ou os métodos da sua providência. Nós, da mesma forma que Jó, não precisamos saber todas as razões das coisas; simplesmente precisamos confiar no Senhor e crer que Ele faz bem todas as coisas. Se somos os seus filhos, estamos nas suas mãos (9.1).
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   9º

9.2 TUDO SUCEDE IGUALMENTE A TODOS. Salomão observa aqui, sob o prisma desta vida, que a morte é inevitável. Sob este enfoque, não parece justo que a morte sobrevenha a todos indistintamente, aos justos e injustos.

9.7 COME COM ALEGRIA O TEU PÃO E BEBE COM BOM CORAÇÃO O TEU VINHO. Embora a morte sobrevenha a todos, e "que o tempo e a sorte pertencem a todos" (v. 11), nós que aqui vivemos para agradar a Deus (1 Ts 4.1; cf. Rm 12.2) devemos continuar a desfrutar daquilo que Ele nos deu. O "vinho" (hb. yayin) aqui referido significa, sem dúvida, o suco doce, de uva, recém-espremido (ver o estudo O VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO)

9.10 FAZE-O CONFORME AS TUAS FORÇAS. Seja qual for a tarefa que empreendemos, devemos realizá-la com todo esforço, como para o Senhor (ver Cl 3.23).
9.15 NINGUÉM SE LEMBRAVA DAQUELE POBRE HOMEM. Nesta parábola, uma pequena cidade estava sitiada por um grande exército. A situação era certamente desesperadora (v. 14). Um sábio pobre, no entanto, elaborou um plano e a cidade foi poupada. Tudo indica que outra pessoa recebeu o crédito pelo livramento da cidade, e o sábio, talvez por ser pobre, foi esquecido. O crente deve entender que, enquanto ele viver na terra, a justiça e a eqüidade serão imperfeitas, mesmo no caso mais apurado. Na vida após a morte, no entanto, Deus corrigirá todas as injustiças e recompensará todos os atos de justiça.
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes  10 º

10.1 A MOSCA MORTA FAZ EXALAR MAU CHEIRO E INUTILIZAR O UNGÜENTO. Assim como mosca morta, pela putrefação, estraga muito perfume, assim também um pouco de insensatez pode destruir os bons efeitos de muita sabedoria. Os planos podem ser ótimos, mas o imprudente pode com um só de seus erros estragar todos eles (ver 2 Rs 20.12-18).

10.8-10 QUEM FIZER UMA COVA. A sabedoria leva em conta os riscos e as dificuldades da vida com suas tarefas cotidianas. O sábio evita danos, porque sabe o que pode acontecer e se acautela dos perigos ocultos.

10.16 AI DE TI, Ó TERRA, CUJO REI É CRIANÇA. É um quadro crítico quando os governantes e dirigentes são pueris e quando os executivos com seus auxiliares iniciam o dia dando vazão a seus apetites, provavelmente em bebedeiras (cf. v. 17). Quão deplorável é que no decurso da história, as bebidas alcoólicas, sem qualquer impedimento, abarrotam as capitais do mundo! Precisamos de executivos crentes que dêem um bom exemplo de como ser cristão (v. 17).
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   11º

11.1 LANÇA O TEU PÃO SOBRE AS ÁGUAS. Um dos sentidos da palavra hebraica traduzida por "pão" é o grão usado em panificação. A referência aqui pode ser ao costume egípcio de espalhar sementes ou grãos sobre as águas que inundavam suas terras anualmente, quando o rio Nilo transbordava. Parecia que aqueles grãos ficavam soterrados e esquecidos, mas no devido tempo surgia a colheita. Podemos aplicar esse fato à nossa disposição de ser generosos e prestimosos (v. 2). Devemos dar liberalmente, pois um dia talvez nós mesmos venhamos a enfrentar uma grande necessidade (cf. 2 Co 8.10-15).


11.4 QUEM OBSERVA O VENTO NUNCA SEMEARÁ. Estamos num mundo em que quem ficar aguardando condições ideais para dar início a um empreendimento, nunca fará nada (cf. Mt 24.7-14). Nunca haverá condições perfeitas durante a presente era. Devemos perseverar na oração e na leitura da Bíblia diariamente. Devemos viver segundo os santos padrões de Deus, mesmo que todos ao nosso redor busquem os prazeres pecaminosos.

11.9 POR TODAS ESSAS COISAS TE TRARÁ DEUS A JUÍZO. Deus quer que seu povo se alegre e que os jovens desfrutem da sua juventude. Mas todo esse regozijo deve ser moderado pelo reconhecimento de que Deus responsabilizará cada um por seus atos pecaminosos. Se o crente permitir que sua vida espiritual degenere em mediocridades e na prática de coisas pecaminosas, o resultado será aflição e sofrimento no presente, e julgamento no futuro.
 

 

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NOTAS DE  Eclesiastes   12º

12.1-7 LEMBRA-TE DO TEU CRIADOR NOS DIAS DA TUA MOCIDADE. "Lembrar-se", na Bíblia, sempre subentende ação; e.g., quando Deus se "lembrou" de Abraão (Gn 19.29), Ele interveio na sua vida para o seu bem. Por isso, lembrar-nos do nosso Criador importa em agir da maneira que Ele estabeleceu quando nos criou. De Deus vem a vida, e com ela as oportunidades que nos advêm com a juventude. É somente com a ajuda do Espírito Santo que conseguimos "lembrar-nos" de Deus, à medida que somos revestidos "do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.24); e devemos, assim, viver antes que venha a morte. Os versículos 3-7 apresentam um quadro vívido do processo de envelhecimento do corpo físico, processo este que culmina na morte. Há conforto, porém, no fato de que nossa pessoa interior "se renova de dia em dia" (2 Co 4.16).

12.7 O PÓ VOLTE À TERRA... O ESPÍRITO VOLTE A DEUS. Este versículo faz uma distinção entre o aspecto da pessoa humana que fica na terra, no momento da morte, e o que volta a Deus. Para pormenores sobre isso, ver o estudo A NATUREZA HUMANA

12.8 TUDO É VAIDADE. Ver 1.2 nota.

12.11 AS PALAVRAS DOS SÁBIOS SÃO COMO AGUILHÕES. As sábias palavras da verdade, provenientes do único Pastor divino agem:

(1) como vara de ferrão (i.e., vara com aguilhão) para nos conservar no caminho certo; e

(2) como pregos para fixar a verdade em nossa mente. A Palavra de Deus, portanto, é muito mais valiosa do que todos os livros do saber humano.

12.13 TEME A DEUS E GUARDA OS SEUS MANDAMENTOS. Todo o livro de Eclesiastes deve-se interpretar segundo o contexto deste seu penúltimo versículo. Salomão começou com uma avaliação negativista da vida como vaidade, algo irrelevante, mas no fim ele conclui com um sábio conselho, a indicar onde se pode encontrar o sentido da vida. No temor de Deus, no amor a Ele e na obediência aos seus mandamentos, temos o propósito e a satisfação que não existem em nada mais.
12.14 PORQUE DEUS HÁ DE TRAZER A JUÍZO TODA OBRA. A mensagem final do livro de Eclesiastes faz-nos lembrar de uma verdade solene e inalterável: a prestação de contas do ser humano perante Deus, por todos os seus atos. O Senhor julgará a todos nós, crentes e incrédulos, i.e., todos os nossos atos, bons e maus (cf. Rm 14.10,12; 2 Co 5.10; Ap 20.12,13). Quem negligenciou ou rejeitou a graça redentora de Deus não estará justificado no dia do julgamento (ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE)

 

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