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NOTAS DE HEBREUS

  CARTA  AOS  HEBREUS

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Esboço de HEBREUS


I. O Argumento: Cristo e a Fé Cristã Sobrepujam o Judaísmo (1.1–10.18)

A. Em Revelação (1.1–4.13)
     Jesus Cristo é a Revelação Plena e Final de Deus à Humanidade

1. Superior aos Profetas (1.1-3)

2. Superior aos Anjos (1.4–2.18)
    Exortação: O Perigo da Negligência (2.1-4)

3. Superior a Moisés (3.1-6)
    Exortação: O Perigo da Incredulidade (3.7-19)

4. Superior a Josué (4.1-3)

B. Em Mediação (4.14–10.18)
     Como Nosso Grande Sumo Sacerdote, Supera em Tudo o Sacerdócio; Levítico do AT

1. Superior nas Suas Qualificações (4.14–7.25)
    Exortação: O Perigo de Permanecer Espiritualmente Imaturo (5.11–6.3)
    Exortação: O Perigo de Cair (6.4-20)

2. Superior em Seu Caráter (i.e., de Cristo) (7.26-28)

3. Superior em Seu Ministério (8.1–10.18)
    a. Situado em Melhor Santuário (8.1-5)
    b. Baseado em Melhor Concerto (8.6-13)
    c. Realizado Mediante um Melhor Culto (9.1-22)
    d. Cumprido Mediante um Melhor Sacrifício (9.23–10.18)

II. A Aplicação: Exortação à Perseverança (10.19–13.17)

A. No Âmbito da Salvação (10.19-38)

B. No Âmbito da Fé (10.39–11.40)

1. A Natureza da Fé (10.39–11.3)

2. Exemplos de Fé no Antigo Testamento (11.4-38)

3. A Vindicação da Fé: Aperfeiçoada em Cristo (11.39,40)

C. No Âmbito da Resignação (12.1-13)

D. No Âmbito da Santidade (12.14–13.17)

1. A Prioridade da Santidade (12.14-29)

2. A Prática da Santidade (13.1-17)

Conclusão (13.18-25)

Autor:
Desconhecido
Tema:
Um Melhor Concerto
Data:
Cerca de 67-69 d.C.

 

Considerações Preliminares

Este livro foi destinado originalmente aos cristãos de Roma. O seu título, nos manuscritos gregos mais antigos, diz apenas “Aos Hebreus”. Seu conteúdo, no entanto, revela que foi escrito a cristãos judeus. O emprego que o autor fez
da Septuaginta (versão grega do AT), nas citações do AT, indica que os primeiros leitores foram provavelmente judeus de idioma grego que viviam fora da Palestina. A expressão “Os da Itália vos saúdam” (13.24) significa
provavelmente que o autor escrevia para Roma, e que na ocasião incluiu saudações de crentes italianos que viviam longe da pátria. Os destinatários podem ter sido igrejas em lares, da comunidade cristã de Roma, das quais algumas
estavam a ponto de abandonar a fé em Jesus e voltar para a antiga fé judaica por causa da perseguição e do desânimo.
O escritor não se identifica no título original, nem através do livro, embora fosse bem conhecido dos seus leitores (13.18-24). Por alguma razão, perdeu-se a sua identidade ao findar-se o século I. Posteriormente, na tradição da
igreja primitiva (séculos II ao IV), surgiram muitas opiniões diferentes sobre o possível escritor de Hebreus. A opinião de que Paulo haja sido o autor não tinha aceitação até o século V.
Muitos eruditos conservadores descartam a autoria de Paulo, uma vez que o estilo esmerado e alexandrino do autor, seu embasamento na Septuaginta, sua maneira de introduzir as citações do AT, seu método de argumentar e
ensinar, a estrutura da argumentação e a omissão da sua identificação pessoal são características muito diferentes das de Paulo. Além disso, enquanto Paulo sempre apela à sua revelação recebida diretamente de Cristo (cf. Gl
1.11,12), esse escritor demonstra ser um dos cristãos da segunda geração aos quais o evangelho fora confirmado por testemunhas oculares do ministério de Jesus (2.3). Entre os homens mencionados nominalmente no NT, a
descrição que Lucas oferece de Apolo, em At 18.24-28, ajusta-se melhor ao perfil do escritor de Hebreus.
Deixando de lado o nome do escritor de Hebreus, uma coisa é certa: ele escreveu na plenitude do Espírito e com entendimento, revelação e autoridade apostólicos. A ausência de qualquer referência, em Hebreus à destruição do
templo de Jerusalém e do seu culto levítico é um forte indício que o autor escreveu antes de 70 d.C.

Propósito

Hebreus foi escrito principalmente para os cristãos judeus que estavam sob perseguição e esmorecimento. O escritor procura fortalecê-los na fé em Cristo, demonstrando cuidadosamente a superioridade e finalidade da revelação e
redenção da parte de Deus em Jesus Cristo. Demonstra que as disposições divinas para a redenção vistas no Antigo Concerto cumpriram-se e tornaram-se obsoletas pela vinda de Jesus e pelo estabelecimento de um Novo
Concerto, mediante a sua morte vicária. O escritor anima seus leitores (1) a manterem firme sua confissão de Cristo até o fim, (2) a prosseguirem para a maturidade espiritual, e (3) não volverem ao estado de condenação caso
abandonem a fé em Jesus Cristo.

Visão Panorâmica

Hebreus parece mais um sermão do que uma epístola. O autor descreve sua obra como “uma palavra de exortação” (13.22). Contém três divisões principais. (1) Primeiro, Jesus, o poderoso Filho de Deus, é declarado a plena
revelação de Deus à humanidade — maior do que os profetas (1.1-3), do que os anjos (1.4—2.18), Moisés (3.1-6) e Josué (4.1-11). Nesta divisão do livro, ocorre uma advertência solene no tocante às conseqüências do abandono
da fé ou do endurecimento do coração pela incredulidade (2.1-3; 3.7—4.2). (2) A segunda divisão apresenta Jesus como o sumo sacerdote, cujas qualificações (4.14—5.10; 6.19—7.25), caráter (7.26-28) e ministério
(8.1—10.18), são perfeitos e eternos. Há uma solene advertência para quem permanecer espiritualmente imaturo ou mesmo “cair” depois de se tornar participante de Cristo (5.11—6.12). (3) A divisão final (10.19—13.17)
admoesta enfaticamente os crentes a perseverarem na salvação, na fé, no sofrimento e na santidade.

Características Especiais

Oito características afloram neste livro. (1) No NT é único quanto à sua estrutura: “começa como tratado, desenvolve-se como sermão e termina como carta” (Orígenes). (2) É o texto mais refinado do NT, abeirando-se do estilo do
grego clássico, mais do que qualquer outro escritor do NT (com exceção, quiçá, de Lucas, em Lc 1.1-4). (3) É o único escrito do NT que desenvolve o conceito do ministério sumo sacerdotal de Jesus. (4) A cristologia do livro é
ricamente variada, apresentando mais de vinte nomes e títulos de Jesus. (5) Sua palavra-chave é “melhor” (13 vezes). Jesus é melhor do que os anjos e todos os mediadores do AT. Ele provê melhor repouso, concerto, esperança,
sacerdócio, expiação pelo sacrifício vicário e promessas. (6) Contém o principal capítulo do NT a respeito da fé (cap. 11). (7) Está repleto de referências e alusões ao AT que oferecem um rico conhecimento da interpretação cristã
primitiva da história e da adoração no AT, mormente no campo da tipologia. (8) Adverte, mais do que qualquer outro escrito do NT contra os perigos da apostasia espiritual.


 

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NOTAS DE HEBREUS 1º

1.1,2 FALOU-NOS... PELO FILHO. Estes dois primeiros versículos estabelecem o tema principal deste livro. No passado, o instrumento principal de Deus para sua revelação foram os profetas, mas agora Ele tem falado, ou se revelado pelo seu Filho Jesus Cristo, que é supremo sobre todas as coisas. A Palavra de Deus falada mediante seu Filho é final: ela cumpre e transcende tudo o que foi anteriormente falado da parte de Deus (ver o estudo A PALAVRA DE DEUS). Absolutamente nada, nem os profetas (v. 1), nem os anjos (v. 4), têm maior autoridade do que Cristo. Ele é o único caminho para a salvação eterna e o único mediador entre Deus e o homem. O escritor de Hebreus confirma a supremacia de Cristo ao enumerar dEle sete grandes revelações (vv. 2,3)

1.3 ASSENTOU-SE À DESTRA. Depois de Cristo ter efetuado o perdão dos nossos pecados mediante a sua morte na cruz assumiu o seu lugar de autoridade à destra de Deus. A atividade redentora de Cristo no céu envolve seu ministério de mediador divino (8.6; 13.15; 1 Jo 2.1,2), de sumo sacerdote (2.17,18; 4.14-16; 8.1-3), de intercessor (7.25) e de batizador no Espírito (At 2.33).

1.4 MAIS EXCELENTE QUE OS ANJOS. Jesus é superior aos anjos pela mesma razão porque Ele é superior aos profetas: Ele é o Filho (vv. 4-14). Os anjos desempenharam um papel importante na outorga do concerto do AT (Dt 33.2; At 7.53; Gl 3.19). O autor, escrevendo aos judeus crentes, estabelece a superioridade de Cristo sobre os anjos, recorrendo ao AT. Para uma maior exposição sobre os anjos, ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR

1.5 HOJE TE GEREI. Ver Jo 1.14 nota.

1.8 DO FILHO, DIZ: Ó DEUS. O escritor sacro destaca aqui a deidade de Cristo (ver Jo 1.1 nota).

1.9 AMASTE A JUSTIÇA E ABORRECESTE A INIQÜIDADE. Não basta o crente amar a justiça; ele deve, também, aborrecer o mal. Vemos esse fato claramente na devoção de Cristo à justiça (Is 11.5) e, na sua aversão à iniqüidade; na sua vida, no seu ministério e na sua morte (ver Jo 3.19 nota; 11.33 nota).

(1) A fidelidade de Cristo ao seu Pai, enquanto Ele estava na terra, conforme Ele demonstrou pelo seu amor à justiça e sua aversão à iniquidade, é a base para Deus ungir o seu Filho (v. 9). Da mesma maneira, a unção do cristão virá somente à medida que ele se identificar com a atitude do seu Mestre para com a justiça e a iniquidade (Sl 45.7).

(2) O amor do crente à justiça e seu ódio ao mal crescerá por dois meios:

(a) crescimento em sincero amor e compaixão por aqueles, cujas vidas estão sendo destruídas pelo pecado, e

(b) por uma sempre crescente união com o nosso Deus e Salvador, do qual está dito: "O temor do SENHOR é aborrecer o mal?? (ver Pv 8.13; Sl 94.16; 97.10; Am 5.15; Rm 12.9; 1 Jo 2.15; Ap 2.6).

1.13 DOS ANJOS. "Anjo" (hb. malak; gr. aggelos) significa "mensageiro". Os anjos são descritos como mensageiros e servos de Deus, criados antes da terra (Jó 38.4-7). Para um estudo da atividade dos anjos em relação à nossa vida, ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR
 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 2º

2.1-3 PARA QUE EM TEMPO ALGUM NOS DESVIEMOS DELAS. Uma das razões por que o escritor de Hebreus destaca a superioridade do Filho de Deus e da sua revelação sobre a dos profetas e dos anjos é enfatizar, diante dos que experimentaram a salvação em Cristo, que devem levar muito a sério o testemunho e doutrina originais de Cristo e dos apóstolos. Por isso, devemos dar muita atenção à Palavra de Deus, ao nosso relacionamento com Cristo e à direção do Espírito Santo (Gl 5.16-25).

(1) A negligência, o descuido ou a falta de interesse, é desastroso. O crente que, por negligência, desconhece a verdade e os ensinos do evangelho, corre o grande perigo de ser arrastado rio abaixo além do porto seguro, onde não há mais segurança.

(2) Assim como todos os endereçados de Hebreus, todo cristão é tentado a tornar-se indiferente para com a Palavra de Deus. Por causa de descuido e desinteresse, é fácil começarmos a prestar menos atenção às advertências de Deus (v. 2), cessarmos de perseverar em nossa luta contra o pecado (12.4; 1 Pe 2.11), e aos poucos desviar-nos do Filho de Deus, Jesus Cristo (vv. 1-3; 6.4-8; 10.31,32; ver Rm 8.13 nota).

2.4 TESTIFICANDO...DEUS COM ELES. O Espírito Santo, através do escritor de Hebreus, reafirma que Deus confirmou e aprovou a mensagem do evangelho com sinais, prodígios, milagres e dons do Espírito Santo (At 2.22). Depois da sua ressurreição, Cristo prometeu que a confirmação milagrosa da mensagem do evangelho acompanharia todos aqueles que cressem (ver o estudo SINAIS DOS CRENTES). Deus deseja que o testemunho do crente seja mais do que simples palavras (Mc 16.20; Jo 10.25; At 2.22,43; 1 Co 2.4,5; Gl 3.5; 1 Ts 1.5; 1 Pe 1.12; ver At 4.30 nota)

2.8 AINDA NÃO VEMOS QUE TODAS AS COISAS LHE ESTEJAM SUJEITAS. Neste mundo caído, dominado por Satanás, ainda não vemos todas as coisas sujeitas a Cristo. Porém, Jesus já está coroado de glória e de honra no céu (v. 9), e isso significa que os poderes malignos do mundo estão condenados à ruína total e ao julgamento.

2.9 PROVASSE A MORTE POR TODOS. Cristo experimentou a humilhação e o sofrimento da morte em favor de todos. Sua morte não foi uma "expiação limitada" segundo afirmam alguns. Posto que Ele suportou o castigo dos pecados de toda a humanidade, sua morte é eficaz em favor de todos quantos o aceitam (ver Rm 3.25 nota)

2.10 CONSAGRASSE PELAS AFLIÇÕES. Isso não significa que Cristo precisava tornar-se moral e espiritualmente perfeito. O que foi aperfeiçoado foi seu papel de "príncipe" ou guia - aquele que vai adiante, para abrir caminho para os outros seguirem. Ele somente poderia ser o Salvador perfeito de todos quantos crêem se primeiramente suportasse o sofrimento e a morte como ser humano. Sua obediência e morte na cruz qualificaram-no como o representante perfeito da humanidade caída e para levar sobre si a penalidade do pecado em favor deles.

2.11 O QUE SANTIFICA. O que santifica é Cristo (cf. 10.10,14,29; 13.12) e, "os que são santificados" são os que foram redimidos da culpa e do poder do pecado e separados como povo de Deus. A consagração de Cristo para morrer por nós abre o caminho para a nossa santificação (ver estudo A SANTIFICAÇÃO)

2.14 PARTICIPAM DA CARNE E DO SANGUE. Porque aqueles que Jesus veio redimir são carne e sangue (i.e., são humanos), Ele também teve que tomar sobre si a natureza humana, pois somente como ser humano genuíno Ele teria as qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás. Cristo morreu para destruir o poder de Satanás sobre aqueles que crêem (cf. 1 Jo 3.8) e, para livrá-los do temor da morte (Ap 1.18), ao prometer-lhes a vida eterna com Deus (Jo 17.3; Ap 21-22).

2.17 MISERICORDIOSO E FIEL SUMO SACERDOTE. Cristo se tornou um com a humanidade a fim de se tornar sumo sacerdote e, assim, representar os crentes diante de Deus.

(1) Nesse ministério, a morte do Filho faz expiação ao remover a ira de Deus contra nós por causa dos nossos pecados (cf. Rm 1.18; 5.10). Como resultado, agora podemos aproximar-nos de Deus com confiança.

(2) O Filho, com misericórdia, compadece-se de nós quando somos tentados e nos socorre, porque Ele, como ser humano, experimentou sofrimento, provações e tentações, porém sem pecar (cf. 4.14,15; 2 Co 6.2).


2.18 ELE... PODE SOCORRER. Quando somos tentados a afastar-nos de Deus e a nos entregar ao pecado, devemos orar a Cristo, pois Ele triunfou sobre a tentação e agora como nosso sumo sacerdote, promete que nos dará força e graça suficientes para resistirmos ao pecado. Nossa responsabilidade é nos aproximarmos dEle nos tempos de aflição; sua responsabilidade é socorrer-nos em tempos de necessidade (ver 4.16 nota).
 

 

 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 3º

3.1 IRMÃOS SANTOS. Hebreus provavelmente foi escrito a um grupo de cristãos judeus que, depois da sua conversão a Cristo, foram submetidos à perseguição e ao desânimo (10.32-39). Que os destinatários de Hebreus eram verdadeiros cristãos, nascidos de novo, fica claro pelas referências abaixo: (1) 2.1-4 fala do perigo de se desviarem da salvação; (2) em 3.1, os leitores são chamados "irmãos santos, participantes da vocação celestial"; e (3) em 3.6, onde são chamados a casa de Deus. Para mais evidências de que os destinatários eram salvos por Cristo, ver 3.12-19; 4.14-16; 6.9-12,18-20; 10.19-25,32-36; 12.1-29; 13.1-6,10-14,20,21.

3.1 APÓSTOLO E SUMO SACERDOTE. Segundo o antigo concerto, Moisés (vv. 2-5) era o apóstolo (i.e., pessoa enviada por Deus, com a sua autoridade) e, Arão (5.1-5), o sumo sacerdote do povo de Deus. Agora, sob o novo concerto, esses dois ofícios, apostólico e sacerdotal estão reunidos na pessoa de Jesus.

3.6 SE... CONSERVARMOS FIRME... ATÉ AO FIM. As declarações condicionais de Hebreus merecem atenção especial (ver 2.3; 3.6,14; 10.26) porque advertem que a salvação é condicional.

(1) A segurança do crente em Cristo é mantida somente enquanto ele coopera com a graça de Deus perseverando na fé e na santidade até o fim da sua existência terrena. Essa verdade foi enfatizada por Cristo (Jo 8.31; Ap 2.7,11,17,25,26; 3.5,11,12,21) e é uma admoestação repetida em Hebreus (2.1; 3.6,14; 4.16; 7.25; 10.34-38; 12.1-4,14).

(2) A salvação assegurada aos membros da igreja que deliberadamente pecam nas igrejas, hoje tão em voga nalguns círculos, não tem lugar no NT (Ap 3.14-16; ver Lc 12.42-48 nota; Jo 15.6 nota).

3.7 DIZ O ESPÍRITO SANTO. Assim como os demais escritores do NT, o escritor de Hebreus considera as Escrituras, no sentido final e pleno, como as palavras do Espírito Santo e não como meras palavras dos homens (cf. 9.8; 10.15; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21; ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS). Ao lermos a Bíblia, não devemos pensar que estamos lendo simplesmente as minha ou Mateus, Paulo, Pedro, João, etc., mas as próprias palavras do Espírito Santo que revelam a vontade de Deus para a igreja e para a nossa vida.

3.7,15 SE OUVIRDES HOJE A SUA VOZ. Citando SI 95.7„11, o escritor se refere à desobediência de Israel deserto, depois do êxodo do Egito, como advertência aos crentes sob o novo concerto. Porque os israelitas deixaram de resistir ao pecado e de permanecer leais a Deus, foram impedidos de entrar na Terra Prometida (ver Nm 14.29-43 notas; SI 95.7-10 notas). Semelhantemente, os crentes do NT devem reconhecer que eles, também, podem ficar fora do repouso divino, se forem desobedientes e deixarem que seus corações se endureçam.

3.8 NÃO ENDUREÇAIS O VOSSO CORAÇÃO. O Espírito Santo fala conosco a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11; Rm 8.11-14; Gl 5.16-25). Se formos indiferentes à sua voz, nossos corações se tornarão cada vez mais duros e rebeldes a ponto de se tornarem insensíveis à Palavra de Deus ou aos apelos do Espírito Santo (v. 7). A verdade e o viver em retidão já não serão prioridades nossas. Cada vez. mais, buscaremos prazer nos caminhos do mundo e não nos caminhos de Deus {v. IO)- O Espírito Santo nos adverte que Deus não continuará a insistir conosco indefinidamente se endurecermos os nossos corações por rebeldia (vv. 7-11; Gn 6.3). Existe um ponto do qual não há retorno (VV. 10,11; 6.6; 10.26).

3.12 PARA SE APARTAR DO DEUS VIVO. Neste livro, em intervalos regulares, o autor adverte seus leitores do perigo de se desviarem da fé. Para mais sobre esse assunto, ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL.

3.13 EXORTAI-VOS UNS AOS OUTROS TODOS OS DIAS. Muitos dirigentes deixam de "exortar" ou admoestar os crentes a continuarem na fé. Tais obreiros não pregam as reiteradas advertências dos apóstolos (CI 1.21-23; I Tm 4.',16; Te 2Pe 1.8-11; I Jo 2.23. 25), do escritor de Hebreus (3.13; 3.6-19) ou do próprio Jesus (Mt 24.11-1.3; Jo 15.1-6).

3.18 NÃO ENTRARIAM N.0 SEU REPOUSO. A possibilidade de o crente do NT não entrar no repouso prometido por Deus é ilustrada pelos israelitas que deixaram de entrar na Terra Prometida após Moisés conduzi-los para fora do Egito (ver Nm 14.29 nota; Dt 1.26 nota). O escritor salienta duas coisas.

(1) Os israelitas experimentaram o poder redentor de Deus (v. 16), viram as obras poderosas de Deus (v. 9), porém se tornaram desobedientes (v. 18) porque não queriam crer nas promessas de Deus, nem acatar as suas advertências (v. 19). Por isso, morreram no deserto (v. 17) e deixaram de entrar na Terra Prometida.

(2) As experiências iniciais que os israelitas tiveram com Deus não garantiram sua chegada em paz a Canaã. Ao deixarem de perseverar, desprezaram sua única fonte de segurança: a graça, misericórdia e a presença do "Deus vivo" (v. 12).

4.1 PAREÇA QUE ALGUM DE VÓS FICA PARA TRÁS. Deixar de perseverar na fé e na obediência a Jesus, resulta em deixar de alcançar o prometido repouso eterno no céu (cf. 11.16; 12.22-24).

(1) A expressão "pareça que algum de vós" é falada luz dessa possibilidade terrível e do juízo de Deus.

(2) A perseverança na fé exige que continuemos a nos aproximar de Deus, por meio de Cristo, com sincera resolução (v. 16: 7.25).

 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 4º

4.3 ENTRAMOS NO REPOUSO. Somente nós, que temos crido na mensagem salvadora de Cristo, entramos no repouso espiritual de Deus. Isso é, Cristo carrega nossos fardos e nossos pecados, e nos dá o "repouso" do seu perdão, da sua salvação e do Espírito Santo (Mt 11.28). Mesmo assim, nesta vida, o nosso repouso é apenas parcial. porque somos como peregrinos que caminham com dificuldade na penosa estrada deste mundo. Ao morrermos no Senhor, entramos no seu repouso perfeito no céu (ver a nota seguinte)

4.9 RESTA... UM REPOUSO. O repouso prometido por Deus não é somente o terrestre, mas também o celestial (vv. 7,8; cf. 13.14). Para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf. Hb 11.10,16). Entrar nesse repouso final significa o cessar do labor, dos sofrimentos e da perseguição, tão comuns em nossa vida nesta terra (cf. Ap 14.13); significa participar do repouso do próprio Deus e experimentar eterna alegria, deleite, amor e comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um descanso sem fim (Ap 21,22).

4.11 PROCUREMOS, POIS, ENTRAR. À luz da bênção gloriosa do estado eterno e da terrível sorte dos que não entrarão ali, o crente deve esforçar-se diligentemente para alcançar o lar celestial do povo de Deus. Isso requer nosso esforço em direção ao alvo celestial (Fp 3.13,14), apego à Palavra (v. 12) e dedicação à oração (v. 16).

4.12 A PALAVRA DE DEUS A palavra de Deus mostra quem vai entrar no repouso de Deus. Ela é uma espada cortante que penetra no mais íntimo do nosso ser para discernir se nossos pensamentos e motivos são espirituais ou não (vv. 12,13). Tem dois gumes e corta, ou para nos salvar ou para nos condenar à morte eterna (cf. Jo 6.63; 12.48). Por isso, nossa atitude para com a palavra de Deus deve ser achegar-nos a Jesus como nosso sumo sacerdote (vv. 14-16; ver estudo A PALAVRA DE DEUS)

4.14 TEMOS UM GRANDE SUMO SACERDOTE. Ver 8.1, nota sobre o ministério de Jesus como sumo sacerdote.

4.16 CHEGUEMOS POIS COM CONFIANÇA AO TRONO DA GRAÇA. Porque Cristo se compadece das nossas fraquezas (v. 15), podemos chegar com confiança ao trono celestial, sabendo que nossas orações e petições são bem acolhidas e ouvidas por nosso Pai celestial (cf. 10.19,20). É chamado o "trono da graça", porque dele fluem o amor, o socorro, a misericórdia, o perdão, o poder divino, o batismo com o Espírito Santo, os dons espirituais, o fruto do Espírito Santo e tudo de que precisamos em todas as circunstâncias. Uma das maiores bênçãos da salvação é que Cristo, agora, é nosso sumo sacerdote, conduzindo-nos até a sua presença pessoal, de modo que sempre podemos buscar a ajuda de que carecemos.

 

 


 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 5º

5.1 TODO O SUMO SACERDOTE. Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio.

(1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v. 2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29).

(2) Deve ser designado por Deus (vv. 4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos (ver Lv 8.2 nota).

5.6 A ORDEM DE MELQUISEDEQUE. Melquisedeque é um personagem misterioso do AT, que aparece em Gn 14 como sacerdote de Deus em Salém (que é Jerusalém, Gn 14.18; Js 18.28; Sl 110.1-4; Hb 7.1), antes dos tempos do sacerdócio levítico. O sacerdócio de Cristo é do mesmo tipo que o de Melquisedeque (ver 7.1-3 notas).

5.7 GRANDE CLAMOR E LÁGRIMAS. Este trecho provavelmente se refira à intensidade da oração de Jesus no jardim do Getsêmani. A oração de Jesus foi "ouvida", não no sentido de Deus ter removido tudo o que levaria à sua morte, mas no sentido de Ele receber ajuda de Deus para suportar o sofrimento que lhe aguardava. Haverá tempos em que, também, enfrentaremos sofrimentos, parecendo que nossas ferventes orações não têm resposta. Em tais ocasiões devemos lembrar que Jesus foi provado da mesma forma, e que Deus nos dará graça suficiente para suportarmos aquilo que Ele permite que aconteça em nossa vida (ver Mt 26.39 nota).

5.8 APRENDEU A OBEDIÊNCIA. Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com -freqüência se paga pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv. 1-6), para nos prover a eterna salvação (v. 9; ver 2.10 nota).

5.9 SALVAÇÃO PARA TODOS OS QUE LHE OBEDECEM. A salvação eterna, obtida mediante o sofrimento de Jesus (v. 8), pertence somente àqueles que lhe são obedientes pela fé. A fé que salva é também a fé que obedece (Rm 1.5; 16.26; Jo 8.31; Tg 2.17-26).

5.12 LEITE E NÃO DE SÓLIDO MANTIMENTO. Ver o estudo TRÊS CLASSES DE PESSOAS

5.14 DISCERNIR TANTO O BEM COMO O MAL. Quem é fraco e imaturo na fé não tem sensibilidade nem discernimento espiritual para perceber o que é bom e o que é mau nesta vida e aquilo que honra a Deus e o que o desonra. O crente espiritualmente maduro, por outro lado, é aquele que tem seus sentidos espirituais treinados para distinguir claramente entre o bem e o mal mediante a prática constante da justiça e da obediência a Deus e à sua Palavra. Este crente aprendeu a amar a justiça e a odiar a iniqüidade (ver 1.9 nota), tendo uma mente renovada segundo os princípios da justiça (Rm 12.1,2). E, por ser capacitado pelo Espírito Santo para ver as coisas do ponto de vista de Deus, está apto a receber o alimento sólido da sua Palavra e crescer segundo a estatura completa de Cristo (cf. Ef 4.13).
 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 6º

6.4-6 É IMPOSSíVEL... QUE SEJAM OUTRA VEZ RENOVADOS. Nestes três versículos o escritor de Hebreus trata das consequências da apostasia (decair da fé). Para mais sobre isso, ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL)

6.6 RECAÍRAM. Esta palavra (gr. parapesontas, de parapipto) é um particípio aoristo e deve ser traduzido no tempo passado literalmente: "tendo decaído". O escritor de Hb apresenta a apostasia como algo realmente possível.

6.9-20 DE VÓS... ESPERAMOS COISAS MELHORES. O escritor tem confiança de que seus leitores não incorreram na apostasia descrita nos versículos 4-8. Assegura-lhes que, para quem permanece leal a Cristo, com fé e amor (vv. 10-12), sua esperança da salvação eterna é certa e imutável, porque Deus não pode mentir e suas promessas permanecem sempre firmes (vv. 13-20).

6.18 É IMPOSSÍVEL QUE DEUS MINTA. Porque é "impossível que Deus minta", sua Palavra e promessas a Abraão são infalíveis (v. 14). Essa fidelidade de Deus aplica-se não somente à sua palavra falada a Abraão, mas também à sua palavra na totalidade das Escrituras. Isto é, por serem as Escrituras a inspirada Palavra de Deus, são sumamente verdadeiras e fidedignas. A veracidade da palavra de Deus é inerente nas palavras e frases das Escrituras. Seus escritores foram guiados pelo Espírito Santo para escrever os manuscritos originais de tal maneira que a transmissão da mensagem de Deus à humanidade foi comunicada sem erro (ver os estudos A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS e A PALAVRA DE DEUS)

 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 7º

7.1 MELQUISEDEQUE. Melquisedeque, contemporâneo de Abraão, foi rei de Salém e sacerdote de Deus (Gn 14.18). Abraão lhe pagou dízimos e foi por ele abençoado (vv. 2-7). Aqui, a Bíblia o tem como uma prefiguração de Jesus Cristo, que é tanto sacerdote como rei (v. 3). O sacerdócio de Cristo é "segundo a ordem de Melquisedeque" (6.20), o que significa que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles.

7.3 SEM PAI, SEM MÃE. Isso não significa que Melquisedeque, literalmente, não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo. Significa tão-somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como tipo do Cristo eterno, cujo sacerdócio nunca terminará (vv. 24,25).

7.11 A PERFEIÇÃO. Por ser o sacerdócio levítico imperfeito (cf. 10.4) e exercido por homens pecadores (vv. 27,28), foi substituído pelo sacerdote perfeito, o Filho de Deus. Cristo é um sacerdote perfeito porque é totalmente justo.
Precisou morrer uma só vez como sacrifício pelos nossos pecados. Permanece como nosso sacerdote eterno diante de Deus no céu, e vive para sempre (vv. 24-28). Por isso, Ele pode salvar completamente e para sempre todos aqueles que por Ele se chegam a Deus (ver v. 25 nota).

7.19 A LEI NENHUMA COISA APERFEIÇOOU. A lei do AT era imperfeita porque não podia comunicar vida divina, nem o poder de cumprir as suas -exigências, nem oferecia acesso perfeito e completo a Deus (v. 25; ver Gl 3.19 nota; ver o estudo A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO)

7.25 VIVENDO SEMPRE PARA INTERCEDER. Cristo vive no céu, na presença do Pai (8.1), intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1; ver o estudo A INTERCESSÃO).

(1) Pelo ministério da intercessão de Cristo, experimentamos o amor e a presença de Deus e achamos misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade (4.16), tentação (Lc 22.32), fraqueza (4.15; 5.2), pecado (1 Jo 1.9; 2.1) e provação (Rm 8.31-39).

(2) A oração de Cristo como sumo sacerdote em favor do seu povo (Jo 17), bem como sua vontade de derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes (At 2.33), nos
ajudam a compreender o alcance do seu ministério de intercessão (ver Jo 17.1 nota).

(3) Mediante a intercessão de Cristo, aquele que se chega a Deus (i.e., se chega continuamente a Deus, pois o particípio no grego está no tempo presente e salienta a ação contínua), pode receber graça para ser salvo "perfeitamente". A intercessão de Cristo, como nosso sumo sacerdote, é essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça, misericórdia e ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de Deus, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de Satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa única esperança é aproximar-nos de Deus por meio de Cristo, pela fé (ver 1 Pe 1.5 nota).

(4) Note que Cristo não permanece como advogado e intercessor dos que se recusam a confessar e abandonar o pecado e que se apartam da comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1.5-7,9; 3.10). Sua intercessão para salvar "perfeitamente" é somente para aqueles que "por Ele se chegam a Deus" (7.25). Não há segurança nem garantia para quem deliberadamente peca e deixa de se chegar a Deus por Ele (10.21-31; ver 3.6 nota; ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL).

(5) Posto que Cristo é nosso único mediador e intercessor no céu, qualquer tentativa de ter anjos ou santos falecidos como mediadores e de oferecer orações ao Pai através deles, é tanto inútil quanto antibíblico

 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 8º

8.1 TEMOS UM SUMO SACERDOTE. Depois de ter Cristo tomado sobre si o castigo pelos nossos pecados e dado sua vida por nós como sacrifício, Ele entrou no céu, onde ora ministra na presença de Deus a nosso favor, isto é, dos crentes. O ministério de Jesus como "sumo sacerdote" (cf. 2.17) abrange seis áreas:

(1) Jesus no Calvário, foi tanto sacerdote como o próprio sacrifício. Ele ofereceu-se a si mesmo por todo o mundo, como sacrifício perfeito pelo pecado, ao derramar o seu sangue e morrer em lugar do pecador (2.17,18; 4.15; 7.26-28; Mc 10.45; 1 Co 15.3; 1 Pe 1.18,19; 2.22-24; 3.18; ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO).

(2) Jesus é o mediador do novo e melhor concerto, a fim de que "os chamados recebam a promessa da herança eterna" (9.15-22; ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO), e que, com confiança, tenham acesso contínuo a Deus (4.16; 6.19,20; 7.25; 10.19-22; ver Jo 17.1, nota sobre a oração sumo sacerdotal de Jesus).

(3) Ele está no céu, na presença de Deus, a fim de outorgar a graça divina sobre nós, os que cremos (4.14-16). Por essa graça, da qual Ele nos é mediador, Ele nos regenera (Jo 3.3) e derrama sobre nós o Espírito Santo (At 1.4; 2.4,33).

(4) Jesus age como mediador entre Deus e todos os que transgridem a lei de Deus e buscam o perdão e a reconciliação (1 Jo 2.1,2).

(5) Jesus exerce seu sacerdócio de modo permanente, compadecendo-se dos crentes em suas tentações e ajudando-os nas suas necessidades (2.18; 4.15,16). (6) Jesus vive para sempre a fim de interceder continuamente no céu por todos aqueles que, pela fé, "por Ele se chegam a Deus" (7.25). Ele efetuará por fim a salvação plena do crente (ver 7.25 nota; 9.28 nota)

8.6-13 MELHOR CONCERTO. Um tema significante dos capítulos 8-10 é o contraste entre o velho concerto, centralizado em torno da lei de Moisés, e o novo concerto instituído por Jesus Cristo. Ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO.


 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 9º

9.1-7 O PRIMEIRO CONCERTO. Ao expor a maneira como o novo concerto é muito superior ao velho (ou o primeiro), o escritor aos Hebreus analisa os aspectos principais da adoração e do sacrifício na religião de Israel, (ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO)

9.4 A ARCA DO CONCERTO. A arca do concerto era uma caixa sagrada contendo um vaso de maná (lembrança da provisão de Deus), a vara de Arão que florescera de modo sobrenatural (lembrança dos atos poderosos de Deus) e as duas tábuas de pedra, nas quais constavam os Dez Mandamentos (lembrança da importância da lei como padrão de santidade que Deus requeria do seu povo). A cobertura da arca era uma placa de ouro chamada propiciatório, o qual falava da misericórdia redentora de Deus mediante o sangue derramado (ver a nota seguinte).

9.5 O PROPICIATÓRIO. No dia da expiação, tanto o sangue do touro que fazia a expiação pelo sumo sacerdote e sua família, quanto o sangue do bode que servia de oferta pelo pecado da nação, era esparzido sobre o propiciatório diante de Deus (Lv 16.2,14; ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO). O propiciatório terrestre é uma figura ou tipo do trono da graça, no céu, do qual os crentes se aproximam mediante o sangue de Cristo, a fim de receberem graça e ajuda (4.16)

9.7 O SEGUNDO. No segundo compartimento do tabernáculo estava o santuário interior chamado o Santo dos Santos, que simbolizava a presença de Deus. O sumo sacerdote era rigorosamente proibido de entrar no Santo dos Santos mais que uma vez por ano. O Espírito Santo ensinava que, sob o antigo concerto, o acesso livre à presença de Deus ainda não estava franqueado, porque estreita comunhão com Ele só poderia existir somente depois de a consciência da pessoa ter sido purificada com perfeição (vv. 8,9). Essa purificação foi obtida quando Cristo morreu como sacrifício eterno pelo pecado.

9.14 O SANGUE DE CRISTO. O sangue de Jesus Cristo é o ponto principal do conceito de redenção no NT (1 Co 10.16; 11.27; Ef 2.13; 1 Pe 1.2; Ap 7.14; 12.11). Cristo, ao morrer na cruz, deu seu sangue inocente a fim de remover nossos pecados e nos reconciliar com Deus (5.8; Rm 5.19; Fp 2.8; cf. Lv 16). Pelo seu sangue, Cristo efetuou as seguintes coisas.

(1) O perdão dos pecados de todos aqueles que se arrependem e crêem (Mt 26.28).

(2) O resgate dos crentes do poder de Satanás e dos poderes malignos (At 20.28; Ef 1.7; 1 Pe 1.18,19; Ap 5.9; 12.11).

(3) A justificação de todos os que nEle crêem (Rm 3.24,25).

(4) A purificação da consciência do crente a fim de que este possa servir a Deus sem culpa e com toda a certeza (9.14; 10.22; 13.18).

(5) A santificação do povo de Deus (13.12; 1 Jo 1.7-10).

(6) A abertura do caminho para o crente chegar diretamente diante de Deus por meio de Cristo para obter graça, misericórdia, ajuda e salvação (10.19; 7.25; Ef 2.13,18).

(7) A garantia de todas as promessas do novo concerto (10.29; 13.20; Mt 26.28; 1 Co 11.25).

(8) A contínua aplicação do poder reconciliador e purificador do sangue de Cristo no crente à medida que este se aproxima de Deus por meio de Cristo (7.25; 10.22; 1 Jo 1.7).

9.15 MEDIADOR DE UM NOVO TESTAMENTO. Para comentários sobre o ofício de Jesus como mediador do novo testamento (concerto), ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO

9.28 APARECERÁ SEGUNDA VEZ. Sob o antigo concerto, os israelitas ficavam em intensa expectativa para ver se o sumo sacerdote reapareceria depois de entrar no santuário para fazer expiação. Da mesma forma os crentes, sabendo que seu sumo sacerdote entrou no santuário celestial como seu advogado, aguardam com ardente esperança o seu reaparecimento trazendo uma salvação plena e completa (ver Jo 14.3 nota; 2 Tm 4.8; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA)
 

 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 10º

10.1 SACRIFÍCIOS QUE CONTINUAMENTE SE OFERECEM. Para comentário sobre os propósitos dos sacrifícios no AT, ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO

10.4 O SANGUE DOS TOUROS. O sangue de animais era apenas uma provisão ou expiação temporária pelos pecados do povo; em última análise, era necessário um homem para servir como substituto da humanidade (ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO). Por isso, Cristo veio à terra e nasceu como homem a fim de que pudesse oferecer-se a si mesmo em nosso lugar (2.9,14 notas). Além disso, somente um homem isento de pecado poderia tomar sobre si nosso castigo pelo pecado (2.14-18; 4.15) e, assim, de modo suficiente e perfeito, satisfazer as exigências da santidade de Deus (cf. Rm 3.25,26)

10.5-10 SACRIFÍCIO E OFERTA. Salmos 40.6-8 é citado para comprovar que o sacrifício voluntário e obediente de Jesus Cristo é melhor do que os sacrifícios involuntários de animais, no AT (ver o estudo O ANTIGO E O NOVO CONCERTO)

10.14 APERFEIÇOOU PARA SEMPRE OS... SANTIFICADOS. A oferenda única de Cristo na cruz e seu resultado (i.e., a salvação perfeita) são eternamente eficazes. A salvação perfeita em Cristo é outorgada a todos quantos estão sendo santificados ao se chegarem a Deus por meio de Cristo (v. 22; 7.25). Note que a palavra no grego "santificar", aqui e no versículo 10, são particípios presentes que enfatizam a ação contínua no tempo presente.

10.19 TENDO... OUSADIA. Contrastando com o acesso limitado a Deus que os israelitas tinham, Cristo, ao dar sua vida por nós como sacrifício perfeito, abriu o caminho para a própria presença de Deus e para o trono da graça. Por isso, nós, como crentes, podemos constantemente com gratidão chegar-nos a Deus em oração.
10.22 CHEGUEMO-NOS. São inseparáveis a fé e nossa aproximação a Deus mediante Jesus Cristo.

(1) A fé é definida como achegar-se sinceramente a Deus, crendo na sua bondade (11.6). Ao chegar-nos a Deus mediante Cristo, achamos misericórdia, graça, ajuda (4.16; 7.19; 10.1), salvação (7.25), santificação (10.14) e purificação (10.22).

(2) Isso subentende claramente que, quando a pessoa não se aproxima de Deus em oração e em comunhão com Cristo, não tem fé salvífica (10.38). O próprio Jesus nivela a fé à oração contrita a Deus (Lc 18.7,8).

10.25 QUANTO VEDES QUE SE VAI APROXIMANDO AQUELE DIA. O dia da volta de Cristo para buscar os seus fiéis está se aproximando (ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA). Até chegar esse dia, enfrentaremos muitas provações espirituais e muitas falsificações na doutrina. Devemos congregar-nos regularmente para nos encorajarmos mutuamente e nos firmarmos em Cristo e na fé apostólica do novo concerto

10.26 SE PECARMOS VOLUNTARIAMENTE. O escritor de Hebreus volta a advertir seus leitores sobre o caso de abandonar a Cristo, como fizeram em 6.4-8 (ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL)

10.29 PISAR O FILHO DE DEUS. Continuar a pecar deliberadamente depois de termos recebido o conhecimento da verdade (v. 26) é:

(1) tornar-se culpado de pisar Jesus Cristo, tratá-lo com desprezo e menosprezar sua vida e morte;

(2) ter o sangue de Cristo como indigno da nossa lealdade; e (3) insultar o Espírito Santo e rebelar-se contra Ele, o qual comunica a graça de Deus ao nosso coração (ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL)

10.38 O JUSTO VIVERÁ DA FÉ. Este princípio fundamental, afirmado quatro vezes nas Escrituras (Hc 2.4; Rm 1.7; Gl 3.11; Hb 10.38), governa o nosso relacionamento com Deus e nossa participação na salvação provida por Jesus Cristo.

(1) Esta verdade fundamental afirma que os justos obterão a vida eterna por se aproximarem fielmente de Deus com um coração sincero e crente (ver 10.22, nota).

(2) Quanto àquele que abandona a Cristo e deliberadamente continua pecando, Deus "não tem prazer nele" e incorrerá na condenação eterna (vv. 38,39).
 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 11º

11.1 ORA, A FÉ É. O capítulo 11 demonstra a natureza do único tipo de fé aceita por Deus e que triunfará na pior das situações.

É uma fé que crê nas realidades espirituais (v. 1),

que leva à justiça (v. 4),

que busca a Deus (v. 6), que crê na sua bondade (v. 6),

que tem confiança na sua palavra (vv. 7,11),

que obedece aos seus mandamentos (v. 8),

que vive segundo as promessas de Deus (vv. 13,29),

que rejeita o espírito deste presente mundo mau (v. 13),

que busca um lar celestial (vv. 14-16; cf. 13.13,14),

que abençoa a geração seguinte (v. 21),

que recusa os prazeres do pecado (v. 25),

que suporta a perseguição (v. 27),

que pratica poderosos atos de justiça (vv. 33-35),

que sofre por amor a Deus (vv. 25,35-38) e

que não volta àquela pátria donde haviam saído, i.e., o mundo (vv. 14-16; ver o estudo FÉ E GRAÇA)

11.3 OS MUNDOS, PELA PALAVRA DE DEUS, FORAM CRIADOS. A fé pela qual entendemos que Deus criou o mundo é a fé na revelação divinamente inspirada que se acha em Gn 1 e noutros trechos das Escrituras (cf. Sl 33.6,9; Is 55.11)

11.4 OFERECEU A DEUS MAIOR SACRIFÍCIO. Deus aceitou o sacrifício de Abel, porque este era justo, dedicado e obediente a Ele (cf. Pv 15.8; Mt 23.35; 1 Jo 3.12).

11.6 CREIA QUE ELE EXISTE. Este versículo descreve as convicções integrantes da fé salvífica.

(1) Devemos crer na existência de um Deus pessoal, infinito e santo, que tem cuidado de nós.

(2) Devemos crer que Ele nos galardoará quando o buscamos com sinceridade, sabendo que nosso maior galardão é a alegria e a presença do próprio Deus. Ele é nosso escudo e nossa grande recompensa (Gn 15.1; Dt 4.29; Mt 7.7,8 nota; Jo 14.21 nota).

(3) Devemos buscar a Deus com diligência e desejar ansiosamente a sua presença e graça.

11.8 PELA FÉ ABRAÃO... OBEDECEU. A fé e a obediência são inseparáveis entre si, assim como também são inseparáveis a incredulidade e a desobediência (3.18,19; ver Jo 3.36 nota).

11.10 PORQUE ESPERAVA A CIDADE. Abraão sabia que a terra que lhe fora prometida, aqui no mundo, não era o fim da sua jornada. Pelo contrário, o fim era bem além, na cidade celestial, que Deus preparara para seus servos fiéis.
Abraão serve de exemplo a todo o povo de Deus; devemos reconhecer que estamos apenas de passagem neste mundo, caminhando para nosso verdadeiro lar no céu. Não devemos pensar em segurança plena neste mundo, nem ficar fascinados por ele (vv. 14,16; 13.14). Devemos nos considerar estrangeiros e exilados na terra. Esta não é a nossa pátria, mas território estrangeiro; o fim da nossa peregrinação será uma pátria melhor (v.16), a "Jerusalém celestial" (12.22) e a "cidade permanente" (13.14).

11.13 SEM TEREM RECEBIDO AS PROMESSAS. Estes santos do AT morreram, crendo que Deus tinha algo melhor reservado para eles. Durante a sua vida, não viram a prometida bênção final dos redimidos. Sua esperança estava firmada na vida eterna com Deus, numa pátria celestial e tinham seus olhos fixos na sua cidadania no novo céu e na nova terra (vv. 13-16; cf. Is 65.17; 66.22; Fp 3.20; Ap 21.1). Os crentes, em nossos dias, da mesma forma, devem perseverar na fé e confiar em Deus, mesmo quando não vêem todas as promessas de Deus cumpridas em suas vidas. A fé que Deus aprova é aquela que pode deixar nas suas mãos as suas promessas, para Ele as cumprir segundo a sua vontade.

11.16 DEUS NÃO SE ENVERGONHA DELES. Aqueles que honraram a Deus, vivendo como "peregrinos e forasteiros" (1 Pe 2.11) e desejando uma pátria melhor, Deus os honrará, chamando-se a si mesmo o seu Deus. Ele não se envergonhará de chamá-los seus próprios filhos (cf. Ex 3.6).

11.25 TER O GOZO DO PECADO. Todo crente tem que, repetidas vezes, fazer a escolha de, ou desfrutar dos prazeres passageiros do pecado, ou sofrer, obedecendo continuamente à vontade de Deus (ver Gl 5.17 nota).

11.35 UNS FORAM TORTURADOS. Deus permitiu que alguns dos seus filhos fiéis experimentassem grandes sofrimentos e provações (ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS). Embora desfrutassem da comunhão com Deus, Ele não livrou a todos do sofrimento e da morte (vv. 35-39).

(1) Note que, pela fé, alguns "escaparam do fio da espada" (v. 34) e, também pela fé, alguns foram "mortos a fio de espada" (v. 37). Pela fé, um foi livrado; e também pela fé, outro foi morto (cf. 1 Rs 19.10; Jr 26.23; At 12.2). A fé verdadeira não somente levará os crentes a fazerem grandes coisas para Deus (vv. 33-35), mas também, às vezes, os levará a sofrimentos, perseguições, aflições e privações (vv. 35-39; cf. Sl 44.22; Rm 8.36; Mt 5.10 nota).

(2) A fidelidade a Deus não garante conforto nem livramento da perseguição neste mundo. Ela nos garante, no entanto, a graça, ajuda e força de Deus em tempos de perseguição, de provações ou de sofrimentos (cf. 12.2; Jr 20.1,7,8; 37.13-15; 38.5; 2 Co 6.9)

11.38 ERRANTES PELOS DESERTOS... CAVERNAS. Os santos fiéis de Deus recusaram-se a conformar-se com os decadentes padrões do mundo e a desfrutar dos seus prazeres imorais, e, em troca disso, receberam o desprezo e as aflições do mundo. Porque rejeitavam o mundo, eram rejeitados pelo mundo. Embora houvesse bênçãos prometidas aos fiéis no AT (Dt 29.9; Js 1.8), tiveram de suportar aflições e privações (vv. 35-38). No NT, os fiéis são ensinados a esperar adversidades (ver 2 Tm 3.12 nota), a se identificarem com a cruz (ver Mt 10.38 nota; Gl 2.20 nota) e seguir o "homem de dores" (Is 53.3; cf. Hb 12.2).

11.40 ELES SEM NÓS. Todos os santos do AT morreram sem receber todas as bênçãos e promessas de Deus. Mas com a morte e ressurreição de Cristo, Ele obteve a perfeita salvação para eles, os quais receberão sua herança integral conosco no novo céu e na nova terra (Ap 20-22).

 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 12º

12.1 A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA. Esta corrida é o teste da fé neste mundo, que dura a vida inteira (10.23,38; 12.25; 13.13).

(1) A corrida deve ser efetuada com "paciente" (gr. hupomone), ou seja, com perseverança e constância (cf. 10.36; Fp 3.12-14). O caminho da vitória é o mesmo que o dos santos do capítulo 11 - esforçando-se para chegar até ao fim (cf. 6.11,12; 12.1-4; Lc 21.19; 1 Co 9.24,25; Fp 3.11-14; Ap 3.21).

(2) Na corrida, devemos deixar de lado os pecados que nos atrapalham ou que nos fazem ficar para trás (v. 1) e fixarmos os olhos, nossas vidas e nossos corações em Jesus e no exemplo que Ele nos legou na terra, de obediência perseverante (vv. 1-4). (3) Na corrida, devemos estar conscientes de que o maior perigo que nos confronta é a tentação de ceder ao pecado (vv. 1,4), de voltar àquela pátria de onde -haviam saído" (11.15; Tg 1.12), e de nos tornar, de novo, cidadãos do mundo (11.13; Tg 4.4; 1 Jo 2.15; ver Hb 11.10 nota).

12.2 OLHANDO PARA JESUS. Na nossa corrida da fé, olhamos para Jesus como:

(1) nosso exemplo de confiança em Deus (Hb 2.13), de dedicação à vontade de Deus (Mc 14.36; 10.7-10), de oração (5.7; Mc 1.35; Jo 17), de vencer as tentações e os sofrimentos (2.10; 4.15), de perseverança na lealdade ao Pai (vv. 2,3) e de terminar a obra para a qual Deus nos chamou (v. 2; cf. Lc 15.6,24,32; Jo 15.11); e

(2) nossa fonte de energia, amor, graça, misericórdia e auxílio  (4.16; 7.25; 10.22; Ap 3.21).

12.5 A CORREÇÃO DO SENHOR. Vejamos vários fatos a respeito da disciplina que Deus aplica aos crentes, e as dificuldades e aflições que Ele permite que soframos.

(1) São um sinal de que somos filhos de Deus (vv. 7,8).

(2) São uma garantia do amor e cuidado de Deus por nós (v. 6).

(3) A disciplina do Senhor tem dois propósitos:

(a) que não sejamos, por fim, condenados com o mundo (1 Co 11.31,32), e

(b) que compartilhemos da santidade de Deus e continuemos a viver uma vida santificada, sem a qual nunca veremos o Senhor (vv. 10,11,14).

(4) Há dois possíveis resultados da disciplina do Senhor.

(a) Podemos suportar as adversidades, às quais Deus nos leva, submeter-nos à sua vontade e continuarmos fiéis a Ele (vv. 5,6). Fazendo assim, continuaremos a viver como filhos espirituais de Deus (vv. 7-9), a compartilhar da sua santidade (v. 10); e produziremos então o fruto da justiça (v. 11).

(b) Podemos desprezar a disciplina de nosso Pai (v. 5), rebelar-nos contra Ele por causa do sofrimento e da adversidade, e daí cairmos em apostasia (3.12-14; 12.25).

(5) Andando na vontade de Deus, podemos sofrer adversidades:

(a) como resultado da nossa guerra espiritual contra Satanás (Ef 6.11-18);

(b) como teste para fortalecer a nossa fé (1 Pe 1.6,7) e as nossas obras (Mt 7.24-47; 1 Co 3.13-15); ou

(c) como parte da nossa preparação para consolarmos o próximo (2 Co 1.3-5) e para manifestar a vida de Cristo (2 Co 4.8-10,12,16).

(6) Em todos os tipos de adversidades, devemos buscar a Deus, examinar a nossa vida (2 Cr 26.5; Sl 3.4; 9.12; 34.17) e abandonar tudo quanto é contrário a sua santidade (vv. 10,14; Sl 66.18 nota; 60.1-12 nota; ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS)

12.14 SEGUI... A SANTIFICAÇÃO. Ser santo é estar separado do pecado e consagrado a Deus. É ficar perto de Deus, ser semelhante a Ele, e, de todo o coração, buscar sua presença, sua justiça e a sua comunhão. Acima de todas as coisas, a santidade é a prioridade de Deus para os seus seguidores (Ef 4.21-24).

(1) A santidade foi o propósito de Deus para seu povo quando Ele planejou sua salvação em Cristo (Ef 1.4).

(2) A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele veio a esta terra (Mt 1.21; 1 Co 1.2,30).

(3) A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele se entregou por eles na cruz (Ef 5.25-27).

(4) A santidade é o propósito de Deus, ao fazer de nós novas criaturas e nos conceder o Espírito Santo (Rm 8.2-15; Gl 5.16-25, Ef 2.10).

(5) Sem santidade, ninguém poderá ser útil a Deus (2 Tm 2.20,21).

(6) Sem santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus (Sl 15.1,2).

(7) Sem santidade, ninguém verá o Senhor (v. 14; Mt 5.8; ver o estudo A SANTIFICAÇÃO)

12.15 RAIZ DE AMARGURA. "Raiz de amargura" refere-se a um espírito e atitude caracterizados por animosidade e ressentimento intensos. Aqui, talvez se refira a ressentimento do crente contra a disciplina de Deus, ao invés de submissão humilde à sua vontade para nossa vida. A amargura pode ter como objeto pessoas da igreja. Isso prejudica a pessoa que está assim amargurada, i.e., deixando-a sem condições de entrar na presença de Deus em oração. A amargura entre um grupo de crentes pode alastrar-se e corromper a muitos, destruindo a "santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (v. 14).

12.18-25 O MONTE PALPÁVEL. As circunstâncias aterradoras da outorga da lei (cf. Ex 19.10-25; Dt 4.11,12; 5.22-26) e os aspectos do evangelho são aqui contrastados entre si. Quem, hoje, abandona o evangelho sofre piores conseqüências e perdas do que aqueles que rejeitavam a lei.

12.26-29 MOVEU... A TERRA. Deus um dia destruirá a presente ordem mundial e abalará o universo material, desfazendo-o (ver Ag 2.6 - 9.21 notas). A presente configuração do mundo não é eterna; será destruída por fogo e substituída por um novo céu e uma nova terra (Ap 20.11; 21.1; cf. 2 Pe 3.10-13). A única coisa que sobreviverá na sua forma presente será o reino de Deus e aqueles que a ele pertencem (v. 28).
 

 

 

 

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NOTAS DE HEBREUS 13º

13. A CARIDADE FRATERNAL. Na igreja do NT, os crentes consideravam uns aos outros como irmãos e irmãs em Cristo e assim se tratavam (cf. 1 Ts 4.9,10; 1 Pe 1.22; 2 Pe 1.7). A fraternidade cristã provém do nosso mútuo relacionamento com o Pai e com o Filho (1.2). À medida que participamos da graça de Cristo, somos todos feitos juntamente com Ele, filhos e filhas e co-herdeiros das bênçãos do Pai (1.2; Jo 1.12,13; Rm 8.14-17; Ef 1.5-7). Por causa dessa fraternidade, somos ensinados pelo Pai a nos amar uns aos outros (1 Ts 4.9; 1 Jo 4.11; ver Jo 13.34,35 notas).

13.4 VENERADO SEJA... O MATRIMÔNIO. Deus tem elevados padrões para seu povo, quanto ao casamento e à sexualidade. Para um tratamento desse importante assunto, ver o estudo PADRÕES DE MORALIDADE SEXUAL

13.5 SEM AVAREZA. Note que a admoestação para se ficar livre do amor ao dinheiro, segue-se à exortação contra a imoralidade (v. 4). A avareza e a imoralidade têm estreita conexão entre si no NT (1 Co 5.11; 6.9,10; Ef 5.3; Cl 3.5). Com grande freqüência o amor à abundância e ao luxo, bem como a busca constante de riqueza, fazem da pessoa presa fácil dos pecados sexuais (ver 1 Tm 6.6-10).

13.6 O SENHOR É O MEU AJUDADOR. Não importa quão limitadas sejam nossas possessões terrenas, nem quão difíceis sejam as nossas circunstâncias, nunca devemos temer que Deus nos deixará ou nos abandonará (cf. Js 1.5).
As Escrituras declaram que o Pai celestial tem cuidado de nós. Por isso, podemos dizer juntamente com o escritor de Hebreus, que brada com o salmista: "O Senhor é o meu ajudador e não temerei". Essa afirmação pode ser feita com confiança em tempos de necessidade, de aflição, de provações ou de adversidade (ver Mt 6.30,33 notas).

13.8 JESUS CRISTO É O MESMO. A verdade de que Jesus Cristo nunca muda é qual âncora segura para nossa fé. Significa que os crentes dos nossos dias não devem se dar por satisfeitos, antes de experimentarem a mesma salvação, comunhão com Deus, batismo no Espírito Santo e o poder que os crentes do NT experimentavam no servir a Deus, mediante Cristo Jesus (ver o estudo O REINO DE DEUS)

13.12 SANTIFICAR O POVO. Jesus sofreu na cruz fora da porta da cidade de Jerusalém para que sejamos santificados, i.e., separados da antiga vida pecaminosa e dedicados a servir a Deus (ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE)

13.13 SAIAMOS. Ser seguidor de Cristo envolve sair "fora do arraial". Para esses cristãos judaicos, o "arraial" representava o judaísmo. Para nós, representa o mundo com todos os seus prazeres pecaminosos, valores iníquos e alvos temporais. Devemos levar o vitupério de Cristo a fim de segui-lo, ter o seu mesmo sentimento, ser seu amigo, identificar-nos com Ele e anunciar ao mundo nossa dedicação aos seus padrões e propósitos. Ao sairmos fora da porta, percebemos que somos estrangeiros e exilados na terra (v.14; 11.13). Todavia, não estamos sem cidade, porque buscamos uma cidade futura, que tem fundamentos, "da qual o artífice e construtor é Deus?? (11.10,14,16; 13.14).

13.17 OBEDECEI A VOSSOS PASTORES. A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos pastores e mestres, deve basear-se numa superior lealdade a Deus. A lealdade do crente, em escala descendente, é a seguinte:

(1) primeiramente, lealdade a Deus num relacionamento pessoal (ver Mt 22.37 nota), inclusive fidelidade aos princípios da sua Palavra (ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS);

(2) segundo, lealdade à igreja visível, à medida que ela permanecer fiel a Deus e a sua Palavra escrita (Jo 15.12; Gl 6.10); e

(3) terceiro, lealdade aos dirigentes da igreja, enquanto permanecerem fiéis e leais a Deus, à sua Palavra e ao seu propósito para a igreja

 

 

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